Midnight Rain - Romanogers

By romanoff_rogers_

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Depois da queda da SHIELD, Natasha Romanoff fugiu da repentina e perigosa aproximação que teve com Steve Roge... More

🌧
Prólogo
02 - All of me changed like midnight
03 - Jumping off things in the ocean
04 - My boy was a montage
05 - A slow-motion, love potion
06 - He wanted it comfortable
07 - And I wanted that pain
08 - My town was a wasteland
09 - Full of cages, full of fences

01 - He stayed the same

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By romanoff_rogers_

Natasha

"- Ela não é enfermeira.

  - E você não é um agente da SHIELD."

Suspirei.

Aquilo não era mais verdade agora.

Assim que o SUV que Fury mandou para me buscar no aeroporto subiu em um píer de pedra no meio de um lago do tamanho de um campo de futebol eu sabia que ela estava de volta.

A SHIELD.

A nova SHIELD.

A plataforma baixou, enquanto observava tudo pela janela. A luz do sol desapareceu, dando lugar as luzes artificiais em um túnel na vertical. Observei tudo, de dentro do carro no qual só tinha eu e o motorista, com uma expressão impassível. Isso até revelar um enorme galpão cheio de jatos, aviões, caminhões e agentes.

Muitos agentes.

Soltei o ar, grudando na janela.

Aquilo só podia ser brincadeira.

A porta foi aberta e eu desci, carregando minha bolsa, escondendo o quão surpresa eu estava.

  - Hã. Esperava maior.

  - Bom te ver, agente Romanoff.

Dei um leve sorriso, me aproximando de Nick. Ver ele era como ver um fantasma, ou algo do tipo. Alguém de uma vida distante, mas só faziam nove meses.

  - Não vai se aposentar? Está ficando com cabelos brancos.

  - Muito engraçado, Romanoff.

Fury se virou, começando a andar e eu sabia que era minha deixa para seguir ele. Andamos pelo galpão, eu observava tudo atentamente. Me lembrava muito a SHIELD, porque eram as coisas da SHIELD de fato.

Então era aqui que essas coisas tinham vindo parar.

Andar meio aquilo tudo e aquelas pessoas também era como visitar uma vida passada. Eu tinha me conformado que a SHIELD já era, e aqui estava ela, como uma grande piada.

Mas não era inteiramente mentira, a SHIELD que eu conhecia tinha ficado no fundo do Potomac. Essa era uma nova pessoa. E eu não a conhecia.

E não sabia se podia confiar nela.

As pessoas nos corredores me olhavam, como se eu fosse um fantasma. Ou algum tipo de lenda.

Ou então me olhavam cheias de julgamentos, eu vi. Parte dos arquivos no meu nome estava criptografado, mas outra parte, não.

Engoli aquela sensação e ignorei.

Eles não me conheciam. Eu não era mais aquilo.

Não é?

Entramos no elevador.

  - Não conseguiu deixar ela descansar, não é? - perguntei.

  - Não podemos nos dar a esse luxo.

Entendi suas palavras.

  - Claro. Porque se a SHIELD está viva. A HIDRA também está.

Nick concordou.

  - Corte uma cabeça...

  - Para. Não diz isso - reclamei. - Por isso eu estou aqui?

  - Sei que é por isso que veio. Por isso e por causa das coisas que foram reveladas. Acha que se ajudar nisso, as pessoas vão te perdoar.

Olhei irritada para ele.

  - Você não sabe de tudo, sabia?

Quando a porta do elevador se abriu, me livrando daquela conversa, saí. Engoli aquele gosto amargo.

Entramos em uma grande sala que eu sabia que era o escritório dele. Ele se sentou, fazendo sinal para eu me sentar também. Deixei minha bolsa em uma das cadeiras, e fiquei de frente para ele.

  - Por isso você está aqui - explicou. - Há partes muito sombrias dessa questão que não posso confiar a qualquer agente.

Ele me entregou uma pasta grossa.

  - Aqui está muito do que sabemos da permanencia da HIDRA. Nossos agentes da inteligencia conseguem mais informações todos os dias, e já temos o suficiente para agir de forma mais agressiva.

Observei a pasta.

  - Acha que seria o caso de chamar todo mundo de novo?

Nick encostou na cadeira.

  - Vamos ver se vocês darão conta.

  - Vocês? - franzi as sobrancelhas. Nick não tinha dito que contactou mais ninguém.

  - Você não vai sozinha. Nesses tempos sombrios, precisamos de alguém para balancear a escuridão com alguma luz.

Antes de ele terminar de falar, eu já sabia de quem ele falava.

  - Você não disse que ia chamar ele.

  - Não sabia se ele ia aceitar - explicou.

Suspirei, sentindo um aperto no coração. Por que estava sentindo aquilo? E essa agora, sinceramente.

Relaxa, Natasha.

Não é nada demais. Já faz um ano. Aquilo tinha passado.

Não era?

Assim que terminamos de conversar, peguei a pasta e minha bolsa, olhando para Nick. Ele tinha um sorrisinho no rosto, e podia jurar que a HIDRA não tinha sido o único motivo pelo qual chamou Steve.

  - Onde ele está?

  - Acho que treinando.

Eu assenti, e fechei a porta.

(...)

Ver Steve foi como levar um soco. Tinha tanto tempo. De repente, um turbilhão de emoções me atingiu e naquele momento percebi o quanto tinha sentido sua falta.

Ele estava no ringue, socando com toda força do planeta Terra um saco de pancadas. Seus golpes eram precisos, perfeitos. Socos e chutes ritmados, calculados.

Ele estava exatamente igual eu me lembrava.

O cabelo, no mesmo corte. Seu jeito de agir. As roupas. Os hábitos. Aquele era Steve Rogers.

Eu o observei, o suor brilhando em seu corpo musculoso e perfeito, o jeito que os músculos de suas costas se tensionavam a cada movimento. Seus braços firmes e tensos.

Droga.

Não tinha passado.

Me aproximei dele furtivamente, por trás. Meus passos de espiã não podiam ser ouvidos, e achei que não tinha notado minha presença. Até ele se virar, tão rápido que me fez dar um passo para trás, mas isso não o impediu de segurar meus braços, imobilizando-os contra si.

A preocupação deu espaço a surpresa em seu rosto.

  - Nat?

  - Algumas coisas nunca mudam.

Steve abriu um sorriso, afrouxando o aperto em meus braços, mas não me soltou.

  - Não sabia que ia chegar hoje.

  - Eu nem sabia que você ia chegar - admiti, ainda perdida em seus olhos azuis.

  - Caramba. É muito bom te ver, Nat. Eu te daria um abraço, mas estou todo suado.

Eu sorri. Não conseguiria lidar com um abraço agora.

  - É bom te ver também, Steve.

Um silêncio pairou entre nós, enquanto observávamos um o rosto do outro.

  - Gostei do cabelo - disse.

Eu sorri. Não conseguia parar de sorrir. Meu cabelo estava longo, liso. Conseguia ver Steve analisando cada célula em mim. Como se guardasse na memória.

  - Eu vou tomar um banho. E conversamos no caminho.

  - Tudo bem. Nem deixei minha mala no quarto ainda. Pode me mostrar onde fica? Fury não se incomodou com isso.

  - Claro - concordou.

Eu e ele andamos na direção do elevador, ele bebia toda a água de uma garrafinha de uma vez.

  - Deixa eu levar isso.

Ele pegou a grande bolsa do meu ombro, me fazendo revirar os olhos.

  - Ah, Steve.

  - Algumas coisas nunca mudam - repetiu minhas palavras.

Entramos no elevador e ficamos em silêncio por alguns segundos, antes das portas se abrirem.

  - Tem menos quartos nesse andar. É mais privado, acho que Nick sabe que não gosto muito de atenção. São maiores também.

Ele abriu a porta para mim.

O quarto era realmente espaçoso, tinha um guarda roupas longo, uma cama grande, escrivaninha, estante, tudo. Mas eu não tinha nada para preencher esses espaços vazios.

Deixei minha bolsa na cama e me sentei. Steve ficou ali, observando meu quarto.

  - Como foi a busca? - perguntei.

Ele respirou fundo, pude ver a frustração em seu rosto.

  - Não deu em muito. Só algumas pistas, rastros e história.

  - Acha que estando aqui vai conseguir mais pistas?

  - Espero que sim - concordou.

  - Ah - sorri. - Então você está compartimentalizando, agora?

Steve riu, negando com a cabeça. Sim, ele estava.

  - Isso é exatamente o que compartimentalização é. É o único motivo de estar aqui?

Ele negou.

  - Isso é minha responsabilidade, Nat.

Observei Steve, vi como seus olhos escureceram, adiquirindo um peso de outras vidas. A frustração em seu rosto era como dor física em mim.

  - Não, não é. Nada disso é culpa sua, Steve.

  - É sim. Começou com o Caveira Vermelha, e eu vou terminar.

  - Vamos fazer isso juntos, então.

Steve sorriu.

  - Como nos velhos tempos.

Eu assenti.

  - E você, o que fez? Adianta perguntar, você vai me contar?

  - Você sabe que não - falei.

  - Valeu a tentativa.

Nos observamos, ambos com um sorriso carinhoso no rosto. Não conseguia respirar.

Por que não conseguia respirar?

  - É muito bom te ver, Nat.

  - É bom te ver também, Steve.

Ele se levantou.

  - Meu quarto é o da frente. Se precisar, é só bater.

Eu assenti. Steve me deixou, levando toda aquela tensão sexual com ele. Me joguei na cama, esfregando meu rosto e amaldiçoei Nick Fury em todas as línguas que eu conheço.

(...)

Steve

Fechei a porta de Natasha e fiquei ali por alguns segundos, me recuperando do baque de vê-la novamente. Não estava preparado, muito menos achava que ver Natasha iria me desnortear tanto assim, mas ali estava eu.

Acho que tinha sentido mais a falta dela do que esperava.

Isso me fez sair de seu quarto como um covarde, eu nem sei porque tinha ido embora tão rápido. Tinha tanto que eu queria contar a ela, sobre como frustrante era passar dias seguindo pistas de Bucky para dar de cara com uma parede de nada, ou então ficar escondido, em um quarto ruim e comendo comida ruim.

Sabia que Natasha ia entender, mais do que ninguém.

Mas por que eu estava tremendo?

Entrei em meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Fui em direção ao banheiro e entrei no banho. Fechei os olhos, deixando a água quente levar todas as minhas preocupações. Tentei não pensar em Bucky, ou na HIDRA.

Pensei em Natasha, ao invés disso.

Quando conheci Natasha, não tivemos nenhum contato mais próximo. Nem mesmo uma amizade. Depois de Nova York, eu admirava sua coragem, mas era só. Isso até Fury nos botar para fazer missões juntos.

Demorou um tempo para nossa amizade se desenvolver. Precisou de muita tocaia e situações precárias para nos aproximar. A verdade era que eu e ela tínhamos pouquíssimo em comum, mas chegou em um ponto que não fazia diferença.

Era até melhor assim.

Onde eu errava, Natasha acertava. Era como se ela me completasse, por mais que o pensamento pudesse parecer estranho.

Soltei uma risada. Era muito estranho. Não era?

Derrubar a SHIELD com ela também nos aproximou de modo que não tinha acontecido antes. Passamos dias juntos, e tudo o que tínhamos era um ao outro. Não podíamos confiar em ninguém mais. Nossas conversas se aprofundaram até eu conhecer um lado de Natasha que não conhecia.

Suas inseguranças, medos. Não achava que a Viúva Negra passava por algo assim, mas conseguia sentir Natasha se abrindo. Confiando. E eu confiava minha vida à ela.

Ter que separar nossa dupla depois de tantos dias foi difícil, e não imaginava que seria tanto. Esperava que ela viesse comigo, esperava mesmo. Mas não foi o que aconteceu.

E logo, eu tinha tanto que me preocupar com Bucky que não pensava em mais nada.

Não até ver ela novamente.

Fechei o chuveiro.

(...)

Vi os cabelos ruivos de Natasha, sentada em uma das mesas do refeitório enquanto mordia uma maçã. Peguei minha bandeja e andei em sua direção.

  - Estou tendo flashbacks da escola - disse, fazendo ela se virar para me olhar com um sorriso.

  - Nunca fui para a escola.

  - Sério? - sentei de frente para ela, surpreso.

  - Sério.

Observei Natasha, aquela áurea sombria que a circulava de vez enquando, de repente tinha voltado e eu percebi que ela não queria falar sobre.

  - Felizmente com nós dois aqui, vão me deixar em paz.

  - Pode ter certeza, ninguém vai querer sentar na mesa comigo aqui.

Olhei ao redor, algumas pessoas cochichavam, olhando para Natasha. Definitivamente, flashbacks da escola.

Eu sabia. Sobre os arquivos. Claro que sabia.

Todo mundo sabia.

Mas eu não tinha olhado.

Natasha se abriu muito pouco sobre seu passado, e eu respeitava isso. Além do mais, não era da minha conta.

  - Não quis dizer isso, Nat. É que não vão querer atrapalhar nossa conversa. Estou aqui há dois dias e sempre vinha alguém... Querer me conhecer, como na antiga SHIELD. Não sou muito fã disso.

  - Desculpe. - Natasha esfregou o rosto. - Eu não dormi muito bem.

  - Pesadelos?

Ela me olhou.

  - Ah. Esqueci que sabe sobre isso.

  - Sei - dei um sorriso gentil.

  - Sim. São os pesadelos.

Uma ou duas vezes acordei com os gritos de Natasha no meio da noite na SHIELD, e claro, eu ia ver se esatava tudo bem. Também encontrava com ela no meio do corredor, andando como uma assombração na madrugada.

Sabia porque eu tinha pesadelos também.

  - Acho que vir pra cá de novo trouxe lembranças.

Observei Natasha abrir a caixinha de leite e continuar a tomar café da manhã. Tinham tantas memórias. Tantos acontecimentos. Eu não conseguia pensar em outra coisa que não fôsse ela.

Por que isso estava acontecendo?

  - Não vai comer? - Natasha sorriu.

Saí de transe, assentindo e afastei aqueles pensamentos.

  - Ah. Não é que estão vindo pra cá?

Olhei para a esquerda, vendo um agente vir na nossa direção e suspirei. Mas ele não pediu para sentar.

  - Capitão, agente Romanoff, Fury deseja vê-los após o café.

  - Está bem, obrigado - respondi.

Eu e Natasha terminamos o café, ela reclamando da quantidade de comida que eu estava comendo, mas eventualmente andávamos até o escritório de Nick.

  - Já era hora. - Ele anunciou, virando a cadeira para nós.

  - Você não tem ideia das toneladas de comida que o Steve come.

  - Queria nos ver, senhor? - interrompi.

  - Sim. Tenho a primeira missão de vocês.

Nos sentamos de frente para ele, e nos entregou dois tablets.

  - Na minha época usavam papel - resmunguei.

  - Ih, vovô, não esquenta, eu te ajudo com o seu tablet.

Revirei os olhos.

  - A primeira missão é simples. Precisamos dos dados dessa localização. Acreditamos que seja uma das novas bases da HIDRA, e nossos espiões captaram a presença de uma pessoa importante.

Natasha desceu o arquivo, encontrando a foto de uma mulher de cabelos vermelhos e olhos escuros.

  - Essa é Olívia Wayne. Nossa inteligencia conseguiu algumas informações há alguns meses de que ela vêm carregando informações sigilosas sobre algo que se chama Operação 92. Não sabemos o que é ainda, mas como Olívia é importante na nova HIDRA, imaginamos que seja perigoso.

  - E o que quer que façamos?

  - Recuperem informações da base. Tragam Olívia para interrogatório e destruam tudo.

  - Sem compartimentalização? - perguntei.

  - Não, é só isso, Capitão. O resto das informações estão na pasta, vocês saem as oito.

Até a próxima! Beijos

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