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Hoje é o dia da mulher e eu já havia mandado entregar flores para todas as mulheres da minha vida, mãe, irmã, tias e avós. Mas agora vendo Ava comer um bolinho enquanto conversava comigo me fazia querer comprar outro buquê e a entregar.
Será que ela não me achar um inconveniente?
Depois de a convencer de assistir o jogo no Maracanã ao meu lado, voltamos pra confeitaria pra nós deliciamos de tanta gostosuras.
— isso aqui tá muito bom — digo engolindo um pedaço de bolo — Feliz dia da mulher, Ava.
— Obrigada, Gabi.
— Posso te entregar uma coisa?
— o que?
Me levanto indo até o painel todo florido e tiro uma rosa vermelha, volto a me sentar em sua frente e entrego a rosa fazendo a morena suspirar fundo.
— Muito obrigada.
— Desculpa não ser um buquê ou uma rosa que eu comprei, eu não quis parecer um chato te dando presentes, não queria te deixar desconfortável.
— não me importo com isso, eu amei a minha rosa.
— é linda, combina com você.
— Obrigada — ela sorriu tímida sem mostrar os dentes
— foi você quem fez esse?
— sim
— por isso tá tão bom — ela sorriu e olhou pro lado
Um homem entrou aparentemente bravo, se sentou na mesa ao nosso lado e olhou pra Ava de uma forma muito séria. Ela desviou o olhar pra mim cruzando o cenho, parecia não o conhecer mas ele literalmente secava a alma dela com o olhar.
Eu sei que ela é gata mas ele pelo menos podia disfarçar.
— Que cara esquisito — ela murmurou somente pra eu ouvir
— sim — sinto um calafrio
Que energia estranha esse cara trouxe pro ambiente, pego na mão de Ava por cima da mesa tentando passar tranquilidade.
— Sua dor na coxa tá melhorando?
— Ela tá bem melhor que ontem, acho que no próximo jogo eu vou poder jogar se o Tite me colocar. — digo cabisbaixo
— Se você conseguir mostrar o seu esforço nos treinos, um dia ele vai te colocar em campo e pode já ser no próximo jogo, é só você mostrar pra que que você tá lá.
— já pensou em ser psicóloga?
— não — deu risada — não sei se meus conselhos são bons e eu acho que não teria tanta paciência assim
— seus conselhos são ótimos, você tem me feito bem, Ava.
Acaricio a sua mão e olho dentro dos seus olhos, que mulher linda. Desço o meu olhar pelo o seu nariz até chegar em sua boca que estava com um sorriso aberto. Mordo o meu lábio sentindo o meu coração palpitar.
Eu quero pra caralho saber o gosto dessa boca,
não só dela...
— e..eu..e — tirou a sua mão da minha nervosa — eu acho que vou indo porque vou ter faculdade à noite — disse coçando a garganta
Solto um suspiro tirando minha mão de cima da mesa e olho pro meu prato onde não havia mais nada, eu devorei tudo.
— Eu te dou uma carona — falei a vendo se levantar e faço o mesmo
— Não quero incomodar, Gabi.
— Não vai me incomodar, vamos.
— Você sempre quis ser jogador? — ela perguntou saindo da confeitaria
— desde moleque — digo entrando no estacionamento.
— é o sonho de todo garoto praticamente
– realmente, parece que todos já quiseram um dia ser jogador — dou risada, coloco a mão na cabeça pra tocar no meu boné mas não o senti — Cadê o meu boné? — cruzo o cenho confuso
— Eu acho que você deixou lá dentro — ela disse se escorando no meu carro
— Vou buscar, já volto.
Ela concordou e saio quase que correndo em direção a confeitaria, assim que entro atraio alguns olhares como sempre, vou até a minha mesa e pego o boné que estava em cima.
— Gabriel — ouço a voz de Chloe e vou até ela — Conseguiu conversar com ela pelo o visto né
— Sim, ela disse que iria pro jogo comigo, a gente vai ficar em uma área mais isolada dos meus amigos.
— pelo menos já é um avanço.
— sim, preciso ir porque eu vou levar ela pra casa
— Obrigada
— Pelo o que?
— Por tá dando atenção a minha amiga. Ela precisava conhecer gente nova.
— eu também precisava, ela tem sido uma ótima amiga. Bom agora preciso ir.
— tchau. — aceno pra ela e saio do estabelecimento
Quando estou quase chegando na garagem escuto gritos de Ava, meu coração fica apertado e corro até onde ela havia ficado. Aquele cara estranho que havia entrado na confeitaria estava tentando tirar suas roupas.
Pego ele por trás puxando a camisa e jogo com força no chão.
— Você é doente? Você não encosta um dedo na Ava, tá me ouvindo? — me abaixo para da um soco nele
— Qual é cara? Bora comer nos dois. — soco a sua cara com força várias vezes
— Nojento, otario! — o enforco com força.
Meu ódio tava tão grande que quanto mais amarelo e sem ar ele ficava mais eu tinha vontade de continuar o enforcando.
— Gabriel, para! Você vai matar ele. — ouço a voz doce dela
— Essa é a minha vontade mesmo — soco a sua cara com a outra mão e ele revirou os olhos
— Gabriel, por favor. — solto um suspiro e largo aquele ser desprezível no chão.
O cara tava tão fraco que mal conseguia respirar ou olhar direito, era só mais dois minutos e ele ia conhecer Jesus de perto.
— Eu devia te matar, seu merda. Se você encostar na Ava de novo, eu juro que te mato. — piso na sua mão com força e ele chorou alto.
Encaro Ava que tem um arranhão no ombro, ela estava tremendo e chorando.
— obrigada por ter me defendido.
— Ele te machucou? — toco no seu rosto com cuidado
— Só esse arranhão no ombro mesmo, eu tive tanto medo, Gabi.
A abraço com força tentando passar segurança, beijo o topo da sua cabeça e desfaço o abraço, destranco o carro e ela entra, me sento no banco do motorista e rapidamente saio dali deixando aquele cara jogado no chão quase desmaiando.
Tomara que morra.
— Eu sinto muito que você tenha que passar por isso, ainda mais nesse dia. — toco na sua mão
— Não importa o dia, Gabriel. Ninguém tá ligando se hoje é o dia da mulher, vão sempre continuar nos tratando da mesma forma.
— Eu sinto muito.
— Você me salvou de coisa pior, muito obrigada.
— Eu espero que você fique bem com tudo isso — acaricio a sua mão.
— vou ficar.
— chegamos — digo parando em frente a sua casa — Amanhã eu passo pra te buscar às 20
— certo, tchau Gabi — me deu um beijo na bochecha
— Ava — a chamo no momento em que ela iria sair.
— Oi?
— Me passa o seu número? — pego o meu telefone desbloqueando
— Claro. – ela disse digitando
— Obrigada — e então ela saiu da carro e foi em direção a sua casa.
No momento em que ela entra dou partida em direção a minha, assim que chego vejo Júlia Rodrigues me esperando na porta.
— onde você tava, Gabriel? — questionou brava
— Por aí, pô — destranco a porta e ela entrou
— Esqueceu o que havíamos combinado? — ela questionou tirando o sobtudo ficando só de lingerie.
— Infelizmente esqueci mesmo — me sento no sofá e e ela se sentou no meu colo – Não tô no clima.
E realmente não tava, depois do que aconteceu com Ava, como eu iria transar? Sei lá, é estranho.
— mas vai ficar no clima. — ela rebolou lentamente.
Olho pro seu rosto e rapidamente pareço vê o de Ava, pisco os olhos e o rosto de Júlia volta.
Droga, como dizia Luan Santana...se até deitado no colo da loira eu lembro da morena.