Ao ver a reação revoltada de Sean imagino que talvez eu tenha sido precipitada demais ao contar.
__Me diz que ele já está pagando por isso.
Balanço a cabeça negativamente.
__Eu contei a minha mãe, mas ela não quis admitir a realidade sobre o cara que ela mesmo colocou de baixo do nosso teto.
__Não posso acreditar nisso. -Ele exala raiva.__E o seu pai ele sabe?
__Não!- Me levanto e paro a sua frente.__E você não pode contar isso a ele, me prometa que não irá.
__Mas alguém tem que fazer algo, Louise! Esse cara não pode ficar impune.
__Eu sei, eu sei. No momento certo eu direi a ele, mas ainda não estou pronta.
__Eu não irei contar nada, mas se isso colocar você em risco eu...
__Não. -o interrompo.__Estou bem longe dele agora, está tudo bem.
__E você tem a mim agora. Por mais ferrado que eu possa estar não deixarei que mais nada disso te aconteça.
Suas palavras realmente me passaram conforto. E por mais bizarro e contraditório que tudo aquilo fosse eu me sentia segura diante dele.
Recuo alguns passos me sentindo tonta pelo álcool. Sinto uma dor aguda no meu pé e percebo que pisei nos cacos estilhaçados no chão.
Resmungo e Sean prontamente me pega no colo e me senta na cama.
__Me desculpe por isso. -Pede retirando o caco do meu pé.
__Tudo bem.
Ele pega um lenço e limpa o pequeno corte, faz um curativo e beija rapidamente meu tornozelo.
Meu coração gela na mesma rapidez de seu beijo. As borboletas em meu estômago simplesmente enlouquecem.
__O que... O que foi isso?-Digo parecendo uma tola.
__Um beijo. Apesar de que minha especialidade seja destruir coisas eu também sei demonstrar carinho às vezes.
Sorrio e me jogo na cama deixando minhas costas relaxar no colchão.
__Obrigada por tornar isso mais leve pra mim.- Agradeço.
__Também estou grato por você me ouvir e mesmo assim não sair correndo.