𝐒tories 𝐂afe × VegasPete

By mid_n1ght

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Vegas é um talentoso escritor que apesar do sucesso está enfrentando um bloqueio criativo. Para buscar inspir... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três.
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze

Capítulo Quatro

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By mid_n1ght

   Pete significava amor não correspondido, um romance que tinha fim antes do começo e que partia meu coração apenas em pensar sobre nosso péssimo encontro. Fazia dias que não colocava meus pés para fora de casa, não via ninguém e nem queria, Matias me ligava diariamente mas não queria contato com ele, não queria encontrar nenhum ser vivo a não ser Grey, o gato da vizinha que sempre pulava minha janela.

    Não tinha contado para meu único e melhor amigo sobre o fracasso de quatro dias atrás, ele não precisava saber que além de um péssimo escritor, também era péssimo flertando e que não conseguia controlar minha própria língua. Se era frustrante para mim todos os sentimentos de ser um fracasso ambulante quem dirá para o único humano que ainda se disponibilizava para ouvir todas as minhas queixas e surtos sobre absolutamente tudo.

     Às vezes queria entender como Matias ainda conseguia lidar comigo.

       Olhando pela janela vi que o dia estava amanhecendo e atualmente eu tinha treze capítulos prontos e tentava enviar e-mails para meu antigo designer que fez as ilustrações do meu livro lançado, seria o primeiro romance homossexual que eu escreveria afinal sempre fui voltado para o público heterossexual mas aquele garoto, maldito, Fez minha mente entrar em combustão e tudo virar de cabeça para baixo.

     Quando me deitei para dormir eram oito da manhã e sorri lembrando-me que se estivesse em uma rotina normal, com tudo o que antes fazia facilmente com toda certeza estaria sentado na cafeteria lutando para que minha mente focasse em algo que não fosse Pete caminhando de lá para cá enquanto ainda não chegava em minha mesa segurando seu bloquinho azul e anotava o mesmo pedido desde que o encontrei pela primeira vez e o novo pedido se tornou monótono, Cappuccino junto com bolo de morango eram as coisas que faziam parte do meu cotidiano. Virei de lado e meus olhos encaravam a porta fechada junto das cortinas fazendo o quarto ficar escuro e em um clima noturno mesmo que o sol irradiasse fora dali.

         Certamente o meu caso não era alarmante, apenas estava sofrendo de amor.

     Por que dormir parecia tão difícil? Talvez por ter tantas coisas fora do lugar, talvez por não saber como lidar com a rejeição ou apenas culpa da minha confusão. Solidão não era um problema real, pois em todos os anos de minha vida apenas tive a presença de Matias e alguns dos pequenos rasgos da mente traumatizada de uma criança a memória dos meus pais surgiam mas claramente nenhuma era realmente boa.

     Nenhuma fazia meu coração se aquecer em saudades dos meus progenitores. Minha mãe usuária de drogas que faleceu em uma noite qualquer por conta de uma overdose e meu pai que a deixou ser enterrada como indigente por não ter condições de pagar um velório e dar um enterro digno a mulher que jurou amar até os últimos dias, talvez, apenas talvez por isso que ele me deixou com os pais de Matias e sumiu do mapa. 

     Agora entendo por que minha mãe o chamava de canalha e descontava toda sua fúria sobre uma inocente criança que de nada tinha culpa, ela sofria de amor. Um amor que cortava-lhe os ossos e gelava o coração, minha mãe sofreu por amar um homem que estava mais interessado em ir para motéis e trepar do que cuidar da própria família. 
Mas não culpo nenhum dos dois, eram jovens demais. Pelo menos foi o que me convenci a acreditar durante todos esses anos.

      Virado de barriga para cima encarei o teto branco e respirei profundamente ao que minha mente trazia a imagem daquele sorriso de covinhas, Maldito Saengtham. Você não sabe o quão odeio não conseguir parar de pensar em ti, em um segundo você parecia feliz em me ver e no outro já estava atravessando aquela porta e saindo sem se despedir de mim, ou do meu coração idiota.

   Senti meu celular vibrar e o peguei com certo receio, 10 mensagens do Matias, 3 de um grupo aleatório que havia entrado alguns dias e 5 do Pete.

    PERA, CINCO DO PETE SAENGTHAM!?

    Me levantei ao que sorria abrindo rapidamente o chat, era uma mensagem respondendo a minha foto da rosa a quatro dias atrás.

[ Gatinho da cafeteria ♥︎: Me desculpe pelo encontro estava tenso demais.]
[ Gatinho da cafeteria ♥︎: Por que não tem vindo na cafeteria?]
[ Gatinho da cafeteria ♥︎: Queria levar um pedaço do seu bolo favorito, mas não sei onde você mora. :( ]
[ Gatinho da cafeteria ♥︎: Por que não vem me encontrar aqui? Podia até comer…]
[ Gatinho da cafeteria ♥︎: Por conta da casa… ]

    Parecia que estava flutuando ao encarar aquelas mensagens, era como estar no topo do mundo e pular de cabeça sem paraquedas ou algo para amortecer a queda. Estamos falando de Pete Saengtham, claro que eu iria cair de cabeça sem pensar em absolutamente nenhuma consequência.

   Foi a primeira vez que entrei no banheiro para me olhar no espelho e eu quis gritar!

   Os pentelhos de uma barba que insistia em crescer mesmo que fizesse apenas 4 dias que estava sem fazer, as olheiras escuras que indicavam que não dormia e muito menos comia o suficiente. Como eu pude deixar chegar nesse ponto?  Agora eu não queria sair de casa por ter medo de ser confundido com um morto-vivo de tão crítica que estava minha situação. 
Passei por todo o trabalho de fazer minha barba, pentear meu cabelo rebelde e ainda fiz questão de passar o corretivo que Matias tinha me obrigado a comprar nas minhas olheiras, depois coloquei meus óculos e bom, eu estava apresentável.

     Apresentável do nível: Nossa que manhã linda para dar uma volta. E não do tipo: Me arrumei todo só para ver você, gatinho. Vamos casar e adotar três filhos!?

     Chave, celular, dinheiro e um perfume que gastei um rim para comprar, ok! Eu estava perfeito. Assim que abri a porta e observei o sol brilhar com toda a sua força, entrei novamente em casa, não estava nada perfeito.
Peguei uma sombrinha e abri antes de sair, podem me julgar, sei que vão julgar. Mas gente, um calor do caralho sair sem uma sombrinha é pedir para ser queimado e de quebra chegar na cafeteria parecendo um tomate. Coisa nada atraente para se fazer quando se deseja conquistar alguém.

      Não tinha flores, não tinha chocolates e não tinha nada quando entrei na cafeteria, o sino na porta tocou chamando a atenção dos atendentes e principalmente de Pete que parecia tenso e nervoso ao que caminhou em minha direção.

— Vegas, por favor me siga para sua mesa. — Segui ele apenas porque meu coração fazia um blacbum sem pausas, quando sentei-me na mesa e ele respirou fundo ao pegar o bloquinho. — O que deseja comer?

— Por que tá sendo tão formal? Me chamou aqui para me tratar como um cliente qualquer?

— Vegas… é complicado.

— Eu sei que sim, mas não tem motivos para ser formal comigo, eu sou seu amigo mesmo com meus sentimentos por você nós ainda assim somos amigos, então sem formalidades. — Sorri ao que peguei um dos guardanapos e passei a desenhar com uma caneta que sempre andava no bolso. — Quero um café preto.

— Café preto? Você nunca pede um café preto. — Pete ditou e eu apenas sorri negando com a cabeça, ele estava lindo mesmo que seu rosto mostrasse confusão, a verdade era que amava café preto mas optei por algo adocicado.

— Mas é minha bebida favorita, e a sua Pete, qual a sua bebida favorita?

— Milk-shake de morango.

— Gelado demais. — Reclamei, e os olhinhos castanhos se reviraram em deboche e gargalhei olhando para ele. — Congela o cérebro, é ruim.

— Não, não! Você não sabe o que é bom, Vee! — Ele bateu o pé no chão mas minha mente apenas ecoava em um vermelho de alerta por que merda, ele tinha me dado um apelido.

     Vee, isso era doce demais. Parecia que meu nome era uma doce canção sendo recitada pelos anjos, ou melhor pelo anjo. 
Observei ele sair em busca do meu café e então aguardei sua volta enquanto minhas pernas tremiam em ansiedade.

 Ele tinha esse poder.

     Causar um terremoto de emoções em curtos segundos, o sorriso que ele lançou em minha direção assim que meu café estava na mesa me tirou um sorriso. Por incrível que pareça ele sentou em minha frente e apoiou o rosto entre as mãos fazendo automaticamente com que eu desejasse morder aquelas bochechas rosadas.

— Vai me pedir desculpas por ter me abandonado no nosso encontro? — Perguntei observando sua sobrancelha franzir e um bico surgir naqueles lábios avermelhados que me faziam salivar em desejo. 

— Também, mas principalmente eu quero dizer que pensei bem sobre a situação e talvez… ok, com certeza… Eu vou te dar uma chance.

   EU VOU TE DAR UMA CHANCE!

    Seis palavras, seis malditas palavras que fizeram meu coração disparar, Pete era uma bomba relógio que dependendo do fio cortado poderia te deixar vivo ou explodir com tudo e porra! Ele tinha acabado de me fazer explodir em mil sensações, meu estômago estava se revirando e meu peito subia e descia rapidamente parecia que eu iria morrer antes mesmo de conseguir beijar aqueles lábios cheinhos e tocar aquele corpo maravilhoso que me fazia sonhar de muitas formas.

— Vegas…? Vegas? — Arregalei os olhos ao que observei ele me abanando com o cardápio e encolhi o corpo ao que estava envergonhado por ter hiperventilado na frente do meu futuro marido. — Você está bem?

— Desculpa… meio que eu fiquei… hã… senti um aperto aqui no peito.

— Você vai infartar?

— O que? Não!

— Então o que foi?

— É que você falou que vai me dar uma chance, meu coração bateu rápido aqui no peito. Parecia que eu ia morrer.

— Então você ia infantar! Não morre antes de pelo menos irmos em um encontro oficial, Vee.

     ENCONTRO OFICIAL!? Alguém cala a boca do Pete pelo bem da minha saúde mental?

— Você não pode falar assim… É demais pro meu pobre coração. — Comentei envergonhado enquanto brincava com meus próprios dedos e então subi o olhar para Pete enquanto ele tocava meu rosto deslizando seu polegar pelo local. — O que está fazendo?

— Eu tinha tanta vontade de tocar sua pele, você é perfeito… sua pele é macia e bonita e eu gosto de como seu calor combina tão bem comigo. 

    Pete não sabia o que fazia comigo, não fazia ideia de como meu coração acelerava e até mesmo meu corpo reagia a si das mais diversas formas. Sorri tocando a mão dele e beijando-a com carinho enquanto meus olhos subiam e conectavam-se aos dele.

— Por favor, Vee não brinquem com meus sentimentos. 

— Nunca faria isso, jamais ousaria brincar com o coração de ninguém… quer dizer, costumo brincar com os sentimentos dos meus leitores. É divertido ler o feedback. 

    Quando ele sorriu e concordou em um aceno, eu achei suspeito mas esperei que ele falasse sobre isso e assim que ouvi o tão sonhado: Eu que o diga, você me mata com as histórias.  Pude gritar internamente, Pete Saengtham, o garoto doce da cafeteria lia os meus livros.

— Impossível! Você conhece?

— Claro, li a maior parte deles. Vee, eu amo sua escrita e a forma como brinca com as palavras fazendo eles virarem um jogo de poesia e citações, você é maravilhoso.

— Mas você sabia disso? Sabia quem eu era? — Perguntei com certo medo, não queria descobrir que ele estava comigo por achar que eu era podre de rico quando na verdade não ganhava tão bem pelos livros.

— Harãm, eu sabia. Por isso, sinto que tive medo, afinal o seus romances sempre tem uma pitada de dor e desprezo. Penso que talvez você fosse igual.

— Está louco? O que escrevo aprendi observando, eu nunca beijei, toquei ou amei alguém. Isso que sinto por você é novo.

    O vi sorrir até que seus olhos se tornassem duas únicas linhas e suas covinhas aparecerem, Pete me encantava a cada vez que meus olhos caiam sobre si. Ele era uma poesia intensa e profunda que eu estava completamente louco para decifrar. 

     Olá!
Estão gostando da história? Espero que sim. Me perdoem se tiver algum erro ortográfico, e quem puder votar, comentar e compartilhar vai estar me ajudando muito. Ainda mais depois do estresse pra conseguir postar esse capítulo, o Wattpad vai me deixar louca qualquer dia desses.

Bom, essa é uma história bem curtinha e em breve já estará chegando ao fim. Tenho novos projetos e espero que vocês possam gostar, admito que estou bem animada.

Até breve, amores.

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