Narrador pov
Todos seguem até o Grande Salão em busca de respostas. Enquanto todos os aldeões falavam ao mesmo tempo, Soluço questiona seu amigo.
Soluço: Perna-de-Peixe, já tinha visto aquela espécie de dragão alguma vez? - O Ingerman não consegue responder pelo fato de ainda estar sob efeito do líquido que estava na seringa que Grimmel atirou nele. O Haddock se vira para os vikings irritados. - Vocês não perceberam que ele quase nos matou? Vocês viram o estado da minha casa? Esse inimigo é diferente, acabei subestimando ele, assumo isso, mas eu não vou repetir esse erro.
Melequento: Somos vikings, não fugimos da luta, pelo menos eu não.
Eret: Concordo com o Soluço, vocês não conhecem o Grimmel. Ele é um predador, frio e calculista, só vai parar quando conseguir o que quer.
Valka: Estou com o Eret, temos que levar a sério essa ameaça.
Arkyn: O Grimmel é só um sinal dos tempos, nossos inimigos estão mais espertos, determinados, nós termos uma superpopulação em Berk não ajuda nisso, pelo contrário, nos deixa expostos e vulneráveis.
Soluço: Exatamente, por isso, eu não vejo uma forma de continuarmos aqui, em Berk - os aldeões exclamam surpresos e indignados. Arkyn bate sua mão na mesa, chamando a atenção para si.
Arkyn: Deixem ele falar - sua voz autoritária e seu olhar sério fazem todos ficarem quietos.
Soluço: Se quisermos viver em paz com os nossos dragões, precisamos de um plano melhor.
Bocão: E o que isso significa?
Soluço: Que vamos ter que desaparecer, sumir do mapa, levar os nossos dragões para um lugar onde ninguém encontre eles.
?: E que lugar seria esse?
Arkyn: O Mundo Escondido.
Soluço: Meu pai era obcecado com isso quando eu era criança, ele fez anotações, mapas em busca do lugar ancestral de todos os dragões, que está escondido em algum lugar além da borda do mundo, pode ser a solução que a gente precisa. Nós somos amigos dos dragões, é o que devemos fazer. Eu sei que aqui é o nosso lar, meu pai me designou para protegê-lo, mas Berk é maior do que isso aqui, nós somos Berk, as pessoas, os dragões, por isso Berk estará onde quer que estejamos - um breve tempo de silêncio se faz presente.
Cabeça-Dura: Eu tô' com ele, quem mais?
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Mais tarde, Soluço e Arkyn estavam em sua casa arrumando os pertences que levariam. Estavam em silêncio, até o Haddock quebrá-lo.
Soluço: Você acha que eu tomei a decisão certa? Sabe, de abandonar Berk.
Arkyn: Nós não estamos abandonando Berk, é como você falou, nós somos Berk, o povo e os dragões, é a única forma de protegê-los. Grimmel não poderá nos atacar se não souber onde vamos estar.
Soluço: Eu sei, é só que...
Arkyn: Você sente como se estivesse desapontando seu pai ao abandonar o local que vivemos por sete gerações?
Soluço: Por aí...
Arkyn: Tenho certeza que Stoico concordaria, lembra do que ele disse? Um chefe protege os seus. Nós estamos protegendo, não é a solução que gostaríamos, mas é a melhor - caminha até o garoto e coloca sua mão sobre o ombro dele. - Ele estaria orgulhoso de ver o chefe que você se tornou, assim como eu estou.
Soluço: O que seria de mim sem você? - Ele abraça o Hermod.
Arkyn: Deixa eu pensar, um solteiro perneta que se lamentaria pelos cantos por não ter um namorado tão perfeito como eu ao seu lado - Soluço ri, o elevado ego de Arkyn e sua enorme auto-estima divertiam o Haddock.
Soluço: Obrigado, por tudo, Kyn.
Arkyn: De nada... Espera, Kyn? - Ele se afasta do abraço com as sobrancelhas franzidas.
Soluço: Bom, você me chama por um apelido, pensei em fazer o mesmo.
Arkyn: Tudo bem, é só que esse apelido não me é estranho.
Soluço: Eu te chamava assim quando éramos crianças.
Arkyn: Eu tinha esquecido disso. Como lembrou?
Soluço: Quando eu estava lembrando da conversa que tive com meu pai sobre o Mundo Escondido, eu falei para ele esperar para fechar o mundo porque queria te levar lá antes.
Arkyn: Que fofo, Sol.
Soluço: Agora posso realizar esse desejo e te levar lá.
Arkyn: Eu ia adorar - ele sorri e Soluço inicia um ósculo lento com o garoto.
Arkyn segura na cintura do Haddock, que passa os braços ao redor do pescoço do mais alto. O moreno de olhos verdes caminha em direção a cama, deitando-se nela e puxando o outro consigo, deixando o Hermod por cima. Eles continuam o beijo até a falta de ar e, após se separarem, Arkyn desce os selares para o pescoço do outro, que arfa pelo contato. Estavam sozinhos em casa, Valka deixou a residência para os garotos e tinha sua própria cabana, então o casal poderia aproveitar a última noite na casa Haddock.
Pelo amanhecer, o Hermod segue até sua antiga casa e vê Hrymir, o Uivo de Lã, deitado na sala. Ele acaricia o dragão e segue até o antigo quarto de Ragnar, vendo o pequeno local decorado em homenagem ao mais velho. O garoto se senta em frente ao desenho que havia feito do mais velho e abaixo dele tinham as flores preferidas do outro Hermod. Arkyn ia até aquele local para conversar com seu pai, uma forma de se sentir mais próximo dele.
Arkyn: Oi pai, espero que o senhor esteja bem em Valhalla. Hoje nós vamos partir de Berk para procurar o mundo escondido dos dragões, aquele da lenda que o senhor me contava quando eu era criança. Estamos fazendo isso para salvar os dragões e os aldeões de um caçador chamado Grimmel, não é um nome tão legal, mas combina com a cara dele - o garoto sorria, mas muda para uma expressão mais séria. - Ele disse que conheceu a minha mãe, mas eu não encontrei nada sobre ele no diário dela, não sei se esse Grimmel está realmente dizendo a verdade, ele pode ter descoberto sobre minha mãe e forjou essa história para tentar me abalar, afinal, como ele saberia que eu sou filho dela? Todos dizem que eu me pareço com o senhor. Enfim, era isso que eu tinha a dizer, até outro momento, pai.
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Os berkianos avançavam rumo ao desconhecido carregando seus pertences em navios ou nos próprios dragões.
Bocão: Acho que já fiz essa pergunta, mas existe um plano mesmo ou...?
Soluço: Nós vamos voar até chegarmos no fim do mundo.
Bocão: Faz sentido.
Melequento: Não chega nunca.
Cabeça-Dura: É porque o mundo é redondo. O sol é redondo, a lua é redonda, as estrelas também, apesar de serem só pontinhos - de repente, a Fúria da luz aparece ao lado deles e Banguela segue até ela.
Clava se agita e do outro lado surge a fêmea Liberiante, impressionando os cavaleiros da mesma forma que a Fúria da luz. A Machadrago, receosa, se mantém distante e chama por Clava, que olha para Arkyn e segue até a fêmea após a confirmação do Hermod junto de um sorriso.
Eles escutam um grito e vêem Soluço sendo jogado pela Fúria da luz e Banguela o resgatando. Arkyn ri da cena. Clava interagia com a fêmea, que estava desconfiada do humano montado nele.Após um tempo, a Machadrago e a Fúria da luz se afastam dos berkianos e a dupla retorna até eles.
Arkyn: Acho que a Fúria da luz não se derreteu pelo seu charme de treinador de dragões, Soluço.
Soluço: Nem a fêmea Liberiante pelo seu.
Arkyn: Ela não me jogou em direção ao oceano pelo menos.
Cabeça-Dura: Ele tem um excelente ponto - eles avançam mais um pouco e avistam uma enorme ilha, indo até lá para uma pausa.
Soluço: Vamos acampar aqui esta noite - todos começam a procurar pontos para construir suas casas. - Calma, eu falei para construir um acampamento, não uma vila. Eu admito, esse lugar aqui é muito bom, mas não é o Mundo Escondido.
?: Nem sabemos se isso existe, isso aqui é real - os vikings começam a reclamar.
Valka: Um bando de vikings cansados e com fome podem ser bem teimosos.
Soluço: Eu acho que pode servir de base nesse meio tempo. Dá para proteger, é escondida. Certo, podemos ficar - eles comemoram. - Até eu e o Arkyn acharmos o Mundo Escondido - eles reclamam. Cabeça-Dura vai até ele.
Cabeça-Dura: Eu tenho uma dica sobre a sua voz. Disfarça essa coisa de ganso esguelado, fica difícil de rolar uma felicidade conjugal com essa voz de taquara rachada - ele se distancia do Haddock.
Valka: Se vão continuar, é melhor eu voltar para garantir que não fomos seguidos.
Soluço: Certo, só toma cuidado. O que foi?
Valka: Esse plano, de nos escondermos do resto do mundo, eu gostaria que fosse possível, mas não tem como durar, sabe que eu tentei a mesma coisa durante anos, mas a ganância dos homens sempre encontra um jeito. Eu só peço para pensarem nisso - ela se afasta e Soluço olha para Arkyn.
Soluço: E você? Também acha que eu sou louco?
Arkyn: Tudo que posso dizer é que essa ideia é bem você, com um toque meu.
Soluço: Obrigado por ter me apoiado na assembleia, foi muito importante.
Arkyn: Não precisa agradecer, só espero que tenhamos feito realmente a escolha certa.
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