Como não te amar? (Larry Styl...

By larrydiamond

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Harry sempre teve tudo que um adolescente poderia querer: dinheiro, garotas, poder. Infelizmente, seu coração... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Epílogo
5 anos depois...

Capítulo 18

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By larrydiamond

As lágrimas eram de sangue e manchavam toda a sua face, escorrendo uma depois da outra contra as bochechas já avermelhadas.

- Eu espero que você morra! - Louis disse, tão próximo que pude sentir sua respiração batendo contra a minha pele.

E então ele se duplicou... E triplicou.

Em poucos segundos, eu estava cercado por vários Louis, de todos os lados, infinitamente. Todos choravam e repetiam, como um mantra:

- Espero que você morra!

Suas vozes aumentavam cada vez mais e eu não aguentei meus ouvidos: cai de joelhos, cobrindo toda a minha cabeça com os braços.

Aquela não era mais a voz de Louis, mas sim a de Sam, que ecoava por todos os lados.

Em desespero, gritei.

- NÃO!

Ergui o corpo da cama, tremendo e completamente molhado de suor. Em um flash, todas as lembranças do que tinha acontecido voltaram como uma pancada forte no meu peito, cortando a minha respiração.

Sufoquei quando as lágrimas começaram a encobrir toda a minha visão novamente.

Eu não sabia como tinha chegado ali nem porque já era noite, só quis chorar até desidratar e morrer, como Louis tinha pedido que eu fizesse.

Pela primeira vez na vida, eu tinha me apaixonado de verdade e me sentido em paz, mesmo com tudo de ruim que me cercava. A dor da perda da minha mãe tinha se atenuado para uma chama mais fácil de suportar e eu tinha vontade de recomeçar com meu pai.

Mas isso foi antes dele sumir e de eu perder Louis para sempre.

Mordi meu travasseiro com força e gritei com toda a intensidade possível, expulsando a dor de dentro de mim.

De repente, a porta do meu quarto se abriu e me deparei com a imagem assustada de Marie. Ela estava completamente mudada: sem o habitual batom vermelho sangue e com um vestido floral que a deixava sexy e delicada ao mesmo tempo. Perdido em meio a minha própria dor, ainda pude sentir uma pontinha de felicidade por ela e Scott estarem juntos.

Marie tirou o travesseiro dos meus dentes e deu um carinho nos meus cabelos suados, com um olhar triste no rosto.

- Scottie me contou tudo, Harry. Eu sinto muito.

Em meio aos soluços e a visão embaçada, sussurrei:

- C-como i-isso aconteceu?

A voz do meu melhor amigo cortou o quarto e minha cabeça explodiu de dor, como se mil agulhas a perfurassem de uma só vez.

- Sam ouviu nossa conversa de ontem nos vestiários e roubou o diário com os desenhos. - Ele sentou ao meu lado na cama. - Passou a tarde toda planejando isso para te atingir e depois mandou mensagens avisando que teria uma grande apresentação na quadra para todos os alunos.

Marie, ainda passando as mãos pelos meus cabelos delicadamente, falou:

- Scott estava comigo quando recebemos as mensagens e imediatamente desconfiou dessa história de "apresentação". Quando chegamos na escola hoje e vimos o que estava acontecendo, ligamos dezenas de vezes para o seu celular e depois Scottie decidiu ir até sua casa antes que chegasse na escola. No caminho ele me contou tudo, mas quando chegamos aqui, você já tinha saído.

Suspirei, dessa vez deixando as lágrimas escorrerem em silêncio:

- M-meu celular d-descarregou durante a noite... Não consigo parar de pensar em como Lou pode estar agora. - Em um impulso, joguei o corpo para fora da cama e quase falhei em me pôr de pé, de tanto que minhas pernas tremiam e tomei uma decisão em cima da hora. - Preciso ir lá e explicar tudo para ele.

Scott segurou meu braço e me puxou para a cama novamente quando eu quase desabei no chão:

- Não é melhor esperar até amanhã, Harry?

Sacudi a cabeça, secando as lágrimas do rosto.

- Não, eu já esperei demais. Se não for agora, posso perdê-lo para sempre.

Scott suspirou. Sabia muito bem que não poderia me deter sobre isso.

Ele estendeu as chaves de sua caminhote:

- Eu te trouxe na minha e a sua ficou no colégio.

Respirei fundo para conter a onda de imagens que voltaram na minha cabeça em uma tortura sem fim. Tudo que eu mais queria era poder abraçar Louis e sentir novamente a paz que me acompanhava desde a noite no telhado, onde nós dormimos abraçados.

Enquanto descia a escada, as lágrimas voltaram com força e tive que tomar cuidado para não tropeçar em cada degrau.

Entrei na 4x4 vermelho escuro que estava estacionada na minha garagem e dei partida no motor, dando ré e fazendo o tão familiar caminho para a casa que eu tinha visitado tantas vezes.

Eu tinha ficado desacordado quase o dia todo, afinal o sol já tinha baixado totalmente no horizonte e as ruas estavam lotadas de pessoas deixando seus trabalhos para voltar para casa. Vi uma velhinha sorridente passeando com seu cachorro, um homem apressado que atravessou correndo na minha frente quando parei em um sinal vermelho e um casal, que caminhavam tranquilamente.

Fiz questão de prestar atenção em cada detalhe ao meu redor, desligando minha mente e deixando que meu corpo fizesse o caminho até a casa de Louis de forma natural. O mundo todo parecia diferente para mim, como se estar apaixonado e perder a pessoa que ama mudasse a sua forma de ver as formas que te rodeiam.

Parei o carro e saí.

Cada molécula do meu corpo queimava de dor e eu só sabia implorar para Deus ou qualquer força superior que pudesse ouvir meus pedidos desesperados:

Por favor, faça com que ele me escute.

Minha mão tremia claramente quando toquei a campainha e esperei por alguma resposta.

Cada segundo que se passou entre esse momento e quando a porta finalmente abriu pareceu passar mais lentamente que o normal, durando horas inteiras, até mesmo dias, tamanha era a minha angustia.

Jay focou os olhos em mim e enrugou a testa:

- O que você está fazendo aqui, Harry? Não acha que já fez mal suficiente ao meu filho?

As lágrimas caíram mais uma vez ao ouvir aquelas palavras e não consegui segurar um soluço alto enquanto tentava falar:

- P-por favor, eu p-preciso falar com ele.

A senhora diante de mim bufou e apontou seu dedo fino contra o meu peito, quase gritando ao falar:

- Sabe o quanto doeu em mim ver meu filho completamente destruído por se sentir culpado por ter matado os melhores amigos? Sabe quantas vezes tentei acalmá-lo para que não tentasse algo estúpido de novo? Você consegue imaginar como é deitar todas as noites mas não dormir bem porque está sempre ouvindo o que acontece no quarto ao lado, tentando saber se seu filho está tentando tirar a própria vida ou não? VOCÊ SABE, HARRY?

Baixei os olhos, soluçando mais forte ainda e sentindo um punho de ferro se fechar ao redor do meu coração, apertando-o.

Será que Louis seria capaz de tentar isso de novo?

De repente, um sentimento novo se mesclou a dor: a raiva. Raiva de mim mesmo. Raiva por ter sido tão idiota a ponto de não proteger uma criatura tão preciosa quanto Louis.

Jay respirou fundo antes de recomeçar a falar:

- Hoje eu vi meu filho, meu menino, entrar em casa, coberto de ovos, chorando compulsivamente. - Passou a mão pelos fios soltos ao lado da cabeça. - Ele contou tudo para mim, e sabe o que ele falou por fim?

Sacudi a cabeça. Queria invadir aquela casa, subir as escadas e agarrá-lo, mas sabia que isso só pioria minha situação.

- "Mamãe, eles sabem que eu sou um assassino."

Ergui o rosto ao ouvir essas palavras e quase perdi o foco com os pontos pretos que surgiram na minha visão devido ao desespero.

- A senhora precisa me deixar vê-lo! - Implorei. - Eu não contei nada para ninguém! No começo era só uma aposta, mas depois isso mudou completamente e eu sei que você sabe disso.

Ela fechou a cara.

- Eu só sei de uma coisa: você tem que ir embora e deixar meu filho em paz.

Sacudi a cabeça, caindo de joelhos no chão frio.

- Por favor.

- Vá embora, Harry.

Ouvi um choro de criança de longe e pude ver Fizzy correndo para agarrar as pernas da mãe, falando um pouco embolado e baixinho junto ao corpo da mãe.

Antes que a porta se fechasse totalmente, pude distringuir uma única frase entre o choro da menina:

- Mamãe, estou com medo do Lou...

E então o click cortou sua fala e me deparei com a porta trancada.

Abracei meu próprio corpo, colocando-me em bola no chão e chorando por vários minutos seguidos. Tudo o que tinha acontecido naquele ginásio ia e voltava na minha cabeça, como uma tortura sem fim.

Que grande merda que eu tinha me tornado!

Coloquei as mãos no chão e ergui uma parte do meu corpo, usando toda a minha força para conseguir me colocar de pé depois. Cambaleei pelo quintal e parei diante da minha antiga companheira de noites: a janela que levava ao quarto de Louis.

Ela estava fechada.

As cortinas puxadas.

A luz do quarto passando entre as fibras do tecido fracamente.

Ele está aqui.

Tão perto. Tão longe.

Passei as mãos pelos meu cabelo, sentindo como estava sujo e oleoso depois dos pesadelos que me assombraram durante toda a tarde e depois baixei o rosto, vendo a camisa com respingos de sangue e uma marca de suor no pescoço.

Eu estava um completo lixo.

Suspirei fundo enquanto uma determinação se aponderava da minha mente: não desistiria assim tão fácil de Louis.

Puxei o molho de chaves do bolso e soltei o pequeno pingente que nunca tinha soltado antes.

Era uma pequena estrela e, escrita sobre ela com uma letra em itálico, tinha uma pequena palavra:
"FOREVER".

Minha mãe tinha me dado aquilo quando ganhei o direito de ter a chave da porta de casa e ir para a escola sozinho a pé. Eu tinha oito anos e nunca tirei aquela estrelinha dali.

Até agora.

Escalei a parede, sabendo, por costume, exatamente onde apoiar os pés e as mãos nas trepadeiras para não cair ali de cima.

Cheguei diante do vidro fechado que um dia já fora a minha porta para noites calmas e gostosas de viver e coloquei o pequeno chaveiro na bancada que se projetava para fora da casa, logo depois de deixar um singelo beijo nele.

Senti as lágrimas descerem mais uma vez e observei a janela, querendo que ela se abrisse por mágica e me permitisse entrar, mas sabendo que isso não aconteceria.

Eu esperava sinceramente que Louis entendesse a mensagem quando olhasse para o céu na manhã seguinte e visse o pequeno objeto.

Sempre.

Para todo o sempre.

Para todo o sempre seu.

-x-

Travei a caminhonete na entrada de casa e puxei o ar com força para dentro dos pulmões.

Tinha passado mais de uma hora desde que deixei a casa de Louis e esse tempo todo fiquei rodando pelo litoral, o vidro aberto, deixando o vento frio refrescar meus pensamentos.

Entrei em casa, me deparando com Scott e Marie na cozinha, fazendo alguma coisa que cheirava muito bem no fogão.

Aproximei-me silenciosamente, observando como se moviam quase em sincronia pelo pequeno espaço, passando os ingredientes de um para o outro. Scott vinha tantas vezes na minha casa que já conhecia cada pequeno detalhe daquela cozinha, apesar de eu sempre ter implorado para a gente sair de casa quando meu pai estava. Normalmente, ele aceitava, dizendo que era porque eu era muito irritante quando ficava pedindo a mesma coisa, mas no fundo eu sabia que ele tinha um pouco de medo do meu velho.

- Você voltou! - A voz de Marie cortou meus pensamentos.

Dei de ombros e eles trocaram olhares preocupados.

- Haz, vá tomar um banho, cara. - Disse meu melhor amigo e eu apenas assenti fracamente.

Aquele tinha sido, sem dúvidas o segundo dia pior dia da minha vida. Perdia apenas para o dia que recebi a notícia que minha mãe tinha "ido para o céu", como o policial tinha dito na época.

Subi dois degraus antes que o som do telefone de casa começasse a tocar, forte e irritante, sobre a mesinha de centro na sala.

Agarrei o aparelho e atendi a chamada assim que minhas pernas me levaram até ele.

Ouvi o que a voz feminina do outro lado da linha tinha a dizer e então o chão sumiu sob meus pés pela segunda vez no mesmo dia.

Não... não!

Quando eu achava que nada podia piorar...

Que a dor não podia aumentar...

Que eu ainda tinha uma chance de sair da escuridão...

Larguei o telefone, que caiu com um ruído forte contra o chão.

As lágrimas voltaram, ainda mais ferozes, mais rasgantes, sufocando meu peito, tirando o pouco ar que chegava aos meus pulmões.

- Papai...

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