Lance Bandido

By escarlateee

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+18|| Nosso amor cresceu em meio às sombras do crime, como uma flor delicada em um jardim de concreto. Encont... More

Prólogo.
Elenco.
•Capítulo 1•
•Capítulo 3•
•Capítulo 4•
•Capítulo 5•
•Capítulo 6•
•Capítulo 7•
•Capítulo 8•
•Capítulo 9•
•Capítulo 10•
•Capítulo 11•
•Capítulo 12•
•Capítulo 13•
•Capítulo 14•
•Capítulo 15•
•Capítulo 16•
•Capitulo 17•
•Capítulo 18•
•Capítulo 19•
•Capítulo 20•
•Capítulo 21•
•Capítulo 22•
•Capítulo 23•
•Capítulo 24•
•Capítulo 25•
•Capítulo 26•
•Capítulo 27•
•Capítulo 28•
•Capítulo 29•
•Capítulo 30•
•Capítulo 31•
•Capítulo 32•
•Capítulo 33•
•Capítulo 34•
•Capítulo 35•
•Capítulo 36•

•Capitulo 2•

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By escarlateee

Puma🐺

Desde muito jovem, estou envolvido com o crime. Cresci nas ruas da Maré, um lugar onde a violência e a criminalidade são uma realidade diária.

Desde cedo, aprendi que sobreviver neste ambiente hostil significa estar disposto a fazer coisas das quais muitos desviam o olhar.

Meu primeiro assalto foi aos 12 anos, na praia de Copacabana. Foi um ato impulsivo, motivado pela necessidade de dinheiro rápido e pelo desejo de provar meu valor para os mais velhos do morro. A sensação de poder que senti ao roubar aquelas carteiras e celulares foi intoxicante, e logo me vi mergulhado cada vez mais fundo nesse mundo sombrio.

Aos 13 anos, cometi meu primeiro homicídio. Foi um momento que mudou minha vida para sempre, mas na época, parecia apenas mais um passo necessário para ganhar respeito e reconhecimento nas fileiras do crime organizado. Na Maré, a violência é a moeda corrente, e estava determinado a me destacar entre os demais.

À medida que o tempo passa, cresço na hierarquia do tráfico de drogas. Torno-me cada vez mais respeitado e temido, um verdadeiro "cria da Maré". Minha reputação me precede onde quer que eu vá, e alimento meu ego com o poder que exerço sobre os outros. Mas por trás da fachada de frieza e indiferença, há um vazio dentro de mim, uma sensação de que algo está faltando em minha vida.
Mesmo mergulhado neste mundo de crime e sangue, há momentos em que me pego questionando minhas escolhas. Será que é isso que quero para o resto da minha vida? Será que não há mais nada lá fora além do ciclo interminável de violência e morte?
Esses questionamentos ecoam em minha mente, mas os reprimo, afogando-os no álcool, nas drogas e na adrenalina das ruas. No entanto, algo dentro de mim sabe que um dia terei que enfrentar essas perguntas de frente, que um dia terei que decidir que tipo de homem realmente quero ser.

Minha infância foi marcada por uma realidade cruel e implacável. Minha mãe se prostituía para sustentar a família, mas sempre pude ver a dor e o desespero em seus olhos toda vez que voltava para casa. Ela não gostava daquilo, mas não via outra opção para nos manter alimentados e com um teto sobre nossas cabeças.

Meu pai, por outro lado, estava preso por grande parte da minha vida. Eu era apenas uma criança pequena quando ele foi levado, e sua ausência deixou um vazio imenso em nossa família. Crescer sem um pai para me orientar e me proteger foi difícil, e muitas vezes me vi buscando figuras paternas nas ruas, nos líderes do tráfico que dominavam a Maré. Éramos uma família disfuncional, lutando para sobreviver em um ambiente hostil e impiedoso. Enquanto minha mãe se prostituía para nos sustentar, eu vagava pelas ruas, tentando encontrar meu lugar em meio ao caos que nos cercava. A violência e o crime eram uma parte inevitável do nosso dia a dia, e desde cedo aprendi que precisava ser duro e implacável para sobreviver naquele ambiente hostil.

Minha infância foi roubada pela miséria e pelo crime, e essas experiências moldaram o homem que me tornei. Eu me tornei o Puma, um predador das ruas, determinado a dominar meu território e garantir minha sobrevivência a qualquer custo. Mas por baixo da minha fachada de dureza, havia uma criança ferida, procurando desesperadamente por um sentido de pertencimento e uma razão para continuar lutando.

Encontrava-me abrigado em Heliópolis, São Paulo, pois não podia permanecer no Rio de Janeiro. Tudo porque havia acabado de comandar um grande assalto em Criciúma, Santa Catarina, que havia chamado a atenção das autoridades e da mídia nacional.

Após o assalto, a pressão policial aumentou significativamente no Rio, e ficar lá seria arriscado demais. Optei por buscar refúgio em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, onde eu tenho grandes aliados e onde poderia me manter escondido temporariamente.

A tensão era palpável enquanto eu me escondia nas sombras da favela, sempre atento a qualquer movimento suspeito ao meu redor. Sabia que não podia baixar a guarda.

Observo o relógio no meu pulso e percebo que já está quase meia-noite. Encostado na minha moto, próximo ao beco, observando a movimentação ao meu redor. O beco está meio escuro, mas consigo distinguir algumas figuras se aproximando.

Meus olhos se fixam em Ayume, a loirinha que está ali, no meio do beco. Uma sensação estranha toma conta de mim quando a vejo se agarrando com um menor que se aproxima. Forço a visão para tentar reconhecer quem é, mas a escuridão dificulta minha percepção.

Por um momento, passa pela minha cabeça a possibilidade de me envolver com ela, afinal, Ayume é atraente e me atrai demais essa sagacidade dela. No entanto, lembro-me de que esta não é a primeira vez que a vejo com esses menor. Já é a segunda vez que a vejo pegando esses menor e isso me deixa desconfiado, tenho síndrome de exclusividade.

Fico ali, observando a cena por mais alguns instantes, tentando entender o que está acontecendo. Mas logo decido que não é da minha conta e retorno meu foco para os meus próprios problemas. Afinal, tenho questões maiores para lidar do que me envolver em dramas alheios.

A noite está calma, mas o ar está carregado de tensão. Sinto-me inquieto, como se estivesse à espera de algo que está prestes a acontecer. Olho ao redor, buscando sinais de perigo, mas tudo parece tranquilo por enquanto.

Lembro-me das histórias que ouvi sobre Ayume, de como ela sempre foi uma garota aventureira e destemida. Mas também ouvi rumores sobre seu passado conturbado, o quanto se envolveu com playboy e foi traída.

Assim que desvio meu olhar, perdido em pensamentos, sinto uma mão gelada encostar na minha nuca. Num instante, meu corpo tenso reage, e meu coração salta no peito, tomando-me de surpresa. Rapidamente, viro-me para ver quem é, e para minha surpresa, lá está ela, Ayume, com seu sorriso misterioso e um brilho travesso nos olhos.

— Ih coe Ayume. — exclamo, aliviado ao reconhecê-la, mas ainda em estado de alerta pela súbita aproximação.

Ela ri suavemente, como se apreciasse a reação que provocou em mim. Seus olhos brilham na penumbra do beco, e seu sorriso é enigmático, como sempre.

— Desculpa, querido. Vi você tão concentrado que não pude resistir e vim aqui te perturbar, senhor irresistível.

— Eu sei que você não resiste a minha pessoa. — comento, tentando recuperar minha compostura.
Ela dá de ombros, um gesto gracioso que parece combinar com sua natureza livre e desinibida.

— É assim que eu sou, meu querido. Não consigo resistir a uma boa oportunidade de admirar sua beleza. — Fico olhando para ela por um momento, tentando decifrar os mistérios por trás daqueles olhos brilhantes e daquele sorriso intrigante. Ayume sempre foi uma incógnita para mim desde o dia que cheguei aqui, uma mistura de sensualidade e mistério que me atrai e me intriga ao mesmo tempo.

— O que você estava fazendo aqui, Ayume? — pergunto finalmente, curioso.

Ela encolhe os ombros novamente, parecendo despreocupada com a pergunta.

— Apenas dando uma volta, vendo o que há de novo na favela. E você, meu querido? O que o trouxe para este lugar escuro esta noite? — Contemplo Ayume por um momento, ponderando sobre o quanto devo revelar a ela sobre meus próprios motivos e preocupações. Por fim, decido ser cauteloso em minhas palavras.

— Apenas passando o tempo, pô. Como você disse, é interessante ver o que acontece na favela à noite.— Ela sorri, parecendo satisfeita com minha resposta evasiva.

— Bem, se precisar de companhia para suas próximas aventuras pela favela, você sabe onde me encontrar. — Assinto, reconhecendo o convite implícito em suas palavras.

— Eu vou me lembrar disso, Ayume. Obrigado. — respondo sinceramente.

— Tem um cigarro aí? — Ela pergunta igual uma criança querendo um doce.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Ayume se aproxima de mim, seu olhar cheio de desejo. Ela passa uma cantada sutil, sugerindo um jogo perigoso de sedução que me deixa sem palavras. Nesse momento, qualquer resistência que eu pudesse ter desaparece, e eu me vejo cedendo ao seu encanto irresistível.

Sem pensar duas vezes, me inclino em direção a ela, ansioso para sentir seus lábios nos meus. Nossos beijos são intensos carregados de toda a tensão e desejo acumulados entre nós. É como se estivéssemos nos perdendo no calor daquele momento, deixando para trás todas as preocupações e incertezas do mundo exterior.

Por um instante, tudo o que existe é o calor do seu corpo contra o meu, o sabor dos seus lábios nos meus. E, por mais que eu saiba que isso pode ser perigoso, por mais que eu saiba que ela é uma tentação que eu deveria resistir, não consigo evitar me render ao seu encanto hipnotizante.

Quando finalmente nos separamos, ofegantes e ansiosos por mais, eu me vejo olhando nos olhos dela, perdido em um mar de emoções conflitantes. Por um momento, tudo o que posso fazer é admirar sua beleza deslumbrante, seu sorriso travesso e seus olhos brilhantes cheios de promessas tentadoras.

E então, com um sorriso misterioso nos lábios, Ayume se afasta, deixando-me sozinho no beco, com o coração acelerado e a mente girando com pensamentos turbulentos. Por um momento, fico ali, parado, tentando processar o que acabou de acontecer.

Ela é mais louca que eu podia imaginar, balançando a cabeça com um sorriso no rosto.

(...)

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