Nos braços do meu assassino |...

By Park_Rerosi

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Jungkook é um assassino profissional que trabalha para o governo há anos e leva seu trabalho muito a sério, l... More

Considerações
|1| De frente com o assassino
|3| Um encontro com o assassino
|4| Dançando com o assassino - Parte 1
|5| Dançando com o assassino - Parte II
|6| A culpa do assassino

|2| Um convite do assassino

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By Park_Rerosi

Dois meses atrás.

 Tem certeza de que ninguém te seguiu até aqui?  O mais velho, pergunta, sem se alarmar, no entanto.

 Você deve achar que eu ainda sou aquela criancinha descuidada que você conheceu há muitos anos, hyung  O outro revira os olhos.

 Eu me preocupo com você.

Eu também.

Os dois trocam olhares, cúmplices de uma vida toda.

 Mas o que te faz arriscar, vindo até aqui? O mais velho diz enquanto passa o café. Daqui a pouco o pessoal começa a dar as caras, então não temos muito tempo de conversa.

 Eu sei...  O menor deles se joga no único sofá, olhando para o teto daquele grande barracão.  Se não fosse caso sério eu não vinha, mas estão começando a me pressionar, eu não tenho muito tempo até descobrirem.

O outro vem com uma xícara, parando em frente ao seu rosto. Impregnando com aquele delicioso aroma de café.

 Aceite minha ajuda, simples assim, como você aceita esse café.  O mais novo ri e pega o café da sua mão.  Sei que você queria resolver isso sozinho, mas o nosso combinado sempre foi um limpar a barra do outro, não precisa ser forte o tempo inteiro... Deixa teu hyung te ajudar. Assim como você já devia ter deixado antes de tudo isso começar.

Ele espalha os fios do cabelo do mais novo, até estarem todos desalinhados, enquanto riem.

 Hyung, nós prometemos desde os oito anos que vamos dominar o mundo, mas como vamos conseguir se eu sempre precisar de você para resolver meus problemas.  Ele bufa, fazendo um drama mais do que o necessário.

O mais velho se senta ao seu lado no pequeno sofá.

 Você sempre resolve meus problemas também, sem nem saber. Eu vou fazer isso de qualquer jeito. Se eu deixar pessoas no nosso caminho, como vamos ser nós dois até o fim?

Eles se olham.

 E Dohoon.

 E Dohoon.  Riem juntos. Os dois olhando para o teto dessa vez. Era tão alto que precisariam de umas quatro escadas para chegar ao topo.

 Então por nós três... Procura a mão de seu hyung, ainda prendendo seu olhar naquele teto tão alto. Mate todos aqueles que sabem que sou o culpado pela morte de Jackson Wang.

E finalmente toma seu café.


|Nos braços do meu assassino - Capítulo 2|

🗡️


Caralho... Por que minha cabeça dói tanto?

Tento suportar o peso nas minhas pernas, parece que tenho uns trezentos quilos. Arrasto meus pés, tentando chegar até a mesa, precisava apenas de três passos, mas o cansaço é como se tivesse andado um quilômetro. Consigo chegar até ela, me escorando totalmente de barriga. Minhas pernas podiam ceder a qualquer momento. Tateio a mesa, até encontrar o motivo de ter tido forças para me levantar.

Minha prancheta. A bendita prancheta que me irrita, que era insignificante e burocrática demais até o momento.

Neste momento sendo mais pesada do que imaginava, a arrasto até ficar deitada, seguindo o rumo da minha cabeça apoiada na mesa. Ignorando totalmente, ou pelo menos tentando, a dor latejante nas costas.

Uma passada de olho é o suficiente para as minhas pernas desabarem de vez e se sentar de uma vez no chão. Não sei se por causa da surpresa ou por conta que eu estava me forçando ao máximo só até ver o que eu queria.

O meu nome na prancheta.

No caso, a falta do meu nome na prancheta.

Porra, meu nome não está na porra da prancheta!

Encaro a porta da sala fechada. Eu espero muito que ele não tenha me deixado trancado aqui dentro.

E minha arma sumiu! Eu amava aquela arma.

Com mais um pique de força de vontade imensa me esforço para me pôr de pé. Uso a ajuda muito bem-vinda da mesa, até minhas mãos alcançarem meu celular que há pouco vi ali. Ou ele é muito burro, ou ele me deixou bem à vontade para sobreviver e ir atrás dele. É, de qualquer jeito ele é burro.

Quando consigo que o aparelho reconheça minha face, agradecendo internamente por tudo estar em seu perfeito lugar e não chegar ao ponto de não me reconhecer, disco o número já tão conhecido por mim.

Precisa de ajuda para enterrar o corpo? — É a primeira coisa que Namjoon fala quando atende. Todo engraçado. — Quero dar um tchauzinho para o desgraçado.

Suspiro.

— Preciso de ajuda para enterrar minha dignidade. — Minha voz rouca sai e preciso tossir pra tirar o incômodo preso ali.

Jungkook? 'Tá tudo bem? — Sua voz muda para uma mais séria. — Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu! — Grito. —A porra do meu nome não está na prancheta.

Jungkook, calma... Onde você está? O corpo está com você?

Passo a mão nos cabelos, querendo puxar de tanta raiva, enquanto a mesa ainda me dá apoio o suficiente para não me deixar cair no chão.

— Hyung... — Respiro. — A merda do corpo não está comigo, o meu nome não estava na prancheta, uma bomba estourou e eu nem sei se a porra da porta está destrancada!

Ele fica em silêncio por um tempo.

Jungkook, você está no bar de novo? — Ele parece impaciente dessa vez. — Cadê o corpo, Jungkook?

— Não tem corpo.

Como assim não tem corpo!?

— Eu não o matei.

Mais silêncio.

Jungkook, quando você me ligou disse que ele estava no seu porta-malas e que em meia hora estaria tudo resolvido. — Ele parece mais impaciente ainda.— Se não o matou ainda, resolva logo!

— Ele fugiu! — Solto logo, antes que o constrangimento não deixe.

Mas que m... — Conhecendo bem ele, está nesse momento apertando os olhos tentando ter paciência comigo. — Jungkook, se isso for uma brincadeira, juro que te encho de porrada.

— Hyung, eu estou falando sério. — Deslizo pela mesa, soltando um gemido de dor enquanto tento caminhar até a porta.

Jungkook, isso nunca aconteceu. — Ele parece desacreditado.

— Não me diga?—- Chego até a porta, me arrastando do jeito que posso. — Eu estou tão frustrado que posso me matar agora.

Só me fala onde você está que vou te buscar... — Ele diz baixo, ainda digerindo a situação.

— Marque uma reunião urgente. — Falo quando puxo a maçaneta e concluo que a porta não está trancada. — Encontro todos lá em vinte minutos. E mande um esquadrão antibomba no endereço que vou te mandar.

O que!?

Desligo o celular, encosto-me à parede para retomar um pouco do ar que falta em meu pulmão, então saio da sala. Deixando a porra da prancheta para trás.

=/=

Duas opções. Ou estou com uma cara horrível, ou devo ter perdido uma perna. Porque quando saio do meu G-63 as pessoas ficam horrorizadas a me ver.

Levando em conta que estou andando, deve ser a primeira opção. E estou cambaleando também, não que isso importe muito. Já me sinto um pouco melhor da dor, mas a raiva só aumenta.

— Jeon? Meu Deus... — quando chego à sede da KNPA, Tae Hee sai correndo de trás do balcão para me socorrer.

— Eu estou bem. — Continuo andando até o elevador, não tenho tempo para nada.

— Jungkook, como você pode dizer isso? Você está... — Ela me olha horrorizado. — Sangrando.

Imagino que não era essa palavra que iria dizer, mas preferiu assim.

— Já estão todos na reunião? — Pergunto ao apertar o botão do elevador, enquanto ela me segue com a mão na boca tentando esconder seu horror.

— Sim, mas você com certeza não está em condições pra isso, eu vou chamar a ambulância agora! — Ela volta para o balcão correndo e eu me empurro para dentro do elevador assim que ele chega.

— Puta merda.

Olho-me no espelho e tenho que focar um pouco pra perceber que era EU.

A minha camisa não existe mais na parte de trás das minhas costas, mantendo-a toda a mostra, e toda a parte de trás está queimada. Alguns lugares formaram bolhas e consigo ver partes da blusa colada em minha pele. Vendo tudo isso, aquela parte começa a arder novamente. Talvez seja melhor eu aceitar uma ambulância.

— Jesus...

Escuto assim que entro na sala de reunião da equipe do caso 'Jackson Wang'.

Todos conversavam animadamente, até porque era pra ser um dia bom. O dia que, depois de dois anos, conseguimos pegar um dos assassinos.

Surpresa!

— Meu Deus Kook, o que foi que aconteceu? — Hoseok chega perto segurando meu braço por instinto, me ajudando a andar.

— Eu estou bem. — Empurro seu braço, devagar, e solto um sorriso forçado para ele não ficar magoado.

— O inabalável Jungkook está em pedacinhos... — Escuto uma voz debochada e mostro meu dedo preferido para Kai.

Escuto o elevador mais uma vez atrás de mim, e solto um grunhido quando Namjoon não me vê e esbarra nas minhas costas.

— Porra, Namjoon... — Encosto na primeira mesa que vejo pra poder respirar com apoio.

— Jungkook! - Ele grita num misto de surpresa e receio. — Deus, o que aconteceu?

— Pessoal, todos aqui conhecem Jungkook e sabem que ele vai recusar todas as vezes, então vamos prosseguir. — Suho dá a ordem e começo a me encaminhar por meio da sala. Alguns nem me olham. Woozi está com cara de quem vai vomitar. — Desembucha logo, você está horrível.

Não importa a dor, ou se é caso de vida ou morte. A missão vem em primeiro lugar, e meu chefe entende isso.

— Eu... — É tão difícil de dizer, merda. — Não consegui completar a missão.

Posso escutar alguns "óh" atrás de mim.

— É uma surpresa escutar isso vindo de você, Jungkook, mas todos nós temos o direito de falhar alguma vez. — Ele continua sério, talvez decepcionado, mas seu olhar me passa certa tranquilidade. — Quer compartilhar o que aconteceu? Cada detalhe é importante a essa altura.

Caminho mais um pouco até chegar à tela, onde a primeira foto que meus olhos batem é a de Chimmy. Seu rosto todo angelical... Em breve eu o veria novamente, pode apostar.

— Esse cara aqui — Aponto. — Negou ter feito parte do assassinato de Jackson Wang.

Olho para Namjoon por intuição e o vejo balançando a cabeça em concordância para prosseguir. Perder o irmão não foi nada fácil, mas o admiro muito por, mesmo que ele não demonstre os desconfortos que sei que tem, continuar por Jackson.

— E você caiu nessa? — É Kai de novo. — Todos eles falam isso com uma arma apontada para a cabeça, não me vai dizer que deixou se abalar por essa carinha. Você é um idiota...

— Sabe Kai, mesmo assim, todo quebrado, uma dúvida que eu não tenho é que consigo fazer você calar essa sua boca no chão e pedir socorro em menos de três segundos. — O olho, rindo de canto, enquanto vejo seu rosto se fechar numa carranca e seus punhos fechar.

— E você acredita nele? — Namjoon ignora nossas farpas.

Seus olhos estão brilhando, cheios de antecipação e tenho certeza de que está segurando alguma lágrima.

— É claro que não acredito! — Digo por fim. — Por mais que seja difícil de admitir, Kai tem razão. Todos eles negam até o fim e com esse daqui não foi diferente. Ele é o culpado.

— Como ele fugiu? — San, um dos nossos melhores atiradores pergunta.

Todos olham muito curiosos para mim. Sim, nem eu estou acreditando que alguém escapou de minhas mãos. É difícil contar tudo o que aconteceu e ainda manter meu orgulho intacto, mas infelizmente são ossos do ofício.

— A todo o momento ele sabia que não ia morrer. Sempre deixou claro, por isso não apresentou medo nenhum, nem quando apontei a arma pra sua cabeça ele sentiu medo. — Vou lembrando e ligando os fatos. — Ele tinha um controle absoluto de suas ações — e talvez até das minhas...

— Quem detonou a bomba? — Namjoon pergunta.

— Então foi uma bomba que fez todo esse estrago... — Hoseok me olha de cima a baixo, com certa compaixão.

— Isso que eu quero descobrir. — Respondo à Namjoon. - Não tinha ninguém na sala, apenas eu e ele, não contei pra ninguém para onde iria levá-lo, isso era extremamente confidencial. Por isso não tem como alguém ter plantado a bomba antes de nós chegarmos. O esquadrão já está lá?

— A ligação deles vem a qualquer momento.

— Não é possível que você não amarrou o cara. — Kai me olha incrédulo. — Então Jeon Jungkook pega mais leve com quem tem um rostinho bonitinho... acho que você esqueceu que foi esse rosto bonito aqui — aponta para a foto com um pouco de força a mais. — que matou Jackson!

— Você acha que eu sou burro!? Claro que eu o amarrei, porra! — Já estou nervoso de novo, sabia que iria ter que passar por isso, principalmente pela pessoa que me odeia simplesmente pelo fato de eu ser melhor que ele. (E posso dizer que em tudo que faço) — Ele tinha uma faca com ele, era tão pequena... Eu fui descuidado. — Passo a mão pelos cabelos. Talvez eu tivesse sim deixado à aparência dele me enganar.

Talvez eu devesse ter levado em conta que o motivo dele estar lá é por ter matado um agente altamente qualificado. Só talvez, JEON?

— Tudo bem, nós iremos dar um jeito nisso. — Suho caminha até mim e coloca a mão em meu ombro. — Nós iremos pegar ele.

— Sobre isso... eu quero ele.

Suho me olha,  analisando.

— Jeon, você já teve sua oportunidade. Foi a primeira vez que isso aconteceu. Ele ajudou a matar Jackson e agora conseguiu despistar você, esse cara tem muitas habilidades. Tem conhecimento de bombas, armas e vai saber o que mais tem escondido. Temos que lembrar que não conseguimos ter nenhuma informação sobre sua vida pessoal. Hoseok acha que ele possa ter conhecimento de alto nível sobre informática e hacks de sistemas. — Hoseok assente ao longe quando o chefe o olha — Eu fiz um erro em mandar apenas você, agora Chimmy é um trabalho da equipe toda.

— Mas eu sei que posso pegar ele. — Insisto. — Sozinho.

Suho puxa o ar dos pulmões, pensativo, enquanto o telefone de Namjoon finalmente toca. Todos olhamos para ele, esperando nos dar a resposta do esquadrão.

— Ah sim... okay. Valeu Mark, se cuida. — Namjoon fala depois de um longo tempo apenas assentindo ao telefone, e logo depois desliga seu celular. — Era uma bomba que funcionava por comando de voz.

— É muito caro uma dessas. Ele deve ter muito dinheiro. — San fala encostado em uma das paredes da sala. — Além dela ser minúscula, por isso você não a viu.

— Mark disse que esse tipo de bomba não precisa ser implantada, podemos carregar no bolso, desde que não fale a palavra que está programada para acionar ela. A última palavra que ele disse foi o que fez a bomba detonar. — Namjoon complementa. — Você se lembra?

Como esquecer...?

— Sim. Foi um nome. Park Ji-Min. Provavelmente o nome real dele. — Falo pausadamente seu nome, assim como disse para mim, e me sobe um calafrio até chegar a dar uma pontada em minhas costas. Lembrando-me que foi esse nome que me causou isso.

— Isso é ótimo, Jungkook. — Suho diz animado. — Tudo o que conhecemos dele é o apelido, foi assim que conseguimos te passar a localização do estabelecimento que nossas fontes disseram que ele vende drogas, mas agora com um nome, podemos achar até a sua casa.

Foi assim que encontrei esse tal Chimmy e tive que me vestir com essas roupas horrorosas como parte do meu disfarce.

— Nunca conseguimos entender por que seu rosto não aparece em nenhum sistema de busca. — Woozi dá seu palpite. — Mas agora com um nome, talvez vamos ter mais sucesso.

— E porque ele deixaria você saber seu nome, e depois te deixaria vivo? — Kai pergunta desconfiado.

— Por que você não pergunta pra ele?

— Talvez eu devesse mesmo, daí o serviço seria bem-feito.

Fecho o punho, tentando me controlar pra não deitar ele no soco.

— Meninos, tem coisa mais importante agora do que saber quem é o mais macho alfa entre vocês dois. — Namjoon intervém apertando os olhos com os dedos (coisa que ele fez sempre que quer aliviar o stress) — Tem mais alguma coisa que precisamos saber, Jungkook?

— Sim.— Coloco meus dois braços na mesa com a sensação de que estou ainda mais cansado e não dormisse faz uns cinco dias. — Ele já me conhecia.

Silêncio.

— Como assim? — Suho é quem pergunta.

— Ele já sabia meu nome. — Olho para todos, vendo a reação de cada um.

— E você não pensou que, só talvez, essa seja uma das informações mais importantes? — Namjoon está incrédulo.

— Eu não sei se é tão importante assim. Talvez ele tenha me visto em alguma balada, ou sei lá. Eu sou famoso nas festas de Seul. — Dou de ombros, tentando tirar o fato de ele já me conhecer me assustar mais do que deveria. — Eu não acho que devemos levar isso muito em consideração. Ele sabia meu nome, ok. Porém ele não sabia que ia ser sequestrado, disso eu tenho certeza.

— Não podemos ter certeza de nada, Jungkook, até porque ele levou simplesmente uma bomba consigo. E fora que você e o Kai são os únicos que tem a ficha totalmente confidencial, não podemos deixar de lado a consideração dele te conhecer por ser um agente. — Suho diz com toda sua paciência. — Temos que agir agora com o máximo de cuidado e encontrá-lo. Vai saber o que mais ele sabe sobre você, ou sobre qualquer um aqui. — Suspira. — Esse é um caso para trabalharmos em equipe. Desculpa, Jeon.

— Mas senhor, eu consigo peg...

— Isso é uma ordem, Jungkook. — Abaixo minha cabeça, querendo discutir, mas sei que é em vão e ainda posso tomar um esporro. — Hoseok, comece a pesquisar tudo a respeito de Park Jimin. — Hoseok assente. — Kai e Woozi voltem até aquele bairro onde Chimmy é conhecido e pegue mais informações. — Kai lança um sorrisinho para mim enquanto fala um "sim, senhor"— San, vá até a equipe antibombas e tente achar mais alguma pista por lá, veja se tem alguma câmera de segurança que possa ter pegado Chimmy saindo do local, e se saiu sozinho. — Então ele olha para mim e Namjoon, pensativo. — Namjoon, eu permiti que você participasse das nossas reuniões por consideração, porém como irmão de Jackson eu não posso permitir mais nada, além disso.

— Eu entendo senhor. — Namjoon resmunga, porém com respeito.

— Eu posso achá-lo de novo. —Precipito quando nenhuma função é passada a mim.

— Por enquanto preciso que você faça uma transcrição sobre tudo o que aconteceu na missão. — Bufo revirando os olhos. — E vá para um hospital, urgente. — Ele começa a se encaminhar para a porta. — Isso foi outra ordem. Amanhã de manhã todos nos encontraremos aqui novamente. Tragam atualizações. — Então sai, fazendo que cada um siga rumo ao que foi mandado. Menos Kai, que antes de sair deixa um recado para mim, porque tenho certeza de que seu maior prazer é me encher o saco.

— Eu vou pegar ele, fica tranquilo. — Diz com um risinho.

Eu queria ter dado uma resposta como "você nunca conseguiu ser melhor que eu em nada, não é agora que vai ser." Porém estava muito cansado, e a exaustão estava me consumindo. Talvez dormir pelo resto do dia seria o melhor a se fazer.

Namjoon segurou em meu braço para me ajudar a sair da sede da KNPA, mesmo eu o xingando não se importou e continuou, e quando chegamos lá fora, Tae Hee realmente tinha chamado uma ambulância pra mim.

Fomos o caminho todo em silêncio, enquanto mediam minha pressão e faziam coisas que eu não me importava muito. Eu ia me deixar ser cuidado, eu precisava estar com um preparo físico bom e em forma, porque me causava um nó no estômago pensar que Kai, ou qualquer outra pessoa, pudesse colocar as mãos primeiro que eu em Park Jimin.

=/=

Quando cheguei ao meu apartamento não consegui chegar ao quarto, parei pelo sofá e dali não saí mais até às onze da noite, quando não consegui mais dormir por conta das costas que já doía. Não sei se por causa da queimadura, ou por conta do estofado que não é lá ao todo confortável. Talvez seja por conta dos dois, mas acabei levantando e fui tomar meu banho.

Por fim não era nada tão grave, a bomba era para despistar e não uma tentativa de assassinato. O esquadrão confirmou que ela era "fraca" comparada a outras que existem, então acabou que tive que tomar muito soro, fazer exame de sangue e limpar e passar pomada nas costas. Nada tão grave, mas não impediu que eu sentisse uma dor infernal durante o banho.

Porém tem umas coisas que estão me deixando louco, e talvez seja por isso que não consigo mais dormir. Eu não sei... Não tive coragem de contar as últimas palavras de Park Jimin na reunião, mas elas não saíam da minha cabeça. Porra, como eu falaria algo tão vergonhoso assim?

"Eu esperava mais de você."

Prazer, eu sou a outra pessoa que também esperava mais de mim.

O que meu pai deve estar pensando agora? Sabe lá onde ele possa estar. No além, no céu ou até no inferno ele deve estar me achando um imbecil. Criou-me para proteger minha mãe e ser o melhor em tudo, e hoje simplesmente deixei uma pessoa fugir e ainda me derrubar. Isso nunca acontece, estou tentando deixar isso não me abalar, mas abala. Me abala pensar que fui tão idiota em pensar que aquela carinha fofinha não fosse perigosa o suficiente para enfiar uma bomba no meu cu.

E alguém pode me explicar por que não o revistei...? Como tinha uma faca com ele e eu não vi?

Eu me mato se não conseguir acabar com aquele desgraçado.

Mas isso nem deve passar pela minha cabeça, eu não vou dar mole na próxima vez que nos virmos.

Preciso beber.

Pego meu celular e disco o número que já sei de cor, e Namjoon atende de primeira.

A última vez que me ligou não era a melhor condição possível, espero que essa seja boa.

— Woodstock Itaewon Bar em vinte minutos. — Respondo sem rodeios.

Garoto, profissionalmente eu sou um detetive e você um agente que na verdade é um assassino. E amigavelmente, eu sou o mais velho e você o mais novo. Então, eu mando e você obedece. — Diz já impaciente.

— Até daqui a pouco, hyung.

Desligo, pego as chaves e saio.

Quando estou no meu segundo copo de whisky, Namjoon chega.

— Antes que você fale alguma coisa, eu vim porque eu já queria beber. — Diz sentando-se na banqueta ao meu lado enquanto observo o barman a poucos metros preparando uma bebida com limão e laranja.

— Dia difícil? - Pergunto.

— Sim. — Namjoon acena para que seja atendido. — Deixaram um dos assassinos do meu irmão escapar. E o seu?

— Deixei um dos assassinos do irmão do meu melhor amigo escapar, fui acertado por uma bomba e provavelmente meu chefe passará essa missão para outro e eu terei que fazer tudo ilegalmente.

Percebo Namjoon me olhando de lado, mas meus olhos estão desfocados em alguma bebida da prateleira.

— Que dia de merda. — Ele diz por fim.

— Um caminhão de merda.

Sei que o que ele queria dizer era para eu não fazer nada que possa me colocar na cadeia ou em um caixão, mas vai deixar passar dessa vez.

Para me dizer amanhã.

Namjoon pede sua garrafa clássica de Soju e então ficamos apenas encarando o nada, perdidos em nossos próprios pensamentos.

— Namjoom? — Quebro o silêncio depois de longos minutos.

— Sim.

— Eu já matei alguém inocente?

Ele pensa um pouco.

— Como vou saber?

— Nós sempre estamos juntos em todos os casos, e tirando Suho, é você quem dá a palavra final. Não sei... — Procuro por palavras. — Talvez por raiva de alguém, ou alguma investigação que acabou sendo feita errada, não por você, mas quem sabe pelos outros caras.

Ele suspira...

— Jungkook, eu nunca passaria um nome pra você sem ter cem por cento de certeza. — Olho para seus olhos e me arrependo de ter falado o que falei. Não existe alguém mais justo que Kim Namjoon. — Mesmo que tudo seja um trabalho em equipe, eu analiso tudo o que é passado para mim. Averiguo os fatos, vou atrás das fontes e só quando tenho absoluta certeza eu passo para você ou para Kai. — Ele me olha também, dando um sorriso leve. — Você acha que esse tal Park Jimin é inocente?

Abaixo minha cabeça, ainda muito pensativo, não evitando suspirar com o peso que sai de minhas costas. Nunca questionei o trabalho de Namjoon, mas o medo de que tenha sangue inocente em minhas mãos me parece cada vez mais real. Tomo mais um gole do meu whisky antes de dizer:

— Eu confio em você. Se você fala que é Chimmy então é Chimmy, e vou cumprir meu dever. — Tomo mais um gole do meu whisky.

— Fico lisonjeado, por mais que não sou eu que estou no comando dessa operação. — Também bebe mais um pouco. — Mas a equipe é a mesma, e confio no potencial delas.

Assinto com a cabeça, e as bebidas lá no fundo parecem tão atraentes que só quero olhar para elas.

— Mas a sua opinião é ainda mais importante para mim do que a da equipe. — Continua. — E você não estaria na dúvida se não pensasse pelo menos um pouco que ele é inocente.

Esboço um leve sorriso, negando com a cabeça.

— Ele é o culpado. — Falo com convicção. — Ele deve ser um psicopata manipulador muito bom, por um momento o deixei entrar em minha mente.

— Sobre a inocência dele?

— Não... Sobre a minha. — Suspiro e jogo o último gole do copo garganta abaixo. — Mais um. — Ergo a mão e o barman acena.

— Jungkook... — Coloca sua mão em meu ombro. — Ninguém é cem por cento inocente. Quero dizer... Olha o nosso trabalho! — Ele ri e não consigo segurar um riso que escapa. — Qual é, o governo nos paga para achar e matarmos bandidos que já passaram do ponto e escondermos de todo mundo. — Ele para de falar quando o barman chega com meu novo copo de whisky e só continua quando estamos sozinhos novamente. — Mas o que quero te dizer, é que, se colocarmos na balança, nós acabamos por fim sendo o lado bom e eles o lado ruim. Inocentes não somos, porém você prefere ser um dos caras que matou meu irmão a sangue frio, ou aquele que vai fazer esses caras pagarem com a própria vida?

Não preciso pensar muito dessa vez para perceber que Namjoon está certo e então com poucas palavras já me sinto aliviado. Existe sim um lado bom e um lado ruim, Park Ji-Min, e você está no lado errado.

— Olha, mas como um detetive eu preciso que você veja isso. — Ele fala animado quando vê meu semblante feliz. Acho que meus olhos devem estar brilhando. É incrível o quanto Namjoon faz eu me sentir bem, mesmo eu sendo um chato e um péssimo amigo.

Ele pega seu celular e abre e um vídeo.

É o vídeo do assassinato de seu irmão.

Olho curioso para ele e vejo seu rosto normal, sem nenhuma dor ou raiva, é apenas o rosto normal de Kim Namjoon.

— Quantas vezes você já assistiu esse vídeo? — Pergunto chegando mais perto.

— Sim.

Apenas responde isso quando vejo no vídeo Jackson guardando umas ferramentas na garagem de sua casa, ele aperta o controle para abrir o portão e é quando três pessoas entram. Aparentemente três homens.

— Veja. — Ele pausa o vídeo e aponta para o menor deles. — Esse é nosso alvo, Park Jimin.

— Eu já vi esse vídeo várias vezes também. — Reviro os olhos.

— Sim, mas dessa vez tem algo diferente. Você teve tempo suficiente em uma sala com ele para saber se aquele cara é o cara desse vídeo. — Insiste.

Resmungo enquanto olho mais uma vez para a tela. Ele tem cabelos pretos, ao contrário de Chimmy que tem loiro. Porém isso não é motivo para nada, dois anos atrás é muito tempo para trocar a cor de um cabelo.

— Eu não sei... Pode ser que sim, pode ser que não. Veja —Aponto. — Ele está com uma calça muito folgada, talvez o reconhecesse se fosse uma calça mais justa. Park Jimin tem umas coxas grossas.

Namjoon olha para mim com uma sobrancelha levantada e um sorriso no canto dos lábios.

— Teve tempo o suficiente para decorar a grossura da coxa dele?

O encaro e depois dou dois goles seguidos tentando segurar o riso.

— Isso e seus olhos também. — Digo por fim. — Pena que não dá para ver o vídeo perfeitamente, senão eu reconheceria com certeza.

Seu olhar, seu sorriso sacana e algumas outras coisas foram características que ficaram bem salvas em minha memória. Se me dessem um papel e uma caneta eu o desenhava inteiro neste exato momento.

— Hm. — Namjoon resmunga concentrando seu olhar novamente no celular, mas dá de ombros e desliga a tela. — E o seu romance com Ji Eun, como anda?

Meu sorriso no rosto desaparece na hora.

— Porra, porra, porra. Porra Namjoom! — Seguro seu ombro com força num sobressalto.

— O que foi? Vocês terminaram?

— Não! Eu me esqueci da porra do encontro. — Bebo tentando não ficar irritado.

— Mas pô, hoje não tinha nem condição de você ter um encontro.—Ele diz como se fosse óbvio.

"Desculpa, eu sou muito ciumento. Então você não vai ter seu encontro hoje." A frase vem com tudo.

— Park Jimin que o diga, uhn?— Viro o copo de uma vez — o que faltava bastante para acabar ainda — e o bato com força demais na mesa lembrando de sua frase.

— Esse cara te desestruturou, hein? — Namjoon alfineta me fazendo ficar com ainda mais raiva.

— Imagine ter tudo programado. Cumprir uma missão simples como todas as outras, matar um dos assassinos de Jackson que estávamos procurando há anos, pedir a garota dos sonhos em namoro e por fim fazer sexo a noite toda e tudo isso ser estragado por uma ÚNICA pessoa. — Ergo o copo mostrando para o barman e ele entende rápido, assim posso bater o copo de novo no balcão.

— O que? Você ia pedir Ji Eun em namoro hoje? Por que não me contou? — Ele me cutuca com os ombros, todo animado.

— Só ia contar depois que tivesse feito, vai que eu desistisse no meio do caminho...

— Então você está gostando da verdade dela, quem diria. — Ele diz parecendo feliz pela minha mudança de vida.

— Ela é a pessoa certa pra mim. — Digo por fim quando meu novo copo chega.

Namjoon iria dizer alguma coisa, mas a ligação em meu celular não deixou.

— Só você para alegrar minha noite. — Digo assim que atendo.

Namjoon revira os olhos.

Nem se você fizer a voz mais galanteadora do mundo eu caio nessa. — Hoseok ri do outro lado.

— Se não foi galanteador o suficiente, eu posso melhorar. — Tento falar com a voz mais sexy e Namjoon coloca o dedo indicador na garganta insinuando uma ânsia de vômito.

Jungkook, você nem gosta da fruta. Para de me iludir.

— Eu nunca disse que não gostava.

"Do quê?" Namjoon sussurra para mim.

Ok, essa me pegou de surpresa. — Hoseok falou por fim depois de um breve silêncio.

— Mas enfim. — Digo. — Alguma notícia sobre o maldito Park Jimin? — Namjoon franze o cenho quando percebe que não é com Ji Eun que estou falando.

Ah, não é por isso que estou te ligando. Eu estava saindo aqui da agência e vi na recepção que chegou uma correspondência pra você. Quer que eu leve?

— Ah, sim. Eu não estou em casa agora. Estou com o Namjoon aqui no Woodstock .

É caminho, daqui a pouquinho estou aí. Tchau.

— Tchau. — Respondo, mas ele já tinha desligado.

— Hoseok? — Namjoon pergunta e levanta sua garrafa, pedindo por mais.

— Sim, parece que chegou uma correspondência para mim. Só pode ser minha mãe.

Não é que minha mãe seja da idade da pedra, mas às vezes ela gosta de enviar algumas cartas escritas à mão para mim. Já enviou fotos de mim bebê ou até um convite de casamento da filha da vizinha. Minha mãe é assim, dou uma risada com isso.

Quando meu pai morreu, eu não pensei duas vezes antes de seguir a mesma profissão que ele, mesmo sabendo que não era isso o que ele queria. Ensinou-me tudo o que sei apenas para proteger minha mãe e a mim mesmo caso algo acontecesse com ele. E aconteceu. Ele foi morto quando eu tinha dezoito anos.

Eu ainda cuido da minha mãe, mesmo ela morando em Busan enquanto me mudei para Seul, eu tenho tudo sobre controle.

— Está na hora de você ver ela. — Namjoon dá de ombros.

Para falar a verdade, por mais que eu tenha tudo sob controle, o espaço de tempo em que visito minha mãe se tornou cada vez mais longo. Não consigo olhá-la nos olhos por muito tempo e saber que minto para ela a cada momento que estou lá.

Minto que sou policial e não um agente secreto cuja missão é assassinar pessoas. Minto que não sei como meu pai morreu, já que ela pensa que foi uma troca de tiros com ladrões e não uma encomenda como vingança por meu pai ter feito uma execução a mando do "governo". Minto que tenho uma namorada e também minto que minha vida é perfeita, mas está bem longe de ser. Então apenas coloco um sorriso e encaro toda essa mentira, mas no momento não estou a fim de passar por isso.

— E você? Tem visto sua madrasta? — Mudo de assunto. Falar sobre isso é algo que eu não quero.

Agora é sua vez de suspirar.

— Ela ainda não quer me ver. — Responde por fim. — Ela não quer ter nada a ver com a pessoa que arrastou Jackson para o meio dessa bagunça.

— Essa foi a decisão dele. Assim como no meu caso, meu pai falou a vida inteira para eu não seguir seu rumo. Para me tornar um médico ou um advogado e no fim, tudo o que eu mais queria era ser igual a ele. — Um assassino. — Então não pense em nenhum momento que você tem culpa. Jackson sabia que era perigoso, e quis mesmo assim. Ele viveu por isso, era o que ele gostava.

— Você é bom com palavras meu bro, Jungkook.

Damos risadas juntos e sinto que já estou ficando tonto demais, mas essa era a intenção para hoje à noite. Beber até esquecer que existo, que meus pensamentos existem

— Você ainda está procurando por aquilo que te pedi? — Volto para os pensamentos intrusivos.

— Sobre seu pai? — Aceno em concordância. — Eu estou procurando, é difícil achar informações sobre ele. Assim como você e Kai, nenhuma missão dele aparece no sistema. Pro mundo ele era apenas um policial que ajudava a prender os traficantes do bairro. No sistema não vou achar nada.

— É estranho pensar que a maioria daquela época não trabalha mais lá. Ou morreram, ou se aposentaram, ou sumiram do mapa. — Agora fico com vontade de beber mais, pensando que talvez nunca encontre os assassinos de meu pai.

— Nós vamos achá-los. — Namjoon segura em meu ombro, me reconfortando. E sei quando diz isso se refere sim, aos assassinos do meu pai, mas também pensa em sua própria vingança. Os assassinos de Jackson.

Desde que entrei na KNPA há 5 anos, me dei bem com Namjoon, mas sinto que após a morte de Jackson nos unimos mais ainda, com o mesmo objetivo de vida.

Essa não é uma situação que deveria unir duas pessoas no mundo normal, mas nós não estamos no mundo normal. Nosso mundo é um totalmente paralelo ao da sociedade.

Ficamos em silêncio apenas bebendo até que Hoseok chegasse, com aquela expressão. A expressão de quem trabalhou o dia e a noite toda.

— Queria ter a vida de vocês dois. Ricos e com tempo suficiente para sair em uma quinta-feira. Meu sonho de consumo para daqui três anos.

Hoseok se aproxima e para entre nossas banquetas, segurando em nossos ombros.

— Você vai chegar lá. — Ergo meu copo rindo e procuro a garrafa de Namjoon para fazer um brinde. — Alguma notícia sobre Park Jimin?

Tento não soar tão curioso, mas acho que devo ter sido descoberto.

— Sim, várias. Porém não vou contar para dois bêbados. — Hoseok ri enquanto aponta para a bebida de Namjoon, olhando para o barman. É engraçado como não precisamos falar nada para que ele entenda o que queremos.

Eu penso um pouco, querendo que Hoseok fale sim o que descobriu sobre Park Jimin, mas acabo deixando para descobrir na reunião de amanhã quando penso que isso só vai me fazer ficar de cabeça cheia.

— Ah! Aqui está. —Procura algo em sua mochila e logo depois me entrega um envelope. — Foi entregue logo depois que você saiu para o hospital. Inclusive você parece muito bem perto do que estava hoje à tarde.

Pego o envelope de sua mão, lendo meu nome escrito à mão e o rasgo sem muita sutileza e paciência. Tiro o papel que envolvia e me deparo com um convite. De cara já dá para ver que é de gente rica.

— Uou, um convite. — Namjoon chega mais perto para ver também. — Baile de máscaras.

As letras são todas em douradas com letras de mão em itálico, eu não conseguiria nem dizer que tipo de papel é esse, apenas que tem uma textura enrugada com listras que percorrem por toda a folha, é realmente bem fino.

A primavera chegou e Park Chan-Wook te convida para seu aniversário de 58 anos, onde irão florescer juntos nessa nova etapa de sua vida. — Hoseok lê o papel com um sotaque divertido do rei da Inglaterra.

— Quem é esse? — Namjoon pergunta.

— Mandaram errado. — Jogo o papel no balcão não me recordando de ninguém com esse nome, e mesmo se recordasse, não tenho interesse em ir.

— Te convidaram em cima da hora, já é amanhã. — Namjoon pega o convite novamente e eu não podia me importar menos com isso. — Olha, tem um bilhete atrás.

Finalizo o whisky do meu copo e aceno para o barman trazer a conta junto com a bebida de Hoseok. Já tinha bebido o suficiente para apagar quando chegasse em casa.

Amanhã o seu encontro é comigo. — Namjoon lê todo sorridente, me empurrando com o cotovelo. — Hm... Jeon Jungkook arrasador de corações está de volta, hein?

— Cala a boca. — Pego o convite de sua mão e não posso negar uma leve pontada de curiosidade que começa a surgir em mim.

Amanhã o seu encontro é comigo.

Me esforço um pouco, cerrando os olhos, pensando em quem poderia ser. Talvez Ji Eun, ou então...

Como num estalo, meus olhos que estavam cerrados ficam esbugalhados. Meu coração se acelera e minhas mãos inconscientemente apertam o papel que eu segurava.

— Jungkook? — Hoseok balança meus ombros atrás de mim. — O que aconteceu? Você está duro.

Mas as garrafas voltam a aparecer mais atrativas enquanto meus olhos esbugalhados fixam nelas e minha mente dá voltas e voltas, com meus pensamentos correndo a mil quilômetros por hora.

E quando volto meus olhos para o papel, percebendo-o um pouco amassado, mas nem pensando em me importar com uma coisa dessas neste momento, eu vejo ali no canto as siglas que ele fez questão de pôr para que nem por um segundo eu tenha dúvida de que é ele.

P.J.M.


🗡️

-------------------------



Oh my Gooood.

Sério, foi bom demais escrever esse capítulo, eu escrevi muito rápido mesmo!

Por enquanto não tenho nenhum leitor, mas quem sabe um dia alguém pode me falar o que está achando dessa história.

Mas se por um acaso vc ler até aqui, eu te agradeço muito!

Byeeee

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