The Archer (CC & Cairo)

By LadyJani

283K 41.2K 29.9K

Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74

Capítulo 52

3.4K 525 323
By LadyJani


Qual o limite aceitável de caps para uma fic? Tipo... para não enjoarem dela? Tô com umas ideias aí... 

------------------


Cairo observava o caminho que Jess tomava, elas foram para uma área mais comercial da cidade, com prédios, escritórios, cafés, restaurantes, lojas e clínicas. As duas iam em silêncio, mas não um silêncio constrangedor. Jess diminuiu o volume da música e Cairo olhou para ela.

- CC comentou para você que o pós-parto do Miles foi um período muito difícil para a nossa família?

- Não – Cairo franziu o cenho estranhando aquela conversa.

- É – Jess comprimiu os lábios e balançou a cabeça positivamente – CC e Wyatt tiveram que lidar sozinhos com muita coisa – Sra. Walker olhava para o a avenida dirigindo e deu de ombros.

- Como assim?

- CC e Wyatt foram crianças planejadas – Jess sorriu envergonhada – CC chegou em um momento em que eu e Bill estávamos prontos para sermos pais, ele tinha terminado de acabar o mestrado, eu estava em uma empresa renomada e com um emprego estável. Wyatt veio três anos depois porque eu não queria que a diferença deles fosse muito grande, para que eles pudessem ser amigos sabe? – Jess deixou escapar um riso e balançou a cabeça negativamente – assim como eu sou com Trace e como Bill é com o Tim e a Zoe, você ainda vai conhecê-los, eles são maravilhosos também.

Cairo assentiu prestando atenção na mulher que dividia sua atenção entre ela e a direção.

- Eu só não imaginava que CC e o Wyatt iriam brigar como cão e gato – Jess riu lembrando das brigas idiotas dos filhos – sério, as vezes tenho vontade de mandar os dois para o Alaska por uns dois meses.

Sweet sorriu, mas mesmo assim não falou nada.

- Bom, mas a questão é que com Miles foi completamente diferente – o ar de tristeza voltou ao rosto da mulher e Cairo se incomodou com aquilo.

Ver Jess triste era tão ruim quanto ver CC triste, e Cairo odiava aquilo.

- Miles não foi planejado, eu tinha acabado de entrar na empresa que eu estou hoje, em um cargo de chefia, eu e o Bill não falávamos mais em ter filhos. Já tínhamos dois, um menino e uma menina, sonho da família perfeita. Eu realmente não esperava por aqueles dois tracinhos – Jess riu balançando a cabeça negativamente – eu pensei que fosse surtar, começar tudo de novo, noites sem dormir, introdução alimentar, desfralde, meu Deus, o desfralde, eu não gosto nem de pensar.

Cairo não conseguia tirar os olhos da Sra. Walker que parecia um pouco ansiosa em comentar aquilo.

- Wyatt já tinha 12 anos, CC iria fazer 16 quando descobri que estava grávida, eu deveria estar me preocupando em montar a festa de dezesseis anos da minha filha, em leva-la para escolher o carro, mas não, eu tive que montar um enxoval, um quartinho. Eu vi o quanto CC ficou triste quando falamos que ela não iria ter a festa de dezesseis anos, nem o carro. Ela sonhava com essa festa desde que tinha 10 anos. Ela tinha uma pasta, daquelas com folhas transparentes, sabe?

- Sei – Cairo balançou a cabeça positivamente.

- Desde os dez anos ela tinha uma dessas que ela atualizava com colagens do que ela queria, as cores, os buffets que tinham na cidade, tipos de convite, os modelos de carros, porque é claro que ela já havia sondado o valor máximo que pagaríamos em seu primeiro carro e ela listou todos que cabiam no orçamento.

- Por isso ela divide o carro com você?

- É – Jess balançou a cabeça – CC é uma filha compreensível em muitos pontos, principalmente quando se trata de orçamento, no momento que falamos que não poderíamos pagar pela festa e pelo carro porque ela teria um irmãozinho, o olhinho dela baixou tristonho, mas ela se forçou a sorrir. Nossa, aquilo... aquele olhar cortou o meu coração.

- Aquele olhar de cachorrinho machucado – Cairo falou sabendo muito bem sobre o olhar que Jess se referia.

- Esse mesmo. Era nítido que ela não esperava ganhar outro irmão como presente de dezesseis anos, mas ela nunca falou nada, nunca falou que não queria o Miles, e também nunca mais tocou sobre festa ou carro. – Jess respirou fundo – eu levei quase cinco meses para aceitar que estava grávida, eu só não conseguia sentir a mesma empolgação que eu senti quando descobri que estava esperando a CC ou o Wyatt.

Cairo tentava entender como aquilo era possível, porque não parecia a mesma mãe atenciosa e cuidadosa que ela costumava ver.

- Mas eu imaginei que aquela empolgação, amor, carinho que eu sentia quando fiquei grávida, viesse quando ele nascesse. Mas... – Jess balançou a cabeça negativamente – não veio. Eu olhava para ele e não sentia nada, quando ele chorava, eu só queria que ele ficasse quieto. Foi o Bill, a CC e o Wyatt quem cuidaram do Miles nesse período, minha sogra e minha mãe também, cuidavam da comida e dele quando os irmãos e o pai não estavam.

- Você teve depressão pós-parto? – Cairo perguntou receosa.

Jess balançou a cabeça, Cairo viu seus olhos marejarem e Sweet odiou isso, só queria que Sra. Walker não chorasse porque ela não saberia lidar com isso.

- Tive. E foi Bill quem percebeu isso, um dia ele chegou e falou que não dava mais, que eu precisava me cuidar, cuidar da minha cabeça e dos meus sentimentos, que eu não podia ficar assim, que eu precisava voltar a ser eu.

- O que você fez?

- Fiz terapia, conheci a Monica Murphy, e foi ela quem me ajudou a me reencontrar, a sentir aquele amor que eu esperava sentir quando Miles nasceu.

Cairo respirou aliviada e comprimiu os lábios, apertando os dedos e brincando com os anéis como fazia quando estava nervosa.

- E eu gostaria que você a conhecesse.

- Eu? – Cairo perguntou arqueando levemente as sobrancelhas.

- É, eu conversei com ela mais cedo, ela tinha um horário vago e eu reservei para você. Estamos indo para o consultório dela agora, mas se você não quiser, eu dou a volta e voltamos para casa.

Cairo cogitou a hipótese de pedir para que Jess voltasse, mas Sra. Walker percebeu o seu receio e continuou.

- Mas eu realmente queria que você pelo menos tentasse, que pelo menos fosse falar com ela hoje. Se depois que falar com ela, você decidir que não quer mais vê-la, tudo bem, prometo não insistir, mas eu queria que você pelo menos tentasse. Pode ser?

- Pode – Cairo respondeu baixinho e Jess sorriu orgulhosa para a garota.

Sra. Walker deu sinal para a esquerda e dobrou na rua seguinte. No final da rua existia um centro comercial e ela deu sinal para entrar no estacionamento. Logo Jess avistou uma vaga próximo ao consultório de Monica Murphy.

- Pronta? – Jess perguntou olhando para Cairo assim que puxou o feio de mão.

- Acho que sim – Sweet respondeu respirando fundo e balançando a cabeça.

Jess sorriu e deu dois tapinhas no joelho de Cairo. As duas saíram do carro e caminharam até o consultório que tinha um MM em letra cursiva branca em uma posta de vidro fumê. Sweet pensou que se CC estivesse ali provavelmente faria alguma piadinha idiota com a marca de chocolate porque perceberia o quanto Cairo estava nervosa e tentaria fazer a namorada relaxar falando idiotices que a fariam rir.

Assim que abriram a porta, a recepcionista cumprimentou Jess e pediu para que elas aguardassem na recepção. Logo uma mulher com traços indianos, de mais ou menos quarenta e cinco anos, magra, alta, vestindo uma calça social, uma blusa de botões de tecido fluido e um chale de tecido leve e transparente sobre os ombros, mas com as pontas caindo em suas costas.

- Jess – Mônica abriu os braços e Sra. Walker levantou para cumprimenta-la – como está, querida?

- Bem, Monica, na medida do possível, tentando dar forças para essa senhorita – Jess falou em tom carinhoso colocando o braço sobre os ombros de Cairo.

- Você deve ser Cairo Sweet – a terapeuta falou sorrindo educadamente.

- Sim, Doutora Murphy, prazer – a menina esticou o braço, mas logo foi cumprimentada pela mulher.

- Monica, apenas Monica – a mulher repreendeu educadamente – vamos conversar um pouquinho?

- É... sim... vamos.

- Ótimo. Jess, o café aqui ao lado está com um cookie de pistache novo no cardápio que você vai amar.

- Nossa, que maravilha – Sra. Walker falou animada – irei aguardar o fim da sessão lá, daqui uma hora eu volto.

- Fique à vontade querida – a terapeuta falou e olhou para Cairo – pode me acompanhar.

Cairo balançou a cabeça positivamente e seguiu a terapeuta, mas antes de entrar no consultório viu Jess abrir a porta da clínica, ela olhou para Cairo, jogou um beijinho e moveu os lábios dizendo um "eu te amo" e "boa sorte".

- Pode se sentar, Cairo, fique à vontade.

- Obrigada.

Sweet se sentou em uma cadeira larga de estrutura de madeira e aparte acolchoada na cor areia.

- Gostaria de uma água?

- Acho que seria bom.

Monica sorriu e assentiu, vou até um frigobar e pegou uma garrafa descartável.

- Quer um copo?

- Não, na garrafa está bom.

A terapeuta sorriu, foi até a garota e lhe entregou a garrafa gelada.

- Como você está se sentindo hoje, Cairo? – A terapeuta tomou seu lugar na cadeira de couro cor de caramelo queimado, pegou uma caneta e um caderno de capa preta e fitilho como marcador de páginas que estava em uma mesinha redonda ao lado de sua cadeira, junto com um copo de água.

- Acho que... normal – Cairo deu de ombros, sem realmente saber o que sentia.

- E o que seria normal?

- Não sei, eu... não estou triste e nem feliz, acho que estou normal.

- Entendi – a terapeuta sorriu e escreveu algo em seu caderno e Cairo se moveu inquieta na cadeira grande.

- Tudo bem se eu dobrar as pernas?

- Fique à vontade.

A terapeuta observou a menina dobrar as pernas, colocando-as sobre a cadeira larga, mas tendo o cuidado de colocar a sola do tênis para fora, para não sujar o tecido.

- Se sente mais à vontade assim?

- Sim.

- Então por que não sentou assim?

- Você poderia se incomodar. Geralmente as pessoas se incomodam.

- Hum... entendi. Você costuma sentar assim em casa?

- Não – Cairo pensou – quer dizer, na casa dos meus pais eu não sentava assim, mesmo quando eles não estavam e nem quando estava de meias, minha mãe não gostava falava que era falta de educação, mas na casa dos Walker, a Jess e o Bill não se incomodam de sentarmos assim se estivermos de meias ou descalços, na verdade eles sentam assim também.

- Na casa dos seus pais?

- Sim.

- Você morava com seus pais ou com seus avós? – a terapeuta franziu o cenho.

- Com os meus pais – Cairo estranhou a pergunta – meus avós moram em outro estado.

- E por que você se refere a sua casa como a casa dos seus pais se você morava lá também?

Cairo sorriu achando a pergunta boba.

- Porque a casa era deles – Sweet deu de ombros.

A terapeuta olhou para a garota por alguns segundos e sorriu antes de fazer outra anotação, e Cairo se perguntou porque isso era uma informação importante, afinal cresceu ouvindo isso, a casa era deles e ela precisava obedecer as regras deles.

- E como é a sua rotina na casa dos Walker?

- Hum... não é uma rotina ainda – Cairo deu de ombros – faz só dois dias que estou lá.

- Você se sente bem lá?

- Sim... me sinto.

- E nesses dois dias, o que fez?

- Nada demais, ajudei com Miles, assistimos filmes, ajudei com o jantar e a louça – ela deu de ombros – nada demais.

- Você está no quarto de hóspedes?

- Hum... eles não têm quarto de hóspedes, eu... eu estou no quarto da CC.

- Então o quarto agora é seu e da CC? – A terapeuta tentou estimular a garota.

- Hum... é dela.

- Ok – a moça confirmou sem deixar transparecer o que estava analisando – e você costuma ficar muito no quarto.

- Hum... sim e não – a menina analisou – a noite eu tento ficar na sala com o Miles, brincando com ele, ele gosta de mim.

- CC fica com você?

- Não, eu geralmente saio do quarto para deixa-la um pouco só.

- Ela pede isso?

- Não, mas não quero que ela se incomode.

- Por que você acha que ela se incomodaria?

- Porque é o quarto dela, ela nunca dividiu o quarto com ninguém, então... não sei, eu só não quero incomodar.

- Então no restante da casa você se sente mais à vontade?

- É, acho que sim. Eu só não quero sentir que estou atrapalhando algo, não quero ser um incômodo. Eu... bom... eu disse para a Jess que eu poderia ajuda-la pagando pelas minhas despesas, mas ela não aceitou.

- Você trabalha?

- Hum... não.

- Então como que iria ajuda-la com as despesas?

- Semana passada, antes dos meus pais me colocarem para fora de casa, meu pai liberou a minha conta com o dinheiro da faculdade para eu tomar de conta, eles estão em um ano sabático e acho que não vão voltar agora, então ficava mais fácil se eu mesma administrasse o dinheiro.

- Entendi. E por que fez isso?

- Eu não queria que ela se preocupasse comigo. Os Walker já têm três filhos, eu não queria que eles se preocupassem com as despesas que eu poderia dar.

- Você acha que esse dinheiro faria alguma diferença no estilo de vida dos Walker?

- Hum... não sei, acho que não, mas... a questão não é essa.

- E qual é a questão?

- É que não é a obrigação deles.

- E é de quem? – A terapeuta perguntou e Cairo já estava ficando irritada com aquelas perguntas, afinal, ela não foi ali para falar sobre Miller?

- De ninguém, eu já tenho dezoito anos. Preciso me virar só.

- Hum... – a terapeuta anotou mais uma vez e isso irritou Cairo que rolou os olhos e seu gesto mal-educado foi flagrado por Monica – você está incomodada com algo?

- Pensei que Jess havia me trazido aqui para que eu falasse da merda que o Miller fez comigo – Cairo usou um tom ácido, mas o tom da garota não pareceu afetar a terapeuta.

- Bom, se é isso que você quer falar, pode falar – Monica falou pacientemente e Cairo não soube o que dizer, então a terapeuta respirou fundo e começou a explicar pacientemente – isso que você viveu é só a ponta do iceberg, no momento eu estou interessada em descobrir o que está escondido sob a água.

- Como assim? – Cairo franziu o cenho.

- Bom... por exemplo: existe a casa dos seus pais, existe a casa dos Walker, existe o quarto da CC – Cairo olhava para a terapeuta deixando cair todas suas armaduras, seus ombros moveram para baixo vagarosamente enquanto a mulher falava calmamente – e da Cairo? O que é da Cairo? Onde você se sente à vontade, onde você não sente que está incomodando ou não fica com medo de incomodar? 

Continue Reading

You'll Also Like

23.8K 1.7K 15
Jade era uma estudante talentosa de Hollywood Arts, tinha um grupo de amigos, uma aparência que gostava e um namorado lindo. Tudo ia bem até Victoria...
28.1K 1.8K 15
mais um ano se passou, é o penúltimo ano dos jovens na escola de Hollywood arts e agora é o último dia de aula, O grupo de amigos decidiu tirar umas...
1.1M 53.7K 73
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
5.5K 732 23
escrita por courtneywoods8 Amaldiçoada com um coração feito de vidro, a nova rainha Regina do Reino Sul tem alguns segredos que ela mantém escondido...