Até a lua

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Puxo minhas pernas para cima do sofá e as abraço contra meu corpo, fico ali encolhida por longos minutos enquanto a polícia conversa com Sean e dois paramédicos atendem Victório que está com o nariz quebrado e o maxilar igualmente fraturado.

O chão está com respingos de sangue por toda parte. Sinto náusea.

Meu rosto dói, mas não devia ser nem um terço da dor que ele está sentido, estou feliz por isso.

Um policial me fez algumas perguntas, apenas confirmando o que Sean já havia dito. Avisei sobre a câmera de segurança do lado de fora da casa e eles confirmaram a invasão.

Quero muito sair daqui.

Victório já está sendo levado quando meu pai surgiu como um furacão na sala de estar.

__Minha filha!-Me chamou se ajoelhando a minha frente.__Como você está? Me perdoe por não estar aqui, não a deixarei mais sozinha.

__Pai, a única coisa que quero agora é ficar sozinha.

Ele olha ao redor para toda aquela gente aglomerada ali e entende facilmente o que digo.

__Vem, vou deixa-la em seu quarto. Resolverei isso.

Assenti.

Lancei um breve olhar para Sean antes se sumir de vista. Ele deu um passo a frente querendo me seguir, mas foi barrado pelo policial que continuava lhe fazendo perguntas.

Me joguei na cama e fechei os olhos por alguns segundos antes do meu pai tomar minha atenção novamente.

__Aquele desgraçado fez alguma coisa com você? Ele...-Papai simplesmente não consegue completar a frase.

Nego em um balançar de cabeça.

__Você se importa se eu passar alguns anos longe? Acho que serei preso quando voltar lá para fora.

Se meu rosto não estivesse doendo e se não fosse muito mórbido eu estaria gargalhando agora.

__Ele já vai ter o que merece. E eu quero estar com você ao meu lado pai, então fique aqui por favor.

Ele senta na cama e me abraça.

__Me perdoe querida. Eu deveria ter imaginado, deveria ter feito algo. Sinto que não fui um bom pai, eu...

__Pare.-Peço olhando em seus olhos âmbar.__Você é o melhor pai.

Ele beija minha testa.

__Você é a mulher mais forte que conheço, sabia?

Sorrio brevemente.

__Eu quero dormir um pouco, mas antes você me garante que não fará nada quando sair daqui?

Ele meneia a cabeça.

__Descanse minha filha. Se precisar de algo estarei por perto, prometo.

Eu não consegui descansar nem por um segundo. Permaneci encolhida naquela cama por longos minutos.

Uma batida na porta e logo Sean adentrou com uma bolsa de gelo.

__Pro seu rosto. -Diz ele se acomodando ao meu lado.

Fechei os olhos quando ele tocou em minha bochecha.

__Eles já foram.-Avisa.

__Me diz que está tudo acabado.-Abro os olhos encarando-o.

__Sim. Ele nunca mais chegará perto de você.

Sua frase acaba por tirar um peso imenso de meus ombros, trazendo de volta o ar aos meus pulmões e o alívio em meu corpo.

Depois da tempestadeWhere stories live. Discover now