Capítulo 14. |
ATO 2
BLOOM |
"Was this supposed to happen?"
-----JUST LIKE BOOM-----
No dia seguinte, Katsuki acordou com o som das risadinhas de seus amigos, que estavam tomando café da manhã na mesa da sala de jantar, encarando Bakugo e Hanako.
Ele realmente levou um tempo para processar o que estava acontecendo, graças a Hanako, que ainda dormia pacificamente em seus braços.
Ela estava com a cabeça na barriga dele, enquanto os bracinhos cobertos pelo moletom abraçavam suas pernas. Ele não pôde deixar de sorrir fraquinho ao ver isso.
Hanako parecia em paz.
Ele se sentiu culpado ao se lembrar que teria que levantar. Ele não queria. Não quando ela estava abraçada a ele desse jeito.
Contudo foi inevitável. Ele mexeu ela da forma mais sutil possível, Hanako também não pareceu mostrar nenhum sinal de que acordaria tão cedo.
Quando ele finalmente se levantou, jogou mais um dos edredons quentinhos por cima dela, que abraçou uma almofada.
- Que horas são? - Katsuki perguntou coçando a nuca.
- Não, não. A pergunta agora é: o que foi aquilo? - Sero disse com um sorrisinho presunçoso.
Na mesa, onde os que estavam sentados estavam meio mortos, Sero e Kaminari eram os únicos que estavam mais animados.
Jiro ouvia alguma coisa no celular, Mina mexia o café enquanto encarava algum ponto fixo no cômodo. Kirishima parecia só se divertir enquanto olhava a situação dos amigos.
- "Aquilo" o que? - Katsuki retrucou.
- Fala sério! Você vai ficar fingindo que não estava agarradinho com a florzinha!? - Florzinha? Bom, sendo sincera, ele já viu apelidos melhores.
- Para de gritar, Kaminari! - Mina resmunga, enquanto parece "recobrar a consciência" e prestar atenção na conversa.
- 'Tá, mas agora eu também fiquei curiosa. - Kyoka finalmente disse algo. - Quer dizer, não me leve a mal, mas você não é uma pessoa de toque físico, ou pelo menos não parece ser.
Katsuki pensou um pouco. Ele realmente não gostava de ser tocado daquele jeito por qualquer um. Ele colocou um pouco de leite em um copo e misturou achocolatado, mas não bebeu.
Mas quem disse que ela era qualquer uma?
Apenas ignorou a conversa e se sentou ao lado de Kirishima na mesa. Podia ter escolhido qualquer outro lugar, mas ali dava a visão perfeita de onde Hanako dormia.
Ela parecia nunca acordar. Estava cansada. Levou tempo, o que pareceu uma eternidade para Katsuki, para que ela acordasse e se sentasse na mesa junto aos seus amigos.
-Bom dia. - Disse a morena.
Katsuki deu a ela o copo com achocolatado e ela o encarou confusa, mas não rejeitou a bebida.
- Bom diaaaa. - Disse Kyoka num tom provocativo e o grupo riu.
-Deixa de gracinha, fone de ouvido. - Katsuki exclamou.
Eles ficaram lá, sentados na mesa, apenas jogando conversa fora.
Antes de irem pra casa, dividiram as tarefas, Hanako ajudou Mina com os colchões, Kaminari e Kyoka ficaram com a louça suja e Kirishima e Sero limpavam a sujeira do chão e jogavam os pacotes vazios dos salgadinhos no lixo.
Depois de arrumarem tudo, foram se arrumar para irem para suas casas. As três meninas não paravam de fofocar sobre tudo.
Bakugo e Hanako foram para casa juntos, já que era caminho. Eles iam em um silêncio confortável, Hanako dava longos passos para acompanhar o ritmo do loiro. Ela brincava com a manga do moletom branco que lhe foi dado de presente.
- Pirralha. - Ele chama a atenção dela, a fazendo olhar pra ele.
- Sim? - Ela sorriu.
- Sobre o que você disse ontem... - Ela estava meio nervoso e hesitante. - Antes de pegar no sono.
- Certo. O que eu lhe disse? - Perguntou confusa.
Merda. Merda. Merda.
É claro. Ela pode ter se enganado. Ou talvez pudesse ter dito da boca pra fora. Mas Hanako não era dessas.
- Você... - Ele se amaldiçoava por ser péssimo com as palavras. - Disse que gostava de mim, mais do que um amigo.
- Ah, sim... - Ela desviou o olhar para o chão. - Eu disse. Saiba que fui verdadeira.
Ele travou. Não esperava essa resposta vinda dela. Ela se abriu com ele, por mais que quisesse esperar mais, Bakugo a encurralou, ela, então, decidiu dizer a verdade.
Por um segundo, as pernas dele vacilaram, mas ele se segurou para não cair. Ele parou de andar, e a encarou com surpresa.
- O que? Já não 'tava na cara? - Perguntou indiferente, enquanto ria da reação dele.
-É só que...
- Sabe, eu entendo se não for recíproco, mas saiba que não me arrependo e nem quero me arrepender de gostar de você. - Ela dizia enquanto ele apenas encarava.
Ele não sabia o que dizer. Procurava nos lugares mais profundos de sua mente palavras que não fossem maldosas ou apelidos que não fossem pejorativos.
- Eu realmente não quero que se force a gostar de mim, nunca. - Deu um suspiro triste. - Mas é só que... Nesses meses... Eu até tive um pinguinho de esperança sobre isso. Você nem falava comigo direito, mas agora somos tão amigos... - O tom da voz dela parecia triste agora. Como se esse assunto lhe cortasse inteira por dentro.
- Não se atreva a pensar que eu não gosto de você, burguesa florida! - Ele rosnou.
Ela inclinou a cabeça para o lado, confusa com a fala do rapaz.
- Como... - Ele a cortou.
- Fala sério! Por que acha que eu me importo tanto com você!? - Ele disse um pouco mais alto.
- Katsuki, eu... - Ela tentou falar.
- Eu não sei o porquê mas eu só... Gosto de você, 'tá? - Disse. - Até demais... - sussurrou essa parte.
Ela se aproximou dele, subindo nas pontinhas dos próprios pés, deixando um selinho delicado nos lábios dele.
Os olhos escarlates do loiro se arregalaram, um arrepio lhe correu sob a espinha quando sentiu as mãos alheias, muito macias por sinal, tocarem suas bochechas.
Durou alguns segundos que pareceram horas, ou até mesmo semanas, para Katsuki.
Ela se separou sorrindo pra ele, com o rosto claramente ruborizado. Ele sorriu de volta, era uma das poucas vezes que ela tinha a oportunidade de ver aquele sorriso, e simplesmente repetiu o ato dela, dessa vez, consciente do que estava acontecendo.
Parecia mágico para ambos. Ele segurava ela com ternura, enquanto retribuía-lhe aquele selinho tão esperado.
Eles se separaram e seguiram o caminho conversando como se nada tivesse acontecido. Mas acontece que eles estavam bem cientes do que aconteceu e que cada um contia essa alegria do seu jeito.
Só que pareceu que Hanako ia arrancar um pedaço do cabelo depois de tanto brincar com as pontas dos fios longos e negros, então Katsuki teve que tomar logo uma atitude e decidiu entrelaçar seus mindinhos, com medo do suor de suas mãos explodir sem querer.
- O que foi aquele apelido?
- Qual deles? Você tem vários. - Ele disse sorrindo brincalhão e virando para encarar ela.
- Como assim vários? - Exclamou com falsa indignação.
- Achou que ia sair imune, é?
- Achei.
- Que pena.
- Burguesa florida é bem mais criativo que só "pirralha". - Ela imitou a voz dele.
- Também achei.
- Bobo.
-----JUST LIKE BOOM-----
Tá.
O que foi isso?
Peço desculpas pelo tempo que fiquei sem postar, mas a escola tá acabando comigo esses dias.
Aconteceram coisas que eu não esperava acontecer nesse capítulo, mas deixei do jeito que tava mesmo.
É isso, obrigada por lerem.