Skyfall - Efeito Borboleta (...

By laribsss

355K 17.1K 19.5K

Quando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou espe... More

AVISO
GRUPO NO WHATSAPP
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Segundo Livro
Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5)
O Turista
P.S.: Eu Te Amo
IMPORTANTE PRA CARALHO - DESCULPA O PALAVRÃO

Capítulo 17

20K 488 1.6K
By laribsss

No dia seguinte... Melanie acordou com a impressão de quem acorda de um sonho ruim. Um pesadelo. Impossível, uma vez que graças aos remédios, ela não sonhava. Se espreguiçou, passando a mão no cabelo... E seus olhos se abriram em placa. Não fora um pesadelo. Ela passou um bom tempo na cama, medindo o que sobrara do cabelo com as mãos, sabendo que não suportaria olhar no espelho. Foi quando vieram vozes no corredor. Ela se encolheu, assustada, querendo se esconder, mas não tinha como. O quarto não tinha porta. .

- Soph, ela vai ter que comer isso agora. O cheiro do molho é muito forte pra esconder.

- Também achei, mas ela disse que gostava... Bom, ela come e nos livramos do resto.

Sophia: Trouxemos mantimentos. - Disse, sorrindo ao entrar no quarto, então as duas pararam. Melanie ainda estava sem voz na cama, aturdida. A sacola de papel transbordando cachos estava no chão. O cabelo de Melanie parecia ter sido tosado. - O que aconteceu com você?!? - Perguntou, assustada.

Madison: Melanie, olhe pra mim. - Disse, largando as falsas sacolas de roupa no chão e avançando pra Melanie, fazendo-a encará-la. Melanie a encarou, os olhos azuis completamente perdidos - Você consegue falar comigo?

Melanie: Sim. - Respondeu, rouca, e as duas suspiraram de alivio.

Sophia: O que houve? - Perguntou, chocada, se aproximando. Nem sabia o que dizer do cabelo de Melanie.

Melanie: Harry... - Ela parou, meio débil.

Sophia: Harry cortou seu cabelo?!? - Exclamou, imediatamente.

Melanie: Ele me fez cortar. - Duas lagrimas caíram pelo rosto de Melanie - Um abridor de cartas... Um canivete... - Disse, desorientada.

Madison: Ele fez você cortar o seu cabelo com um canivete? - Disse, os olhos negros.

Melanie: Não sobrou... Não sobrou nada. - Disse, passando a mão no cabelo de novo.

Madison: Soph, você pode cuidar dela? - Perguntou, os olhos duros.

Sophia: Claro que posso. Porque? Onde você vai? - Perguntou, confusa, vendo Madison saindo, furiosa.

Ela não respondeu. Nada bom viria dali. Na sede da empresa, Harry estava em reunião.

Vários executivos estavam na sala de reuniões, negociando a compra e o desmembramento de uma empresa... Até que a porta abriu com um estampido, a madeira se batendo contra a parede com um baque, revelando uma Madison furiosa no portal, usando uma calça escura, louboutins pretos, uma camisa grafite e um sobretudo preto, os cabelos arrepiados pelo vento sobre os ombros. Havia uma secretaria ao lado dela, insistindo que ela não podia entrar. Todos olharam, sem entender. Aquilo nunca havia acontecido antes.

Madison: Me deixem a sós com meu cunhado. - Disse, em tom baixo, encarando Harry. Esse correspondia o olhar dela. Ninguém se moveu - Não me fiz clara? Saiam daqui! - Ordenou, raivosa.

Harry assentiu, e os executivos saíram, ultrajados e a porta enorme de madeira foi fechada. Madison avançou pela sala, se amparando na mesa na frente de Harry, que esperou, educadamente.

Harry: Em que posso ajudar, Mad? - Perguntou, cruzando os dedos.

Madison: É como Melanie diz. Você é mesmo um filho da puta frustrado. - Harry esperou - Que diabo você acha que fez com ela?! - Rosnou.

Harry: Um corte de cabelo novo. Nada demais. - Disse, sereno. Madison respirou fundo, se controlando - Seu marido sabe que você está aqui?

Madison: Eu sou livre. Meu marido não é nenhum tipo de psicopata. Pena que não se pode dizer o mesmo dos irmãos dele. - Rosnou. - Melanie teve bulimia na adolescência. Uma doença decorrente de um transtorno da mente dela que dizia que ela estava feia, o corpo gordo demais, e você CORTA A PORRA DO CABELO DELA! - Gritou, furiosa.

Harry: Porque você se importa tanto com Melanie, Madison? - Perguntou, curioso - Não é da sua conta, não é problema seu. - Madison se sentou, sorrindo de canto, embora o rosto só mostrasse raiva - Você não viu como ela se portava no colégio. Não viu o que ela fez comigo. Ela não merece sua pena.

Madison: Ela era uma adolescente, você é um adulto. - Rebateu.

Harry: Sou um adulto com uma ótima memória. - Ressaltou - Nosso relacionamento sempre foi tão bom. Porque estragar isso por uma pessoa que não vale a pena?

Madison: Porque, Harry... Eu fui uma rainha. - Disse, com um sorriso satisfeito - A rainha do Constance St. Clarence, aqui mesmo de Nova York. As pessoas me seguiam e abriam caminho pra mim nos corredores. - Entregou, sorrindo - Não sei quais os métodos de Melanie, e não era tão cruel quanto ela, mas ela teve motivos pra se tornar aquela pessoa. E mais uma vez: Ela era uma adolescente. Pessoas crescem, chegou a sua vez. - Alfinetou - Cresça, Harry! Deixe-a em paz!

Harry se curvou sobre a mesa, cruzando os braços, interessado, olhando-a por um instante. Sempre tivera um ótimo relacionamento com Madison, nunca podia imaginar que no passado ela fizera parte daquela sujeira.

Harry: Se não o que, Madison? - Ela sorriu, cruzando as pernas - Se eu não crescer, se eu não a deixar em paz, você vai fazer o que? - Perguntou, com um sorriso pretensioso - Interromper minhas reuniões? Gritar comigo? Não vai funcionar. - Advertiu.

Madison: De fato, não. Mas eu converso com a sua mãe todos os dias. Eu poderia ter um relapso e deixar escapar algo. - O sorriso de Harry se manteve.

Harry: Então a empresa do pai de Melanie iria pelos ares. - Disse, claro.

Madison: Oh, não. - Esclareceu - Não me referia a isso. Não me interprete mal. - Pediu, imediatamente

Harry: Ao que você se referia? - Perguntou.

Madison: Eu posso deixar escapar, por um acidente, que você come a sua própria prima há Deus sabe lá quantos anos. - O sorriso de Harry morreu, mas o de Madison seguiu - Um caso podre, Anne ficaria arrasada de tanta decepção.

Harry: Você não tem provas. - Disse, duro.

Madison: Como rainha, eu aprendi a jogar. - Ressaltou - Assim como o prédio em que moramos, eu estive envolvida na construção desse prédio. De forma que eu tenho acesso a sala de segurança. E de forma que eu tenho uma cópia da fita que mostra você transando com Perrie no chão da sala do seu escritório, no dia que ela voltou do país. - O rosto de Harry ficou ainda mais duro - Eu posso ter um relapso. Posso deixar escapar. Não queremos que isso aconteça, não é, querido?

Harry: Madison...

Madison: Vou te dizer o que vai acontecer a partir de agora. - Disse, direta - Você vai deixar Melanie em paz. Se você atacar ela desse modo de novo, Harry, Deus me ajude, mas eu mostro aquela fita a sua mãe. Cresça, já passou da hora. - Disse, se levantando - Está avisado. Tenha um bom dia. - Disse, dando as costas, o sobretudo aberto criando uma redoma em volta dela. Estava na porta quando ele a chamou.

Harry: Mad? - Chamou, de braços cruzados.

Madison: Sim? - Perguntou, se virando.

Harry: É guerra? - Confirmou, e ela sorriu.

Madison: Adoro você, Harry, mas sim, é guerra. - Confirmou - E não seja tolo de pensar que eu não tenho outras armas, além dessa. - Avisou e saiu, fechando a porta.

De volta ao apartamento de Harry... Até Gail se sensibilizou. Preparou um café da manhã pra Melanie, que continuou quase catatônica. Prometera não se meter, mas a pobre menina estava em estado de choque. Perrie, infelizmente, foi até o apartamento buscar uma pasta que Harry esqueceu. Moravam todos no mesmo prédio, de forma que era só subir e pegar. Ela saiu do escritório e ia embora, quando ouviu a conversa vindo do quarto. Se aproximou, quieta.

Gail: Não fique assim. - Consolou, passando a mão nos braços dela - Só precisa de uns retoques, e ficará linda, como sempre. Estonteante. - Consolou. - Eu vou dar fim em toda essa bagunça, e você vai ver como ficará tudo bem.

Perrie: Oh. Meu. Deus. - Disse, com um sorriso enorme, parada no portal do quarto. Ela olhou a sacola no chão, então pra Melanie, e caiu na gargalhada - Rainha Melanie, olhe pra você agora!

Gail: Menina Perrie, não faça isso. - Intercedeu, sem resultado.

Perrie: Oh, Deus, olhe só você! - Se vangloriou - Se achava tão bonita, tão impecável, e olhe só isso! - Melanie estava abatida, pálida, os olhos vermelhos pelas lagrimas, isso fora o cabelo.

Sophia: Agora escute bem. - Disse, se revelando do nada atrás de Perrie - Não sei quem diabo você pensa que é, mas não vai tripudiar sobre isso. Não enquanto eu estiver aqui.

Perrie: Sophia? - Perguntou, escandalizada. Sophia saíra pra ligar pra o cabeleireiro que ela Madison frequentavam, mas quando esse chegou haviam ordens de Harry pra não deixar subir. Ela tentou, mas não conseguiu reverter. Aproveito o pretesto pra prender o cabelo no coque mais apertado que conseguiu. Os cabelos de Sophia eram enormes, e ela não acho saudável que Melanie ficasse olhando, enquanto os próprios estavam naquele estado. Agora estavam presos em um coque perfeito, firme, nem um fio fora do lugar.

Sophia: Fora daqui, Perrie. - Ordenou, apontando a porta - Agora.

Perrie: Você enlouqueceu? - Perguntou, exasperada.

Sophia: Se você não sair daqui agora, eu vou tirá-la a força. - Avisou - Eu sugiro que saia. - O silencio durou por instantes, então Perrie assentiu. Olhou pra Melanie, sorrindo uma ultima vez, e saiu.

Melanie: Obrigada. - Conseguiu murmurar.

Sophia: Não consegui fazer um cabeleireiro subir até a cobertura. Vou ter uma conversa com Liam no horário de almoço, e eu e Madison resolveremos isso. - Prometeu - Isso é, se ela não tiver matado Harry até agora. Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. - Prometeu.

E parecia que, no meio dessa guerra fria, Melanie tinha seu próprio exercito para defendê-la.

**

Harry saiu da sala de reuniões (da reunião desmontada por Madison e remontada posteriormente) com dor de cabeça. Seguiu pra sua sala, mas ao sentar na cadeira o telefone tocou. Ele respirou fundo e apertou o viva voz.

Harry: Styles. - Atendeu.

Secretária: Sr. Styles, o chefe da segurança do seu prédio está tentando falar com o senhor há 20 minutos. Ele disse ser urgente. - Anunciou, e Harry afundou a cabeça nas mãos. Melanie, no mínimo, devia ter tentado fugir - Ramal quatro. - Anunciou. Harry apertou o botão.

Harry: Styles. - Repetiu, afrouxando a gravata.

Segurança: Senhor Styles, tem uma senhora aqui na recepção há meia hora, querendo subir para ver sua esposa. - Anunciou. Harry parou, olhando o telefone. Ele havia proibido todas as visitas. Já ia dar a resposta padrão quando... - Ela diz ser Samantha Malik, mãe da Sra. Styles. - O rosto de Harry se fechou. Seu cérebro, que trabalhava como uma maquina, lhe trouxe flashes vividos imediatamente.

"Pelo relatório da policia e do psicólogo ela contou a mãe que sofria abuso logo a inicio, nos primeiros meses, mas a mãe fez pouco caso. O relatório do psicólogo diz que a mãe negligenciou socorro, afirmando que Melanie estava fazendo tempestade..."

"...Eu não sou virgem desde que tinha 6 anos de idade..."

"...Ela tinha uma gravidez prematura, em uma concepção totalmente fora do normal. Enquanto o pai estava furioso, a mãe parecia querer encobrir o caso. Não queria que a gravidez fosse interrompida, sugeriu que fosse esperado pelo aborto normal, que, segundo ela, viria logo..."

"Minha mãe não é da sua conta. Sou filha única, de modo que minha única família é meu pai, e ele está aqui. Fim de assunto."

"A mãe não queria prestar queixa. Queria que a história fosse abafada. O pai foi quem levou tudo até as ultimas consequências."

"Minha mãe eu não temos um relacionamento. Não nos falamos a anos."

Harry: Escute bem, essa mulher não tem permissão pra subir, em hipótese alguma. - Disse, duro - Minha esposa não deve ser incomodada sobre esse assunto. Eu não quero que ela tenha conhecimento de que a mãe esteve ai. Fui claro?

Segurança: Sim, senhor. - Assentiu.

E a ligação acabou. De volta ao apartamento...

Madison: Está tudo bem. Harry não pode me atingir. - Disse, enquanto ela e Sophia puxavam a penteadeira de volta pro lugar. - E creio que nem mais a você, depois de agora.

Sophia: GAIL! - Disse, vendo uma mecha longa de cabelo que ficara no chão. A governanta respondeu - Manda a faxineira aqui de novo! - Ordenou - Relaxe. - Disse, olhando Melanie.

Melanie estava muito calada. Tomou um banho, Sophia a fez comer, vestiu uma roupa que nem viu qual foi. Ainda em estado de choque. Sophia penteou o cabelo dela pra trás, prendendo-o em um rabo de cavalo curtinho, e agora ela estava sentada no centro da cama, toda encolhida, observando as outras.

Melanie: Ele vai fazer queixa a Niall. - Disse, se movendo, angustiada. Madison sorriu.

Madison: Querida, eu interrompi uma reunião com um pontapé na porta. A essa hora ele já está grasnando com Niall. - Garantiu, e as duas pararam - Ai tá bom? - Perguntou, totalmente tranquila, e Sophia assentiu, olhando.

Melanie: Ele vai brigar com você. - Disse, observando.

Sophia: Isso é verdade. - Disse, apanhando as coisas de Melanie que caíram no chão. A faxineira entrou, em silencio, e começou a varrer e limpar o que sobrara.

Madison: Senhoras, garanto-lhes uma coisa. Hoje à noite meu marido vai me abraçar, e dizer que me ama. - Disse, segura de si - O que está me preocupando é essa restrição dessa portaria. Eu preciso fazer o cabeleireiro subir. Tentei falar com Niall, mas estava em uma conferencia... - Suspirou.

Sophia: Adoro seu ego, mas Harry realmente vai fazer queixa. - Disse, organizando a penteadeira - Niall não gosta que você se meta nesses assuntos. Vai ficar uma arara. - Ressaltou, e Madison sorriu.

Dito e feito.

Niall: Você CHUTOU a porta?! - Gritou, ultrajado.

Madison: Quase quebrei o salto do meu sapato. - Admitiu, parecendo preocupada.

Niall: MADISON! - Rugiu, no auge da fúria. Ela se assustou - Quantas vezes eu pedi, não, eu implorei que você não se metesse nessa história?

Madison: Eu perdi a conta, querido, desculpe. - Disse, pesarosa. Ela se ajeitou na beira da cama. Aquilo ainda demoraria.

O quarto de Niall e Madison era diferente dos da cobertura. Tinha mais vida. A cama enorme, king size, tinha lençóis brancos e um edredom vermelho vinho dobrado aos pés, e os travesseiros eram alternados entre vermelho e branco. Nos criados mudos haviam abajures e porta-retratos dos dois juntos. Na cabeceira da cama, na parede, haviam três quadros com fotos de Madison, gigantes. Insistência de Niall. Ela não gostava, mas aprendera a ignorar. As três de rosto, na primeira foto ela ria, nevava no fundo, a segunda era uma profissional, ela encarava a câmera, sorrindo de canto, o rosto meio inclinado pro lado, e a terceira saíra em uma revista e ele conseguira a original. Era ela em um evento que eles foram, usando um vestido preto, justo, com um decote ousado em V, o rosto bem maquiado, as camadas do cabelo destacadas. Ele estava com ela na foto original, mas na do quadro ela estava só. Todas em preto e branco. Madison procurava ignorar as fotografias, mas aquilo deixava claro o quanto ele venerava a mulher. Havia uma parede de vidro que dava pra cidade, coberta por uma cortina delicada, branca, poltronas cinzas, duas portas de correr em madeira preta (uma que dava pro closet e outra pro banheiro)... Enfim.

Niall: Melanie buscou o que quer que ele tenha feito com ela. Eu estava lá, você não, mas eu vi! - Insistiu - Harry perdeu a chance de se despedir de nosso pai graças a ela!

Madison: Já ouvi essa história. Inúmeras vezes. Mas se quiser contar de novo, continue. - Disse, se levantando e indo até ele, ajeitando o colarinho da camisa - Adoro o timbre da sua voz quando você está irritado.

Niall: Madison, PELO AMOR DE DEUS! - Ele a agarrou pelos braços, quase erguendo-a do chão. Ela hesitou, olhando-o - Eu pedi, agora estou mandando: Fique longe dessa história!

Madison: Ele forçou ela a torar o cabelo com um canivete na metade. - Disse, abandonando o ar de brincadeira. Viu Niall hesitar por um instante. Isso Harry não havia contado - Não permitiu que Sophia levasse um cabeleireiro pra reparar o que sobrou. Se ele continuar agindo livremente, vai matá-la. - Disse, ignorando a dor nos braços.

Niall: É. PROBLEMA. DELES. - Insistiu, apertando a mão. Estava realmente doendo. Madison, descalça, estava na ponta dos pés, quase suspensa. Ele era inumeramente mais forte que ela.

Madison: Ela é minha amiga. - Rebateu, imediatamente. Niall estava ficando vermelho de raiva - Eu não vou retroceder.

Niall: VOCÊ AMEAÇOU ELE! - Atacou.

Madison: AMEACEI CONTAR QUE ELE COME A PRIMA DELE HÁ ANOS A ANNE! AMEACEI, SIM! - Disse, perdendo a paciência - É PODRE ATÉ PRA MIM! SE ELE QUER COMEÇAR A LIMPAR A SUJEIRA ALHEIA, EU VOU LIMPAR A DELE, QUE NÃO É NENHUM SANTO POR SINAL!

Niall: NÃO É DA SUA CONTA! - Disse, sacudindo ela uma vez. Era involuntário, ele jamais machucaria ela intencionalmente. Os cabelos dela ricochetearam no ar, ela tropeçando no mesmo lugar.

Madison: EU ENTENDO QUE MELANIE ESTAVA ERRADA, E ENTENDI ELE QUERER SE VINGAR, MAS ISSO É ABSURDO! - Rebateu - POR ANOS EU OBSERVEI HARRY, ESPEREI QUE ELE MELHORASSE, MAS ELE SÓ PIORA! ELE VAI MATAR ELA, Niall!

Niall: ENTÃO DEIXE QUE ELE MATE! - Rugiu, furioso - NÃO É PROBLEMA NOSSO, E VOCÊ NÃO VAI MAIS SE ENVOLVER!

Os dois pararam um instante, se encarando, em fúria. Niall sabia que ela desobedeceria. Sabia que continuaria confrontando Harry. Não confiava no irmão a esse ponto. Madison precisava ouvir, precisava entender... Ela parou, observando as feições que tanto amava, agora transformadas pela raiva, ignorando a dor nos braços. Ele não entendeu quando o rosto dela se apaziguou, e ela sorriu de canto, os olhos estudando-o.

Madison: Eu estou grávida, Niall. - Contou, serena, e ele tomou ar pra rebater a ofensa.

Niall: VOCÊ... - Ela sorriu com o impasse no rosto dele - Você está blefando. - Testou, incrédulo. Quisera um filho mais que tudo desde que se estabilizou, mas ela não queria. Ele chegou a achar que não o teriam mais.

Madison: Eu brincaria com isso? - Perguntou, ainda sorrindo.

Niall: Você está grávida? - Ela assentiu - Desde quando? - A mente dele se negava a aceitar. Ela sentiu as mãos dele esfriando em seus braços, mas ele ainda a apertava, inconscientemente.

Madison: Dois meses e meio. - Atualizou - Eu ia te contar no jantar, mas achei mais seguro contar agora. - Disse, dando de ombros.

Niall: Oh, meu Deus. - Disse, soltando-a e abraçando-a. Madison riu, afundando o rosto no pescoço dele, aspirando o perfume dele, e nem parecia que estavam brigando instantes antes - Obrigada. - Murmurou, rouco, e ela percebeu que ele tremia.

Madison: Parabéns, papai. - Disse, beijando a orelha dele e lhe acariciando os cabelos. Niall soltou o abraço, apanhando o rosto dela entre as mãos. Ela sorriu vendo os olhos dele brilhando, como se fosse chorar.

Niall: Como você soube? - Perguntou, afoito - Você nunca desmaiou, nunca enjoou...

Madison: Minha menstruação atrasou. - Disse, obvia, beijando-o. Ele riu de leve e ela sorriu, beijando os lábios dele novamente - Nunca havia atrasado em toda a minha vida. Demorei pra procurar um medico porque estava ocupada o tempo todo, mas fui. Fiz o exame de sangue e tive a primeira consulta ontem. - Disse, beijando-o mais uma vez. - Queria ter certeza absoluta antes de te contar.

Niall: Porque você mudou de idéia? - Perguntou, cedendo aos beijos dela. Se essa gravidez acontecera foi porque ela parara de tomar os anticoncepcionais.

Madison: Porque eu amo você. - Disse, puxando-o pelo cinto. Niall caiu deitado na cama e ela montou nele, beijando-o mais uma vez. Eram beijos suaves, demorados, gostosos - Porque eu quero ter um filho nosso. - Continuou, e o sorriso dele foi aumentando - Porque eu já tenho 26 anos, meu relógio biológico está contando, e provavelmente nós vamos querer ter outro daqui há algum tempo. - Ela o beijou de novo, abrindo os primeiros botões da camisa dele. Niall só sabia sorrir - E porque eu amo você. - Disse, simples.

Niall: Você já sentiu alguma coisa? - Perguntou, fascinado, abrindo a blusa dela as pressas. Ela deixou, pondo o cabelo atrás da orelha - Enjôo, desejo, tontura...?

Madison: Não. Mas veja.- Ela pegou a mão dele, levando até um ponto da barriga, fazendo-o pressionar. Niall desmontou com aquilo. Podia sentir a protuberância, ainda mínima, nascendo dentro da barriga dela. - É ele. Ou ela. - Disse, dando de ombros. O sorriso que ele abriu foi um dos mais lindos que ela já havia visto.

Niall: Eu amo você. - Retribuiu, sorrindo, e ela se inclinou de novo, beijando-o.

Madison: Ei. - Disse, emergindo do beijo. Ele tinha as mãos nos quadris dela, puxando-a pro seu colo - Eu estou com um desejo. - Ela viu o rosto dele se acender instantaneamente.

Niall: De que? - Perguntou, de pronto - Diga o que é, qualquer coisa, e eu mando providenciar.

Madison: Estou com desejo de que um cabeleireiro suba na cobertura pra ver Melanie. - Disse, angelical. Ele desmontou na cama.

Niall: Mad... - Suspirou.

Madison: Por favor? - Perguntou, beijando o pomo de adão dele - É meu primeiro desejo. - Forçou e ele não aguentou, riu.

Niall: Vou ver o que posso fazer. Tem que ser agora? - Perguntou, irônico.

Madison: Não. - Disse, assentindo e se afastando pra terminar de abrir a camisa dele - Agora, agora, eu quero terminar de aproveitar o tempo em que eu posso transar com meu marido em qualquer cômodo da casa sem me preocupar se alguma miniatura vai ver. - Disse, descarada, e ele riu.

Niall: Melhorou bastante. - Disse, puxando-a e rolando na cama, os dois rindo e se beijando em seguida.

Madison falara sério quando avisou a Harry que tinha outras armas. Essa gravidez era tudo que Niall sempre quis, e viera no momento exato: Niall não ia ajudar, mas também não ia ser o obstáculo que Harry queria que fosse. A guerra seria entre Harry e Madison diretamente, e Niall, veja só, agora estaria do lado da esposa, porque ele a protegeria até de uma corrente de vento, quem dirá do irmão. Parece que Harry ia precisar de armas melhores se pretendesse vencer.

**

Não funcionou nos dias que vieram. A noticia da gravidez de Madison foi recebida com euforia pela família... E Melanie não estava lá. Madison brindou (com água, ordem de Niall) sorrindo pra Harry, os dois se encarando. Ela olhou Sophia, que fora a ultima a estar com Melanie, mas essa negou com a cabeça. Melanie saíra do estado de choque, mas o cabelo estava em um estado lamentável, e sobre isso elas não tinham o que fazer.

Sophia: Até quando você vai levar isso? - Perguntou, encarando Harry.

Harry: Não sei. É divertido ver ela com o cabelo daquele jeito. - Confessou, sorrindo descaradamente, então parou Madison, que passava por ele - Parabéns, mais uma vez. - Desejou, sincero.

Era a primeira criança da nova geração dos Styles, e ele estava verdadeiramente feliz pelo irmão.

Madison: Obrigada. - Disse, sorrindo. Recebera parabéns inúmeras vezes aquela noite, e não conseguia deixar de sorrir.

Mas é fato de que, se por conversa algo não funciona, o jeito é partir pra ação. Anne ficou muito frustrada por Melanie não estar ali, mas Harry alegou que ela estava com a saúde debilitada de novo. Sophia perdeu a paciência com o cunhado logo a inicio, saindo de perto, mas com ela mesmo dissera, Madison já fora rainha em seus tempos de colégio. Ela sabia calcular muito bem seus movimentos.

Madison: É mentira. - Disse, decidida, e Anne ergueu as sobrancelhas - Ela não está doente. Nós a vimos hoje.

Anne: Não entendo porque então... - Disse, confusa, com um Greg que dormia em seu colo.

Madison: Eles brigaram. - Entregou - Tem tido algumas desavenças, brigaram e ele a proibiu de vir hoje. É uma pena, eu contei a ela e ela estava tão animada... - Suspirou.

Anne: Harry proibiu a esposa de estar aqui hoje a noite? - Confirmou.

Madison: Pelo que eu entendi, ele quer ficar longe dela como castigo. - Continuou. Sophia observava tudo, sentada ao lado - Então proíbe que ela venha. Pelo que soube, ele disse a ela que estava pensando se ela merecia vir no natal. - Entregou, e Sophia quase engasgou, tossindo educadamente. Anne olhou.

Sophia: Ela me contou isso. - Confirmou. Anne parecia, no mínimo, indignada.

A cerimônia de natal dos Styles todos os anos era na torre branca. Todos eles passavam a ultima semana do ano hospedados lá, e na noite de natal havia uma enorme ceia, assim como uma arvore, troca de presentes... Tudo. Se alguém queria viajar no ano novo, tudo bem, não tinha problema, mas eles passavam o natal em família, juntos. Era a época do ano preferida de Greg: Nevava, os irmãos estava em casa e haviam presentes. Era uma tradição irrefutável.

Madison: O que é uma pena, Anne, porque ela está se esforçando o máximo que pode pra que dê certo. Mas Harry... Bem, você o conhece. Ele é difícil. - Disse, suspirando. Cada passo era milimetricamente medido.

Anne: Vou mandar um motorista buscá-la agora mesmo. - Disse, decidida, arrumando o filho mais novo no colo pra se levantar.

Epa.

Sophia: Não! - Engasgou, pensando na tragédia que seria se Anne visse o estado atual de Melanie, ou se Melanie deixasse a torre negra, rompendo o contrato. - Ela está abalada pela ultima briga ainda. Ela realmente gosta dele, e isso dele não querer ela nessas ocasiões magoa ela. - Anne assentiu, parecendo comovida - É melhor deixá-la em paz esta noite. Mas em relação ao resto...

Anne: É claro que ela virá no natal. Ela é minha nora. - Disse, ultrajada. Olhou Harry de cara feia, mas esse não olhava, distraído conversando com os irmãos - O que você quer dizer quando falou que ela está se esforçando?

Madison: Ela cozinha. - Anne ergueu as sobrancelhas, surpresa - Não sabe direito, é claro, mas está se esforçando. Quer ela mesma cozinhar pra ele. - Anne sorriu - Não tem se exposto em publico, pra preservar a imagem dele. - Continuou, preparando o golpe... - Eu nem concordo com tanto, mas já que estamos conversando...

Anne: O que foi? - Perguntou, ansiosa.

Madison: Harry disse abertamente que prefere mulheres de cabelo curto. - Mencionou, acariciando a barriga distraidamente - Melanie tinha aquele cabelão enorme, e ela o adorava, mas como ele disse que preferia curto, ela simplesmente cortou. - Disse, evitando a raiva na voz. A surpresa de Anne foi evidente.

Anne: Ela cortou aquele cabelo? - Perguntou, se lembrando do cabelo gigante de Melanie na ultima vez que estivera ali. Era tão lindo! - Só pra agradá-lo? - Madison assentiu de novo - E ele?

Madison: No final fez pouco caso. - Entregou, e quase sorriu vendo o rosto da sogra se enfurecer. - Ela adorava o cabelo que tinha, fez pra agradar e ele não deu a mínima.

Anne: Bem que eu achei estranho o comportamento dos dois... Coitada. - Lamentou, ainda parecendo irritada - Liam! - Liam olhou - Venha, leve seu irmão pro quarto. - Ordenou, e Liam largou o copo imediatamente, vindo buscar Greg.

Sophia: Você é diabólica. - Elogiou, em um murmúrio, e Madison sorriu de canto, observando a cena.

Anne: Harry. - Chamou, e o outro olhou - Venha comigo um instante, quero conversar a sós com você. - Ordenou, dando as costas e saindo sem mesmo esperar uma resposta.

Harry encarou Madison, em pânico, mas ela piscou, esclarecendo que não contara sobre ele e Perrie, mas sorriu, erguendo a taça de água pra ele como que em um brinde. O rosto de Harry se fechou, mas ele não disse nada, saindo atrás da mãe. Madison sorriu, bebericando da própria água. Sabia que aquilo não seria nem de longe tão fácil, mas a primeira partida ao menos ela havia ganho.

**

Melanie tocava piano. A melodia era serena, melancólica. Não olhava as teclas enquanto tocava, olhava Nova York, pela vidraça. Mal podia distinguir muita coisa, dada a altura, mas podia ver a cidade em fúria, indo e vindo. Quase podia ouvir o barulho das buzinas lá embaixo. Estava em pleno Upper East Side, logo sabia o alvoroço de carros e taxis que se encontrava na frente do prédio.

Sentia saudade daquilo tudo. Sorriu ao perceber que sentia saudade até das pessoas esbarrando nela na rua, apressadas, coisa que ela detestava antes. Então o elevador tocou, avisando sua chegada, e abriu, mostrando Madison, Sophia, mais duas mulheres e um homem. Melanie olhou, sem entender.

Sophia: Melanie, conheça Pierre. - Disse, apresentando. O tal Pierre avançou, apanhando a mão de Melanie e beijando. A musica parou. - Nosso cabeleireiro. - Madison sorriu, satisfeita - Essas são as assistentes.

Melanie: Como vocês conseguiram isso? - Perguntou, incrédula.

Madison: Considere como um presente de sua sogra. - Disse, sorrindo, e Sophia riu. Toda vez que se lembrava da cara de Harry ao voltar da "conversa" com a mãe, ria - Agora levante esse traseiro desse piano e vamos, que há muito a ser feito.

Naquela tarde, Melanie passou por um verdadeiro SPA. Unhas, sobrancelha, depilação completa, massagem, pedras quentes, banho de imersão... Até acupuntura recebeu. Tudo que se possa imaginar. Foi extremamente relaxante. Ela se permitiu esquecer um pouco a situação, sentindo a tensão se esvair perante as agulhas. Pierre dava as ordens e as assistentes atendiam, de modo que ele mais monitorava. Madison tagarelava sobre Niall sendo super protetor com a gravidez, e Sophia emendava com situações relacionadas, atualizando Melanie de tudo. No fim ela parou, com um roupão branco, na frente do enorme espelho do banheiro, e dessa vez o próprio Pierre assumiu a situação. Tirou o elástico do cabelo dela, libertando-os, e hesitou um instante. Estava tudo mal cortado, grosseiro, cheio de altos e baixos. Melanie odiava ficar por baixo, ser a "debilitada", mas aquilo a estava matando.

Pierre: Meu Deus... - Murmurou, mexendo no cabelo dela. Madison ergueu a sobrancelha, empoleirada no batente na pia - Temos algum trabalho a fazer aqui. - Comentou, simpático.

Melanie foi debruçada sobre a pia, então seu cabelo foi lavado varias vezes, recebeu várias hidratações, fizeram o diabo a quatro (ela não podia ver, só sentia os aromas), então voltou pra frente do espelho. Uma vez molhado não se notava muito o desastre, só se via um cabelo curto gotejando água. Pierre desembaraçou o cabelo dela meticulosamente, secando-o com uma toalha depois, então a tesoura veio. Melanie se retraiu. Não tinha mais o que cortar, ela terminaria sem nada!

Melanie: Não. - Gemeu, sem se conter, angustiada.

Sophia: Tenho uma idéia. - Disse, se aproximando. Pierre se afastou e a morena girou a cadeira de Melanie, deixando-a de costas pro espelho. Melanie assentiu, respirando fundo.

E Pierre começou, erguia mechas, os olhos completamente concentrados, e restos de cabelo destruído caíram sobre a capa protetora que ela usava.

Melanie tentou não entrar em pânico. Levou quase uma hora. Sophia e Madison continuaram conversando tranquilamente, tentado manter o clima leve, mas Melanie só conseguia lembrar do seu cabelo antigo, sendo serrado pelo canivete. Queria que acabasse logo. Por fim Pierre parou, olhando os cabelos ainda úmidos, mas Madison sorria de canto. Aquele sorriso deixou Melanie angustiada. Ele aparou uma pontinha solta, então pediu um secador. Daí pra frente foram as assistentes que cuidaram: Fizeram uma escova em Melanie, o que fez os cabelos ficarem ainda mais sedosos do que já eram.

Sophia: Magnífico. - Comentou, parada perto da outra. - Posso virar? - Perguntou, olhando Melanie, que respirou fundo e assentiu. As assistentes viraram a cadeira, e Melanie parou pra se olhar.

Não parecia, nem de longe, a desgraça que estava antes. Curto, sim, mas muito bem cortado, com algumas camadas (obviamente pra disfarçar os altos e baixos do canivete) milimetricamente perfeitas, cheios de cor e vida. O penteado deixava uma das camadas como uma franja, sobre o rosto. Ela estava... Linda. Sentira pena de si mesma nos últimos dias, mas novamente, ninguém poderia ser capaz de sentir pena da mulher no espelho. Ela era deslumbrante. E ela seria capaz de esmagar o garoto Styles.

**

Melanie teve uma idéia obvia e genial ao estar sozinha de novo, aquela tarde. Pierre e as meninas foram embora (Madison e Sophia precisavam resolver coisas na empresa), e ela descobriu que não era tão ruim em lasanha. A verdade era que era só montar as coisas prontas e pôr pra assar. Todo mundo gostava de lasanha. O cabelo reparado lhe dera forças pra voltar a lutar, apesar de que ela sentia falta do antigo, então foi tentar. Colocou a massa pra cozinhar cronometrando os segundos no celular. Montou tudo como quem faz uma cirurgia, camada por camada. Gail sumira de novo. Por fim havia uma lasanha 4 queijos perfeitamente normal, com uma aparência até boa, no mármore da cozinha. Ela terminou de salpicar queijo ralado por cima e observou a obra de arte. Comparado ao que ela fizera nos últimos tempos, aquilo era um manjar dos Deuses. Olhou o relógio. Harry sempre chegava em casa 5 e 30, o que dava a ela ainda uma hora. Foi até seu quarto (a arrumadeira já havia feito a cama, estava tudo perfeito), e separou uma roupa. Queria estar linda, pra calar a boca daquele desgraçado. Se surpreendeu quando o elevador tocou de novo. Não eram as meninas, disso ela tinha certeza. Ela se olhou, vendo o avental de cozinha por cima da calça moletom e da camiseta, e caminhou, hesitante, até a sala. Se fosse Perrie de novo, podia lhe dar uma surra por ter rido dela daquele modo. Era sempre uma opção. Ao chegar na sala, porém, a mulher que esperava era mais velha. Tinha os cabelos castanho, e olhos azuis acinzentados: Anne.

Melanie: Oh. - Disse, assustada, e Anne sorriu - Me perdoe. Eu não esperava a senhora, eu só... Me dê um minuto. - Pediu, apressada, e saiu correndo pra cozinha, tirando o avental pela cabeça. Ela desligou o forno, que havia posto pra pré aquecer, cobriu a lasanha rapidamente com um papel filme e pendurou o avental. Quando virou, Anne a olhava educadamente da porta da cozinha. A assustou. Melanie percebeu que a mania devia ser de família.

Anne: Você realmente cozinha. - Admirou, observando a nora.

Melanie: Eu tento. - Disse, dando de ombros. - Por favor, venha. - Apontou, conhecendo bem aquele apartamento, sendo que vivera os últimos meses lá.

Melanie levou as duas até a sala do piano, se sentando em uma poltrona e apontando o sofá pra Anne. Honestamente, não sabia o que esperar. Reparou que Anne olhava o cabelo dela o tempo todo, só que discretamente. Pensou em oferecer algo, mas não sabia fazer café nem suco, só chá, e seria estranho oferecer chá e água, mas seus pensamentos foram interrompidos pela sogra.

Anne: Querida, eu soube do que estava ocorrendo aqui. Sobre você e Harry. Não tenho muito tempo, preciso ir buscar Greg no colégio logo, mas quis vir ate aqui. - Melanie esperou. Antes calada que falando besteira - Confesso que fiquei um pouco incrédula a inicio, mas vendo você agora... É incontestável. - Melanie assentiu, ciente da história contada por Madison - Seu cabelo era tão lindo!

Melanie: Harry prefere curto. - Disse, tentando parecer tímida, engolindo a amargura na voz.

Anne: Entendo, é claro. Eu mesma já fiz minhas loucuras na sua idade, apaixonada como era pelo meu Des. - Disse, sorrindo, doce. Melanie retribuiu o sorriso. Anne era agradável. - Quero lhe pedir desculpas pelo comportamento do meu filho. Eu não o criei assim, não sei o que deu na cabeça dele.

Melanie: A senhora não tem pelo que se desculpar. - Dispensou, se sentindo desconfortável. Anne sempre fora agradável com ela, e agora se desculpava pelo cavalo do filho - Dizem que o primeiro ano é sempre o mais difícil, não é? - Tentou brincar. Anne sorriu.

Anne: Repreendi Harry. Ele moderará seus modos com você a partir de agora. - Melanie quis rir ao pensar em Harry recebendo uma bronca da mãe - E é claro que você é bem recebida em minha casa, assim como é claro que irá a nossa ceia de natal. - Sophia explicara essa parte - Vocês vão dar certo. Sempre existem desavenças a acertar, mas no fim o amor vence. - Disse, sincera.

Melanie: Eu espero. - Disse, imprimindo o máximo de ansiedade que conseguia na voz.

Anne: Preciso mesmo ir. - Disse, checando o celular - Eu só queria vê-la. Não quero atrapalhá-la. - Disse, educada - Vejo-a no natal, então?

Melanie: É claro. - Assentiu, e as duas se despediram com um beijinho.

Anne foi embora e Melanie correu. Perdera tempo com essa conversa. Tudo na casa de Harry era de ultima geração, de forma que ela pôde marcar o tempo da lasanha no forno como se fosse em um microondas. Foi pro banho, vestiu um short preto e uma camisa de manga branca, de renda, além de sapatilhas. Usou o mínimo de maquiagem, só um lápis, rimel e um nadinha de batom, penteou o cabelo, passou perfume e estava perfeita. Ela sorriu pra mulher no espelho. Nesse mesmo momento duas coisas aconteceram: O elevador apitou, avisando a chegada de alguém, e o forno apitou, avisando que a lasanha estava pronta. Harry entrou em casa como sempre, largando as chaves no potinho na ante-sala e entrando em casa afrouxando a gravata. Até que Melanie passou por ele. Estava... Deus do céu. O perfume dela queimou a garganta dele, trazendo as lembranças indesejadas todas a tona. O cabelo destroçado estava impecável, as coxas pálidas expostas...

Melanie: Boa noite, querido. - Disse, irônica, parada no corredor, vendo o modo como ele lhe olhava.

Harry: Boa noite, amor. - Rebateu, no mesmo tom de ironia.

Melanie: O jantar vai ser servido daqui a 10 minutos. - Disse, debochada, e passou por ele, rumando a cozinha. Pelo sangue de Jesus como aquela lasanha não podia estragar.

Ele não conseguiu evitar olhar quando ela passou. A blusa era de manga, ok, mas a renda branca brincava com os olhos, e o traseiro dela estava em evidencia naquele short. Ele rosnou, indo pro banho. Tomou uma boa ducha fria, vestindo uma calça moletom azul escura e uma camiseta branca. Ao passar pela sala olhou de relance a Nova York chuvosa, mas parou, desconfiado, na porta da sala de jantar. O cheiro, ao contrário normal, não parecia de todo ruim. Ele se sentou e Melanie serviu a janta, tranquilamente. Checara, estava bom. Ela estava confiante. Ele, no entanto, sem conseguir evitar, olhava o decote dela. Nada escandaloso, mas ele se lembrava do toque da pele... E ela se afastou. Ele suspirou, cortando um pedaço da lasanha e pondo na boca. Ela se sentou, começando a jantar. Ele a olhou, desconfiado, mastigando.

Harry: Você finalmente conseguiu traficar comida aqui pra dentro. - Concluiu, olhando-a, e ela riu.

Melanie: Não, fui eu que fiz. Mas obrigada pelo elogio. - Disse, comendo. Ela mesma estava faminta. Ele cerrou os olhos, olhando ela - O que? Quando fica ruim, você reclama, quando não fica, você reclama também?

Harry: Só não é possível. - Disse, apontando o prato.

Melanie: Olhe as fitas de segurança do apartamento. Está lá. - Disse, fazendo pouco caso - E cale a boca.

Pela primeira vez desde que se casaram, os dois jantaram juntos. A lasanha estava boa, de fato. Harry não havia comido, Melanie estava faminta. Ele se levantou um instante, servindo duas taças de vinho, que ela rejeitou. Ele ergueu as sobrancelhas e assentiu. Nada de álcool. Rolando os olhos, trocou por água. Essa ela aceitou. No fim os dois estavam satisfeitos. Melanie tirou a mesa, guardando o que sobrara na geladeira, e ele a observou, enquanto se levantava.

Harry: O que minha mãe veio fazer aqui? - Perguntou, e ela se irritou imediatamente perante o fato de que ele sempre sabia de tudo.

Melanie: Não é da sua conta. - Disse, arrumando espaço pra travessa na geladeira. Ele ia responder, mas parou, observando a posição dela por um instante.

Harry: Melanie... - Suspirou, olhando-a. Ele grunhiu, balançando a cabeça e desviando o olhar.

Melanie: Descubra sozinho, você não sempre faz isso? - Perguntou, fechando a geladeira.

Harry: Eu falei a você que minha mãe não devia ser envolvida. Está no contrato. - Lembrou, enquanto ela recolhia o jogo de mesa.

Melanie: Proíba ela de vir até aqui, então. - Disse, debochada. Harry revirou os olhos.

Aconteceu por acidente. Harry foi apanhar seu guardanapo, que estava em cima da mesa, pra limpar uma gotícula de molho branco que respingara em um de seus dedos e ela foi apanhar o mesmo guardanapo para retirá-lo. Ele terminou apanhando a mão dela. O fogo foi instantâneo, queimando a pele, correndo pelas veias, mais forte que da primeira vez. Os dois observaram as mãos juntas, e ele virou a mão dela com a sua, o dedão passando firmemente pela palma. Melanie estremeceu com aquilo. De alguma forma os dedos dos dois se entrelaçaram, o dedão dele agora acariciando o pulso dela, a pele parecendo incendiar por onde o toque passava. Melanie se desviou da cadeira e se lançou a ele, angustiada, beijando-o. Ele a abraçou pela cintura com tamanha força que a ergueu do chão, soltando a mão dela pra deixar sua mão subir por dentro da camisa folgada, alcançando o sutiã dela. O mamilo já estava rígido, esperando por atenção, e ela arfou, cravando as unha no pescoço dele.

Harry: Eu sabia. - Murmurou nos lábios dela, descendo a boca pela frontal do pescoço, arranhando com os dentes - Olhei você a noite toda e sabia que estaria bem assim, apesar dessa maldita blusa não deixar ver nada. - Melanie estremeceu, calada. Harry ficava rouco quando estava com tesão, como se já não bastasse todo o resto como afrodisíaco.

Melanie: Me beije. - Murmurou, sedenta, e ele ergueu o rosto, alcançando a boca dela de novo em um beijo agressivo, faminto. A boca dele tinha um gosto suave de vinho branco, delicioso.

Então veio na cabeça de Melanie, como um raio: Ele sentado na beira da cama dela, observando enquanto ela derrubava o próprio cabelo com o canivete dele. Ela grunhiu de raiva, afastando ele, e Harry ficou suspenso, vendo ela se afastar.

Melanie: Não. - Murmurou, se recompondo, e ele respirou fundo. Por mais que ele odiasse admitir, ela estava certa.

Harry: Claro que não. - Desprezou, respirando fundo também, vendo ela se afastar. Ela não encarava. Ele saiu dali, antes que mudasse de opinião.

Melanie apanhou o maldito guardanapo, levando-o pra cozinha, e decidiu que iria tocar piano pra se acalmar. Algo precisava acalmá-la. Seu corpo estava enfurecido. Os seios rígidos, doloridos, a intimidade pulsando de vontade, a pele ardendo. Harry havia sumido no corredor. Ela estava atravessando a sala, rumo ao piano, quando ouviu um rosnado agoniado.

Harry: QUE DESGRAÇA, MEU DEUS!

Então ele voltou a passos largos, decididos. Ela não teve força nem vontade de contestar dessa vez. O recebeu, beijando-o novamente, e ele abaixou as mãos, apanhando-a pelas coxas, fazendo-a montar em seu colo, sentindo a ereção pronta dele em sua barriga. Ela não contrapôs mais nada. Esqueceu quem ele era e se permitiu. Ele se ajoelhou, levando os dois ao chão, e se separou um instante, tirando a blusa dela pela cabeça. Ela aproveitou e arrancou a camisa dele, e quando ele se deitou sobre ela, além do peso dele ela teve o calor comprimindo-a. Não teve nenhuma lembrança de Zayn naquele momento. Só conseguia sentir: E o que ela sentia agora era um tesão desmedido. A mão dela passou pela calça dele, encontrando o membro já pronto e se pôs a masturbá-lo, só por vontade, conhecendo-o. Ele endureceu ainda mais na mão dela. Harry estava furioso. Todas essas semanas, toda aquela frustração... Ele desceu a boca pela lateral do corpo dela, estourando o sutiã de qualquer jeito, mordendo-lhe o colo e os seios, fazendo-a gritar. Ele suspirou, satisfeito. Fantasiara com os gritos dela mais do que gostava de lembrar. Desceu a boca pela barriga dela, mordendo, lambendo, enquanto as mãos buscavam o short dela, abrindo o botão e puxando-o as pressas. Ele ainda a mordeu, a cintura dela uma vez antes de apanhar a coxa dela, pondo-a em seu ombro e sua boca alcançar-lhe a intimidade. Melanie arfou, agarrando o carpete. Pra ela receber um oral era totalmente novo. E era... Oh, meu Deus. Ela gemeu, aturdida, sentindo a língua dele abria caminho pra dentro dela, entre lambidas e sucções, circundando o clitóris já sensível dela, brincando com as terminações nervosas. Ele havia imaginado como seria o gosto dela por semanas, agora estava simplesmente deliciado. Mais uma vez era melhor do que esperava. Melanie era só gemidos. Sentiu o orgasmo se formar dentro dela, e ele não parava... Quando ela estava quase lá ele se concentrou no clitóris dela, a língua atacado-o incansavelmente, erguendo a mão e levando o dedo do meio até a intimidade dela, invadindo-a.

Melanie: Ai, meu Deus. - Gemeu, perdida na sensação nova. Com Zayn, além do pavor e da dor, era sempre ela que fazia. Sentia nojo. Isso era novo. Ele continuou o que fazia, o vai-e-vem do dedo ganhando ritmo, e o ato desencadeou o orgasmo dela, que a fez gritar, tamanha a intensidade.

Melanie aproveitava a sensação, totalmente perdida, por isso não viu ele se esticar, apanhando a carteira e em seguida vestindo a camisinha. Só sentiu quando ele voltou pra cima dela, dobrando-lhe as pernas e com uma investida única a penetrou. O ar fugiu dos pulmões dela, o sangue subindo pro rosto, e ela não viu como, mas o empurrou, os dois rolando no tapete, ela por cima agora. Ele parou deitado no carpete e ela sentada em seu colo. Foi pior (e melhor), porque sentada nele, ele parecia ir ainda mais fundo. Ele agarrou as coxas dela e observou Melanie se acomodando, as mãos na barriga dele, até que o havia acolhido por inteiro. Ela arfou, tremula, uma camada do cabelo caindo sobre o rosto. Ele grunhiu de pura satisfação.

Harry: Tão apertada... - Elogiou, sentindo como ela não fazia juz a sua memória. Melanie se moveu minimamente, gemendo, atordoada. Não parecia haver mais espaço dentro dela. - Isso... Está certo. Me sinta inteiro. - Orientou, as mãos nas coxas dela, apenas sentindo, se proibindo de apressar o ato.

Melanie: Puta que pariu. - Gemeu, as mãos tomando impulso na barriga dele pra começar a se mover. Forte demais pra posição em que estavam. Ela grunhiu com a dor e ele a parou, segurando-a pelo quadril.

Harry: Calma. - Disse, rouco, a outra mão subindo da coxa dela pra cintura dela, guiando os movimentos, começando de modo mais brando. Ela gemeu ao ser conduzida do modo certo, sentindo o prazer se espalhar pelo corpo. - Assim... Sem pressa. - Disse, quando ela pegou o jeito, uma das mãos subindo pela barriga dela e lhe alcançando um dos seios, apertando um dos mamilos que quase gritavam por atenção. Ela gemeu.

Ela o obedeceu. Foi ganhando jeito aos poucos, assim como a força. Era meio dolorido pra ela, mas o prazer correspondente era muito maior. Ele brincou com os seios dela a sua livre vontade, outrora apertando as coxas dela, ou ajudando-a com aquilo. Mas ela ia muito bem. Logo os dois se consumiam, com um tesão que beirava a raiva. Melanie gozou diversas vezes naquela transa, mas nunca parecia ser o suficiente.

Harry: Ei. - Disse, rouco, e ela o encarou - Não goze. - Ela franziu o cenho, confusa - Se concentre quando vier, e espere até que eu diga. - Instruiu. Melanie o encarou, soltando as laterais do corpo dele (onde ela estava tomando impulso) e apoiando as mãos na barriga dele, retomando os movimentos.

Melanie: Porque?- Perguntou, confusa. Pelo que sabia era isso que se buscava com sexo. Odiava se sentir um passo atrás.

Harry: Confie em mim. Vai ser melhor. - Melanie assentiu, sem querer estragar o momento. Ele gemeu, inclinando a cabeça pra trás - Deus, você está me apertando como um punho, Melanie. - Gemeu, deliciado.

Ela se inclinou pra frente, mordendo o peito dele, chupando, enquanto continuava os movimentos, e ele deixou. O orgasmo veio e no ultimo instante ela se lembrou. Parou os movimentos, focando todo o seu corpo e ele observou. Foi quase impossível, as contrações pareciam fugir dela, mas no fim ela conseguiu, sorrindo satisfeita consigo mesma. Ela retomou os movimentos, com a ajuda dele. Os dois soavam, os dois gemiam, e por nenhum dos dois se permitir gozar, aquilo nunca acabava. Melanie ouviu o apito de algo, distante entre os gemidos e se sentou, soltando um grito abafado ao senti-lo inteiro dentro de si de novo, o ritmo dos dois quase violento agora... E ela viu. Perrie parada dentro do elevador. Fora isso que apitara, o elevador. A outra olhava, o rosto um mistura de incredulidade, decepção e fúria. Melanie abriu seu melhor sorriso, o mais deslumbrante, o mais radiante que conseguiu sendo que não havia como conter seus gemidos por muito tempo agora, tendo os olhos dilatados e o rosto corado pelo esforço, encarando a outra, em total triunfo. Cada gemido de Harry era como um grito de vitória dela, e ela, só de propósito, contraiu a intimidade, apertando-o dentro dela (ignorando a dor que aquilo causou), fazendo-o soltar um gemido alto, agarrando a cintura dela. Perrie apenas a encarou, em um silencio mortal. Só que Harry se sentou, apanhando-a pelo cabelo e beijando-a. Ela se esqueceu a outra ali, os dois se beijaram agressivamente, as unhas dela descendo pelas costas dele e voltando, deixando vergões vermelho sangue, os dois se consumindo.

Harry: Agora. - Murmurou nos lábios dela - Pode gozar agora. - Completou. Melanie o encarou, e ele assentiu uma vez.

O corpo dela obedeceu quase que automaticamente. Algumas estocadas depois ela se contraiu em um orgasmo violento, intenso... Que não acabava. Ela gemeu, agarrada a ele, mas parecia não terminar, o fim de um indicava o inicio de outro, criando um ciclo, o corpo dela todo tomado por aquela sensação maravilhosa. Levou minutos até parar. O orgasmo dela, as contrações comprimindo ainda mais o pênis dele, desencadearam o orgasmo dele, que a prendeu pela cintura, elevando o quadril como se quisesse ir ainda mais fundo e gozou demoradamente com um gemido alto e um xingo, ela não conseguiu distinguir qual. Assim como o dela, o orgasmo dele quase lhe roubou os sentidos. Parecia não terminar, e era tão intenso que quase tirava a sanidade dele. Os dois caíram no tapete, ela por cima dele, ambos com dificuldade pra respirar. Levou minutos de silencio até que os dois se normalizassem, então o silencio ficou pesado. Melanie rolou pro lado, os dois ficando de barriga pra cima.

Melanie: Eu não acredito que isso aconteceu de novo. - Rosnou, irritada, dando voz aos pensamentos dele.

Harry: Inferno. - Rosnou, consigo mesmo, tirando a camisinha usada e dando um nó. Tinha se prometido que aquilo não ia acontecer de novo. - Mas você também... - Começou.

Melanie: "Você também" é o cassete! - Acusou, ultrajada e desaforada. Harry passou a mão no rosto, cansado. - Eu estava indo tocar piano, VOCÊ me atacou. - Ressaltou.

Harry: Você não devia estar se debatendo, e chorando, e tendo alucinações? - Perguntou, debochado. Melanie virou o rosto pro lado, a camada do cabelo curto caindo pela testa.

Melanie: Olhe bem pra mim. Estou com cara de quem está tendo alucinações? - Perguntou, irônica.

Harry: Não, está com cara de quem acabou de ser muito bem comida. - Respondeu, descaradamente. Melanie o encarou por um instante, sem reação.

Melanie: É de um cavalheirismo... - Murmurou, tirando o cabelo do rosto - Falando em gente mal comida, sua prima esteve aqui. Viu tudo. - Disse, apontando pro elevador com o braço. Harry olhou o elevador fechado.

Harry: Perrie? Tem certeza? - Melanie assentiu, se espreguiçando. Ele gemeu, aturdido, e foi a vez dela de rir - Isso precisa parar. - Disse, decidido.

Melanie: Querido... Isso já parou. - Disse, dura. - Foi um acidente. Culpa sua, mas um acidente. Não vai se repetir. - Disse, e ele assentiu um instante.

Harry: Foi o que eu me disse da ultima vez, e aqui estamos. - Disse, e ela cobriu o rosto com o braço. - Algo que acontece uma só vez, pode não acontecer mais, mas se acontece duas vezes, a terceira é questão de tempo. Aprendi isso por experiência própria. - Avisou.

Não era uma briga (ainda). Era só uma situação, no mínimo, inusitada. Os dois nus, deitados no carpete da sala, Nova York fazendo plano de fundo, uma tempestade de chuva caindo, o Empire State Building brilhando no horizonte. Nenhum dos dois estava preocupado com a própria nudez, ou a do outro. Melanie era completamente a vontade com o próprio corpo, satisfeita, e Harry tinha uma segurança irrefutável.

Melanie: Se nós dois concordarmos... Sem brigas, dessa vez... - Ele a olhou, esperando - Se for de comum acordo que não vai acontecer de novo, nós podemos contornar.

Harry: Se você diz... - Disse, suspirando ao pensar no inferno que sua cabeça voltaria a ser daqui pra frente. Ainda tinha Perrie, puta que pariu...

Melanie: E mesmo sem me dar a porra da senha, você precisa dar um jeito nesse elevador. Pessoas entram e saem aqui quando querem, não é natural. - Ressaltou, encarando ele, debochada.

Harry: Nunca foi problema antes. - Alfinetou, irônico. O sistema do prédio todo era assim, ele que dera sua senha a família toda.

Melanie: Pelo visto é agora. - Rebateu, obvia.

Os dois pararam, se encarando. Os olhos de Melanie tinham exatamente o mesmo tom de azul que a memória dele guardara. Já ela nunca parara pra reparar nos olhos dele, com aquele óculos infeliz sempre caindo, mas era de um verde muito bonito. Estava frio ali dentro (Gail se retirava quando Harry chegava, deixando o casal Styles a sós, e como eles se atracaram no chão ninguém regulou o termostato).

Melanie: Eu não devia ter humilhado você. - Disse, por fim, em tom baixo.

Harry: Desculpe? - Perguntou, ajeitando a cabeça, como se pra ouvir direito. Ela revirou os olhos - Não escutei.

Melanie: Você me ajudou. Eu fui cruel, achava que porque a vida tinha sido dura comigo, eu tinha o direito de fazer o que quisesse. - Disse, dando de ombros - Não estou pedindo desculpas, só estou admitindo meu erro. - Disse, clara.

Harry: Antes tarde que nunca. - Alfinetou.

Melanie: Falando em "admitir meu erro", eu não joguei sangue em você. - Harry a encarou, duro - Não sabia que aquilo ia acontecer. Comentei com Brad, semanas antes, que você tinha se cortado e entrado em pânico. O resto foi idéia dele, não minha. Eu só soube quando aconteceu. - Ressaltou, se lembrando.

Harry: Acha que vai mudar alguma coisa você ter admitido isso? - Perguntou, duro.

Melanie: Seria ingenuidade demais. Eu ainda não suporto olhar pra sua cara, quem dirá. - Esclareceu, e ele sorriu, satisfeito.

Harry: Você reconhecer não muda nada. Você mal começou a pagar pelo que fez. Mas é bom saber que inteligência ainda é uma das suas características. - Disse, debochado. Melanie suspirou, revirando os olhos de novo - Não gosto quando você me olha desse jeito. - Avisou.

Melanie: Que jeito? - Perguntou, indignada.

Harry: Como se eu fosse uma criança mimada. - Continuou. Ela ergueu as sobrancelhas - Não repita.

Melanie: Senão o que? Vai me bater? - Desafiou, achando graça. O olhar que ele devolveu a ela fez ela se arrepiar.

Harry: Não me teste. - Avisou.

Era a primeira conversa civilizada que os dois tinham desde o casamento. Sem gritos, sem ofensas. Os dois se encararam por minutos. Era uma vida confusa, essa. Onde e quando se podia imaginar que o jogo ia virar, ao ponto do garoto Styles e a Rainha Melanie chegarem nesse ponto? Após algum tempo ela viu a pele do braço se arrepiar pelo frio que fazia, e ergueu a mão, inconscientemente, passando as costas da mão pelo antebraço dele. Os dois observaram o ato.

Melanie: Eu não tenho experiência alguma, - Começou, e ele a olhou. Ela ainda olhava a mão que passava pelo braço dele. O desejo, a pouco saciado, se reacendia nos dois gradualmente, com o mínimo toque - Mas isso não pode ser normal. Eu mal consigo ficar no mesmo cômodo que você sem me irritar, e ainda assim... - Ela suspirou, a boca seca de vontade. Ergueu os olhos, encarando-o de novo, que manteve o olhar dela por um instante.

Harry: Algo nesse casamento é normal? - Perguntou, evidenciando que também não sabia explicar o desejo que mutuo que sentiam, tão forte quanto o ódio que tinham um pelo outro.

Harry encarou Melanie por mais um instante, então, com um som afogado vindo de seu peito, algo que lembrava derrota, se aproximou de novo, passando pra cima dela e beijando-a. Ela apenas o abraçou pelos ombros, lhe acariciando os cabelos e acolhendo-o entre as pernas. Harry era pesado, forte, mas ela gostava do modo como o peso dele a comprimia. E recomeçaram tudo exatamente dali.

**

A chuva parara. O céu estava nublado, mas amanhecera. Haviam camisinhas usadas, amarradas pelo chão da sala. Melanie estava toda marcada, os lábios inchados, um dos lados do rosto vermelho, o pescoço e o colo cheio de marcas de chupões e mordidas, assim como os seios e a barriga. As coxas tinham as marcas exatas dos dedos dele. Harry tinha marcas de mordidas pelo peito, pelo pescoço, as costas quase em carne viva. Transaram a noite inteira, como se pra provar que a idéia da rejeição não ia dar certo. Olhou Melanie, que dormia ao seu lado, os cabelos curtos alvoroçados, parecendo exausta. Esse era um problema curioso: Um problema que meio que não era um problema. Apesar da noite que passaram, os sentimentos dele não mudaram, assim como os dela. A única coisa que mudou foi o sexo, que parecia se tornar melhor a cada vez. Ele se sentou, catando a calça embolada e vestindo-a, em seguida recolhendo o bolo de camisinhas usadas e guardando no bolso. Olhou ela dormindo.

Não podia deixá-la ali, nesse ponto ela tinha razão, qualquer um que tivesse a senha podia entrar, e a situação seria no mínimo constrangedora. Ele revirou os olhos, se abaixando, uma das mãos passando pelo joelho dela e a outra pelas costas. Quando ele ia carregá-la, deu de cara com um par de olhos azuis muito bem acordados e uma sobrancelha erguida.

Melanie: O que está fazendo? - Perguntou, desconfiada. Harry era bem capaz de jogá-la no poço do elevador enquanto ela dormia.

Harry: Amanheceu, preciso ir trabalhar. - Disse, obvio, apontando a parede de vidro. Harry acordava cedo, malhava por 2 horas, tomava café, e se aprontava pra sair. - Pensei que você estava dormindo. - Admitiu.

Melanie: Eu não durmo sem meus remédios. - Lembrou, obvia, apanhando suas roupas, espalhadas pelo chão. - Falando nisso, meus remédios estão acabando. Como você não deixa sair, faça meu psicólogo vir aqui. - Disse, direta.

Harry: E você achou esse o melhor momento pra falar isso? - Perguntou, observando-a. Ela fechou o short, se levantando. A blusa sumira em meio aos moveis, e o sutiã devia ter ido parar no central park.

Melanie: O assunto surgiu. - Disse, obvia, se esticando atrás do sofá. Ele observou as marcas das mãos dele, marcas claras de apertões nas costas dela. Desviou o rosto, irritado por estar se excitando de novo.

Harry: Temos assuntos mais urgentes. - Disse, obvio.

Melanie: Minha paz de espírito é a prioridade. Onde você jogou a porra da minha blusa? - Perguntou, exasperada, olhando em volta.

Harry: Você tem paz de espírito sabendo que vai transar comigo a cada deslize? - Melanie parou de procurar, encarando-o, pensativa.

Melanie: Não vou transar com você a cada deslize. Você é bom, mas nem tanto. - Debochou, e ele cruzou os braços, se encostando em uma poltrona.

Harry: Não? - Ele a encarou por um instante. Como que por comando os mamilos de Melanie se enrijeceram, e ela fechou a cara pra ele, que sorriu de canto - Tem certeza?

Melanie: Eu ainda preciso dormir, seu filho da puta. - Disse, voltando a procurar - Um problema de cada vez. - Organizou, pondo uma mão na cintura. Viu a manga da camisa perto do corredor - Ah! - Sorriu, indo apanhar.

Harry: Resolvemos o menos importante. - Disse, vendo ela vestir a blusa. Sem o sutiã não cobria quase nada. - Então...?

Melanie: Eu tomo dois comprimidos por noite. - Disse, cruzando os braços - Só tenho mais dois. O que significa que amanhã eu não vou mais dormir. - Disse, pondo a mão na cintura. Harry tinha tendência a fazer o contrário do que ela pedia - Eu sei que as coisas não mudaram, mas respeite pelo menos isso. - Pediu, séria.

Harry: O que acontece quando você cai no sono sozinha? - Perguntou, aguçando o olhar.

Melanie: Raramente acontece. Eu transei com você a noite inteira, meu corpo está exausto, mas não me ocorre a possibilidade de dormir. - Disse, direta.

Harry: E se você dormisse? - Insistiu.

Melanie: Não queira saber. - Disse, dura. Ele a observou por um instante.

Harry: Vou pensar no seu caso. - Debochou, e ela ergueu a sobrancelha - Já disse que não gosto que me olhe assim. - Melanie riu.

Melanie: Então me coloque no seu colo e me dê uma surra, porque eu sou uma garota muito, mas muito má. - Debochou, fazendo bico, e ele ergueu a sobrancelha.

Harry: É uma idéia. - Disse, se desamparando do sofá.

Harry fingiu dar a partida em direção a ela, fingindo começar a correr e Melanie arregalou os olhos, dando um gritinho e disparando pra trás do sofá. Ele riu, cruzando os braço de novo.

Melanie: Ridículo. - Disse, suspirando - Ok, vá trabalhar. Me dê o dia pra pensar. E eu preciso dos meus remédios.

Harry: Esqueça a questão dos remédios por um segundo. - Pediu, debochado.

Melanie: Conversaremos quando você voltar. Eu preciso pensar. - Harry assentiu.

Harry: Certo. À noite conversamos. - Disse, e deu as costas, deixando-a ali.

A verdade é que ele nem malhou naquele dia. Os dois tinham os corpos relaxados, sem tensão alguma, e ele se deu ao luxo de dormir um pouco. Melanie tomou um bom banho de banheira e foi pra biblioteca dele, procurar algo pra ler. Estava cansada, mas só podia se permitir dormir a noite. Quando Harry saiu ela nem viu.

**

Gemma: Certo, acho que entendi. - Perrie chorava, um choro de puro ódio e magoa. Demorou até Gemma entender qual era o problema. - Bom, vocês já sabiam que eles tinham transado. - Disse, tentando conter a quase histeria da outra.

Perrie: Uma vez. - Disse, e Gemma caminhou aos poucos, pensando em um modo de acalmar Perrie. Particularmente não tinha muita paciência pra esse casinho, mas sempre sobrava pra ela - Ele prometeu que não faria de novo. - Disse, secando o rosto.

Gemma: Ele é homem. Ela deve ter apelado. - Um dia Harry ia ter que retribuir esse favor a ela, se houvesse justiça nesse mundo.

Perrie: Dessa vez foi... Foi diferente. - Gemma se sentou em uma poltrona, escutando - Harry é muito quieto durante o sexo. - Disse, as memórias distantes. Gemma teve vontade de jogar água quente nos ouvido ao ouvir aquilo, mas se manteve.

Gemma: Quieto? - Repetiu. Perrie assentiu.

Perrie: Silencioso. Compenetrado. Mas com ela... - Ela parou, atordoada com a lembrança - Os gemidos dele eram altos. Parecia não conseguir conter. Haviam, haviam gritos. Não só dela, dele igualmente. - Disse, desolada, se lembrando.

Gemma: Ok. - Cortou, tendo chegado ao seu limite - Pare de chorar. Converse com Harry, Pezz. Se tem alguém que vai poder te explicar essa história, é ele. Tente se acalmar. - Aconselhou.

Perrie: Você está certa. - Disse, secando o rosto e se levantando - Eu vou atrás dele. - Disse, decidida. Gemma assentiu, e viu a outra sair. Apanhou o celular, discando o 1º numero da chamada de emergência. Harry. Chamou e foi pra caixa.

- Irmão, é Gemma. Escute, eu mesma estou puta com você, mas Perrie está indo pra empresa, querendo satisfações sobre o que viu ontem. Esteja pronto.

Harry bem tentou. Por mais que Gemma estivesse com raiva dele, o instinto de proteção, de família, prevalecia, então é claro que ela avisaria. Perrie entrou na sala dele com 50 pedras na mão. Fez acusações, passou coisas na cara... E a cabeça dele voltara a doer.

Harry: Perrie... Pezz... Pe... Perrie! - Rugiu. O grito assustou a outra, que parou de falar. Ele abriu a gaveta, apanhando um frasco de aspirinas e pondo duas na boca, o que o lembrou que precisava falar com Liam sobre os remédios de Melanie... Problemas, problemas, problemas - Eu não queria que tivesse acontecido, também, mas aconteceu, o que posso dizer?

Perrie: Você me prometeu, Harry. - Lembrou - Entretanto estava lá, com ela, e pelo pouco que eu vi, estava adorando. - Estava mesmo, verdade seja dita.

Harry: Aconteceu. - Disse, simples.

Perrie: É isso o que você tem a me dizer? "Aconteceu?" - Perguntou, incrédula.

Harry: Eu sou homem. Ela é mulher, aliás, é minha mulher. - Lembrou - Não é do meu gosto, mas tentei evitar por semanas. Aconteceu. Foi por deslizes como esse que nosso caso também aconteceu. - Lembrou.

Perrie: Não me compare a ela. - Rosnou, furiosa.

Harry: Não estou. Estou dizendo que aconteceu, e pode acontecer de novo. - Disse, claro - Cansei dessa batalha interior. Se for de ser...

Perrie: E nós dois? E o que nós construímos durante esses anos, Harry, isso tudo fica como nessa situação? - Perguntou, cruzando os braços.

Harry: Pezz... Nós não construímos nada. - Disse, direto. Era uma das qualidades de Harry: Ele dizia o que precisava ser dito, não importa se fosse doer - O que nós temos é ótimo, mas você ainda é minha prima. Madison está me chantageando e eu estou me submetendo a chantagem dela pra que minha mãe não tome conhecimento disso. Ela não sabe, e não vai saber nunca. - Esclareceu.

Perrie: É assim que você vê? - Perguntou, a voz mortificada.

Harry: É como você deveria ver também. E, eu sei que é um péssimo momento, mas acho que nós devemos dar um tempo com isso. - Continuou.

Perrie: O que?! - Grasnou, exasperada.

Harry: Pelo visto você está vendo nosso caso pelo lado errado. Está fantasiando coisas. É sexo, sempre foi só sexo. Você é minha prima, é minha família, e não há chances de você mudar de posição. - Disse, direto - Enquanto você não tiver isso claro em mente, é melhor pararmos.

Perrie encarou Harry por um instante inteiro, os olhos magoados. O amara desde adolescente. Sempre estivera lá, não importa pra que. Ele fora o primeiro e o único homem que ela quisera em sua cama, e agora era só aquela vagabunda estralar o dedos e ele simplesmente dizia isso, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Perrie: Vai se foder, Harry. - Mandou, dando as costas e se batendo com Louis, que ia entrando. Esse assoviou, vendo a outra passar.

Louis: Um belo dia, pelo que eu vejo. - Disse, sorrindo - Sua vida amorosa é mais interessante do que o livro que eu estou lendo. - Admitiu e Harry riu a contragosto, recostando a cabeça na cadeira - E pela mordida de mulher na sua jugular, eu digo que você transou com Melanie de novo. - Completou. Harry revirou os olhos, ajeitando a camisa e a gravata.

Harry: O que é você, um colegial? - Perguntou, achando graça.

Louis: Foda-se quem eu sou, eu quero detalhes. - Disse, largando uma pasta de lado - Como vocês resolveram isso?

Harry se lembrou de Melanie hoje pela manhã, pedindo um tempo pra pensar. Deus o ajudasse, não suportava aquela mulher, mas ela era inteligente então bastava a ele torcer pra que ela tivesse uma idéia que prestasse, porque a cabeça dele e esgotara.

Harry: Nada foi resolvido ainda. - Disse, pra desgosto de Louis - Mais vai ser. Hoje a noite. - Garantiu, e o outro sorriu, em uma mistura de ansiedade e malicia. Que seja, então.

Melanie: Onde está o meu remédio? - Perguntou, quando a porta do elevador abriu.

Harry: Boa noite, querida. - Disse, debochado, largando as chaves no potinho.

Melanie: Estou falando sério. - Disse, indo atrás dele.

Harry: Eu também. Vamos passar o natal com a minha mãe, e não quero viajar no ano novo, então tenha malas prontas pra duas semanas por ai. - Disse, soltando a gravata.

Melanie: Harry! - Ele olhou - Nós tínhamos um acordo! - Cobrou, exasperada.

Harry: Eu lá tenho cara de quem faz acordo com o diabo? - Perguntou, desabotoando a camisa.

Melanie: Você quer que eu enlouqueça, pra assim ter vencido a aposta, é isso? - Perguntou, parada na porta, e ele se virou, soltando os colarinhos.

Harry: Eu não sou uma fabrica de receitas pra tarja preta. Mandei providenciarem. - Melanie suspirou, aliviada. Os olhos dele se aguçaram sobre ela - Você podia tentar dormir, enquanto isso.

Melanie: Já tentei. Não é produtivo. - Disse, dura - Amanhã você traz? - Ele revirou os olhos, sumindo no corredor, e ela sorriu - Não gosto de quando você olha pra mim desse jeito. - Debochou, citando ele e se jogando no sofá. Ouviu o riso dele vindo do quarto.

O jantar voltou à estaca zero. Melanie não podia servir lasanha dois dias seguidos. Ele rejeitou a comida, ela mandou ele pro inferno, tudo nos conformes. Estava de barriga cheia: Madison levara um Mc Donalds pra ela. Se ele a beijasse, ainda sentiria o gosto do ovomaltine. Logo os dois estavam na sala, como acertado, debatendo o terceiro problema.

Melanie: Eu odeio você. - Disse, clara, e ele riu de sua poltrona.

Harry: Não mais do que eu a você, posso garantir. - Rebateu.

Melanie: Não é porque transamos que isso muda. - Ele negou - Eu posso odiar você e ter tesão em você ao mesmo tempo. - Supôs.

Harry: É o que, obviamente, está acontecendo. - Disse, impaciente. Melanie rodeava demais - Por exemplo, você está usando um sutiã meia taça, sem alça, preto. Uma das casas dele abriu enquanto você tirava a janta. Eu passei o resto do tempo querendo abrir a que sobrou. - Melanie arregalou os olhos, levando a mão as costas. Harry sorriu ao ver a indignação dela ao notar que ele estava certo.

Melanie: Como?... Tarado! - Disse, exasperada, fechando o sutiã. Harry riu. - Ok, eu odeio você, mas eu gosto de transar com você. - Estabeleceu. Harry assentiu.

Harry: Igualmente. - Ele esperou, e ela olhou o chão, procurando uma saída.

Melanie: Eu não tenho nenhuma idéia. - Disse, derrotada - Estou cansada de me privar de uma coisa que eu tenho direito. - Disse, clara. Harry gostou da objetividade dela. - Eu nunca tive sexo nem em planejamento na minha vida. Agora eu faço, eu gosto, eu sou casada, você é meu marido. Não é porque eu não suporto olhar pra sua cara que nós não possamos... - Ela parou, coçando o cabelo - O que fazer?

Harry: Outro contrato, estipulando suas vontades e as minhas? - Perguntou, observando-a. O cérebro de Harry era assim, trabalhava pelo lado mecânico das coisas.

Melanie: Não! - Disse, desgostosa - Não quero isso em um contrato. - Completou, olhando o chão - Olhe, eu já percebi que você cumpre sua palavra. A empresa do meu pai está de pé e prosperando. Por outro lado eu também cumpro a minha, tanto que tenho mais de um mês presa nessa porra desse apartamento sem nem tentar fugir. - Ele passou

Harry: Você quer que eu confie em você. - Concluiu, passando o dedão no lábio inferior, observando-a.

Melanie: Eu quero que possamos resolver isso sem ter um juiz ou testemunhas. É nossa intimidade. - Ele assentiu, observando-a - O que nós acertarmos aqui vai ser levado adiante, sem a necessidade de um contrato. Nós não vamos andar de mãos dadas, nem deixar de nos odiar por causa disso. É só sexo. - Harry parou um instante, pensando, então assentiu.

Harry: Frequência? - Começou.

Melanie: Sempre que der vontade. - Rebateu, obvia. Ele sorriu. Fora um teste e ela passara.

Harry: Limites? - Continuou.

Melanie: Olhe, mesmo odiando você, confio que você saiba o que faz. - Ele ergueu as sobrancelhas, debochado, e ela riu - O que quero dizer é que não tenho restrições, contanto que não me machuque demais. - Ele a observou por um instante. Estava ficando interessante.

Harry: Posições, vias... Qualquer coisa? - Pressionou, os olhos de lince pousados nela, mas Melanie estava bem tranquila.

Melanie: Contanto que não me machuque demais. - Repetiu.

Harry: Você vai tomar uma injeção de anticoncepcional periodicamente. Não gosto de usar camisinha. - Estipulou.

Melanie: Tudo bem. - Disse, tranquila - Você tem algum limite? - Ele parou, pensando, mas ao contrário de Melanie, não haviam muitos traumas no passado de Harry.

Harry: Não. Não me lembro de mais nada agora. - Disse, a cabeça completamente vazia.

Melanie: Podemos adicionar depois. Modificar, conforme acontecer. - Ele assentiu, gostando da idéia - É só falar. - Ele assentiu.

Melanie se levantou, se aproximando, e a primeira reação dele foi o asco. Ela parou em frente a ele, que estava sentado, e apanhou o queixo dele, fazendo-o encará-la. Verde e azul se chocaram por um instante, e ela ficou em silencio.

Melanie: O mais importante de tudo, preste atenção: Precisa ser consensual. - Os olhos dela estavam sérios, insondáveis - Não importa o que aconteça, ou a situação, eu preciso estar de acordo, Harry. Em hipótese alguma eu posso me sentir subjugada. Nós já vimos o que acontece. - Disse, dura. Ele ficou quieto - Estamos acertando isso porque é proveitoso pros dois, mas se em alguma vez eu me sentir forçada, vai estar tudo estragado. Disso eu não abro mão. - Completou.

Harry: Tudo bem. - Concordou, observando-a. Ela soltou o queixo dele, erguendo a mão.

Melanie: Acordo? - Perguntou, sorrindo de canto. Harry riu de canto, apertando a mão dela.

Harry: Acordo. - Afirmou, e após apertar a mão dela a puxou, fazendo-a cair em seu colo e beijando-a, uma das mãos já na lateral da coxa dela. Melanie arfou, puxando os cabelos dele pra si, aprofundando o beijo por um instante, então puxou ele pelo cabelo, afastando-o - O que foi?

Melanie: Falaremos sobre isso de novo quando você me trouxer os meus remédios. - Disse, lutando pra se levantar, e ele a observou, exasperado.

Estava claro que um acordo torto como aquele, afirmando o tesão de duas pessoas que se odiavam nunca daria certo. Mas era garantido que tentar seria, no mínimo, delicioso.

Mas, pro desespero de Melanie, no dia seguinte (uma sexta-feira) ele não trouxe o remédio. Sem maiores explicações, só não trouxe. Dormiu a noite toda, e ela ficou acordada, sentada na cama, pensando. Também não deixou ele triscar nela. Nada do remédio no dia que veio, nem no próximo. O fim de semana veio e se foi. Melanie estava desesperada.

Melanie: O que você está tentando provar? - Perguntou, cansada, no domingo de noite. Tinha olheiras.

Harry: Nada. - Disse, se fazendo de inocente.

Harry não queria provar: Ele queria descobrir. Queria ver que diabo acontecia se ela dormisse por si só. Era bem capaz dela apenas ter se viciado na droga, e se fosse isso, ela que sonhasse que ele ia manter o vicio dela. Melanie se manteve bravamente, lutando contra as pálpebras pesadas, se mantendo a base de café (muito mal feito por sinal) e banhos frios. Madison e Sophia não tinham como ajudar. Uma vez que Melanie pediu ajuda a Harry, se os remédios aparecessem por outra via ele saberia que elas levavam coisas pro apartamento. Porém, há uma condição básica sobre o corpo humano: Você não consegue passar mais de 72 interruptas, sem dormir. Uma vez que você tenta, passadas as 72 horas seu cérebro começa a ter lapsos, se desligando automaticamente por instantes breves de tempo. Se ainda assim você força por mais tempo, após aproximadamente 11 dias você morre. Melanie estava na base dos 72. Seus olhos estavam pesados. Harry estava no telefone, no escritório, ela na sala, deitada no sofá com uma revista na mão. Ela pestanejava o tempo todo, e estava pensando em mais um café...

"Não, por favor, outra vez não, estou implorando, por favor! MAMÃE!

- Mamãe não está. Não finja que não está gostando, olhe só pra você, sua vadiazinha."

Harry passou pra ir buscar água, quando viu que ela adormecera. Arrancou o fone do ouvido sem nem se despedir da pessoa, se aproximando, observando. Ela não se debatia, mas o sono era inquieto. A revista caíra no chão.

"Zayn tateou com o membro ereto entre as pernas dela, se forçando até encontrar uma fenda entre as pernas dela. Totalmente as cegas ele se empurrou pra dentro dela com brutalidade, arrancando um grito de dor da menina, tapando a boca dela em seguida.

- Shhh. Caladinha. Viu como você gosta?

"O peso dele forçava ela na cama e as estocadas dele só faziam a dor na intimidade dela piorar. Era horrível, ela era só uma criança, o corpo de sete anos nem de longe prontos pra aquilo. Não havia nem um resquício de excitação, ela estava seca como se tivesse acabado de se limpar, totalmente tensa, rígida, e ele era violento, brutal, dizendo coisas horríveis no ouvido dela..."

Harry parou de se aproximar quando ela ergueu o tronco, como se lutasse contra alguém. Havia começado a chorar dormindo. Ele franziu o cenho, procurando um modo de se aproximar sem machucar ela. Quão profunda uma pessoa precisava ser ferida pra ficar naquele estado?

"Está doendo! Está doendo muito, por favor! Por favor, pare com isso!

- Pode chorar, você sabe que eu adoro quando você chora. Hum... Você é uma putinha deliciosa que adora receber o meu pau, Melanie, isso que você é.

Melanie, por ser tão nova não tinha abertura pra uma relação sexual, mas Zayn se forçava contra ela. Ele resolveu que queria entrar todo nela. O choro de Melanie era agoniado, soluços aterrorizados, de pura dor e desespero, então ele ergueu o quadril de criança dela, se forçando até o final. A dor foi tamanha que ela desfaleceu por um instante, logo tentando gritar, as lagrimas caindo fluidamente, querendo se soltar, mas a mão dele estava em sua boca, tapava seu nariz..."

Harry: Melanie! - Chamou, levando o tronco dela de volta pro sofá - Acorde! - Ela abriu os olhos, tomando o ar - Sou eu. Você está bem.

Melanie olhou em volta por um instante, se situando, então se sentou no sofá, se encolhendo como um animal ferido, as mãos dentro dos cabelos curtos e chorou. Ele deixou ela se acalmar, quieto, observando. Então era isso que acontecia. Antes dele acordá-la ela estava brigando consigo mesma, chorando desesperadamente, pedindo por clemência.

Melanie: Olhe o que você conseguiu, seu filho da puta. - Acusou, a voz cortada pelo choro, totalmente tremula.

Harry: Um pesadelo. - Concluiu, mas ela negou.

Melanie: Vivido demais. - Disse, com o rosto enterrado nos braços. Ela própria tremia, fora os soluços do choro assustado - São cenas diferentes, mas como se eu estivesse vivendo de novo. Os remédios me derrubam, então eu não sonho com nada. Nunca. - Harry assentiu, pensativo, e ela ergueu o rosto, os olhos azuis apavorados, o rosto lavado em lagrimas, totalmente pálida pra encará-lo - Eu não estou pedindo demais. Eu aceitei tudo o que você impôs. Eu vou precisar enlouquecer pra que você me dê a porcaria dos remédios, Harry?

Harry a encarou por um instante, encarando uma Melanie mais destruída do que ele jamais vira antes. Ela tremia, encolhida, como se estivesse com medo de algo, os cabelos alvoroçados, soando, os olhos assustados, o rosto lavado em lagrimas. Ele podia usar aquilo como uma arma contra ela... Mas era baixo demais. Ele não se meteria na sujeira que o outro fez.

Harry: Eu vou pedir a Liam dar um jeito hoje. - Disse, e ela suspirou, soluçando mais uma vez - E amanhã de manhã cedo vão trazer seus remédios aqui. - Melanie assentiu - GAIL! - Gritou, assustando Melanie. Logo Gail apareceu - Minha mulher teve um pesadelo. Traga um copo d‟agua pra ela. - Disse, apanhando o celular, e Gail assentiu, olhando a Melanie que ainda chorava.

Harry conversou com Liam brevemente. Melanie bebeu a água, se recompondo, embora o tremor continuasse. Em 20 minutos Liam subiu, encontrando Melanie no quarto. Conversou com ela brevemente, perguntando algumas restrições, se ela tinha alergias, qual era o efeito em media que o remédio dela fazia, e ela respondeu em murmúrios. Sophia parou, abertamente encarando Harry de cara fechada, durante todo o processo. Ele ignorou. No fim Liam preparou uma seringa de algo transparente (ele tinha quase que uma farmácia em casa), e após limpar o braço dela, aplicou diretamente na veia. Segundos depois Melanie caiu desfalecida no travesseiro, totalmente apagada.

Harry: Tem certeza de que ela não vai sonhar? - Perguntou, de braços cruzados, olhando Sophia ajeitar Melanie, que caiu de qualquer jeito na cama.

Liam: Não. Ela não está dormindo, está em um pré-coma induzido. - Disse, descartando a seringa - Totalmente inconsciente. Que merda você tem na cabeça?

Harry: É o que? - Perguntou, se distraindo e olhando o irmão.

Liam: O remédio dela acabou e você simplesmente resolveu que não ia dar mais? - Perguntou, debochado.

Harry: Longa história. Erro meu. - Liam assentiu, obvio - E não consegui falar com você antes, mas preciso que você me consiga umas receitas disso que ela toma. Uma boa quantidade, pra eu não precisar passar por isso de novo.

Liam: Não quer rasgar meu diploma também não? - Perguntou, debochado.

Harry: Receite o máximo que você puder sem perder o diploma. Peça a sua equipe pra receitarem também. Dê um jeito. - Liam olhou torto pra Harry.

Liam: Só amanhã. Não tenho nenhum bloco de receitas em casa. - Harry assentiu.

Harry: Mando alguém buscar no hospital. - Liam assentiu.

Liam: Soph? - A morena olhou - Vamos. - Sophia olhou Melanie mais uma vez, agora totalmente acomodada nos travesseiros e coberta direitinho.

Sophia: Ela está fria. - Disse, controlando a vontade de unhar Harry. Liam se aproximou, apanhando um pulso de Melanie e olhando o relógio no próprio pulso.

Liam: Está tudo bem. Ela deve acordar em umas 12 horas. - Avisou, olhando o irmão.

Sophia: Eu quero ver até onde sua obsessão vai te levar. - Acusou, dura, ao passar por Harry, indo embora.

Melanie realmente ficou apagada a noite toda. Nem se moveu. Harry não dormiu direito. Se lembrava dela implorando enquanto dormia, das lagrimas, então se levantava e vinha checar, mas ela continuava dormindo. Checava o pulso, e continuava normal. De manhã, antes de sair, deixou ordens pra Gail checar ela periodicamente também. Melanie, que costumava acordar as 08, acordou as 11. Totalmente grogue. As lembranças da noite anterior pareciam nubladas. Ela foi pro chuveiro, tomando um banho bem demorado, e ao sair Gail esperava. O almoço, gloria a Deus, estava pronto. Melanie dispensou por hora e voltou a sala, indo pro piano. Tocar a ajudava a colocar a cabeça no lugar. Tocou por mais de uma hora, até que o elevador se abriu e um homem loiro saiu, segurando uma caixa.

- Senhora Styles?

Melanie: Sou eu. - Disse, estranhando.

- Me ordenaram trazer essa encomenda para a senhora.

Era uma caixa média, de papelão. Melanie a colocou no sofá, abrindo-a, e haviam dezenas dos frasquinhos do remédio dela ali dentro. Ela suspirou de alivio.

Melanie: Graças a Deus. - Disse, passando a mão no rosto. Tinha remédio ali o suficiente pra um ano, talvez mais. - A senhora precisa assinar aqui.

Melanie apanhou o papel, assinando onde dizia. Assinar "Melanie Styles" ainda era estranho pra ela, mas não deu bola. Devolveu o papel ao entregador, que agradeceu, guardando tudo o papel e a caneta. Foi então que ela reparou algo, no entregador que Harry mandara. O tom loiro dos cabelos, a curvatura do queixo...

Melanie: Brad?? - Reconheceu, exasperada.

Brad: É meu nome, senhora Styles. - Respondeu, confuso.

Melanie: Sou eu. Melanie. - Lembrou, e ele ergueu as sobrancelhas - De New Jersey, Melanie, do St. Jude.

Brad: Melanie? Oh, meu Deus! - Disse, abrindo um sorriso enorme - Seu cabelo está diferente!

Melanie: Nem me diga. - Suspirou consigo mesma - Mas Brad... Você não ia fazer faculdade?

Brad: E eu fiz! Fiz administração de empresas em Harvard, logo depois de deixar o St. Jude. - Atualizou, satisfeito - E você?

Melanie: Design de Moda, em Yale. - Respondeu, e ele assentiu - Você tem um diploma de Harvard e trabalha como entregador? - Perguntou, direta, e ele riu.

Brad: Não sou entregador. Só sou novo na empresa, logo estou como quebra galhos. Questão de tempo até me estabilizar. - Disse, dando de ombros.

Melanie: Que empresa? - Perguntou, agarrada a um fio fino de esperança. Talvez ele trabalhasse pra empresa farmacêutica. Talvez pro FedEx. Qualquer coisa, menos...

Brad: A Styles Enterprises Holdings. - Melanie assentiu, lamentando. - Nem acredito que consegui uma vaga lá.

Melanie: Brad... Peça demissão. - Aconselhou. Ele franziu o cenho, sem entender.

Brad: Porque? - Perguntou, confuso.

Melanie: O CEO da empresa é o Garoto Styles. Você jogou sangue nele, lembra? - O choque no rosto de Brad era evidente - Procure um emprego em um lugar onde você consiga crescer. - Aconselhou.

Brad: Não consigo. Todos os empregos em que eu começo, termino demitido por um motivo. - Disse, e Melanie colocou a mão no rosto. Harry já estava perseguindo Brad - Você está aqui porque...?

Melanie: Sou mulher dele. - Disse, erguendo a mão esquerda, mostrando a aliança de ouro branco - É melhor você ir. - Melanie tinha certeza que em alguma sala da torre cinza Harry estava as gargalhadas pela cena.

Depois de Brad ir embora, Melanie guardou seus remédios e começou a arrumar a mala. Madison lhe dera algumas dicas do que levar. Uma ginecologista foi visitá-la, e após uma conversa a aplicou uma injeção, muito simples. Melanie não pensou muito naquilo, só esperava que o anticoncepcional não a engordasse, e voltou à mala. Depois de metade pronta, foi cozinhar. Seguiu passo a passo o que a mulher da televisão ordenou, terminando com o que parecia um suflê. Melanie não tinha muita certeza. Harry estava demorando. Às vezes se atrasava. Ela olhou a cidade, tocou piano, ligou pro pai e nada dele. Chegou uma hora depois, e parecia cansado. Nem prolongou a ladainha pela comida dela. No fim os dois se separaram, e ela voltou a arrumar a mala, mas estava entediada. Saiu vagando pelo apartamento, olhando a noite pela vidraça.

Gail: Precisa de algo, senhora Styles? - Perguntou, prontamente, educada.

Melanie: Não, Gail. Meu marido e eu já jantamos, pode se retirar. - Gail desejou boa noite e saiu.

Melanie voltou a vagar. Andou a esmo, até ouvir um barulho de maquina. Vinha da academia. Ela caminhou até a porta, encontrando Harry malhando. Ele, vigiando o sono dela, se atrasara de manhã, de forma que não malhara. Melanie sempre malhava de tarde (pra evitar engordar pela má alimentação e o sedentarismo), logo os dois nunca se encontravam ali. Ele usava uma bermuda preta e uma camiseta cinza, um aparelho preso no braço medindo os batimentos, correndo a pleno vapor. Respirava forçadamente, suado. Melanie sorriu consigo mesma, entrando. Não se aproximou de imediato porque ele corria muito rápido, podia desequilibrar os dois. Parou com os pés nas laterais da esteira (onde não precisava correr) e tocou as costas dele suavemente, sentindo os músculos esforçados pela atividade. Harry tremeu, olhando-a ali e apertou um botão, diminuindo a esteira.

Harry: O que você quer? - Perguntou, estranhando, ainda ofegante.

Melanie: Estive pensando... - Começou, e ele riu - O que é agora?

Harry: Você pensa. - Debochou, apanhando uma toalha de rosto branca pendurada ali e secando o rosto. A esteira por fim parou de vez. Melanie ergueu a sobrancelha - Ainda vou dar uma surra em você por causa desse olhar. - Ressaltou, e ela se arrepiou com o olhar dele - O que você pensou?

Melanie: Quando transarmos, - Ele esperou - Quando acabar, cada um pro seu lado. - Ele ergueu as sobrancelhas, percebendo que não tinha pensado nisso.

Harry: Totalmente de acordo. Nada de dormir no mesmo lugar, nem de abraçar, nem de nada. Acabou, cada um segue seu caminho. - Ela assentiu, satisfeita.

Melanie: Era isso. - Disse, satisfeita.

Harry: Escute, sobre os seus pesadelos... - Melanie perdeu a leveza, olhando-o - Não sei se foi certo te dar os remédios assim. Você devia continuar com a psicanálise, tentar se curar.

Melanie: Eu já tentei de todas as formas, com todos os remédios, todos médicos de todos os lugares. Meu pai não poupou nem 1 cent com isso. - Dispensou - Não adianta, é eu cair no sono por mim mesma que aquilo acontece.

Harry: Como você passou o tempo em que estava com sua mãe? - Melanie ficou mais dura ainda.

Melanie: Pra minha mãe é normal que pessoas tenham pesadelos. - Disse, amarga - Por mais constantes e violentos que sejam. Porque, está preocupado comigo? - Debochou, claramente mudando o assunto. Harry revirou os olhos, ligando a esteira de novo, começando uma caminhada.

Ela foi atrás dele, dessa vez. Estava descalça e usava um vestidinho simples, branco e azul de alças, ao contrário dele que estava com roupas de malhação, e pousou as mãos nas costas dele de novo. A caminhada durou muito pouco. Harry virou o rosto pro lado, observando ela, então apertou o botão, parando a esteira e a trouxe pra sua frente. Ela ficou presa entre ele e a esteira, que tinha aquelas barras de proteção na lateral, e ele a abraçou forte pela cintura, pressionando-a contra ele.

Harry: Foi por isso que veio me procurar, não foi? - Murmurou, mordendo a orelha dela. Melanie tinha vertigens toda vez que ele falava perto do seu ouvido. Deus, aquilo era tão bom que chegava a ser pecado!

Melanie: Não seja convencido. - Alfinetou, sorrindo, e ele riu, mordendo a dobra do pescoço dela, uma das mãos subindo da cintura e passando pra dentro do vestindo, lhe alcançando um seio. Melanie arfou, apoiando a cabeça no ombro dele e ele deu um passo a frente, prensando-a entre ele e a esteira.

Harry: Nunca comi ninguém em uma esteira de malhação. - Comentou, tranquilamente. Melanie estremeceu - Vai ser interessante. - Completou, com um sorriso maldoso.

Melanie: Convencido. - Murmurou, mas também sorria.

Harry: Sempre. Erga os braços e me abrace pelo pescoço.- Ordenou e ela obedeceu, enlaçando o pescoço dele com os braços.

Desse modo ela tinha que se esticar, sendo que ele era maior que ela, os seios ficando empinados pra frente, o traseiro se pressionando contra o quadril dele, exatamente como ele planejara. Ela virou o rosto pro lado, beijando-o, e os dois ganharam ritmo próprio. Esquentou em um instante.

Melanie arfava durante o beijo, languida, e as mãos dele se deliciavam na pele dela, descendo pela barriga até a barra do vestido, erguendo-o.

Harry: Apóie o pé na barra frontal. - Murmurou dentre o beijo e ela tateou com o pé até achar a barra, que era do tamanho de um palmo, pisando nela.

Ele passou apanhou as coxas dela, empinando-a como queria e pressionando sua ereção no traseiro dela, que gemeu, deliciada, puxando os cabelos dele (ela ainda estava abraçando-o pelos ombros). Ele agarrou as coxas dela, apalpando e subindo, agarrando a bunda dela e apertado com vontade.

Harry: Solte. - Apertando o botão que desligava totalmente a esteira e ela obedeceu, soltando-o.

Melanie deu um gritinho, rindo quando ele a carregou, deitando-a na esteira. Logo os dois se beijavam de novo. Ela preferia assim, gostava do peso dele e tinha os braços livres, as mãos subindo por dentro da camisa dele, sentindo as costas molhadas de suor. Ela desceu as mãos, alcançando a bunda dele e apertando-a, pressionando-o contra si. Gemeu por antecipação. Harry a apanhou pelos quadris, erguendo-lhe o vestido, prendendo-a e repetindo o ato, a fricção dos dois corpos mesmo sob as roupas sendo deliciosa pra ambos. O fecho da bermuda dele pressionava justamente o clitóris dela, com força perfeita. Melanie já tinha os cabelos alvoroçados (e já tinha alvoroçado os dele), e ele tinha o rosto afundado no colo dela, se fartando nos seios dela após ter desviado o vestido, os mamilos rígidos e úmidos pelos beijos dele. Após alguns instantes daquela brincadeira Melanie agarrou a bunda dele de novo, cravando as unhas e gemendo alto, e ele sorriu consigo mesmo por fazê-la gozar só com aquilo. Ela era sensível, isso agradava ele. Só que aquele orgasmo era do tipo que dava abertura pra um novo, acendia a vontade. Ele deixou os seios dela, que tateou a bermuda dele, abrindo o botão e o velcro enquanto ele terminava de subir o vestido, os dois ofegando, até que...

Gail: Senhor Styles? - Chamou, a porta.

Harry: Seja o que for, estou ocupado. - Avisou, direto.

Melanie: Eu não tranquei a porta. - Avisou, em um murmúrio, erguendo o rosto pra ele.

Harry: Ela não vai entrar. - Garantiu, e Melanie assentiu, antes dele beijá-la. Ela empurrou a bermuda dele, encontrando a cueca e acariciou o membro dele por cima do tecido brevemente . Ia desviar a cueca, quando...

Gail: Desculpe, senhor Styles, mas eu preciso passar o recado do Sr. Parker. - Parker era o chefe de segurança do prédio. Gail parecia desconfortável. Melanie grunhiu, angustiada com a interrupção.

Harry: Tem que ser agora? - Perguntou, exasperado. A mão dela passou pela cueca dele, agarrando o membro dele, o dedão brincando com a cabeça enquanto os dedos passeavam pela extensão. Ele gemeu brevemente, e ela mordeu o pomo de adão dele.

Gail: Ele mandou avisar que a Srta. Styles está subindo. - Entregou, parecendo angustiada pra sair dali.

Harry: Gemma está na casa de minha mãe. - Dispensou, mordendo a lateral do seio de Melanie. Ele apoiou uma das coxas entre as pernas dela, o músculo rígido pressionando-lhe a intimidade, e ela continuou masturbando-o, esperando que ele resolvesse e tirasse Gail dali. Tinha certeza que se ele a penetrasse agora ela gritaria. Ele tinha a mesma certeza. Seria constrangedor.

Gail: A Srta. Edwards, senhor. - Melanie e Harry pararam, ambos ofegando.

Melanie: Ai está outra grande filha da puta. - Disse, revoltada - CARALHO! - Gritou, frustrada, largando ele e esmurrando a esteira.

Estava tão bom! Seu corpo estava todo em suspenso, ainda tomado pelo tesão. Harry não estava diferente. Sua cabeça procurava um modo de contornar aquilo, mas não havia. Tinha que ir ver o que ela queria.

Harry: Tudo bem, Gail. Eu já vou. - Se ouviram os passos da governanta se afastando.

A muito contra gosto ele levantou, fechando a bermuda, e Melanie ficou largada na esteira, o vestido suspenso na cintura, a calcinha branca a mostra, os dedos tamborilando. Harry se amparou na parede, respirando fundo, tentando condicionar seu corpo de novo. Ele apanhou uma garrafinha de água gelada, ali perto, molhando a nuca. Grunhiu de frustração.

Harry: Vou ver o que ela quer. - Disse, passando por ela, só que Melanie ergueu a pernas, trancando o caminho dele. Ele olhou as pernas dela, as coxas descobertas e grunhiu, passando a mão no cabelo - O que?

Melanie: Eu causei essa ereção. - Começou, direta, ainda ofegando, apontando a bermuda dele - Eu vivo aqui. Não se atreva a tentar transar com ela na minha casa. - Avisou, ameaçadora. Melanie não sabia que Harry tinha rompido com Perrie. Ele assentiu, apanhando a perna dela e mordendo, passando e largando-a ali.

Harry atravessou os corredores, o membro doendo pelo tesão reprimido, e chegou na sala no momento em que Perrie entrava na sala. A surpresa foi: Ela trazia malas.

Harry: Perrie. - Cumprimentou.

Perrie: Escute, estou com um problema no termostato do meu apartamento, está congelando lá, e não vou sair nessa nevasca. Posso ficar aqui até amanhã depois do trabalho, quando irei pra casa de tia Anne, ou seria muito incomodo? - Perguntou, irônica.

Melanie: Sua respiração é um incomodo. - Disse, entrando na sala, o modo de andar indicando claramente que ela era a dona da casa.

Perrie: Boa noite, Melanie. - Disse, forçadamente.

Melanie: Ótima até você interromper. - Disse, evidente. Melanie estava toda amassada, amarrotada, os lábios inchados, se aproximando de Harry. Ela se posicionou na frente dele, fêmea que era, ocultando-o. Ele ia impedi-la, mas como sua ereção não se desfizera de modo algum ele deixou.

Perrie: Então, posso ficar ou não? - Perguntou, cortando assunto, percebendo o que interrompera.

Harry: É claro que pode. Escolha um dos quartos. - Disse, gesticulando com a mão. Perrie assentiu, erguendo o puxador da mala e saindo em direção ao corredor dos quartos.

Ao dar as costas, porém, ela sorriu. Resolvera parar de reclamar e agir: Simplesmente não ia deixar aquela cachorra ganhar ele, e ponto. Estaria sempre lá, empatando o que pudesse. E pelo visto já começara bem.

Melanie: Você sabe que isso vai terminar em desgraça, não sabe? - Perguntou, serena, erguendo o rosto pra encarar ele. Harry riu, sem vontade nenhuma, passando uma mão no rosto - Vou tomar um banho. - Disse, frustrada, e saiu, deixando ele sozinho ali.

A situação agora era clara: Salve-se quem puder.

**

Só que Perrie não foi embora no dia seguinte. A nevasca continuara, e ela ganhara o motivo que precisava pra ficar ali. Estava entre os dois o tempo inteiro. Melanie estava criando um tique nervoso. Não queria uma masturbação, era pouco demais, não ia resolver, ela queria ele. Ele estava igual. Desistiu de trabalhar. Jogou pra cima.

Melanie: Se você está pensando... Por um instante... - Disse, após o jantar no segundo dia - Que sua presença aqui vai me impedir de fazer o que eu bem tiver vontade, cuidado. - Advertiu - Ter limites não é uma característica minha.

Naquela noite, enquanto Perrie tomava banho, Melanie entrou no quarto com uma caixa de sabão em pó. Tinha pouco tempo.

Puxou os forros da cama, chegando ao lençol, e espalhou o sabão por todo o colchão, cobrindo tudo em seguida e saiu. Não tomou os remédios aquela noite. Todos foram dormir, e ela esperou, as luzes apagadas, quieta. Aprendera na faculdade, quando aprendera a lidar com tecidos: O cloro ativo, contido no sabão em pó, causa irritação na pele. Coceira. Por isso a roupa de algumas pessoas pinica sem motivos, porque a roupa não fora enxaguada direito, e o cloro continuara. Melanie esperou, pacientemente. A coceira de Perrie começou aos poucos, pinicando, até que fugiu ao controle. A pele dela coçava, ardia. Melanie fechou os olhos, fingindo dormir. Perrie se levantou, checando Melanie e Harry, mas ambos dormiam separadamente. Melanie colocou o travesseiro na boca, abafando o riso enquanto a outra saía buscando por Gail. Pulou da cama, parando no corredor e riu.

Melanie: Tá certo que você me controla, little P. - Murmurou, dando as costas.

Harry dormia. Não viu Melanie entrar no quarto, nem a viu trancar a porta ou subir na cama. Só acordou alguns instantes depois dela tê-lo colocado na boca. Ele arfou, gemendo e abrindo os olhos, putamente excitado, se situando.

Harry: O que... Hum. - Gemeu, levando uma das mãos ao cabelo dela. - O que houve? - Arfou.

Melanie: Me ensinaram a não falar de boca cheia. - Debochou, sorrindo, passando a pontinha da língua pela cabeça do membro dele.

Harry desistiu de entender. Estava excitado há dias, frustrado, irritado. Sabia que Melanie tinha aprontado alguma, mas não estava interessado agora. E Melanie estava interessada em uma coisa: Fazê-lo gemer. Quando Perrie voltou, de roupão, da ducha fria que precisara tomar, encontrou a porta do quarto dele fechada, o quarto dela vazio, e ouviu o que não queria: Harry gemia. Melanie masturbava o que não conseguia alcançar com a boca, as mãos alternando entre os testículos dele, a língua percorrendo toda a extensão com gosto. Estava escuro dentro do quarto, se via muito pouco. Ela o levou até a garganta, mantendo-o lá o quanto pôde e massageando os testículos dele enquanto isso e ele urrou, se erguendo no lençol.

Harry: Sabe o que vai acontecer agora? - Perguntou, quando ela o soltou pra poder respirar, agora soprando a cabeça do pau dele de leve, sorrindo. - Eu vou foder essa sua boca. - Disse, passando o dedão no lábio inferior dela. Melanie estava de quatro na cama, sobre as pernas dele. O sorriso dela aumentou.

Melanie: Vai? - Desafiou e ele riu, tomando impulso e se sentando. Ela esperou. Harry se ajoelhou em frente a ela, apanhando-a pelos cabelos, e ela sorriu pra ele, descarada.

A falta de pudor com ele o fascinava. Ela mesma se aproximou, levando o pau dele de volta a boca.

Ele deixou por um instante, vendo-a brincar, depois assumiu o controle segurando a cabeça dela e iniciando os movimentos, literalmente comendo a boca dela. Melanie cuidou dos dentes, satisfeita, a língua acariciando tudo o que podia alcançar, e reprimindo um sorriso. Ele estava literalmente gemendo agora, em nítido e bom som. Mas ela queria mais. Uma das mãos brincava com as bolas dele, e a outra ela levou a garganta, evitando engasgar e tragando-o mais pra dentro. Sentiu o gosto salgado do liquido pré-ejaculatorio dele e seguiu, medindo os gemidos: Ele ia gritar quando gozasse. Durou mais alguns minutos, até que o pênis dele pareceu engrossar mais... E ele gritou. Melanie quase engasgou, ainda chupando-o enquanto ele gozava, e ele gozou tanto que os olhos dela se encheram d'agua, mas por fim terminou. Ele se sentou na cama, ofegando, e ela se sentou sobre as pernas, ajeitando a calça dele de volta como se ele fosse um menino.

Harry: O que você fez? - Perguntou, vendo Melanie arrumar ele.

Melanie: Nada. Apenas tive um sonho com isso. - Disse, descarada, lambendo os lábios. Ele a olhou, intrigado. Melanie não sonhava. Nunca. Ele se aproximou, apanhando o queixo dela e se aproximando, beijando-a de leve. - Você quer dormir em paz? - Sussurrou, e ele a encarou. Os olhos dos dois pareciam ter outro brilho no escuro.

Harry: E se eu quiser? - Perguntou, intrigado.

Melanie: Não saia do quarto até amanhecer. - Aconselhou, sorrindo. Ele ergueu a sobrancelha - Shhh. - Disse, tapando o lábio dele com um dedo, em seguida lhe selando os lábios de novo.

Harry: Ela se machucou? - Melanie negou com a cabeça - Você está com o meu gosto. - Comentou, voltando a beijá-la.

Melanie: E você tem um gosto delicioso. - Rebateu, sem pudor algum. Ele sorriu, e ela se afastou - Boa noite. - Disse, tirando o cabelo do rosto e caminhando até a porta.

Ele a observou destrancar a porta e sair. Esperou por gritos, mas esses não vieram, então seguiu o conselho dela: O corpo totalmente relaxado e satisfeito, se permitiu dormir. Melanie fechou a porta do quarto dele e voltou pro seu, se perguntando o quanto alteraria sua rotina de sono se ela tomasse os remédios agora, até que chegou na porta do próprio quarto. Perrie estava sentada na sala, de cara fechada. Melanie lambeu os lábios de novo, só pra provocar.

Perrie: Melanie? - Melanie assentiu, esperando - Você venceu uma batalha, não a guerra. - Ressaltou, tranquila.

Melanie: Oh, eu estou contando com isso. - Aceitou o desafio, tranquila - Bons sonhos, Little P - Disse, vitoriosa, piscando pra outra.

Dois velhos ditados populares se aplicavam nessa situação: Salve-se quem puder, e que vença a melhor.

**

Melanie: Eu vou matar sua prima. - Constatou, mexendo no cabelo e olhando a cidade pela vidraça.

Era o quarto dia da estada de Perrie. Harry respirou fundo. Odiava concordar com Melanie, mas estava difícil com Perrie ali. Justo quando eles resolveram o problema, Perrie estava em todos os lugares. Grudada a Harry. De madrugada, ela tinha "insônia" e ficava acordada. Melanie e Harry eram vontade pura. Ele ainda estava na dianteira, pelo ótimo boquete recebido dias atrás, Melanie não, e Perrie não saia de perto nem um instante. Não havia como daquele jeito.

Harry: Bom, vamos pra casa da minha mãe amanhã de manhã. - Disse, sendo essa a única saída que ele via - Ela virá conosco.

Melanie: É de propósito, você não notou ainda? - Perguntou, se virando. Melanie já estava se adaptando com os cabelos curtos, as camadas elegantes sempre impecáveis.

Harry: Talvez seja. Já vai acabar. - Disse, tentando manter a calma.

Melanie: Talvez? - Repetiu, exasperada - Observe.

Harry a viu caminhar pela sala, subir na poltrona que ele estava, montando no colo dele, apanhando-o pelo cabelo e beijando-o. Os dois corpos se reconheceram automaticamente, ele agarrando a cintura dela e apertando-a, de um modo quase saudoso...

Perrie: O jantar está servido. - Avisou, aparecendo na sala - Oh, desculpem. - Disse, irônica, sem lamentar nada.

Melanie: Está desculpada. Se importa de sair por umas duas ou três horas? - Perguntou, forçando o máximo de educação em sua voz. Harry tossiu, encobrindo o riso.

Perrie: Na verdade, me importo. A porcaria que você preparou foi pro lixo, e Gail levou tempo pra providenciar um jantar novo. Vamos. - Pressionou, voltando pra cozinha. Melanie virou o rosto pra Harry, debochada. Ele ainda a segurava pela cintura.

Melanie: Como você ia dizendo? Ah, sim, "talvez" seja de propósito. - Lembrou, irônica.

Harry: De qualquer forma, acaba amanhã. A torre de minha mãe tem quartos o suficiente pra impedir que ela fique tão próxima. - Disse, ajeitando a blusa de Melanie - E nós teremos um quarto só nosso. - Completou.

As promessas ocultas naquela frase fizeram Melanie se arrepiar perceptivelmente. Ele olhou o braço dela, sorrindo, então se inclinou, mordendo o queixo dela e os dois se levantaram, indo jantar. Todo mundo dormiu aquela noite. Na manhã seguinte as malas dos três foram levadas, e eles seguiram de limousine, mas não pelo caminho tradicional pra Torre Branca. Perrie estranhou o caminho, Melanie o reconheceu.

Melanie: Estamos indo pra casa? - Perguntou, o rosto se iluminando.

Perrie: Pelo visto, não. - Disse, olhando pela janela. O carro parou na frente de uma casa de dois andares, com a fachada luxuosa, porém simples comparada as propriedades de Harry: A casa de Melanie. - Que lugar é esse? - Melanie se virou pra Harry, ansiosa.

Harry: Desfaça esse sorriso. Seu pai estranharia se você não aparecesse. - Melanie assentiu, sorrindo mais abertamente ainda - Vá, fique com ele por algum tempo. Diga que eu tive que resolver problemas, e que vamos passar o natal com minha mãe. - Ordenou e ela assentiu, sorrindo, a mão ansiosa na maçaneta do carro, como se o motorista já não estivesse do lado de fora, pronto pra abri-la. - Preciso de fato passar na torre cinza. Em uma hora, mais ou menos, eu vou chegar, você vai fazer aquela ceninha, vamos ficar por um tempo e depois ir embora. Fui claro?

Melanie: Feito água, ternura. - Debochou e Harry revirou os olhos - Não gosto quando você olha desse jeito pra mim. - Replicou, rindo, mas ele não teve tempo de responder: O motorista abriu a porta e ela pulou pra fora.

Melanie respirou fundo, sentindo a neve em seu rosto, e viu a limousine se afastar. Se sentia livre. Se abraçou um instante, aproveitando a liberdade, aproveitando o fato de estar em casa. Sentia que Harry ainda observava, mas não dava bola. Não dava bola nem se ele transasse com Perrie. Estava livre, na rua, e veria seu pai logo. Ela respirou fundo de novo, cambaleando e se abaixou, apanhando um bolo de neve só pra senti-lo derreter em suas mãos. A sensação era maravilhosa.

Alexandre: Melanie? - Perguntou, estranhando a pessoa parada na neve - O que houve com seu cabelo? - Perguntou, sorrindo e descendo os três degraus que davam pro jardim.

Melanie: Papai! - Exclamou, radiante.

Harry observou, do carro, Melanie correr, pulando no pescoço do pai e abraçando-o. Os cabelos dela estavam alvoroçados pelo vento, tudo bem, mas ela estava vestida como a senhora da alta sociedade que era: Uma blusa roxa, fina, com um floreio no decote, uma calça de linho, botas de salto e um sobretudo preto, mas ainda assim se portava como uma criança. Se agarrou ao pai e caiu no choro, sorrindo, até que ele a carregou do chão, fazendo-a rir.

Perrie: Por quanto tempo vai admirar isso? - Alfinetou, observando.

Harry: Não estou admirando, estou estudando. - Corrigiu, vendo Melanie encher o pai de beijos - Vamos. - Ordenou ao motorista, e a limousine, parada na curva da rua, seguiu.

**

Harry realmente teve de resolver umas coisas na empresa, coisas de ultima hora antes do recesso do natal (os Styles só voltariam ao trabalho depois do ano novo), e Perrie se ocupou com alguns problemas também. Pouco depois do almoço voltaram a casa de Melanie. Harry se preparava pra sair do carro quando Perrie o parou. Ela subiu a tela entre o banco dos passageiros e o motorista, e ele suspirou.

Perrie: Escute, sei que irritei você. - Começou - Me descontrolei. - Harry assentiu, perante o obvio - Desculpa?

Harry: Está tudo bem. - Tranquilizou.

Perrie: Tudo mesmo? - Perguntou, passando do seu banco pro dele. Harry suspirou de novo.

Harry: Pezz... - Tentou, mas ela o apanhou pelo queixo, virando o rosto dele pra ela.

Perrie: Ela seduziu você, eu entendo. - Disse, selando os lábios com os dele. Harry ficou quieto - Nós vamos reverter isso, vai ficar tudo bem.

E ela o beijou. Harry deixou, retribuiu o beijo. Perrie, satisfeita, subiu no colo dele, aprofundando o beijo, as mãos afastando o sobretudo que ele usava. Ele a abraçou, apertando-a, assumindo o controle, as mãos descendo pelas costas pra coxa dela, apertando-a. Ela o puxou, levando os dois ao chão do carro, ainda aos beijos. Ele mordeu a maxilar dela, a orelha, o pescoço, e ela sorriu, afastando o sobretudo dele, empurrando-o pelos braços. Uma das mãos dele a apalpou pela barriga, encontrando um dos seios e pressionando-o na mão. Ela o acariciava com a perna, passando o pé pela coxa dele... Mas ele simplesmente não queria. Não rolou, o corpo não reagiu. Foi como tentar ligar um carro sem gasolina.

Harry: Pezz... - Murmurou, se desvencilhando dela.

Perrie: O que foi? - Perguntou, aturdida. Harry não falava durante o sexo, não haviam precedentes.

Harry: É melhor não. - Disse, terminando de se soltar e levantando - Venha, me dê a mão. - Ofereceu, e a ajudou a se sentar de novo.

Perrie: Porque não? - Perguntou, frustrada, sem entender nada. Harry nunca se negava.

Harry: O que eu disse se mantém. - Disse, ajeitando o sobretudo - Eu vou buscar Melanie. Devo demorar um pouco. Quer que o motorista te leve?

Perrie: Eu espero. - Disse, amarga, e ele assentiu, saindo do carro.

Não era o mesmo toque, o mesmo cheiro, o mesmo gosto, por isso não aconteceu. Isso irritou Harry, mas ele não tinha tempo pra pensar nisso agora. Parecia que Melanie tinha conseguido se vingar de Perrie, mesmo sem fazer nada.

**

Harry passou por media 1 hora e meia encenando com Melanie, que se despediu do pai com um abraço apertado e demorado. Ao voltar pro carro Melanie tinha um sorriso deslumbrante, Harry estava sereno e Perrie parecia ter visto o diabo. O caminho até a torre Branca foi tranquilo. Lá dentro o clima de natal reinava. O ar era quente, Liam e Niall montavam um pinheiro na arvore principal e Greg corria, rindo com um enfeite brilhante. Madison estava sentada, paparicada de tudo por Niall, e Sophia ajudava Anne com a decoração. Foram calorosamente recebidos.

Gemma: Eu estou doente. - Começou, se aproximando de Harry, que riu.

Harry: Você está gripada, Rudolf. - Disse, tocando o nariz da irmã, que estava vermelho.

Gemma: Não importa. Se Perrie vier desfiar reclamações sobre suas performances sexuais, eu vou ter um acesso. - Avisou, cutucando o peito dele com a mão que segurava um lenço.

Gemma ignorou Melanie, Perrie se juntou ao resto da família, mas Anne recebeu a nora com todas as honras. Logo Melanie teve que trocar de roupa, pondo um moletom e uma camisa, pra ajudar com tudo. Madison ria do alvoroço, no sofá.

Harry: Vai. - Confirmou, já de jeans e uma camisa branca.

Liam: Não vai, não. - Disse, quase desaparecido dentro do pinheiro.

Harry: Está pesado. - Harry segurava um dos lados do pinheiro. - Mãe!

Niall: Vai fazer queixa? - Perguntou, achando graça e jogando uma serpentina dourada em Harry, que riu, balançando o rosto.

Anne: Sim, querido? - Perguntou, tentando localizar Harry.

Harry: Um amigo meu vem cear conosco amanhã. - Disse, em um grunhido pelo peso - Ele ia passar com a família, nos Hamptons, mas desistiu por causa da nevasca. - Avisou. Preferia alertar a mãe do que deixá-la se bater com Louis na hora da ceia.

Anne: Tudo bem. - Disse, satisfeita.

Harry: Liam! - Exclamou, vermelho pelo peso. Madison ria.

Madison: Por favor, se for derrubar a arvore, me avise. - Brincou.

Liam: Vai. - Confirmou.

Niall: Vai. - Emendou.

Os três juntos empurraram o pinheiro, que se ergueu, enorme. Todos esperaram um instante pra ver se fixara direito, mas o pinheiro ficou no lugar, então todos estavam comemorando. Melanie sorriu, meio boba com aquela alegria toda, então Greg chegou com uma sacola de meias vermelhas, pedindo ajuda. Ela foi ajudá-lo a pendurá-las na lareira, sorrindo. Havia uma meia com o nome dela.

Anne: Como vocês estão? - Perguntou, quando Melanie ergueu Greg, que pendurou a meia de Sophia.

Melanie: Um pouco melhor. - Mentiu, dando de ombros e sorrindo. Greg foi ao chão, e abaixando pra apanhar outra meia no saco - Sua conversa com ele ajudou muito. Pronto? - Greg assentiu e Melanie o ergueu, deixando ele pregar a meia de Gemma. O

menino era leve, e a alegria era contagiante.

Anne: Eu sabia. - Disse, sorrindo, satisfeita - Harry é difícil, mas vai dar tudo certo, querida. - Garantiu - É uma felicidade tê-la entre nossa família. - Garantiu. Melanie sorriu, olhando Anne, uma das poucas pessoas inocentes daquela sujeira toda.

Melanie: O prazer é meu. - Disse, sorrindo de canto.

- MÃÃÃE!

Anne: Jesus Cristo. - Suspirou, sorrindo - Com licença, querida. - Pediu e saiu, indo atender.

Harry observou Melanie com Greg por um instante. Ela erguia e abaixava o menino, com toda a paciência, até que todas as meias foram colocadas na lareira. Quando Anne passou, com taças de vinho, Melanie recusou a dela educadamente. A tarde foi de arrumações. Guirlandas foram penduradas, então Melanie, Madison e Sophia estavam enfeitando a arvore com Greg, enquanto os homens conversavam, sentados. Perrie, azeda, fora pro seu quarto, e Gemma, mole pela gripe, preferiu observar. Aos poucos a arvore foi toda arrumada, então vieram as luzes. Nessa Niall tirou Madison do meio, e Sophia e Melanie se revezaram, se esticando em volta da arvore, distribuindo as lâmpadas. Harry apenas observava o corpo esguio da esposa nas contorções que ela fazia com Niall, tomando o próprio vinho. Em uma hora as duas se desequilibraram, caindo no chão dois pares de pés descalços, cobertos por meias vindo ao ar, arrancando risos de todos. Melanie se sentia estranha. A felicidade ali era genuína, contagiava. Ela estava se sentindo bem por estar ali. Estranho. Quando, por fim, tudo estava pronto, Niall ergueu Greg, e o menino colocou a estrela no topo da arvore.

Liam: Um, dois, três, e... - Disse, ligando as luzes na tomada - Já! - Disse, ligando, mas as luzes não acenderam. Greg parecia ter tomado uma bolacha.

Gemma: Ai, meu Deus. - Disse, fanha pelo nariz entupido, cobrindo rosto com as mãos e caindo no riso.

Sophia: PAROU! - Gritou, revoltada, se levantando - Liam James Styles. Eu me matei em volta dessa arvore e a lâmpadas estão queimadas?! - Perguntou, ameaçadora. Madison estava vermelha de rir.

Niall: Calma, calma... - Disse, indo ver com o irmão.

Melanie: Eu nem sei o que eu digo. - Disse, sentindo uma emoção mista olhando as lâmpadas apagadas, uma mistura de vontade de rir e chorar.

Levou meia hora até acharem o problema: Um fio desconectado. Eles arrumaram, então a lâmpada acendeu. Sophia quase chorou. Greg bateu palmas, pulando. Adorava o natal. Havia toda a comida, a decoração, todos os irmãos estavam lá e todo mundo estava feliz. No jantar a conversa foi animada, exceto por Perrie, que ficou calada. Melanie quase se esqueceu sobre quais circunstancias estava ali.

Gemma: Se você tivesse dado atenção a ele, - Começou, fungando no lenço, ambas observando Harry rir com os irmãos, Greg em seu colo - Se tivesse olhado pra ele, ao invés de pisar, você ainda estaria aqui hoje. - Disse, os olhos tranquilos - Só que como esposa dele de verdade. Ele a amaria, com certeza. Era louco por você. - Disse, tomando um gole do suco.

Melanie: Veja como é a vida. - Disse, erguendo seu copo também de suco e Gemma brindou, amarga. Não conversou mais com Melanie.

Depois foram pra sala de estar, agora transformada (a casa toda mudara com a decoração, tudo ali era voltado pro natal), pra conversar. Aos poucos a pessoas começaram a se retirar. A primeira foi Perrie, que nem entrou. A segunda Gemma, que estava um pouco febril e queria se deitar. Melanie demorou um pouco mas foi, indicada por Anne, pro quarto onde as malas dela e de Harry estavam. Era um quarto grande e lembrava muito o dela, por ser um quarto de hospedes. Estava quentinho ali. Tomou um banho quente, demorado, escovou os dentes, passou um tempo penteando o cabelo (se acostumando com ele), e voltou pro quarto. Sua roupa era mais agasalhada, feita de moletom cinza, uma camisa de manga, calça cumprida e meias. Apanhou a bolsa, encontrando dois comprimidos e os bebeu com água que havia no frigobar no canto do quarto. Puxou a mala dela e a de Harry do caminho, pondo-as num canto, e parou, olhando pela janela. A propriedade parecia linda. Ela anotou mentalmente em sair pra olhar (aproveitando sua liberdade temporária) amanhã, se não estivesse muito frio. Ela fechou a cortina e apagou as luzes, se deitando. Haviam aquecedores no colchão, porque apesar do frio estava quentinho. Harry custou de voltar, devia estar conversando. Ela estava de lado, abraçada ao travesseiro sonolenta, quase apagada, quando sentiu ele subindo na cama. Nem ouvira ele entrar no quarto, ou tomar banho, apesar do cheiro recente de sabonete. Sorriu quando ele a abraçou pela cintura, puxando-a pra si, o rosto afundando no pescoço dela.

Melanie: Você demorou. - Disse, lutando pra manter os olhos abertos.

Harry: Estava com meus irmãos. - Disse, mordendo o ombro dela - Você está bem? - Perguntou, estranhando o comportamento dela. Melanie sempre correspondia, pro bem ou pro mal.

Melanie: Estou. Estou dopada. - Admitiu, rindo de leve, piscando pesadamente. Ele ergueu as sobrancelhas, entendendo - Mas não quero dormir agora. Me desperte. - Desafiou, virando o rosto pra ele, que sorriu de canto, observando-a.

Algo era certo: Depois de todo aquele tempo, ninguém ia dormir tão cedo naquele quarto.

Harry: Porque você tomou o remédio? - Perguntou, em um murmúrio, afastando o cabelo dela e passando o nariz de levinho na nuca. Melanie se encolheu, arrepiada.

Melanie: Uma hora eu vou precisar dormir, campeão. - Brincou.

Harry: Não sei se deixo você dormir. - Disse, uma das pernas passando por entre as dela - Você não merece. - Começou, e ela sorriu.

Melanie: Porque? - Perguntou, já despertando, o pé acariciando a perna dele que estava entre as suas. Roupa demais no caminho, mas funcionava.

Harry: Eu passei o dia olhando você com aquele moletom justo, se esticando, se contorcendo... - Melanie riu - Olhe o que causou.

Ele apanhou a mão dela, levando-a pra trás e pousando-a em cima de sua ereção.

Melanie sorriu, apertando-o, e ele afundou o rosto no pescoço dela, puxando-a pela cintura pra trás e fazendo-a arrebitar a bunda, se encaixando ali. Melanie, muito a vontade, rebolou sobre o membro do marido, pressionando-o e fazendo-o arfar.

Harry: Roupa demais. - Se queixou, em um murmúrio, apesar dela estar vestindo o mesmo que ele. Ele empurrava a calça dela, tentando se livrar sem quebrar o contato dos dois.

Melanie: Você trancou a porta? - Perguntou, rouca. Ele assentiu.

Harry: Você geme quando transamos, e eu gosto dos seus gemidos, mas vai precisar ficar mais caladinha hoje. - Disse, pondo um dedo na boca dela. Melanie ergueu a sobrancelha com ele e arfou quando ele unhou a coxa dela. Não era exatamente dor, mas ardia. - Já disse que não gosto que me olhe assim. Vou começar a agir. - Ela sorriu e levou o dedo que estava em seus lábios até a boca, passando a língua.

Melanie: Estou tremendo de medo de você, Harry. - Disse, fingidamente assustada, porém aumentando a fricção do quadril dos dois.

Harry: Sei disso. Espere. - Ele a parou e Melanie viu ele se afastar um instante. Em um segundo a calça dela havia descido, e ele havia voltado ao seu lugar. Melanie se acomodou de novo, enquanto chutava a calça pra longe - Pronto, boa menina. Quer que eu te diga o que vai acontecer? - Perguntou, os dedos passeando pela intimidade dela por cima da calcinha.

Melanie: Hum? - Perguntou, totalmente desperta, já cheia de vontade dele.

Harry: Você vai ficar quietinha. Em silencio, porque eu mandei. - Começou, os dedos passando pela calcinha dela e encontrando seu clitóris, fazendo-a suspirar - Como eu estou com um puta tesão em você há dias, vou comer você bem assim, como você está. - Continuou, a voz e os dedos quase tirando a sanidade dela - E você vai morder essa boquinha pra prender os seus gemidos, porque não estamos sós. - Completou.

Melanie não teve condição de responder. Estava totalmente excitada, o traseiro já vermelho pela irritação da fricção continua contra a calça dele, os dedos dele masturbando-a daquele modo e a voz... Ela adorava que ele falasse durante a transa. Após algum tempo Harry a afastou, afastando a própria calça e a calcinha dela e Melanie prendeu a respiração ao sentir a perna dele abrindo a dela, e o membro dele, totalmente duro, sondando a intimidade dela. Ele não foi bruto dessa vez, pelo contrario, foi totalmente devagar. Ela virou o rosto, o cenho franzido, a respiração suspensa, se poupando de todo e qualquer som. Harry aproveitou polegada por polegada, sentindo o modo como ela o apertava enquanto o acolhia. Uma vez dentro dela por inteiro ele afundou o rosto na costas dela e arfou, uma mistura de respiração com grunhido. Era isso que ele estava buscando. Ela riu, tomando fôlego.

Melanie: Quem tem problemas com gemidos? - Alfinetou, arfando e ouviu o riso dele, que a apertou pela cintura, prendendo-a.

Harry: Não sei como é possível. - Disse, se retirando dela - Você é tão justa, tão apertada... Isso não machuca? - Perguntou, sem entender, e ela cravou a mão no braço dele. A primeira vez e a segunda machucaram, mas ela pela falta de pratica dela.

Melanie: Não. É delicioso. - Disse, virando o rosto pra ele, que beijou a orelha dela de um jeito molhado, quente, mantendo os movimentos dos dois brandos, aquele entra-e-sai só pra sentir - E sabe do que mais? - Perguntou, sorrindo consigo mesma.

Harry: Hum? - Perguntou, distraído, e ela contraiu a intimidade, apertando-o ainda mais dentro de si. - Puta que pariu. - Grunhiu, parando de se mover só pra sentir aquilo.

Harry não disse mais nada depois daquilo. Apenas a segurou pelo quadril, ganhando força em suas investidas, pra puro deleite dela. Como ele dissera, Melanie mordia a boca pra prender os gemidos, as unhas gravadas no braço dele que estava em sua cintura, e ele tinha o rosto afundado nas costas dela, abafando qualquer som. O tesão acumulado pelos dias com Perrie fez aquilo acabar mais rápido do que os dois gostariam: Pra Melanie acabou com um orgasmo intenso, demorado, que fez ela morder o travesseiro pra conter um grito, e ele juntamente com as contrações do orgasmo dela. Dessa vez, ao contrario das outras, ele gozou com o nome dela no lábios. Os dois pararam depois, arfando e tremendo, Melanie com o cabelo sobre o rosto, incrivelmente ainda na mesma posição em que estava quando ele chegou.

Melanie: Isso foi... - Tentou, arfando.

Harry: Eu sei. - Disse, o peito subindo e descendo com a respiração forçada - Você está com sono? - Perguntou, após algum tempo.

Melanie: Um pouco. - Disse, após fazer um breve apanhado de si mesma. Havia o torpor do remédio e o corpo relaxado pelo orgasmo, em uma combinação deliciosa - Porque?

Harry: Meu trabalho aqui hoje é despertar você. - Lembrou, maldoso, então havia passado pra cima dela.

Melanie sorriu dentre o beijo que ele lhe deu, esperando que ele tirasse a porcaria daquela camisa, mas ele não a tocou. Quando deixou a boca dela desceu pelo pescoço e passou direto, se abaixando na cama. Ela franziu o cenho. Ai, meu Deus, ele havia acabado de... E a língua dele encontrou a intimidade dela, fazendo-a deixar os pensamentos dela sumirem como uma vela assoprada. Não haveria muito mais a ser dito naquele quarto. Havia tesão, havia privacidade, era tudo que precisavam. E aquilo duraria a noite inteira.

**

Melanie acordou, na manhã seguinte, se sentindo gostosamente relaxada. Se esticou, e a cama estava vazia. Sorriu, se espreguiçando, uma camada de cabelo sobre o rosto, saboreando a sensação de estar livre daquele tesão todo. Parou, olhando a claridade pela janela. Se lembrou de quando o quarto estava escuro, e só haviam sensações e sussurros... E balançou a cabeça. Se lembrar da voz de Harry sussurrando nunca era uma boa idéia. De tudo o que ela vestira pra dormir, não sobrara uma peça de roupa. A cama estava toda amassada. Ela se sentia mulher por poder dizer que tinha uma vida sexual agora, coisa que nunca pensou poder ter antes. Se enrolou no edredom e foi pro banheiro, analisar o estrago. Graças a Deus não havia nenhuma marca gritante.

Greg: Melanie? - Chamou, baixinho, na porta. Melanie estava na suíte. Depois do banho ela teve que passar um pouco de base em uma marca de mordida debaixo de sua orelha. Nada que a maquiagem e o cabelo não cobrissem.

Melanie: Oi, querido. - Disse, indo abrir a porta. O menino sorriu, contente.

Greg: Você dorme até tarde. - Comentou, fofinho.

Melanie: Seu irmão é inquieto. - Se reservou, rindo com o termo - Não para de se balançar na cama. Fui dormir muito tarde. - Explicou.

Greg: Eu durmo quietinho. - Avisou, fazendo-a rir.

Melanie: Mais um motivo pelo qual você é uma opção melhor que ele. - Disse, bagunçando o cabelo do menino, que riu.

Greg: Estamos tomando café no jardim de inverno. Você vem? - Chamou.

Melanie: Claro. Só me dê um instante. - Disse, e ele assentiu.

Melanie voltou ao banheiro, se checando. Usava uma calça moletom verde escura e uma camisa branca, com um casaco verde claro por cima. Bem confortável, protegia do frio. Olhou o colo, o pescoço, e só havia a marca da mordida na orelha mesmo, maquiada e escondida. O jardim de inverno dos Styles era lindo. Haviam canteiros com todos os tipos de flores, de todas as cores, e o perfume era maravilhoso. Uma mesa havia sido posta entre os canteiros, e os Styles tomavam café da manhã lá. Melanie desejou bom dia, se sentando ao lado do marido. Todos responderam, exceto Perrie, que continuava calada e enfezada. A conversa fluía solta.

Madison: Pensei que não acordava mais. - Alfinetou, sabendo do caso Melanie&Harry e achando graça dele.

Melanie: Foi uma noite longa. - Dispensou, cortando um pedaço de mamão. Harry sorriu de canto, mas não desviou sua atenção do que Liam falava.

Greg: Mentira. - Disse, e terminou que os outros olharam, todos sorrindo - A culpa é sua. - Acusou, sentado na frente de Harry.

Harry: O que é minha culpa dessa vez, criança? - Perguntou, ultrajado. Usava um suéter grafite.

Greg: Você é inquieto. Se balança na cama a noite toda. - Acusou, obvio. Melanie engasgou com o mamão, entalando - Por isso ela só consegue dormir direito quando você dá o fora.

Madison estourou rindo abertamente, e Niall não aguentou, riu também. Sophia afundou o rosto no ombro do marido, que fingiu tossir. Até Gemma, que se sentia melhor da gripe hoje, riu de leve, balançando a cabeça negativamente.

Anne: Gregory. - Repreendeu, sem jeito. Parecia em conflito. Estava feliz por saber que o casamento de Harry estava indo pelo caminho certo, mas constrangida pela situação. Melanie ainda tossia. Sophia, do lado dela, passou um copo com suco.

Greg: Melanie que me disse. Não foi? - Perguntou, e Melanie pôs a mão na boca. Harry se virou, olhando-a.

Harry: Eu sou... "Inquieto"? - Repetiu, observando-a, mas parecia achar graça.

Melanie: Às vezes. - Desprezou, dando de ombros.

Madison: Eu daria todo o dinheiro que eu tenho pra ter essa inocência de volta. - Disse, sorrindo e olhando Greg - Mas enfim, o que estávamos dizendo?

Harry e Melanie se encararam por um instante, mas por fim ambos riram, voltando ao que faziam. Perrie parecia ter farpas de madeira cravadas nas unhas, pela cara. Quando o café acabou a conversa seguiu. Perrie saiu dali, Gemma também e Melanie resolveu ir conhecer a propriedade. Era bom poder caminhar ao ar livre. Fazia frio mas parara de nevar pelo menos. Havia um gramado imenso em volta da mansão, que era toda em mármore branco. Nos fundos havia um borboletário, onde Melanie se perdeu por minutos a fio em meio as borboletas, e um parquinho, com escorregadeira, balanço e afiliados, que devia servir pra Greg. Havia uma quadra de tênis e um campo de futebol. Além de uma piscina, gigante, que parecia funda. Não se podia ver muito porque estava coberta por uma tela de plástico, pelo inverno. Aconteceu muito rápido. Os Styles estavam no jardim de inverno, no terceiro andar, conversando e observando as arvores ao redor da propriedade, cobertas por uma camada de gelo. Gemma falava no telefone, andando na beira da piscina. Mas estava muito frio. A febre dela havia acabado de dar uma baixa e ela saíra no frio, o que causou um choque de temperaturas.

Ninguém viu como. Em um instante ela estava no telefone, e no outro havia desmaiado... Caindo dentro da piscina. Anne gritou. O choque foi geral enquanto os Styles esperaram que ela reagisse e saísse da água, porque não havia chance de alguém descer os três andares e atravessar a área a tempo de salvá-la. Quando chegassem lá já seria tarde. Para desespero geral, os segundos se passaram e houve reação.

Continue Reading

You'll Also Like

686K 33.1K 93
(1° temporada) 𝑬𝒍𝒂 𝒑𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒆 𝒆𝒖 𝒇𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂𝒅𝒐, 𝑨 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒙𝒐 𝒆 𝒆𝒖 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒓𝒐...
1.2M 69.1K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
3.9M 238K 106
📍𝐂𝐨𝐦𝐩𝐥𝐞𝐱𝐨 𝐝𝐨 𝐀𝐥𝐞𝐦ã𝐨, 𝐑𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨, 𝐁𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥 +16| Victoria mora desde dos três anos de idade no alemão, ela sempre...
129K 5.5K 10
Dois melhores amigos que vivem se provocando decidem adicionar um pouco mais de cor na amizade... O que pode dar errado?