Lorenzo
Bati a porta inúmeras vezes, olhei em volta, não gostando das pessoas que passavam pela rua.
Finalmente abriu a porta me surpreendi quando uma mulher baixinha, com a aparência muito dócil a abriu.
-Sim?
-Eu gostaria de falar com Angelo.
-Ele chega daqui a pouco, eu sou a esposa dele, Caterina, ah! Aonde estão meus modos? Entre! Entre!
Passei pela pequena porta e me surpreendi com a decoração da casa, era bem feminina.
-Pode se sentar, aceita alguma coisa? Café, agua?
-Não, estou bem.
-Desculpe-me perguntar, mas, de onde conhece meu marido?
-Sou o pai do filho da Giulliana.-Ela ficou espantada.
-Então quer dizer que aquela menina vai ter um bebê, e nem me fala!-Sorri constrangido, a porta foi aberta e Angelo entrou sorridente, notou minha presença, e ficou com uma expressão profissional.
-Vamos para o escritório.-O segui até o quarto pequeno.
-O que te traz aqui?
-Eu não sou idiota, sei que aquele bastardi vai sair da prisão mais rápido quanto entrou.
-Sim, infelizmente.
-Quero que me ajude, eu ja segurei em uma arma algumas vezes, mas não seu usá-la, e muito menos me defender.
-E por que você quer tanto que eu te ensine?
-Para protegê-los!-Disse firmemente, Angelo sorriu.
-Ah garoto...você esta apaixonado, não é?
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Giulliana
Acordei da minha soneca da tarde e fui até a cozinha, tenho ficado muito dorminhoca esses dias.
Abri o freezer e quase comecei a chorar, o sorvete tinha acabado!
Disquei o número de Lorenzo e ele tendeu rapidamente.
-O que houve?-Me lembrei que se tratava de sorvete de limão e comecei a ficar mais triste ainda
-L-Lorenzo...
-Fique calma eu ja estou indo!
-O sorvete de l-limão acabou!-Falei com a voz embargada, ele soltou o ar aliviado do outro lado da linha.
-Estou meio ocupado quando sair daqui eu compro.-Comecei a chorar.
-Mas eu quero agora! P-por favor!
-Não precisa chorar, eu ja estou indo.
Demorou meia hora, mas Lorenzo chegou com um pote bem grande de sorvete, ele analisou meus olhos inchados e sorriu de lado.
-Mio Dio, você estava chorando mesmo!-Ele me entregou o pote e eu corri para a cozinha para pegar um colher.
Voltei para a sala e me sentei do lado de Lorenzo e liguei a TV, estiquei as pernas e fiquei comendo meu sorvete feliz da vida.
Quando ja estava me sentindo satisfeita, depositei o pote na mesa e me deitei.
Lorenzo observava a programação da TV, mas eu sabia que tinha algo errado.
-O que houve?
-Nada.
-Eu sei que há algo errado, pode ir contando.
-Não! Está tudo bem!-Ezio me deu um chute bem na costela que me fez perder o ar.-Você está bem?!
-S-Sim...ele só chutou com força.
Lorenzo me puxou para mais perto dele, eu ja ia reclamar, mas ele me abraçou por trás e Ezio se acalmou.
-Ei garotão! Vai com calma ai, sua mãe não é saco de pancada.-Ri com seu comentário.
-Ele gosta muito de você.-Eu disse tranquilamente, Lorenzo sorriu e acariciou a minha barriga, Ezio chutou exatamente onde sua mão estava.
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Lorenzo
Giullia adormeceu nos meus braços, fiquei acariciando seus cabelos ruivos, mas alguém não dormiu, pois Ezio ficava chutando.
Meu telefone apitou no meu bolso, o apanhei.
"Domingo de manhã.
-A"
Confirmei e voltei a olhar para Giullia, fechei os olhos e acabei dormindo.
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Acordei com um grito estridente, Giullia estava chorando e se debatendo, agarrei seus ombros e a chacoalhei levemente, ela acordou e voltou a chorar, era sempre assim quando ela tem pesadelos.
A abracei com bastante força, para tentar acalma-lá, ela ficou abraçada à mim, no meu colo.
Seu corpo ainda tremia, quando ela parou de chorar, ela me abraçou, e ficamos em silêncio.
Acariciei seu cabelo, e a conversa com Angelo veio na minha mente, enquanto sentia seu corpo tão próximo do meu.
-Flashback on-
-Ah garoto...você esta apaixonado, não é?-Encarei minhas mãos.
-Sim.-Murmurei baixinho.
-Tudo bem...vou ver quando eu vou estar disponível, eu não vou pegar leve com você, Giullia é como uma filha para mim, então se machuca-lá ja sabe.
-Eu sei...não quero machuca-la de jeito nenhum, isso seria como...-Me machucar, completei mentalmente.
-Flashback Off-
Levantei seu rosto para eu poder olha-lá.
-Me conte como foi.
-N-Não!
-Vai ser pior guardar para você!-Beijei sua testa e sussurrei.-Vai ser melhor se você falar.
Ela suspirou e me olhou, com os olhos claros e com algumas lágrimas sobrando.
-Eu sonhei com...quando ele me pegou, eu estava tão feliz! Então ele armou uma emboscada e me pegou desprevenida, levei uma coronhada e acordei naquele lugar escuro, eu ja estava algemada e...ele ja tinha...abusado de mim, e eu estava sangrando já.-Cerrei os punhos e apertei a mandíbula, só de pensar que ele já havia tocado nela, e a feito sofrer.
-Não importa mais, ouviu bem? Agora nós vamos ter nosso filho, e aquele Figlio di puttana, vai sofrer, e vai ficar bem longe de você, para sempre.-Sequei suas lágrimas, e coloquei a mão em sua barriga inchada, Ezio chutou, e ela riu.
Vou protegê-los, de tudo e de todos.
É uma promessa.