Sábado era o dia esperado para a prova do anjo no reality, porém, por algum motivo, não houve qualquer anúncio ou preparação por parte da produção. A casa estava majoritariamente indiferente a essa ausência, exceto por Pitel e Fernanda, que pareciam viver e respirar a estratégia do jogo.
Desde a saída de Giovanna e as atitudes impulsivas de Fernanda, parecia que as alianças femininas estavam por um fio, especialmente com a ameaça recente do quarto branco.
"Mas pensa comigo," Pitel ponderou durante uma de suas muitas conjecturas, "mesmo se o Davi tentar ou não unir os votos, eles vão mirar em uma de nós. É matemática simples."
"Impossível a gente virar esse jogo só com os votos da casa," concordou Fernanda, resignada.
"Então um deles é quem vai ter que sair," Pitel concluiu, "A pergunta é: quem é o elo mais fraco? Davi, Cunhã, Beatriz, Alane ou s/n..."
"A Yasmin é, de longe, a mais vulnerável, isso é fato," Fernanda opinou, "Quanto aos outros, é um tiro no escuro."
"Ninguém, até agora, conseguiu botar a líder na berlinda," Pitel refletiu em voz alta.
"Talvez a gente devesse tentar..."
A conversa foi abruptamente interrompida pela passagem de s/n, cuja presença imediatamente capturou toda a atenção de Fernanda, mesmo com elas próximas à saída para o jardim. Pitel notou o desvio da atenção de sua aliada e um sorriso discreto denunciou sua percepção de que havia algo não dito ali.
"Então, estava pensando... A Yasmin falou em trazer a Cunhã para o nosso lado," Pitel tentou retomar a estratégia, mas Fernanda mal reagia, perdida em seus pensamentos enquanto observava s/n se bronzeando à beira da piscina.
"Certo," Fernanda murmurou, ainda distraída.
"Então, achar uma aliada na Yasmin é um bom movimento?"
"Uhum."
"E te deixar completamente sozinha no jogo, seria inteligente?"
"Com certeza."Fernanda estava visivelmente enfeitiçada, a imagem de s/n aplicando protetor solar em si mesma a distraía completamente.
"Sabe, eu estava pensando... Talvez o Tadeu seja a próxima escolha pro paredão," Pitel lançou, percebendo a desconexão de sua amiga.
"Você está certa."
Irritada, Pitel exclamou:
"Caramba, Fernanda! Eu não acredito que você deitou com a inimiga!"
"O quê? Quem disse isso? Você tá louca, Pitel? Sabe de uma coisa? Vou dormir que eu ganho mais."
Fernanda saiu de cena, deixando uma Pitel confusa para trás, enquanto s/n parecia indiferente, focada em criar momentos com seus amigos.
"Daria tudo pra entender o que se passou naquele quarto branco," Pitel murmurou, sua atenção voltando-se para a intrigante dinâmica do jogo.
"Como você não acabou cometendo um assassinato lá dentro?" Alane questionou, entrando na conversa sobre o quarto branco.
"Até que ela não é tão má assim," s/n disse, mal contendo um sorriso ao lembrar-se de momentos íntimos trocados com Fernanda.
"Ela é terrível, acabou de expulsar todo mundo do quarto porque queria dormir," Bia comentou, esperando uma reação.
"Ok, não dá para defender. Ela é uma pessoa muito difícil," s/n finalizou, não conseguindo esconder seu sorriso.
"Que sorriso é esse, hein?" Alane indagou, curiosa com a súbita mudança de comportamento de s/n.
"Sorriso? Eu... Sabe de uma coisa? Acho que vou dormir."
"Com a Fernanda?" Bia questionou, perplexa.
"Dormir com Fernanda? Claro que não! Vou para a sala, longe dela."
"Na sala? E as estalecadas?"
"Então vou para o quarto, mas bem longe da Fernanda. Porque nós não temos nada."
"Achei que vocês se odiavam," Alane provocou.
"A gente se odeia," s/n reafirmou, afastando-se em direção à casa.
"O que você acha disso?" Alane perguntou, não escondendo seu interesse pela situação.
"Aconteceu alguma coisa naquele quarto branco," foi a resposta de Bia.
"Devemos nos intrometer?"
"Claro que sim," disse Pitel, juntando-se à especulação "Isso vai afetar a gente"
"Você também percebeu?"
-
"Pensei que você não iria vir mais" Fernanda disse ao sentir um peso ao seu lado na cama.
"Tava me esperando?" s/n sussurrou no ouvido da mulher.
"Você só fica com as suas amigas fadinhas. Cansou de criar seus vts?"
"Você bem que gostou do meu biquíni vermelho."
"Aquilo foi maldade. A Pitel percebeu."
"A culpa não é minha se você não sabe se controlar" s/n sussurrou no ouvido de Fernanda causando arrepios na mulher.
"Porra. Você para de me provocar, s/n" Fernanda disse tentando se afastar da mulher.
"O que está acontecendo com a impiedosa loba? Pensei que você fosse mais forte" s/n continuou a provocação, enquanto Fernanda só conseguia encarar os lábios da mulher a sua frente.
"Eu não vou te beijar" A mulher disse mais para si do que para s/n "Aqui, nós duas, somos inimigas. Isso tem que parar, nós temos que impor limites no jogo."
A Bande virou as costas pra mulher, em busca de organizar a própria mente que ditava pensamentos impuros. Mas s/n parecia ter outros planos ao se aproximar do ouvido da outra mulher.
"Debaixo do edredom, sem ninguém em volta. Você realmente vai... resistir?", s/n sussurrou com sua voz carregada de provocação.
Fernanda sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto lutava para manter sua determinação. A tensão entre elas era palpável e Fernanda mal conseguia conter o desejo que fervilhava dentro dela.
"Não podemos fazer isso, s/n", Fernanda respondeu com dificuldade, tentando resistir à tentação que s/n representava.
"Por que não?", s/n provocou, sua voz suave e sedutora ecoando no ouvido de Fernanda.
"Porque... porque alguém pode nos ver e...", Fernanda balbuciou, sua voz falhando diante da intensidade do momento.
Mas antes que Fernanda pudesse continuar, s/n colocou um dedo suavemente sobre os lábios dela, silenciando-a.
"Queremos mesmo ser inimigas, Nanda?", s/n perguntou, seus olhos buscando os de Fernanda com uma intensidade penetrante.
Fernanda sentiu-se cativada pelo olhar de s/n, uma mistura de desafio e desejo ardente refletido neles. Por um instante, todos os seus pensamentos racionais foram eclipsados pela paixão avassaladora que s/n despertava dentro dela.
"Eu...", Fernanda murmurou, sua voz quase inaudível diante da turbulência de emoções que a dominava.
Sem uma palavra, s/n aproximou-se lentamente de Fernanda, seus lábios a milímetros de distância. O coração de Fernanda batia descontroladamente, enquanto ela lutava contra a batalha interna entre o dever e o desejo.
E então, num impulso irresistível, seus lábios finalmente se encontraram em um beijo apaixonado, uma explosão de emoção que os consumiu completamente. O mundo ao seu redor desapareceu enquanto Fernanda se entregava ao calor ardente do momento, rendendo-se à paixão avassaladora que s/n despertava dentro dela.
Neste instante, todas as barreiras entre elas desmoronaram, e ambas se entregaram ao desejo que as consumia, mergulhando em um mar de paixão e prazer que só poderia ser encontrado nos braços uma da outra.
Enquanto o beijo continuava, tudo o que importava era o calor do toque de s/n, a suavidade de seus lábios contra os dela, e a certeza avassaladora de que, apesar de todas as probabilidades, elas pertenciam uma à outra. Com o beijo ardente e apaixonado, Fernanda e s/n se viram repentinamente interrompidas pelo som de vozes se aproximando. Conscientes das câmeras e da exposição constante do reality show, elas se separaram rapidamente, tentando recuperar a compostura enquanto outros participantes se aproximavam.
Alane, percebendo a atmosfera carregada entre Fernanda e s/n, que, apesar de inimigas, dividiam a mesma cama, lançou um olhar interrogativo. "Vocês estão falando sobre o quarto branco?" questionou, sua voz tingida de suspeita.
Fernanda, com um esforço para mascarar a torrente de emoções conflitantes que sentia, respondeu rapidamente, "Nós somos inimigas, Alane. Não temos nada a conversar." Sua tentativa de disfarçar a tensão apenas adicionou uma camada de mistério.
s/n, por sua vez, confirmou com um aceno, trocando um olhar fugaz, mas intensamente comunicativo com Fernanda. Uma compreensão silenciosa, quase tangível, pairou brevemente entre elas.
"Exato. Eu não saio da minha cama e a Fernanda resolveu querer tomar posse dela".
Alane, embora não completamente convencida, optou por deixar a questão de lado e se juntou a Beatriz para descansar. Enquanto o silêncio tomava conta do ambiente, Fernanda e s/n, mantendo a fachada, tentaram dormir, sem imaginar o turbilhão que o programa ao vivo de domingo reservava.
Como previsto, Tadeu não fez nenhuma aparição no sábado, e a semana transcorreu sem o esperado poder coringa. No entanto, foi no domingo que a situação tomou um rumo inesperado.
"S/n, Nanda," começou o apresentador, com um sorriso enigmático, "a dinâmica era simples. Se uma de vocês apertasse o botão em 24 horas, ambas iriam direto ao paredão. No entanto, nada disso aconteceu. Portanto, vocês não só estão fora do paredão como também são o anjo desta semana, garantindo imunidade a ambas." O alívio e a alegria foram instantâneos, refletidos nos sorrisos radiantes das duas, enquanto Tadeu compartilhava da felicidade geral.
"E, agora, nós vamos montar esse paredão", continuou o apresentador."Yasmin, minha líder, quem você indica para o paredão? Lembrando que a s/n e a Nanda estão imunes".
"Tadeu, hoje eu vou indicar o Davi. Devido a algumas rivalidades recentes que tivemos, ele se tornou alguém que eu não gosto nessa casa", respondeu Yasmin.
"Davi está no paredão", anotou o apresentador em suas fichas.
Davi, agora no paredão, recebeu a oportunidade de um contra-ataque. "Minha escolha é a Pitel," disse firmemente, "pois nossas estratégias de jogo são opostas. Ela é minha rival direta."
Pitel, aceitando o desafio com um aceno, já antecipava essa possibilidade.
"Votação na casa. Começando da Nanda", prosseguiu o apresentador.
Um por um entrou no confessionário, perplexos com toda a dinâmica da semana. Cada um sem perspectiva de voto ou certezas do que fazer, culminando na indicação de Cunhã e Beatriz ao paredão, criando um cenário particularmente tenso para Pitel.
À medida que a noite avançava, os participantes se reuniram ao redor da diminuta mesa central, onde apenas três frascos de Pantene, numerados 1, 2 e 3, estavam dispostos. A simplicidade da configuração contrastava com a complexidade da decisão que Pitel, Beatriz e Isabelle enfrentavam, intensificando a tensão palpável no ar.
O silêncio predominava, todos os olhares fixados nas competidoras e nos três frascos diante delas. A regra era clara e desafiadora: apenas um dos frascos garantiria a segurança, evitando o paredão. A escolha exigia mais do que sorte; demandava intuição, observação e, talvez, um toque de destino.
Tadeu, percebendo o peso do momento, preparou as participantes. "Lembrem-se, apenas um desses frascos contém a salvação. Quando eu disser, escolham sabiamente."
A expectativa era quase tangível, cortando o ar com a intensidade das possibilidades que cada frasco escondia.
"Três, dois, um... Escolham!"
As palavras mal tinham deixado a boca de Tadeu quando as três competidoras avançaram.
Pitel, com uma determinação feroz, escolheu o frasco número 1, agarrando-o como se pudesse transmitir sua vontade para dentro. Isabelle, após um momento de hesitação, se decidiu pelo frasco número 3, sua escolha feita sob o peso de um olhar contemplativo. Isso deixou Beatriz com o frasco número 2, o último remanescente, sua expressão misturando resignação com uma pontada de esperança inadvertida.
Com todos os olhos fixos nelas, as competidoras abriram seus frascos. A sala permaneceu em silêncio por um breve momento, até que do frasco número 2, nas mãos de Beatriz, irrompeu um brilho cintilante, acompanhado por uma explosão de confetes dourados. O alívio e a alegria explodiram em seu rosto quase instantaneamente, uma onda de aplausos e comemorações preenchendo o ambiente. Pitel e Isabelle, embora disfarçassem a decepção, mostraram esportividade, congratulando Beatriz pela sua sorte e habilidade em escolher o frasco certo.
As implicações dessa prova bate-volta eram claras: Beatriz estava segura, deixando Pitel, Davi e Isabelle no paredão, um trio enfrentando a iminente decisão do público. Pitel enfrentaria um paredão com aliados e Fernanda temia por antecipação a saída de sua amiga.