Skyfall - Efeito Borboleta (...

بواسطة laribsss

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Quando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou espe... المزيد

AVISO
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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Segundo Livro
Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5)
O Turista
P.S.: Eu Te Amo
IMPORTANTE PRA CARALHO - DESCULPA O PALAVRÃO

Capítulo 30

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بواسطة laribsss

Era difícil trabalhar pra um Styles . Com a morte de Alexandre a MS Designs parou, e os funcionários foram dispensados. Então, numa manhã, do nada, receberam uma sms da chefe: "Estarei no ateliê em 30 minutos." Sem mais, sem menos. A correria foi total. Os funcionários chegaram no ateliê as pressas, checando tudo, conferindo suas próprias roupas, cabelos e adereços, deixando tudo impecável e esperando em fila. Quando Melanie entrou, toda de preto e com um blazer grafite por cima, os olhos azuis cobertos por um óculos aviador escuro, a mudança foi notável. Ninguém sabia se devia dar os pêsames, ninguém se atrevia, então todos esperaram. Melanie nunca fora doce pra ninguém, mas podia se notar no modo de andar dela, na cor da pele: Algo havia morrido nela.

Melanie: Eu quero um relatório do que houve na minha ausência, pra ontem. Liguem pros fornecedores, quero posicionamento sobre as amostras de tecido que ficaram pendentes. Tem 03 croquis que eu quero já um esboço em manequim antes do fim do expediente. - Entrou, falando, sem ao menos dar bom dia e nem tirar os óculos. Os funcionários a acompanharam, calados e ansiosos, engolindo cada palavra - E tirem essa faixa da frente do meu ateliê. - Encerrou.

Os funcionários se adiantaram, apressados, e logo o ateliê estava a pleno vapor. A faixa foi retirada da frente do ateliê. Melanie não saiu pra almoçar, trabalhando febrilmente. Só parou ao receber visitas, à tarde.

Madison: Como assim você decidiu ficar? - Perguntou, escandalizada.

Sophia: Tínhamos certeza de que você ia embora assim que se recuperasse. - Emendou.

Melanie: Não me foi dada escolha. - Disse, assinando um relatório e respirando fundo. - Não enquanto a empresa do meu pai estiver nas mãos daquele desgraçado. - Concluiu, apanhando outro papel. - Ele me criou pra ser forte, então eu vou ser.

Sophia: Melanie. - Disse, exasperada. Melanie a olhou, o branco do olho ainda irritado pelo choro, a iris azul parecendo fria. - Nada do que você fizer agora vai trazer seu pai de volta. - Melanie não se abalou.

Melanie: Eu sei. Mas se eu posso impedir que Harry pise no nome dele, eu vou impedir. - Disse, decidida - Senão eu o desonro. Senão o trabalho e a morte dele foram em vão. Senão o que Harry me fez ficará imune.

Madison: E o que você pretende fazer? - Perguntou, ninando Clair. A menina olhava a paleta de amostras com tecidos coloridos, interessada, a mãozinha na boca - Harry não vai abrir mão.

Melanie: Sei que não. - Disse, baixando o rosto pro papel, e Madison revirou os olhos, erguendo Clair e pondo a menina no colo de Melanie, entre os papeis. Melanie amparou a bebê, por reflexo, e Clair riu, travessa, toda fofinha em um macacão rosa claro. Melanie encarou a menina, que costumava ser seu xodó no que pareciam ser vidas atrás, como se o riso inocente de uma criança fosse algo incabível nessa altura.

Sophia: Isso não é saudável. - Disse, tirando o cabelo do rosto - Ele não vai vender, você não vai desistir. Me mostre um modo disso ser possível. - Pediu, preocupada.

Melanie: Um passo por vez. - Disse, estudando Clair, que a olhava, muito a vontade.

Sophia: E o primeiro seria...?

Melanie: Reconquistar a confiança do meu marido. - Disse, abrindo um sorriso pra menina. Não se refletia em seus olhos. Clair olhou, com uma desconfiança fofa - Fazer com que ele acredite que voltamos a nossa rotina normal.

- Senhora ? O carregamento de amostras chegou.

Melanie: Me dêem um minuto. - Disse, se levantando e entregando Clair a Sophia, saindo desfilando nos saltos.

Sophia: Não gosto disso. - Disse, ninando Clair, aflita - Não gosto nada disso.

Madison: A paixão dela virou ódio. - Disse, observando Melanie que observava os empregados tirarem amostras de tecido com um olhar duro que lembrava o de Harry, ironicamente.

Sophia: Nada bom. - Assinalou.

Madison: Se ele a tivesse amado de volta... Eles seriam invencíveis. - Disse, olhando Melanie - Mas agora que estão um contra o outro, no mesmo nível, é só uma questão de tempo até que se destruam.

Como que para confirmar as palavras de Madison, uma estagiaria, nervosa, deixou escorregar uma caixa do lado de Melanie. Várias amostras de tecido caíram no chão, se desorganizando. Melanie pareceu não ver por um instante, olhando pra frente, então olhou a menina, que catava as amostras, nervosas. Seu olhar era gélido. A menina caiu no choro e se levantou, saindo as pressas. Melanie respirou fundo e voltou sua atenção pro representante, que ainda falava, e dois empregados foram organizar as amostras misturadas. Parecia que Harry havia encontrado um inimigo a altura.

A noite foi silenciosa. Melanie se dopou, então chorou em silencio, sozinha, até dormir. Só em lembrar no tumulo de mármore branco, saber que seu pai já mais voltaria, que jamais voltaria a ouvi-lo chamar de "princesa", independente da idade dela, a causava uma dor lancinante, como se alguém tivesse enfiando a mão no seu peito e tentando arrancar seu coração fora.

Ela chorava antes de dormir e chorava ao acordar, no banho, motivo pelo qual ia pro trabalho de óculos escuros. Entrou no ateliê, usando um vestido preto simples com um cinto grafite e parou na porta do seu escritório, erguendo a sobrancelha.

Melanie: Vim pro prédio certo? - Perguntou, voltando um passo pra olhar o ateliê que já funcionava a pleno vapor. Louis riu, muito a vontade, sentado na cadeira dela.

Louis: Vim ver você, ternura. - Brincou e Melanie revirou os olhos, tirando os óculos.

Melanie: Fora do meu lugar. - Disse, largando a bolsa de lado e Louis se levantou, se curvando.

Louis: Alteza. - Disse, tentando animá-la, e ela passou por ele, o rosto em uma expressão debochada, se sentando. Ele sentou em frente à mesa - Como você está?

Melanie: Viva. E você? - Perguntou, fingindo interesse. Louis sorriu.

Louis: Vivendo o sonho. - Dispensou. Ela abriu a agenda dela, olhando os horários - Harry me disse que você voltou a trabalhar, quis ver com meus olhos.

Melanie: Você me deve 15 milhões e 700 mil dólares. - Lembrou, cortando o papo dele. Louis piscou os olhos, divertidos. Perdera isso pra ela em Las Vegas.

Louis: Sei disso. Ia tratar do assunto mais tarde. - Melanie o olhou sugestivamente, indicando que não queria falar de sentimentos - Tudo bem, como a senhora quiser. Onde quer que eu deposite a quantia, sendo que você não tem conta no banco?

Melanie: Não quero um deposito. Quero que você me faça um favor. - Disse, abrindo uma gaveta.

Louis: Ordene. - Disse, intrigado.

Melanie: Saque o valor da sua conta em dinheiro vivo. Leve até esse local. - Disse, passando um envelope pardo pra ele. Louis abriu, virando na mão, e caíram um molho de chaves, um papel com um endereço e uma combinação de números - Lá você vai encontrar um cofre, já com uma boa quantia. Deixe o dinheiro lá, queime esse papel e me devolva as chaves.

Louis: Que lugar é esse? - Perguntou, sem reconhecer o endereço.

Melanie: Um lugar que Harry não pode alcançar. - Disse, simples - E ele não deve saber, em hipótese alguma.

Louis: Obviamente. - Disse, animado com a "missão" - É dinheiro demais. Tem certeza?

Melanie: Absoluta. É seguro. Só não deixe ele saber. - Louis assentiu.

Louis: Lhe darei mais 300 mil só pela criatividade. - Disse, intrigado, olhando o endereço. Melanie franziu o cenho, olhando-o - Eu sou do Texas. Eu exagero. - Melanie revirou os olhos. Louis enchia o saco falando do Texas.

Melanie: Foda-se o Texas, Louis. - Disse, com um suspiro, e ele riu - Temos um acordo? - Perguntou, erguendo a mão, o diamante da aliança de noivado refulgindo ali.

Louis: Acordo. - Disse, apertando a mão dela.

Parece que, além de vingança, que já era a moeda corrente, estava aberta também a temporada de segredos.

**

Um mês depois...

Louis: Alteza. - Melanie se virou. Estivera dando uns retoques em um manequim.

A MS Designs nunca produzira tanto. Atrizes, cantoras, pessoas famosas, os pedidos não paravam de chegar. Algumas lojas entraram em contato, propondo a Melanie o lançamento de uma linha mais popular, para ser vendida em varejo, mas Melanie se negou terminantemente: Ela só vestiria o topo do topo. E assim foi. Ela e Louis entraram na sala dela, e ele mexeu na pasta.

Louis: Está feito. 16 milhões. - Disse, entregando o molho de chaves a ela.

Melanie: Alguém viu você? - Perguntou, observando-o.

Louis: Está me insultando. - Melanie sorriu de canto - Isso aqui está dando certo, não é? - Perguntou, folgado, se sentando. Melanie ergueu a sobrancelha com o descaso dele.

Mas Louis continuava sendo agradável. Louis, Clair e Greg eram as poucas pessoas que conseguiam tirar Melanie da sua resignação, e ela chegara a conclusão de que era porque Louis não deixara de ser criança por completo. Mesmo sendo expulso dezenas de vezes ele continuou lá, conversando fluentemente como se fosse correspondido. Até que Melanie parou de alfinetá-lo, observando-o.

Melanie: Você me acha bonita?

Louis: ...Então eu avisei que faríamos uma linda festa no jardim e ele não seria convidad... É o que? - Perguntou, estranhando.

Melanie: Você me acha bonita? - Repetiu, parecendo curiosa com algo.

Louis: Você é linda, não é questão de achar ou deixar de achar. - Disse, obvio. Melanie se levantou, indo até a porta e trancando-a. Louis girou na cadeira, observando, e ela se aproximou.

Melanie: Me beije. - Disse, direta, e ele pestanejou, os olhos incrivelmente azuis confusos.

Louis: Não ouvi. - Respondeu, optando por se fazer de desentendido. Melanie se aproximou, se inclinando na cadeira dele, se segurando nas bordas, os braços protegidos pelo cardigã preto, encarando-o. Ela falava sério.

Melanie: Você me acha linda. - Disse, e ele a observou, tentando acompanhá-la. Essa era a vantagem de ser amigo de Melanie: Nunca se sabia qual era o próximo passo. - Agora seja homem e me beije. - Disse, simples, com um sorriso de canto.

Louis: Não vou fazer isso. - Disse, mas a encarava. - Você é doente. - Lembrou. Melanie franziu o cenho.

Melanie: Está me ofendendo. - Disse, os dois sem perder o contato dos olhos.

Louis: Essa sala tem câmeras. - Lembrou.

Melanie: Eu desliguei. - Sussurrou, o perfume dela o alcançando.

Louis: Não vou trair Gemma. - Disse, decidido. Melanie sorriu de canto.

Melanie: Um beijo. Só um. Eu só quero ver algo. - Garantiu - Vai ser nosso segundo segredinho. - Louis olhou de um olho dela pro outro, parecendo intrigado.

Louis: O que você quer ver? - Perguntou, quieto.

Melanie: Segredo. Diga que você não quer testar o perigo. - Disse, sorrindo de um modo enigmático - Só me beije. Ou tem medo demais de Harry pra isso?

Louis: Não tenho medo de Harry. - Negou.

Melanie: Pois eu estou te desafiando. - Disse, e viu os olhos dele se estreitarem - Só me beije.

Louis: Um beijo. - Ressaltou, firme. Não levaria adiante, nem tampouco trairia Gemma. Não considerava beijo traição. Melanie assentiu, solene.

Ele assentiu, encarando-a por um instante, então avançou pra ela, se levantando, uma das mãos em seu cabelo, beijando-a. Melanie arfou, mergulhando no beijo dele, correspondendo-o com toda a vontade que podia reunir. Uma mistura curiosa e explosiva, é claro. Basta esperar o resultado.

Só que não seguiu o curso natural. No inicio, na força do impulso, foi gostoso, então o corpo dela pareceu notar que não era Harry. De repente os braços, segurando, estavam sufocando-a. Ela não conseguia sair. Os ouvidos dela começaram a zunir, uma vertigem desagradável tomando conta dela... E uma brisa de ar frio, do ar condicionado, a atingiu. Louis a havia soltado e se afastado, agora amparando-a.

Louis: Eu avisei. - Disse, sem parecer arrependido entretanto. Melanie rosnou, se odiando.

Melanie: Que MERDA! - Xingou, dando a volta na mesa.

Louis: Você está bem? - Perguntou, observando-a se sentar - Quero dizer, se eu precisar levar você pro hospital e explicar como você passou mal, Harry me mata e Gemma me larga. Não sei exatamente em qual ordem.

Melanie: Louis, cale a boca. - Disse, de olhos fechados, deixando o ar condicionado resfriar seu cérebro. Era de se esperar que nessa altura aquilo já tivesse passado...

Louis: Talvez se você me odiasse... - Especulou, já divertido novamente. Ela não ia ter um troço.

Melanie: Eu disse "cale a boca" - Repetiu, amarga.

Louis: Então talvez... - Ele parou, pensando consigo mesmo - Oh. É isso. - Disse, sem sorrir, sério, como se não quisesse perder o fio do pensamento.

Melanie: Isso o que? - Perguntou, ainda de olhos fechados.

Louis: Você testa pra saber se consegue ficar com outro homem, você estoca dinheiro... - Melanie abriu os olhos azuis, frios, encarando-o - Essa é a resposta do enigma: É uma apólice de seguro. Você vai fugir. - Concluiu.

Melanie: Acho que é hora de você ir embora. - Disse, observando-o.

Louis: Você vai fugir? - Perguntou, admirado.

Melanie: Se fosse de fugir, teria ido dois anos atrás. - Dispensou - Só acaba quando um dos dois perder. - Disse, seria. Louis assentiu uma vez, desistindo de entender.

Durante os meses que vieram, Louis esperou pela noticia da fuga de Melanie, mas essa nunca ocorreu. Harry a observava, esperando uma reação, mas Melanie parecia conformada em sua rotina: Acordava, trabalhava, dormia. Melanie não melhorou. A dor pela morte do pai era uma ferida aberta, e ele a ouvia chorar todas as noites, até cair no sono. Desistiu de prestar atenção depois de algumas semanas, e quase três meses depois tudo havia caído na rotina de novo. Os olhos dele não estavam mais sobre ela. Ele não esperava mais nada: Era isso que ela estava esperando.

**

Harry acordou, de manhã, e se aprontou pra ir trabalhar. Ao sair ouviu o som do chuveiro de Melanie, como era todos os dias. Melanie conhecia a rotina dele. O chuveiro estava aberto e ela, com uma camisola azul marinho e um hobby de seda da mesma cor, estava encostada na parede do banheiro, esperando.

Todos os dias Harry acordava, tomava banho, se aprontava, então ia pra cozinha, tomava café, voltava pro quarto, escovava os dentes, fazia uns últimos retoques, e ia pro escritório, apanhar suas coisas. Ele voltava com uma xícara de café, chamava o elevador, terminava o café, apanhava o celular e as chaves, então pegava o elevador e ia embora. Melanie esperou, e ele fez tudo aquilo. Quando ela ouviu o sino do elevador, que indicava que ele estava na cozinha terminando o café, correu. Havia roubado a chave de segurança dos funcionários da manutenção na noite anterior. Ela parou em frente ao elevador, digitando números aleatoriamente. Cinco tentativas e o elevador desceria, ele disse...

Na quinta ela ouviu o elevador descer. A porta se travou, como ela esperava, e ela enfiou a chave de segurança, abrindo-a. O elevador continuava no térreo, 40 andares abaixo, mas a porta estava destrancada. Harry viria, como todos os dias, apertaria o botão, ela abriria, ele entraria por impulso...

Melanie sorriu, um sorriso que não aparecia nos olhos e correu de novo, voltando pro quarto. Logo ele viria, e se ela estivesse ali meses de preparação estariam perdidos. Ela voltou pro quarto, guardando a chave e foi pro banheiro, fechando o chuveiro. Não, hoje merecia um banho de banheira. Ela abriu a água, se olhando no espelho enquanto a banheira enchia. Em segundos, agora... Ele gostava de brincar com poços de elevador; Oh, ele a içara naquele mesmo poço uma vez! Vamos ver se ele gostaria quando fosse o chão dele a sumir debaixo dos pés.

Melanie fechou a torneira. Não queria que o barulho da água a privasse de nada. Tirou o hobby, tranquila, e se abaixou, passando a mão na água, como que em uma caricia. O sino do elevador de longe. Um instante de silencio e um grito que fez eco. Ela riu consigo mesma, sentada no chão, as unhas bem feitas traçando a água... Jurava ter ouvido o barulho de algo quebrando...

Então um xingo abafado, e ela ergueu os olhos, olhando a porta. Demorou uns instantes, então, do nada, Harry apareceu na porta, lívido. O braço do terno havia rasgado, a camisa branca estava toda amassada, suja, e ele segurava o pulso direito, parecendo querer imobilizá-lo. Ele voltara da cozinha, distraído com o celular, e chegara a tomar impulso pra entrar no elevador. Viu o buraco do poço a tempo, mas já havia tomado impulso, e derrapou. O celular caiu, virado farelos lá embaixo, mas ele se salvou, se agarrando nas paredes. Após o susto foi só pular pra dentro de novo, era forte o suficiente pra isso. Levou alguns segundos pra entender aquilo, olhando o buraco do elevador. Ele chamara, ouvira o elevador chegando. Só fora na cozinha por segundos, o tempo de deixar a xícara lá e voltar, então o elevador já não estava. A única opção pra isso acontecer era se o elevador tivesse descido... Mas assim a porta travaria... E a única opção pra porta se destravar era a chave de segurança, e só ele a tinha... Ele e a equipe de manutenção, que não estava ali... Isso não importava. A única alternativa era que alguém dentro do apartamento tinha dispensado o elevador e destrancado a porta. Gail estava na cozinha com ele.

Só restava uma pessoa no apartamento. E ela, após olhar o estado dele, sorriu, deliciada.

Harry: Você. Tentou. Me. Matar. - Rosnou, transformado de ódio, e ela sorriu.

Melanie: Eu? - Perguntou, se preocupar em esconder o sorriso.

Harry: O contrato... - Ofegou, se aproximando.

Melanie: Oh, estou tão preocupada com o contrato... - Suspirou, falsamente aflita, sorrindo em seguida.

Harry: Você não podia. - Grunhiu, os olhos dilatados de fúria.

Melanie: Sou uma garota muito má, não sou? - Provocou, piscando pra ele. Harry sorriu de canto, observando-a.

Harry: Esse é o jogo que estamos jogando agora? - Melanie sorriu, tranquila - Tudo bem então. É minha vez. - Acrescentou, a voz tão suave como uma caricia.

Melanie mal viu o movimento, e havia sido erguida do chão. Estivera sentada, agora estava de joelhos. Sentiu a mão dele entrando em seus cabelos, como já sentira em inúmeras noites, mas agora não era uma caricia. O aperto era agressivo, violento, não havia paixão. As mãos dele, entretanto, tiveram que buscar duas vezes pra se fincar entre os fios como ele queria, e ela riu de leve.

Melanie: Não sobrou muito, não foi? - Comentou, tranquila, erguendo os olhos pra ele. Ele sorriu.

Harry: Sobrou o suficiente. - Garantiu, totalmente simpático.

E a cabeça dela afundou. Melanie piscou duas vezes, entendendo a situação: Ele ia afogá-la. Ia afogá-la na banheira que ela encheu. Bom, ia dar trabalho. Ela se segurou nas bordas e prendeu a respiração, sabendo que lutar contra ele só ia diminuir o tempo que tinha. Precisava aguentar o suficiente pra fazê-lo puxá-la de volta. E assim foi. Ela passou os dois minutos que vieram parada, olhando o fundo da banheira, os pulmões se contraindo desesperadamente em busca de ar... E ele a puxou de volta. A água espirrou nos dois e ela tragou o ar com a boca, com força o suficiente pra se engasgar, o cabelo ensopado colado no rosto.

Melanie: Não vai me dizer... - Arfou, o peito subindo e descendo desesperadamente, tragando o máximo de ar que pudesse antes dele lançá-la na água de novo - ...Que um poço de elevador... Assustou você?

Harry: Não, o que me irritou foi o seu cheiro que ficou preso lá. - Debochou, enfiando a cabeça dela na água de novo.

Melanie segurou de novo, mas depois de um tempo não teve mais como conter.

As narinas dela deixaram a água entrar contra sua vontade, o pulmão que esperava por ar rejeitou a água e ela perdeu a briga. A água entrou em golfadas pela boca dela, que brigou com o fundo da banheira, tentando emergir, perdendo totalmente pra força dele... E ele a puxou de volta. Ela engasgou, cuspindo águam, mas riu em seguida.

Melanie: Quem vê... Acha... - Ela parou pra tossir, e ele esperou, sorrindo docemente - Que você... Está com pena... De me matar. - Alfinetou, sorrindo.

Harry: Oh, eu pensei que mulheres gostassem das preliminares. - Disse, falsamente intrigado - Mas se você prefere ir de vez, por mim tudo bem. - Aceitou, e a cabeça dela afundou de novo.

Nos próximos minutos Melanie lutou, primeiro se privando de ar, depois lutando contra o fundo da banheira. Seus pulmões ardiam, cheios d'água, haviam pontos pretos na visão dela... E o sino do elevador tocou. Ela mal ouviu: Só tinha uma das orelhas fora d'água, mas a luta dos dois (a dela pra emergir e a dele pra mantê-la na água), e ela riu debaixo d'água. Ele a puxou de volta, e ela engasgou, cuspindo água, um filete grosso de sangue escorrendo do nariz, pálida.

Melanie: Que foi... Desis... Desistiu? - Perguntou, debochada.

Anne: Harry? - Chamou, a voz se aproximando. Ele saltou, escorregando pra fora do banheiro, e Melanie escorregou pro chão tossindo e limpando o sangue do nariz, respirando como se nunca tivesse tido a chance.

Frustração e ódio definiam Harry. Ele tirou o terno rasgado, ficando com a camiseta molhada e foi atender a mãe. Anne estava na sala com Perrie e Madison. Ele se tranquilizou o máximo que pôde, antes de aparecer (ignorando o fato de que estava ensopado).

Anne: Querido, o que houve? - Perguntou, preocupada.

Harry: Eu... O que? - Perguntou, irritado demais pra conseguir uma fachada perfeita.

Perrie: Ouvimos um grito lá debaixo, parecia vir poço do elevador. Porque você gritou? - Perguntou, preocupada.

Harry: Não gritei. - Negou, imediatamente.

Perrie: Eu conheço sua voz. - Dispensou, revirando os olhos.

Harry: Não gritei. - Disse, os olhos duros pousando na prima.

Madison: E você está todo molhado, além de estar atrasado, por que...? - Perguntou, segurando uma Clair fofinha em uma calça de algodão listrada e meias rosas, com uma blusinha branca. Harry a olhou, buscando uma resposta valida, então...

Melanie: A água vai esfriar! - Disse, a voz risonha vindo de dentro do quarto. Todos na sala olharam e viram ela chegando, divertida - Querido, o que fo... Oh.

Melanie tinha terminado de se molhar. Quando ele a soltou ela só tinha o busto da camisola molhado, mas agora ela podia bem ter mergulhado na água, a seda azul marinho molhada e grudada na pele. O sangue do nariz sumira, e ela saira. Parou de rompante ao "ver" as visitas, se cobrindo. Anne pareceu sem graça, Madison ergueu a sobrancelha e Perrie parecia ter levado uma bolacha.

Melanie: Me desculpem, eu não... - Ela olhou o marido, corando descaradamente enquanto vestia o hobby apressadamente - Eu não ouvi... Eu pensei que você... Me desculpem. - Disse, tão genuinamente sem graça que era difícil duvidar. Ela se escondeu atrás de Harry, se tapando. Ele, muito autenticamente, a abraçou com um braço. Um típico casal pego no flagra. Era impressionante de tão autentico.

Anne: Não, querida. Me desculpe você. - Disse, sem graça. Madison encarava Melanie, quieta.

Perrie: Nós ouvimos um grito. - Lembrou.

Melanie: Grito? Lá embaixo? - Ela encarou Harry, os olhos azuis confusos.

Harry: Você me molhou. - Lembrou, e ela ergueu as sobrancelhas, parecendo se lembrar - Não achei que tinha gritado tão alto.

Melanie: Desculpem se assustamos vocês. Era uma... Brincadeira. - Disse, tímida, os cabelos molhados emoldurando o rosto.

Anne: Tudo bem, tudo bem, desculpem. Nós só nos preocupamos, mas não foi nada. Vamos. - Disse, dando a volta.

Madison olhou Melanie, em uma pergunta muda, mas deu as costas, levando Clair. Perrie encarava Harry, raivosa, então olhou Melanie. Melanie sorriu de canto e piscou pra rival, e Perrie deu as costas. Logo os dois estavam sozinhos na sala. Melanie se afastou de Harry, respirando fundo.

Harry: Porque me acobertou? - Perguntou, vendo-a tirar o cabelo molhado do rosto. Ela o encarou, terna, e se aproximou, ajeitando a gola da camisa estragada dele. Havia carinho demais pra alguém que quase fora afogada.

Melanie: Porque esse é o jogo que estamos jogando agora, querido. - Citou, sorrindo docemente - E é minha vez. - Lembrou, beijando o nariz dele e saiu da sala, totalmente senhora de si, sumindo no corredor, sobre o olhar dele.

Salve-se quem puder.

**

Nas semanas que se seguiram, Harry esteve atento a cada passo que dava. Melanie estava tranquila demais pro gosto dele.

Devido à gracinha dela com o elevador, ele tivera que imobilizar o pulso direito com uma tala azul marinho, o que impossibilitava que ele assinasse algo, e dificultara sua vida em um nível indescritível. Mas ele não reclamava. Foi um milagre ele ter conseguido se segurar, sendo que já havia derrapado pro buraco. Ela parecia muito tranquila, levando sua grife a plenos vapores. Ele esperava pelo próximo movimento dela, mas ela não parecia apressada. Ele estaria pronto. E estava. Todos os dias, antes de dormir, Harry tomava um copo de uísque. Servia pra desligá-lo, já que a cabeça dele vinha cheia de problemas até então. Ele terminava tudo, tomava banho, bebia seu uísque e ia pra cama. Ele saiu do quarto, rumo à copa, mas parou na porta. Melanie virava um frasquinho de um liquido transparente dentro do uísque. Ele se escondeu, observando. Ela despejou todo o conteúdo na garrafa, agitando-a e depois a deixou lá, apanhando seu suco de laranja e saindo. Ele se escondeu, voltando ao quarto, e ela foi pro piano. Quando Harry saiu, logo depois, ela tocava, seu copo de suco em um porta copos em cima da madeira do piano enquanto ela tocava, uma melodia doce, tranquila, que não refletia seu estado de espírito. Harry se serviu do seu uísque e se amparou no piano, observando-a. Melanie tocou por mais alguns minutos, então parou, erguendo os olhos.

Melanie: Posso ajudar, querido? - Perguntou, terna.

Harry: Beba isso. - Disse, escorregando o copo com uísque por cima do piano. Ela ergueu a sobrancelha.

Melanie: Não bebo álcool. - Lembrou, obvia, e ele sorriu.

Harry: Respeito isso. Respeitei. Até hoje. - Disse, apanhando o copo de suco dela - Hoje à noite você vai beber.

Melanie: Se eu beber isso, vou passar mal. Talvez morrer. Você quer outro escândalo? - Perguntou, tranquila.

Harry: Beba. - Ordenou, duro.

Melanie: Não. - Rejeitou, na mesma hora.

Harry: Sabe por que você vai beber? - Perguntou, puxando-a pelo braço e fazendo-a se levantar - Porque se você quer envenenar alguém, precisa se assegurar de fazer isso direito.- O olhar dela endureceu, e ele sorriu - Então nós vamos brindar, você vai beber o que preparou pra mim, ou eu vou forçá-lo na sua garganta.

E ele apanhou o copo de uísque, colocando-o na mão dela e fazendo-os brindar. Melanie permaneceu, petrificada, com o copo na mão, vendo ele virar seu suco de uma vez só.

Harry: Beba. - Ordenou, apontando o copo.

Melanie: Já disse que não. - Disse, devolvendo o copo ao piano.

Harry: Agora. - Confirmou a ordem, colocando o copo na mão dela de novo. Melanie o encarou, impassível - Beba!

Ela o encarou, resignada, então depois de alguns segundos algo mudou nela. O olhar se tornou leve, e ela sorriu de canto.

Melanie: A sua saúde, então. - Disse, erguendo o copo em um brinde e virando-o na boca. Fez uma careta, com um esgar ao engolir - Cristo, isso é horrível. - Disse, com uma carinha fofa, limpando os lábios.

Harry: Eu vi você. - Cuspiu, raivoso - O que você achou, que ia me envenenar e ficar por isso mesmo?

Melanie: Se você quer derrubar a rainha você precisa pensar como ela. - Disse, a voz suave, ainda sorrindo - A rainha saberia que você veria, saberia que seria impulsivo o suficiente para querer fazê-la, literalmente, provar do próprio veneno.

Harry: Do que está falando? - Ela se aproximou, sorrindo de canto.

Melanie: Pensando como a rainha você saberia o que ia acontecer. Era mais que obvio que você não ia beber o sabia que eu havia preparado. - Explicou, paciente. Harry piscou, cambaleando.

Harry: Os copos... - Constatou, os olhos abertos em placa, agarrando a garganta.

Melanie: Você nunca achou que eu envenenaria a mim mesma, então você foi imprudente. - Disse, segurando-o de pé - Mas se rainha é imprudente, o que será de seus súditos? - Perguntou, tranquila.

Harry: Você me matou. - Disse, rouco, e ela sorriu de canto.

Melanie: É assim que a história acaba. - Concluiu, serena.

Ela o soltou, e no mesmo instante ele cambaleou, caindo aos pés dela. Ainda arfou algumas vezes, piscando febrilmente como se quisesse apagar a imagem a imagem dela de sua retina, então desfaleceu, derrotado. E não houve mais nada.

**

Melanie: Ele bebeu meu copo. - Disse, tranquila, na emergência do hospital.

Liam: Seu copo? - Repetiu, os olhos sondando-a.

Melanie: Meus remédios estavam no suco. Ele veio, me fez beber o uísque dele, e bebeu meu suco. - Repetiu, fiel.

Niall: É o que está nas fitas de segurança. - Confirmou, quieto. As fitas, infelizmente, não tinham áudio, só vídeo. Não dava pra saber qual fora a conversa.

Liam: Ele sabia que os remédios estavam lá? - Perguntou, quieto.

Melanie: Eu falei, mas ele não acreditou. - Mentiu, tranquila. - Posso vê-lo?

Niall: Minha mãe está lá, ele não acordou ainda. - E com esperança não acordaria, concluiu Melanie em pensamento. - Nós dissemos que foi algo no uísque.

Ela esmagara uma mão dos seus remédios e colocara no suco. O deixaria ali até morrer, mas a segurança viu Harry cair, e dentro de poucos minutos Liam estava lá. Ela atuou perfeitamente o papel da esposa desesperada, enquanto intimamente torcia pra que ele não voltasse. Foi levado as pressas pra emergência, onde Liam assumiu o problema. Ao chegar ao quarto Anne estava do lado da cama, segurando a mão boa de um Harry branco feito a morte, com um tubo de oxigênio no nariz, um de soro no braço, os lábios pálidos, desacordado e monitorizado.

Melanie: Oi. - Disse, se aproximando e tocando o ombro de Anne. Essa secou o rosto, ainda segurando a mão do filho. Melanie se perguntou se devia sentir remorso ao ver aquilo. Não sentiu.

Anne: Oi, querida. - Disse, rouca.

Melanie: Ele reagiu? - Perguntou, fingindo preocupação.

Anne: Não. - Fungou, acariciando o rosto de Harry, que não se abalou - Eu sempre digo pra ele não beber, mas nunca me ouve, e olhe só...

Melanie: Ele não tinha como saber. - Ela reprimiu o sorriso - Vai dar tudo certo.

Anne: Liam disse que fizeram uma lavagem, e que resta esperar, mas não suporto vê-lo assim... Tão quieto, tão pálido... - Lamentou, acariciando o rosto do filho - É o segundo dos meus filhos mais parecido com Des. - Disse, carinhosa.

Melanie: Quem é o primeiro? - Perguntou, mais pra consolar Anne do que por curiosidade.

Anne: Gemma. - Sorriu, secando o rosto de novo - Levou os cabelos e os olhos do pai. Os meninos puxaram mais a mim, mas Harry lembra Des. Sempre foi teimoso como o pai, também. - Disse, carinhosa.

Melanie: Você devia descansar. Eu vou ficar aqui. Aviso se ele acordar. - Aconselhou, passando a mão no braço da outra.

Anne: Não. Vou ficar. - Disse, decidida, como se a recuperação de Harry dependesse disso.

**

E ela ficou. Melanie a convenceu, horas depois, a se deitar no sofá, e ela adormeceu, relutante, confortável entre os travesseiros e enrolada em um edredom que Liam mandara levar. Melanie ficou parada, amparada nos pés da cama, olhando Harry. Não tomara o remédio, já que bebera o uísque, e passou as horas no mesmo lugar, o rosto duro, os olhos azuis pousados nele, esperando o momento em que o monitor avisaria que ele perdera a luta... Mas não aconteceu. De madrugada, entretanto, ouve uma novidade. Um segurança apareceu, tirando Melanie de sua sentinela.

Melanie: O que é tão importante ao ponto que eu preciso deixar meu marido só? - Perguntou, se abraçando. Ela abriu um sorriso estonteante ao ver qual era o problema.

Perrie fora proibida por Liam, que fora passar a noite em casa, de entrar no hospital. Não havia nenhum  ali agora, exceto Anne, todos foram dormir. Uma vez que Liam assegurara que Harry não acordaria durante a noite, não havia porque ficar... Exceto por Melanie.

Melanie: Pois não? - Perguntou, chegando na portaria, os bolsos dentro do bolso do sobretudo preto, fechado.

Segurança: Sra. Styles, desculpe o incomodo. - Melanie assentiu - Mas a Srta. Edwards insiste em visitar o Sr. Styles , e nós temos ordens expressas para proibir a entrada dela...

Perrie: Esse hospital é meu! - Rosnou, ultrajada.

Melanie: Não é não. - Cortou, achando graça - Shhh. Continue. - Disse, olhando o segurança.

Segurança: Ela insiste que o hospital é dela, mas eu me reporto ao Sr. Liam, e foi ele quem proibiu a entrada. - Disse, parecendo irritado - Tive esperanças de que a Sra. pudesse ajudar.

Melanie: Isso é hora de criar tumulto, Little P? Não te deram educação? - Perguntou, divertida.

Perrie: O que você fez com ele?! - Perguntou, furiosa. Melanie riu, o vento frio da cidade tirando os cabelos curtos do rosto.

Melanie: Muitas coisas. - Alfinetou, maldosa - Curiosamente, nenhuma delas lhe diz respeito. Ele vai ficar bem. Pode voltar pra sua esquina e esperar até ele estar  livre . - O segurança a olhou, surpreso.

Perrie: Eu vou entrar para vê-lo. - Disse, decidida.

Melanie: Não vai, não. - Disse, totalmente divertida - Você não quer que eu acorde Liam. Ele pode se irritar e resolver soltar Sophia em você. - Advertiu, falsamente séria.

Perrie: Foda-se Liam. Eu vou atrás da minha tia, e quero ver ele me proibir quando eu voltar com ela. - Disse, pegando o celular. Melanie deu dois passos na direção de Perrie, os saltos pretos fazendo "clique" no chão lustrado.

Melanie: Anne está dormindo no quarto de Harry. - Disse, tranquila - Se é pra usar ela como artifício, eu sei de algumas coisas sobre você e o filho dela que não a agradariam. Não me irrite, ou eu posso deixar escapar. - Completou, terna. Perrie rosnou, o celular parado na mão - Seria um escândalo.

Perrie: Você não se atreveria. - Disse, mortificada.

Melanie: Todos os  estão fora, eu estou aqui, Harry está fora de circulação. É só questão de acordá-la e chamá-la pra conversar. - Disse, a voz suave, os olhos gelados - Não me teste.

Perrie: Eu vou vê-lo. - Disse, decidida.

Melanie: Você vai pra casa, e vai parar de encher o saco. Eu vou ficar aqui com o meu marido, porque esse é o meu lugar. - Disse, jogando a fachada pra cima - São 3 da madrugada, tenha dó. - Ela se virou pro segurança - Ela não entra. Chame a policia, se insistir. - Disse, dando as costas e saindo dali.

**

A manhã veio e Harry não acordou. Liam o examinou, então levou a mãe a força pra tomar café. Gemma fora até lá, assim como Madison, mas não havia muito o que fazer. Logo Melanie ficou sozinha com Harry de novo. Após alguns minutos ele gemeu, a mão se levantando. Ela se aproximou da cama, tranquila.

Melanie: Bom dia, querido. - Disse, sorridente. Ele piscou, focalizando o lugar e a olhou.

Harry: O que...

Melanie:Você está no hospital. - Informou - Estou aqui, como a boa esposa que sou, tomando conta de você. Vai que alguém tentasse te matar eletrocutado? - Alfinetou, falsamente temerosa.

Harry: O que tinha naquele copo? - Perguntou, os olhos duros. Se sentia fraco, a cabeça pesada, as pálpebras lutando pra se fechar.

Melanie: Segredo. - Disse, e ele estreitou os olhos - Vou chamar sua mãe, ela está aflita por você. - Disse, dando as costas. Quando ela parou na porta de correr, puxando-a, ele a chamou.

Harry: Melanie? - Ela o olhou - É a minha vez. - Avisou, tranquilo, e ela sorriu de canto.

Melanie: Oh, estou contando com isso. - Disse, divertida, e ele assentiu uma vez, sorrindo de volta. Ela saiu e ele respirou fundo, abrindo e fechando a mão, tentando recuperar as forças.

E pelo visto, aquilo seria levado ao extremo: Os jogos só iam parar quando um dos dois perdesse. Que vença o melhor, então.

**

Um ano se passou. Melanie tocou sua grife, que agora encabeçava as mais famosas do mundo, e ao mesmo tempo cuidou da empresa do pai, que prosperava. Vários "acidentes" que poderiam ter ocasionado mortes decorreram nesse tempo. Havia gasolina na garrafa de uísque, acido no frasco de perfume, o gás da cozinha misteriosamente aberto, alfinetes dentro de um croissant, um banheiro misteriosamente escorregadio, (o que fez Melanie levar uma queda histórica), um fio desencapado de energia escondido no canto do box de Harry, pneus de carro furados... Houveram concussões, ossos e costelas quebradas, cortes fundos, e todo o tipo de machucado. A cada rodada alguém saia ferido mas o jogo continuava, a pleno vapor. Era interessante que não chegara ao nível da violência pessoal: Facadas, asfixiamento ou algo assim. Não teria graça. O aniversário de Greg foi como ele queria, no colégio dele. O de Clair foi bonito, não extravagante, algo pra família. Harry fez Melanie cortar o cabelo quando esse cresceu, e ela não se opôs. Estava neutra a tudo. Quem não parecia ter paciência pra isso era Perrie.

Melanie: Existem três fatos da vida que precisamos aceitar. - Disse, vendo Perrie revisar uns papeis no escritório de Harry. A loira a sobrancelha - Primeiro: Du, Dudu e Edu não são irmãos. Segundo: Dan Humphrey é a Gossip Girl. Terceiro... - Ela se sentou na poltrona da frente - Eu não vou dar o divorcio. - Concluiu.

Perrie: Eu não teria tanta certeza. - Disse, parecendo satisfeita. Alegre até.

Melanie: Nós acabamos de comemorar 3 anos de casados. Em meses serão 4. Você não vai desistir? - Perguntou, achando graça.

Perrie: Não sou eu, só estou assessorado. - Disse, concentrada - Ele vai achar um jeito de contornar o contrato e fazer você desistir. Perdeu a graça pra ele. - Disse, parando pra ler algo.

Melanie: Mentira. - Disse, simples.

Perrie: Ele até já redigiu seu atestado de desistência. Tenha dó. - Disse, passando um dos papéis a Melanie, que pegou.

Era, realmente, um atestado de desistência, onde ela admitia ter perdido e desistia do contrato. Estava registrado em cartório, e havia a assinatura dele. Melanie parou, ultrajada, lendo as palavras. Ali ela admitia que não aguentara levar o contrato a diante, logo desistia, entregando a Harry a empresa do pai e sua grife para o que ele bem entendesse fazer. Só faltava a assinatura dela.

Perrie: Ele vai parar com esse joguinho de "mate-me se puder" e vai atacar visando sua desistência. Já chega disso, convenhamos. - Disse, concentrada.

Melanie: Ele não vai conseguir. - Disse, simples. O sorriso de Perrie se abriu mais ainda.

Perrie: Ele tem um trunfo. Eu, honestamente, não acho que você vá conseguir passar por ele. - Disse, feliz da vida.

Melanie: Que trunfo? - Perguntou, dura.

Perrie: Aguarde e verá. - Disse, satisfeita. - Agora me dê isso. Preciso dar uns retoques antes de devolver a ele.

Melanie pensou naquilo por dias, esperando o "trunfo" dele, mas ele estava calmo, tranquilo. Não tentou nada. Era a vez dela de jogar, e ela não agiu, de modo que o jogo ficava suspenso. Se ele pensava que depois de 3 anos ia simplesmente... Se ele pensava que ia fazê-la se curvar... Ela precisava detê-lo. Seja lá qual fosse o plano, ela precisava detê-lo. Passou horas olhando o tampo do piano, ignorando a noite barulhenta de NY nas suas costas, pensando, até que a idéia riscou sua mente, tão obvia que chegava a ser absurda. Melanie foi até o quarto dele cautelosamente, espiando. Ele tomava banho. Ela caminhou até a cabeceira da cama, abrindo a carteira dele e achando a cartela de camisinhas. Tirou do bolso uma das agulhas de costura e puxou a cartela. Seu estomago embrulhou só em pensar naquilo, era a coisa mais repulsiva que ela já pensara em fazer... Mas guerra é guerra. Como os dois não transavam há mais de um ano, ela parara com as injeções. Às vezes a sorte lhe sorri: A menstruação dela havia acabado de ir embora, ela estava em seu período fértil. E ela furou as camisinhas. Furou todas, cuidadosamente, uma por uma, recolocando na carteira do jeito que estava e saindo dali, enojada, voltando pro próprio quarto e se amparando na parede. Essa noite ela mostraria a ele que o jogo só acabava quando ela dissesse. Ela mostraria que ele não podia descartá-la como um objeto qualquer. Os Styles não prezavam a família acima de tudo? Pois muito bem. Se esse era o preço, ela teria um filho dele.

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