Em todo capítulo de Atraída Pelo Tráfico terá uma meta de votos e comentários para eu liberar o próximo capítulo, por isso quanto mais rápido vocês comentarem e votarem para baterem as metas, mais capítulos serão liberados.
1. COMO EU POSSO SABER A META DO CAPÍTULO?
Eu irei informar a meta no título do capítulo.
2. QUAIS COMENTÁRIOS SÃO VÁLIDOS?
Apenas e somente comentários sobre os acontecimentos dos capítulos. Emojis, letras/palavras/frases repetidas ou comentários pedindo mais capítulos ou falando para os outros votarem NÃO serão contabilizados.
Não estou dizendo que não podem comentar essas coisas, estou dizendo que não vou considerá-los na contagem.
Passei quase a noite inteira acordada pensando em como seria perder a minha virgindade dentro de uma cadeia e forcei a minha mente para tentar encontrar outra solução que fosse tão rápida quanto vender o meu corpo intocável para o chefe de uma facção, contudo, o meu esforço mental foi completamente inútil, porque tudo me levava à prostituição.
Se eu não abrisse as pernas para um bandido, a outra opção seria vender fotos e vídeos na internet, mas ainda assim os riscos são imensos, porque uma vez que a sua imagem esteja em qualquer site, não tem mais volta.
Imagina se algum dia eu for mãe e algum amiguinho dos meus filhos mostrar um vídeo onde apareço me masturbando.
Sem contar, a falta de respeito por parte das pessoas com quem trabalha nesse ramo pornográfico.
Me prostituir para o Chorão era a opção menos arriscada para que ninguém descobrisse, especialmente a minha mãe.
Pela manhã enquanto ainda estava deitada na minha cama encarando o teto do meu quarto, o meu celular começou a vibrar debaixo do travesseiro e ao pegá-lo e olhar para a tela, estranhei ao perceber que era de um número desconhecido, por isso resolvi ignorar, porque provavelmente era cobrança já que eu ignoro todas as ligações dos bancos que estou devendo.
O complicado foi que a atendente do telemarketing era bastante insistente e ligou mais treze vezes e na décima quarta tentativa, eu resolvi atender.
— Alô? — atendi a chamada completamente desconfiada.
— Tá fugindo de alguém, Emília? — Uma voz masculina questionou em tom divertido.
— Você que liga com o número privado e eu que tô fugindo?
— Achei que não fosse me atender. — Ouvi uma risada divertida do outro lado da linha. — Sabe quem tá falando?
— É o Dinho?
— Em carne e osso! — Ele confirmou, ainda rindo. — Olha, tô aqui em frente a sua casa e queria saber se tem como você vir aqui comigo pra gente acertar as coisas da visita.
— Me dá vinte minutos, por favor? Eu ainda não tomei meu banho.
— Vamo fazer o seguinte: faz tuas coisas na paz que daqui a duas horas eu te pego. Pode ser?
— Pode sim. Obrigada.
Dinho encerrou a ligação e eu fiquei me perguntando desde quando um bandido consegue ser legal.
Não que eu conheça vários traficantes, porém não imaginava que o irmaginava que o irmão do Chorão fosse gentil.
— O que você tá aprontando? — Isadora entrou no quarto enrolada em uma toalha e eu lhe lancei um sorriso empolgado.
— Acho que vou começar a fazer uns corres com a Gabi pra conseguir um dinheiro extra.
— Tem vaga pra mim? — Minha irmã brincou e sentou na beirada da sua cama de frente para mim.
— A facção não tá contratando princesas.
— Falando sério, toma cuidado pra você não ir presa.
— Não vou ganhar um sermão por me envolver com bandidagem?
— A maioria das meninas da minha escola são envolvidas com coisas ilegais e eu acabei me acostumando com alguém falando que vai ali ajudar um traficante. — Isadora deu uma risadinha.
Assenti e mudei de assunto:
— Você quer falar sobre seu lance com o Fausto?
— Tá muito recente e eu ainda tô confusa em relação a tudo que aconteceu, mas obrigada por não me julgar.
— Sei que o seu sonho é ser mãe, Isa. Pra você ter escolhido encerrar essa gravidez sabendo que corria o risco de ficar estéril, imagino que não teve outra saída.
— É, eu não tive. — A garota começou a chorar e eu sentei ao seu lado e a abracei.
— Quando você quiser contar o que aconteceu, eu vou tá aqui pronta pra te escutar.
Na minha cabeça se passavam mil opções do que poderia ter ocorrido entre a Isadora e o seu professor, mas não podia tirar conclusões precipitadas sem antes ouvir tudo o que a minha irmã tem para falar.
A minha única certeza é que nunca confiei no discurso de esquerdomacho desconstruído do Fausto.
A Isadora está se identificando como feminista há pouco tempo e ainda não conhece o risco de se envolver com um predador sexual que usa esse movimento erroneamente para incentivar adolescentes a se sexualizarem nas redes sociais. Na minha cabeça, o Fausto é um pedófilo de merda, por isso vive curtindo e comentando fotos inapropriadas das suas próprias alunas.
Quando tentei alertar a Isadora sobre os perigos desse tipo de homem, a minha irmã entendeu o meu aviso como um discurso conservador e eu resolvi não insistir, porque tive medo dela se afastar completamente de mim.
O risco é sempre maior quando um adolescente se fecha ao ponto de não falar nada com a família. A prova disso foi a Isadora ter escondido uma gravidez por não sei quantos meses.
Agora, fico me perguntando se deveria ter forçado uma conversa sobre os perigos de namorar homens mais velhos ou se eu deveria simplesmente ter ficado calada.
[...]
Como de costume, levei a Isadora até o ponto de ônibus e no mesmo instante que o veículo deu partida, vi o Dinho em cima da sua moto do outro lado da rua.
Ele fez sinal com a mão direita para que eu fosse até lá e o meu coração acelerou quando o medo tomou conta de mim. Sei que não posso voltar atrás na minha decisão, afinal, a minha família depende do dinheiro que vou receber do Chorão.
Olhei para os dois lados e atravessei a rua.
Não tinha tempo para ficar questionando os riscos, porque era eu que precisava da grana e se eu demorasse um pouco mais, o Chorão poderia simplesmente escolher qualquer outra mulher no meu lugar.
Estava vestida com uma calça jeans, uma camisa de manga curta e tênis preto, porque pretendia ir para o trabalho daqui a pouco.
— Tá vindo de algum motel? — Dinho indagou e eu levantei a sobrancelha.
— Não entendi a pergunta.
— É que teu cabelo tá molhado.
— É que eu tomo banho pelas manhãs — rebati tentando não parecer tão mal educada. — Você não faz o mesmo?
— Atrevida ao mesmo tempo que é contida o suficiente pra não levar um tiro na testa.
Suspirei pesadamente ao ouvir a sua ameaça sutil e forcei meus lábios a formarem um sorriso amigável.
Dinho era tão parecido com o Chorão que a minha buceta até se confundia e pulsava pelo bandido errado.
— Achei que você fosse mais estilo panicat pra ter deixado meu irmão tão obcecado pela sua buceta — Dinho desdenhou e eu fechei a cara.
A minha beleza está no meu sexo oral, meu querido.
— Não quero te ofender, nem nada, mas quem tem que me achar atraente é quem vai me comer e não o funcionário dele.
— Não sou funcionário de ninguém.
— Desculpa, eu não sabia que a FDM tem dois chefes.
— Na verdade, são três, mas, voltando ao assunto, pro pouco que ele tá pagando, você vai servir.
Quem esse cretino pensa que é para falar desse jeito comigo?
— Nós vamos acertar como e quando vou fazer visita íntima para o seu irmão ou você vai continuar aí me ofendendo sem motivos? — Cruzei os meus braços embaixo dos meus peitos e arqueei um lado da minha sobrancelha.
— Sobe aí, Emília — Dinho ordenou com um sorriso malicioso.
Subi na moto com receio de alguém nos ver e contar para a minha mãe, mas não podia recusar o seu convite ou acabaria sendo agredida ou morta.
Dinho deu a partida e durante o caminho, não trocamos nenhuma palavra, o que me deixou ainda mais aflita.
Após cerca de vinte minutos, o homem estacionou a moto em uma rua deserta e olhou sério para mim por cima do seu ombro.
— O Chorão disse que quando te comeu, você parecia uma prostituta profissional, mas tô duvidando dessa informação... Você tem cara de virgem.
Tu tem cara de paquita da Xuxa, isso te faz gay, seu cretino do caralho?
Não acredito que o Chorão inventou que transamos e ainda me chamou de puta.
— Como serão as visitas íntimas, Dinho? — Ignorei as suas provocações e saí de cima da moto. — Eu só quero saber essas informações pra poder me organizar.
— Puta eu não sei, mas maluca a ponto de me afrontar você é até demais. — Ele desceu da moto e me encarou com o semblante raivoso.
— Eu tô falando normal contigo.
— Você tá ligada que não importa o quanto o Chorão queira te comer, eu ainda sou quem tá no comando da nossa facção.
Franzi o cenho, me esforçando para entender o porquê o Dinho resolveu agir como um desequilibrado comigo.
— Foi mal, eu não deveria ter falado desse jeito com você. — Me desculpei mesmo sabendo que não tinha feito nada de errado.
No mesmo instante, o meu celular tocou no bolso e eu o peguei pensando que era meu chefe querendo saber o motivo do meu atraso.
— Oi, Arthur — atendi a ligação sem olhar a tela do aparelho.
— Quem é esse, coração? — A voz que me aterroriza nos últimos meses perguntou e a respiração falhou.
— Eu achei que fosse o meu chefe.
— Você não tá no seu trampo?
— Não, tô com o Dinho.
— Merda, Emília!
— Não foi você que mandou?
— Passa o celular pra esse filho da puta!
Entreguei o celular na mão do Dinho e ele me olhou com ódio como se eu tivesse culpa de algo que eu sequer sabia o que estava acontecendo entre os dois.