ATRAÍDA PELO TRÁFICO

By ficsdacapitu

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[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de e... More

NÃO PULE ESSE CAPÍTULO, PELO AMOR DE DEUS
Capítulo 1
CONTO DAS 72 HORAS
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
LIVROS DOS OUTROS CASAIS
CAPÍTULOS EXTRAS

Capítulo 20

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By ficsdacapitu


Não conseguia acreditar que a minha própria mãe havia me traído, fugindo para seguir o ex-marido infiel, ignorando minhas tentativas de contato. 

O desabafo em áudio de Isadora, com mais de cinco minutos, ecoava a mágoa profunda que compartilhávamos em relação à nossa mãe. Concordar com cada palavra de ódio era inevitável, dado o contexto de traição e abandono. 

A preocupação com o pagamento da escola de Isadora e com nossa sustentação financeira se intensificava, especialmente após ter recusado o apoio financeiro do Chorão.

Aproximando-se da hora da visita íntima, o aparecimento de GV à minha porta trouxe consigo a tensão de ter que revelar que algo havia dado errado. Suspirei fundo antes de iniciar a difícil conversa.

— Não vou poder ir hoje — informei e o GV me olhou confuso.

— Que marmita o Chorão vai comer hoje, Emília? Vai deixar teu macho passando fome? 

Soltei uma risada desprovida de qualquer traço de humor, sentindo o peso da situação. Meus olhos vagaram até Isadora, que estava absorta em seu celular, alheia à tensão que pairava no ar. Em seguida, retornei meu olhar para o homem tatuado diante de mim, preparando-me para o que estava por vir. 

— A minha mãe fez uma viagem de última hora e eu não posso deixar a Isadora sozinha. — Cruzei os braços sobre os meus peitos.

—:Ela pode ficar na casa da Gabriela ou eu pago pra alguém ficar com a sua irmã durante a noite — ele ofereceu as opções e deu uma olhadinha rápida para a Isadora. —Ou eu posso ficar com ela.

—;O GV pode me fazer companhia, Lia — Isadora se intrometeu e eu arregalei os olhos com a sua sugestão. — Me sinto mais segura com um traficante do que ficar com a sua amiga.

— Por mim, tá tranquilo! — GV lançou um sorriso alegre em direção à Isadora. — Você pode ir com a gente ao presídio e depois de lá, fazemos alguma coisa até ela terminar de dar pro Chorão. 

Rodei os olhos ao ouvir suas últimas palavras, uma incredulidade se instalando em mim. Será que alguém poderia ser mais inconveniente do que o GV? 

[...]

Eu ainda não tinha me convencido completamente sobre deixar a Isadora na companhia do GV. A ideia parecia estranha, até mesmo arriscada, mas a empolgação brilhante nos olhos de minha irmã caçula era inegável. Ela estava radiante com a perspectiva de passar tempo a sós com ele. Não queria ser a irmã chata que estragava os planos da garota, então respirei fundo e tomei a difícil decisão de confiar na intuição de Isadora, mesmo que isso significasse confiar em alguém tão improvável como o GV.

— Tem certeza que quer ficar sozinha com um homem perigoso como o GV, Isa? — questionei enquanto estávamos nos vestindo dentro do nosso quarto.

— O GV não fica com menor de idade — Isadora afirmou com convicção. — Se você soubesse o quanto as garotas na minha escola são doidas pra ficar com o GV e o Diego e eles nunca dão moral...

— É por isso que você tem que ir para uma escola particular, Isa. Que merda que essas meninas têm na cabeça?

— Como se garotas de escolas privadas também não se envolvessem com marginais! — Minha irmã ironizou. — Eu prefiro ir para uma escola pública, porque nem me imagino no meio de um monte de patricinhas e playboys.

— O ensino é bem melhor, Isa.

— Prefiro fazer um curso pré-vestibular do que conviver com pessoas da elite.

— Engraçado que não se incomoda em passar a noite com um traficante, né? 

— Disse a mulher que vai fazer visita íntima para o chefe da facção que nos manteve refém por 72 horas.

— Me recuso a  discutir com uma criança!

— E eu me recuso a brigar com o amor da minha vida. — Isadora se aproximou e me deu um beijo na bochecha, fazendo eu esquecer o motivo da nossa discussão.

Incrível como eu sou facilmente manipulada pela minha irmã .

[...] 

Saímos do quarto, a tensão pairando no ar enquanto nos dirigíamos para a sala de estar onde o GV nos aguardava. Seu sorriso ao ver Isadora vestindo a maldita blusa do Lula e uma calça jeans foi um misto de surpresa e aprovação. 

— Gata, comunista e fã de ladrão? Você é realmente perfeita pra mim, Isadora. 

Minha irmã soltou uma risadinha envergonhada, um traço de travessura brilhando em seus olhos, e eu respirei fundo, tentando conter a enxurrada de preocupações que inundava minha mente.

Não podia negar que o GV tinha lábia. Sua habilidade de envolver as pessoas com suas palavras era inegável, e não me surpreenderia se Isadora caísse nos seus braços. 

Lembrei-me então de meus próprios sentimentos juvenis por esse homem, um misto de fascínio e perigo que se misturava em meu coração na época. Não poderia julgar Isadora por querer experimentar a emoção de se envolver com alguém que carregava consigo um ar de proibição, sem saber se sairia da situação com o cabelo intacto ou careca.

Eraum clichê comum. Quase toda garota passa pela fase de se apaixonar por homens de má índole, atraídas pela emoção e pelo desconhecido que eles trazem consigo. Era como se fosse uma rito de passagem da adolescência para a vida adulta, uma aventura que muitos decidem embarcar antes de aprenderem as duras lições que o mundo tem a oferecer.

Ao sairmos de casa e trancarmos a porta, despertamos a atenção dos nossos vizinhos, e no momento em que entramos no carro do GV, pude observar a dona Ana balançando a cabeça negativamente através do retrovisor, sugerindo desaprovação.

Se alguém descobrir sobre as visitas íntimas, vou dizer que o Chorão ameaçou a minha família para que eu ficasse com ele e eu não tive outra escolha que não fosse sentar naquele monumento grosso. Ninguém precisa saber que gosto de rolas ilegais.

Isadora prontamente ocupou o banco de carona atendendo ao pedido do proprietário do veículo, enquanto eu me acomodei no banco traseiro. Assim que GV deu partida no automóvel, foi questão de segundos até que a melodia de "gatinha comunista" ecoasse pelas caixas de som do carro.

"Minha gatinha comunista eu preciso te dizer

Que eu acho que o vermelho fica tão bem em você

Espero que você abra uma exceção

Eu quero a propriedade privada do seu coração"

Enquanto GV entoava o refrão com uma paixão  como se fosse uma serenata de amor, eu apenas pude balançar a cabeça negativamente, consciente do perigo latente na atenção que Isadora recebia do traficante. Mesmo após descobrir certas verdades perturbadoras no dia anterior, eu relutava em pressionar minha irmã a fazer o que considerava certo. No entanto, a preocupação persistia ao vê-la se aproximando cada vez mais de GV, consciente dos potenciais riscos dessa proximidade.

[...]

GV estacionou o carro próximo ao presídio, e foi então que chegou o momento da despedida com Isadora. Com um nó na garganta, implorei a ela para ter juízo, sentindo o peso das minhas palavras carregadas de preocupação e amor fraternal. Cada sílaba era uma tentativa desesperada de fazer com que ela entendesse a gravidade da situação e as potenciais consequências de suas escolhas.

Em seguida, fiquei a sós com o GV, próximo ao porta-mala.

— Entrega isso para o Chorão e avisa que o resto vamos mandar pelo correio — GV disse, enquanto me entregava algumas sacolas. 

Eu assenti em concordância.

— Ele falou algo sobre o dinheiro? — questionei, envergonhada.

— Disse que era pra eu te dar quando viesse te buscar e não precisa ficar sem graça, porque eu sei que você precisa tá precisando da grana, Emília. 

— Só não quero parecer interesseira.

— Eu implico contigo, porque é o meu jeito, mas não julgo o que tu tá fazendo pela sua família. Na verdade, acho admirável alguém se sacrificar pra ajudar alguém.

— Você acha admirável alguém abrir as pernas por dinheiro? — Ergui a minha sobrancelha. 

— A minha mãe era prostituta pra botar comida na mesa e eu nunca deixei de admirar ela por causa disso. 

Sorrimos uma para o outro, contudo, o momento fofo não durou nem cinco segundos.

— Enfim, boa foda pra ti e pra ele, marmita. Usem camisinha e tenta tomar um banho antes de eu vir te pegar pra não ficar sentindo cheiro do sexo durante a viagem. — Ele deu dois tapinhas no meu braço como se tivesse dando um bom conselho de amigo.

 — Eu te odeio, GV.

Dei uma olhada rápida na minha roupa e dessa vez, acertei na escolha: vesti uma confortável calça legging e uma camisa de manga. Suspirei pesadamente antes de caminhar em direção ao presídio. 

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