Liberdade

Door IgorVelez

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Talvez eu nunca tivesse amado de verdade. Talvez eu nunca tivesse conhecido alguém como ele. Abri os olhos e... Meer

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 14

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Door IgorVelez

Liam estava deitado com a cabeça em meu colo. Meus dedos brincavam com seus cabelos sem que eu percebesse.

- Eu ainda não entendi uma coisa, por que seus pais se separaram? –perguntei olhando em seus olhos.

- Meu pai traiu minha mãe. –respondeu ele com um toque de tristeza. – E não aceito o fato de eu ser gay.

- Mas você foi para a casa dele na sexta. –contestei.

- Nós temos uma relação boa, mas ele finge que eu não sou gay e eu finjo que não me importo com isso. –respondeu ele. – E por que os seus pais se separam?

- Eu nem sei se um dia eles foram casados. –respondi rindo. – Eles estavam namorando quando minha mãe engravidou no último período da faculdade. Meu pai sempre foi presente, mas não lembro de morarmos os três juntos.

- Ihh, vou ficar de vela. –disse Camila na noite anterior quando Liam tocou a campainha.

- Esqueci de trazer os fósforos. –disse Liam fazendo piada e plantando um beijo rápido em meus lábios.

- Agora eu estou falando sério, amigo. –começou Camila assumindo uma postura séria. – Você devia fazer um teste para estagiário do Patati e Patata.

Eu não consegui segurar as gargalhadas depois daquela. Camila gargalhava no sofá. Ele olhou para mim com um olhar sério e os olhos estreitos. Ele estava tramando alguma coisa.

Ele entrou no apartamento e fechou a porta lentamente atrás de si, olhou para mim com um sorriso travesso brincando em seus lábios e me agarrou pelas pernas me levantando sobre o seu ombro.

- LIAM! –gritei.

Ele me soltou no sofá e começou a fazer cócegas em mim, eu acho que eu deixava transparecer que eu sentia cócegas até na alma, comecei a espernear sem conseguir conter a risada, Camila parou de rir e se junto a ele.

- Dois contra um não vale! –gritei entre gargalhadas.

Segurei Liam e puxei-o pelos braços, ele caiu em cima de mim e Camila virou de costas automaticamente.

- Isso foi golpe baixo. –disse olhando em seus olhos com um sorriso no rosto.

Ele acabou com o espaço existente entre nossos rostos e sua língua entrou em minha boca. Era um dueto perfeito, nossos lábios se mexiam em sincronia.

- É melhor pararmos. –afirmei recobrando a consciência. – Meu pai pode chegar a qualquer momento.

- Gostei dessa ideia de vocês pararem. –disse Camila se virando novamente.

- Aaron, você pensa em contar para o seu pai que é gay? –perguntou ele apertando meu nariz de leve.

- Ainda não pensei sobre isso. –disse lembrando da tarde que tivemos ontem. – Como foi quando você contou para o seu?

- Nada agradável. –disse ele ficando pensativo. – Meus pais brigaram e ele disse que estava com outra.

- Sinto muito. Mas você pensou muito antes de falar?

- Eu não pensei... –eu podia ver seus pensamentos correndo rápido enquanto ele decidia o que contaria ou não. – Eu não tinha outra alternativa.

- Por que? –deixei minha curiosidade falar mais alto.

- Faz uns 3 anos, eu estava namorando um cara um pouco mais velho há algum tempo. –começou ele. – Uma certa noite estávamos sozinhos e as coisas esquentaram um pouco. –eu podia sentir um toque de tristeza em sua voz. – Algumas horas depois de eu ir para casa ele me mandou uma mensagem dizendo que não queria mais nada comigo e que desde o começo só queria me levar para a cama.

- Eu sinto muito. –repeti.

- Depois dessa mensagem eu não conseguia parar de chorar e me culpar por ter acreditado nele. –continuou. – Meus pais queriam me levar para o hospital porque eu não parava de chorar e não falava nada, então eu contei tudo de uma vez.

Eu podia ver um toque de tristeza em sua expressão por causa da lembrança, mas apesar de uma coisa tão ruim ter acontecido com ele, ele não havia se tornado uma pessoa fria e reclusa.

- Com o tempo eu aprendi a não desacreditar no amor. –terminou ele. – Mesmo com todas as perspectivas me dizendo para não acreditar.

- Se ele fez isso contigo, ele não te merecia. –repeti as palavras da minha mãe. – Minha mãe me disse isso quando meu primeiro namorado me traiu e me mandou as fotos.

- Que sorte a nossa. –disse ele rindo. – Você devia ficar longe ou vamos acabar atraindo um cometa para cá.

Era muito fácil rir com Liam por perto, ele me fazia esquecer qualquer coisa que estivesse me incomodando. Ouvi a porta do apartamento dele abrir, estávamos em seu quarto, eu já estava deitado na cama dele e sua cabeça estava em meu peito. Fiz menção em me levantar.

- Não tem problema, minha mãe não se importa. –disse ele sem sair do meu peito.

- Tem certeza? –perguntei voltando a me recostar. – Eu não quero te causar problemas.

- Mais do que você já causou na piscina ontem? –questionou ele rindo.

- Eu não causei problema nenhum. –respondi rindo. – Foi você quem me beijou.

- Ou eu te beijava ou te levava para o hospital depois que você saísse na briga com ele. –falou ele

- Eu não ia sair na briga com eles. –contestei, ele sentou de frente para mim e me encarou sério. – Talvez eu saísse.

- Eu sabia. –disse ele quando uma batida ecoava da porta do quarto e a porta se abria logo em seguida.

- Ah, desculpem. –disse a mãe dele um pouco constrangida.

- Pode entrar mãe. –começou ele. – Só estamos conversando.

- Só passei para ver se você estava em casa. –disse ela.

- Estou bem aqui. –disse ele olhando para o quarto como se estivesse confirmando se realmente estava no quarto.

- Muito engraçadinho. –disse ela com um sorrisinho. – Vou sair para jantar com as meninas daqui a pouco.

- Mãe, eu já disse que vocês não são mais meninas. –disse ele rindo.

- Você entendeu, engraçadinho. –disse ela saindo do quarto. – Juízo. –disse antes de fechar a porta.

Senti minhas bochechas corarem instantaneamente, abaixei o rosto para ele não perceber, mas ele começou a rir, acho que ele tinha percebido. Ele sentou mais perto do mim e levantou meu rosto com o dedo.

- Sabia que você fica mais fofo quando está vermelho? –perguntou ele plantando um beijo demorado em meus lábios.

- Um tomate não é fofo. –rebati.

- Mas você virar um tomate é fofo. –disse ele rindo.

Senti meu celular vibrar uma única vez no bolso traseiro dos meus jeans folgados, tirei o celular do bolso achando que era uma mensagem do meu pai ou algum email da minha mãe, mas era uma mensagem de Erick, abri no automático: "Por favor não esteja apaixonado por mais ninguém". Senti o sorriso que estava em meu rosto desaparece lentamente, essa era a minha música preferida e havíamos dado o nosso primeiro beijo ao som dessa música no Fever. Eu tenho certeza que ele lembrava disso tudo. Bloqueei o celular novamente e coloquei-o no bolso com uma expressão triste no rosto

- O que foi? –perguntou Liam verdadeiramente preocupado.

- Nada de bom. –respondi olhando para ele.

- Está tudo bem?

- Vai ficar.

Ele me puxou para um abraço sem dizer mais nada, as palavras não ditas e o abraço me reconfortavam mais do que qualquer conselho que alguém pudesse me dar, incluindo minha mãe. Apenas apoiei a cabeça em seu ombro, senti seus braços ao meu redor e deixei seu cheiro invadir meus pulmões.

O celular dele começou a tocar em algum lugar do quarto. Ele me soltou lentamente, mantendo nossas mãos unidas, e pegou o celular na mesinha de cabeceira.

- Oi. –atendeu ele e ficou algum tempo em silêncio. – Certo, estamos indo.

- O que foi? –perguntei.

- A Camila nos chamando para a casa dela. Vamos?

- Vamos.

Quando eu tentei levantar da cama ele se jogou em cima de mim e plantou um beijo demorado em meus lábios.

- Você sabe que desse jeito eu vou acabar ficando sem ar. –disse, rindo, quando ele parou o beijo.

- Vamos logo. –ele levantou da cama rindo e me puxou pela mão.

Quando passamos pela sala, a chuva caia lá fora, o céu estava escuro como se fosse noite fechada. Saímos do apartamento e pegamos o elevador, dois andares antes do de Camila as luzes se apagaram e o elevador parou.

- Ótimo. –exclamou Liam apertando um botão para chamar para a portaria. – Nem chama.

- Faltou energia ou o elevador parou? –perguntei tentando entender.

- Faltou energia. –respondeu ele. – Dá última vez o gerador para os elevadores pifou e ainda não concertaram pelo visto.

Ele soltou um suspiro e sentou no chão, sentei de frente para ele. Eu sabia que ele estava pensando que era melhor termos ficado no seu quarto e eu concordava com ele.

- Não deve demorar a voltar, provavelmente foi por causa da chuva. –disse, sentado no chão já me sentindo um pouco sem ar por estar preso no elevador.

- Aaron, você está bem? –perguntou ele preocupado.

- Estou. –respondi. – Só não gosto de ficar em lugares fechados.

- Nós vamos acabar atraindo um cometa. –disse ele sentado ao meu lado e segurando minha mão. – Não vai demorar muito para a energia voltar

- Eu espero que não. –disse encostando a cabeça no ombro dele e tentando pensar em outra coisa.

Liam tirou o celular e deu play na sua playlist, demorei um tempo para perceber o que estava tocando, era Enchanted da Taylor Swift, a mesma música que Erick havia enviado na mensagem, e Liam cantarolava baixinho.

"Vou passar a eternidade me perguntando se você sabia que eu estava encantado em conhecê-lo".

Eu pensei que ia ficar triste novamente, mas ela fazia mais sentido agora do que quando eu estava com Erick. Será, realmente, que o Liam sabia como eu ficava com um sorriso bobo depois que ele ia para casa? Divaguei até a música acabar.

- Você não me disse que tinha irmãos. –acusei-o muitos minutos mais tarde quando ele me disse que o irmão estava voltando de viagem no final da semana.

- Não achei que fosse importante. –disse ele olhando para o teto do elevador.

Eu estava sentado em cima dos meus pés, Liam estava deitado no chão olhando para o teto batendo o dedo em uma das laterais como se fosse os ponteiros dos segundos de um relógio. Os celulares estavam sem sinal.

- Não é, mas eu pensei que você fosse filho único. –rebati.

- Mas se eu fosse não mudaria em nada. –disse ele me puxando pelo pulso.

Eu cai em cima dele, com o rosto a centímetros do dele. Suas mãos estavam em meus quadris e seus lábios coloram aos meus. Antes que eu me desse conta estávamos em pé, Liam estava me colocando contra a parede, ainda com a boca colada a minha. O elevador estava quente, o corpo de Liam contra o meu estava quente, eu estava quente.

Comecei a subir a camisa dele lentamente, meus dedos roçando lentamente em sua pele. Liam mordeu meu lábio, me provocando. Tirei a camisa dele e deixei-a cair no chão. Ele tirou minha camisa antes de encostar os lábios aos meus novamente. Suas mãos desceram de meu pescoço até a cintura da calça que estava um pouco abaixo do elástico da cueca. Seus beijos estavam mais intensos e o ambiente estava mais quente.

Ele desceu o beijo para o meu pescoço, um arrepio percorreu meu corpo. Um beijo na base do pescoço, mais um arrepio. Um beijo no peito, um suspiro de prazer escapou de meus lábios.

As luzes do elevador se acenderam repentinamente. Liam tomou um susto e levantou automaticamente. As portas se abriram no andar em que o elevador havia parado, saímos com as camisas na mão e um pouco ofegantes. Ele começou a rir.

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MAIS UM \o/

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O próximo sai na segunda. See ya! XX

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