Capítulo IX

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Giulliana

Já havia passado um mês após minha alta do hospital, e menos um mês para eu ter meu filho em meus braços, fiquei internada por uma semana, apesar de tudo não queria ter que ficar de repouso, mas foi necessário, porém ja recebi a autorização do meu médico.

Por isso mesmo estava me arrumando para jantar com meus pais, e quem sabe talvez aproveitar um pouco a noite, óbvio que vou tomar cuidado, gravidez não é doença, porém eu não estou 100%.

A minha barriga havia crescido um pouco mais, meus seios estavam ficando maiores e meu quadril também.

Prendi meu cabelo num rabo de cavalo, e coloquei uma saia de cintura alta branca e uma blusa verde escura.

Jantamos em um restaurante aconchegante, ficamos conversando sobre a semana e amenidades do dia a dia.

Eles decidiram ir para casa mais cedo e eu fui andando, até chegar no batente que ficava de frente ao rio arno, apesar de ser poluído era muito bonito a noite, as luzes da ponte vecchio iluminavam as águas barrentas.

Fiquei encarando minhas mãos por alguns segundos e depois levantei a cabeça e olhei para o céu.

Me virei e comecei a andar calmamente. Parei quando notei várias pessoas jovens rindo e se divertindo, Florença era uma cidade cheia de estudantes, eu me lembrei da minha juventude, quando estudava em Londres.

Decidi que não iria para a casa de Lorenzo, iria para minha casa.

Ele não se preocupa comigo, não vou ser idiota, voltei para onde havia estacionado, dirigi calmamente enquanto cantarolava as musicas que tocavam no rádio.

Estacionei na garagem, sai e fui direto para dentro e tirei aquelas roupas desconfortáveis, vesti meu camisola e meu robe.

Desci as escadas e acendi as luzes do jardim, peguei algumas maçãs e comecei a andar pelo caminho de pedras que levava até o celeiro, Luminosità estava me olhando.

Me aproximei dela e acariciei seus pelos.

-Estava sentindo falta de mim, menina?-Ela relinchou e eu sorri.-Eu trouxe um presente para você.-Peguei uma maçã e aproximei de sua boca para ela morder.

Assim que já estava satisfeita ela relinchou e empurrou a cabeça para perto de mim, sorri satisfeita.

Eu tinha um cuidador que cuidava dela pela semana, quando eu não estava.

Sussurrei um boa noite e voltei para casa, subi para meu quarto e me joguei na cama, no meio da madrugada acordei com meu celular vibrando em cima da mesa.

Lorenzo:Aonde vc esta?!

Giulliana:Vc me acordou! Vai arrumar o que fazer!

Bloqueei o celular irritada e voltei a dormir.

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Acordei tarde, com alguém socando a minha porta, coloquei meu robe e desci descalça pela escada mesmo, abri a porta e olhei Lorenzo.

-Vá arrumar o que fazer!

-Você está brincando comigo? Eu cheguei em casa e vi que você não estava! Eu fiquei desesperado!

-Desesperado às quatro da manhã? Uau!-Disse com deboche, ele passou as mãos pelos cabelos.

-Você não deveria sair de casa!

-Por que? O médico me liberou, e eu ainda tenho pernas, quem é você para me impedir?

-Eu sou...

-Não termine, eu tenho mais o que fazer agora com licença!-Me virei e comecei a andar para dentro, Lorenzo me seguiu andando atrás de mim.

-Você é impossível!

-Sou mesmo! Se acostuma ou vai embora!

-Qual é o problema de morar comigo?

-É um tédio, e você sai a noite, ou seja eu tenho que ficar te esperando.

-Eu disse que não precisa esperar! Por que faz isso?-Porque? Eu não sei, só fico preocupada com ele, mas Lorenzo não precisa saber disto.

-Isso não vem ao caso!

Fui até a geladeira peguei o pote de geléia de uva, e peguei uma colher na gaveta e abri o pote de geleia enquanto Lorenzo ficava querendo argumentar.

-Você não pode andar por aí sozinha, a noite.

-Posso sim! Gravidez não é doença Lorenzo! Eu tenho uma vida ainda.-Coloquei a colher cheia de geleia na boca, e senti que faltava algo.

Voltei para a geladeira e peguei queijo e o ralador, coloquei queijo ralado na geleia, e assim que coloquei na boca senti como se fosse a melhor coisa do mundo.

-Isso é nojento!

-Você é nojento! Se ja terminou seu teatrinho de 'eu me preocupo', pode ir embora.

-Você vem comigo.-Disse simplesmente.

-Não!

-Para de ser teimosa, maledizione! Você não tem escolha!

-Eu tenho sim! Pare com isso! Ridicolo!

Senti um desconforto, seguido por um enjoo e corri para o banheiro, comecei a vomitar.

Lorenzo ficou na porta me olhando aflito, acho que ele nem sabia o que fazer. Me levantei e fui até a pia, escovei os dentes e suspirei.

-Sai Lorenzo!

-Você acabou de passar mal! Olha o que você está falando!-Ri sem humor.

-Eu ja passei mal duas vezes, e aonde você estava? Isso mesmo! Pegando qualquer biscate! Bebendo!-E minha raiva só aumentando.

Peguei minha pantufa e taquei nele, Lorenzo recuou alguns passos para trás.

-Giulliana!

-Sai daqui!-Eu berrei.

Ele saiu e eu suspirei derrotada, calcei minha pantufa novamente, voltei a comer a geleia com queijo.

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Lorenzo

Eu fiquei desesperado quando não encontrei Giulliana no apartamento, liguei para ela, que foi bem grossa comigo.

Precisei ir para casa dela, só para saber que ela estava bem.

Acabo de ser expulso de lá, estou dirigindo para a cada dos meus pais nesse momento.

Minha mãe estava na piscina tomando sol, e meu pai estava sentando ao lado dela com o notebook no colo.

Me aproximei dele e me sentei ao seu lado.

-Como vai a...

-Giulliana.-completei.-Bem, ela vai bem.

Ele assentiu e voltou a mexer no notebook, começamos a falar de negócios, e minha mãe ficou entediada e foi embora.

Meu pai aproveitou e se virou para mim.

-Espero que tenha tirado aquela ideia idiota de sair do plano agora.

-Não, eu não estou mais participando disto.-Ele ficou vermelho de raiva a e rugiu.

-Você não pode cair fora agora!

-Quem é você para impedir?

Me levantei, ja esgotado dele, sai deixando ele falar sozinho.

Comecei a dirigir e respirei fundo, Giulliana não merecia isto, além do mais a empresa é da família dela, como ele se sentiria se alguém o enganasse e tirasse nossa empresa da família.

Precisava me redimir com ela, pelo bem da criança que ela carregava no ventre, e por algo a mais...

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