Como não te amar? (Larry Styl...

By larrydiamond

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Harry sempre teve tudo que um adolescente poderia querer: dinheiro, garotas, poder. Infelizmente, seu coração... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Epílogo
5 anos depois...

Capítulo 14

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By larrydiamond

Abri os olhos devagar e eles começaram a arder quase imediatamente.

Depois de dormir as três últimas noites na casa de Louis, abraçando-o e me sentindo protegido, dormir sozinho tinha sido bem penoso. Vi as horas passando sem conseguir pregar os olhos e o resultado era esse: um Harry morrendo de sono de manhã.

Com um gemido de protesto, coloquei os pés para fora da cama e andei de forma cambaleante até o banheiro, tirando a boxer que usava e entrando sob o chuveiro gelado - a única coisa que me acordaria naquela manhã.

Depois de sair do banho, vesti roupas aleatórias que fui tirando do armário e coloquei meus costumeiros tênis, passei a mão pelo cabelo, o deixando bagunçado e molhado para todos os lados.

Caminhei até meu carro e liguei o motor. Queria poder passar na casa de Lou para pegá-lo, mas ele pediu que eu não fizesse mais isso até a gente resolver o que realmente éramos.

Protestei, mas no fim cedi porque era ele pedindo.

Estacionei o carro na minha vaga de sempre e desci, me surpreendendo com a cena que vi.

Scott apertava o corpo volumoso de Marie Elizabeth contra o próprio carro enquanto trocavam um beijo apaixonado. As mãos dela estavam em seus cabelos, puxando-os e trazendo ainda mais para perto.

Sorri.

Bati a mão contra o capô do carro e eles pularam com o susto, afastando-se um do outro.

- Bom dia, casal! - Falei rindo. Scott passou a mão pelos lábios, limpando o gloss que estava espalhado por ali e Marie ficou vermelha.

Espera? O quê?

Marie Elizabeth era o tipo de garota que não ligava para nada e nunca ficava com vergonha de estar agarrando algum cara por ai, o que me deixou realmente surpreso ao ver sua reação por causa de Scott.

- Hey, cara. - O loiro me disse, batendo sua mão na minha e depois trazendo o corpo da menina para perto do dele pela cintura.

- Pelo visto o trabalho de vocês está bem avançado. - Comentei, lembrando que eles estavam em dupla para aquele trabalho idiota que valeria a nota do semestre. A única coisa boa daquilo era que minha dupla era Louis.

Sorri ao lembrar dele e passei os olhos pelo estacionamento, a procura do menino de preto.

- Com certeza! - Scott respondeu e piscou um dos olhos para Marie, que ficou ainda mais vermelha, mas logo se recuperou, jogando os cabelos longos para trás e puxando o decote ainda mais para baixo. Seus dois melões quase pularam fora da roupa.

- Enfim, garotos, tenho que retocar a maquiagem. - Ela disse, dando dois passos antes de ser puxada para um beijo ardente e rápido. Meu amigo a soltou e ela caminhou para longe.

Quando ficamos sozinhos, virei para Scott, erguendo uma sobrancelha:

- Ela ficou vermelha ou foi só impressão minha?

Ele deu de ombros, sorrindo.

- Fazer o quê? Ninguém resiste ao Scottie aqui!

Ri, feliz por ele, e passei os braços pelos seus ombros. Juntos fomos andando até a entrada do prédio, mas não antes que eu passasse os olhos por todo o estacionamento mais uma vez em busca de um menino vestido de preto.

-x-

Era aula de biologia e eu estava batucando os pés sob a carteira. Não tinha visto Louis a manhã toda e aquela era a única aula que ele tinha comigo.

Quase todos os alunos tinham chegado, mas sua cadeira continuava vazia no fim da sala e eu estava a ponto de sair dali para procurá-lo de tão grande a minha preocupação.

Um pensamento me assombrava: será que Sam tinha feito alguma coisa com ele para se vingar da humilhação que eu o fiz passar alguns dias atrás?

Minhas pernas batiam tão forte que toda a carteira tremia.

Senti uma mão pesada batendo no meu ombro:

- Cara, você vai acabar quebrando a cadeira se continuar assim. O que aconteceu?

Virei para focar os olhos em Scott.

- Nada... só estou irritado por essas aulas demorarem tanto para acabar.

Ele não acreditou em mim, mas deixou o assunto morrer, voltando a conversar com Niall, mas eu sentia seus olhos se voltarem para mim de minuto em minuto.

Dei de ombros.

O resto do dia se passou como se estivesse em câmera lenta e eu não conseguia passar mais de cinco minutos sem checar o celular. Tinha enviado uma dúzia de mensagens para Louis e ele não respondeu nenhuma.

Algo ruim aconteceu, eu tinha certeza.

Quando o sinal finalmente tocou, nem me despedi dos meninos antes de correr para o carro e dirigir a toda velocidade até a casa do meu menino de olhos azuis.

Imediatamente percebi que havia algo errado: as belas flores que sempre rodearam o jardim estavam quase totalmente destruídas, do lado direito da cerca.

Corri até porta de entrada e toquei a campainha seguidas vezes.

Quando ela finalmente abriu,me deparei com Jay segurando uma pequena e chorosa Felicite nos braços. A menininha tinha os dedos do ouvido e apertava os olhos fechados com força.

- O que aconteceu? - Me desesperei, entrando na casa sem nem mesmo pedir permissão.

Andei em direção a escada, mas uma mão me deteve:

- Harry, não sei se é realmente bom você ir lá agora.

Meu coração dispencou. O que ela quer dizer com isso?

Foi quando ouvi o grito seguindo do barulho de vidro quebrando vindo do andar superior.

- O-o quê? - Dei mais dois passos em direção a escada, ouvindo outro grito.

- Harry...

Não liguei mais para o que Jay queria dizer. Subi a escada pulando vários degrais de uma vez.

Parei diante do quarto de Louis e olhei para tudo, em choque.

Havia vidro no chão, a escrivaninha estava virada e o colchão jogado de lado. As flores do jardim estavam eapalhadas por todos os lados e os desenhos estavam picados em pedaços irreconhecíveis de papel.

- L-Louis? - Sussurrei.

- VAI EMBORA AGORA! - Ele surgiu do banheiro, o rosto vermelho de raiva e... dor. Ele chorava compulsivamente e suas pupilas estava tão dilatadas que cobriam parte do azul. - VAI EMBORA ANTES QUE EU TE MATE TAMBÉM!

Me aproximei, mas ele se afastou devagar, andando para trás como se estivesse com medo de mim.

- Lou, o que é isso tudo? - Falei baixa e calmamente, apesar de eu estar tremendo ao vê-lo daquela forma e não saber o motivo.

Ele ergueu a tesoura de ponta que, provavelmente, usara para cortar os desenhos, e a apontou para mim.

- EU FALEI PARA NÃO CHEGAR PERTO DE MIM!

Sua mão tremia muito e fiquei com medo de ele machucar-se a si mesmo com aquilo nas mãos. Não ouvi suas advertências e me aproximei rápido, tomando a tesoura de sua mão e a jogando do outro lado do quarto. Tentei abraçá-lo, mas ele berrava e chorava, tentando se soltar.

- Por favor! Por favor! Me deixe!

Agarrei seus braços e o apertei com força contra meu peito, o deixando preso.

Prendia seus pulsos com tanta força que fiquei com medo de machucá-lo, mas Louis ainda berrava e tentava se soltar, implorando para eu ir embora dali, para deixá-lo, senão ele "me mataria também".

Eu não estava entendendo nada, mas precisava acalmá-lo. Continuei a abraçá-lo fortemente até que ele perdeu toda a raiva e a força que tinha. Seu corpo molhado de suor e lágrimas escorregava de meus braços enquanto ele perdia totalmente o controle sobre as pernas e deixava todo o seu peso sobre mim.

Ergui seu corpo mole e o levei até o banheiro. Liguei a água, deixando ela encher a banheira enquanto sentava Louis no vaso sanitário com cuidado. Ele continuava chorando, mas estava muito mais calmo que antes. Seus olhos sempre tão brilhantes e alegres pendiam para baixo e não focavam em nada.

- Vou tirar sua roupa, tudo bem? - Falei e ele não reagiu.

Desabotoei o cinto e puxei a calça e depois tirei a cueca, o deixando totalmente nu, ainda sentado de qualquer jeito no vaso sanitário. Não havia malícia naquele momento e nenhum de nós se importou com a nudez.

Mais uma vez ergui seu corpo e o fiz entrar na banheira de água fria. Assim que o soltei, ele escorregou para dentro da água com um baque e tive que molhar todos os meus braços para segurá-lo.

- Assim não vai dar. - Sussurrei para mim mesmo. O deixei apoiado contra a parede, respirando profundamente e ainda chorando baixinho e tirei a minha própria roupa. Entrei na água, sentando de frente para ele, e peguei o sabonete líquido, despejando contra mão, e então comecei a passar por suas costas e depois o peito.

Ele relaxou ainda mais o corpo quando comecei a massagear seus músculos tensos, afundando o rosto na curva do meu pescoço e suspirando.

Depois de vários minutos em total silêncio, ele me surpreendeu falando calmamente:

- Nós viviamos juntos. Sempre foi assim: éramos colados desde de pequenos. Eu, Abel e John. Crescemos juntos e eu acompanhei cada briga entre aqueles dois até eles finalmente admitirem que se amavam e começarem a namorar. Todo mundo pensava que depois disso eu ficaria de lado, mas nunca fiquei. Eles nunca tiveram vergonha de sair comigo, mesmo quando iam para um motel ou coisa do tipo. Eu ficava no banheiro, me divertindo de seus gemidos até eles terminarem e depois iamos nos divertir em alguma festa por ai. Como eles eram dois anos mais velhos, sempre conseguiam arrumar bebidas para nós, mesmo que eu ainda fosse muito novo.

Louis parou e respirou fundo.

Eu não entendia onde ele queria chegar com aquilo, mas estava com medo de que, caso eu perguntasse, ele parasse de falar, então continuei massageando suas costas delicadamente.

- Eles me chamaram para comemorar um ano de namoro - Ele continuou. - Para muita gente poderia ser estranho um casal chamar o melhor amigo para esse tipo de coisa, mas para nós era normal. Naquela noite, eles conseguiram duas garrafas de vodca. John quase não bebeu, Abel passou um pouco do ponto, mas eu bebi demais. Eu estava completa e loucamente bêbado. Como sempre, fui no banco de trás, rindo feito um louco por qualquer coisa. John estava pedindo que eu parasse de tentar pular para o banco da frente, mas eu não entendia porquê já que tudo estava sendo muito divertido. Foi quando...

Ele parou de repende e recomeçou a chorar. Puxei seu corpo mais para frente e o abracei com força enquanto ele fazia o mesmo comigo.

Nunca tive um momento tão íntimo com ninguém e aquilo me deixou feliz e triste ao mesmo tempo.

Ele soluçava forte mas tentou continuar:

- F-foi quando... eu agarrei o volante do carro... eu só queria brincar. Girei o v-volante para todos os lados, rindo enquanto... o carro ia de um lado para o outro... - Parou mais uma vez e eu beijei seus cabelos longos e molhados, passando confiança. - E e-então que o caminhão vinha na direção contrária... John tentou segurar o volante de novo, mas eu estava tão louco que não conseguiu... Eles morreram na hora, Harry! Eu fiquei preso nas ferragens, coberto de sangue e os vi morrendo sem poder fazer nada. Foi quando percebi o que tinha feito: eu tinha matado duas das pessoas que eu mais amava na vida.

Nesse momento eu chorava também. Não sabia o que dizer depois de sua confissão - e talvez fosse melhor que eu não falasse nada mesmo, porque algo queimava no meu peito.

O tempo passou - segundos, minutos, horas - e nós continuamos ali, abraçados fortemente e em silêncio.

Quando senti o corpo de Louis tremer de frio, fiquei de pé e o puxei comigo. Passei a toalha por seu corpo, secando-o e depois em mim mesmo.

Ele continuava sem força, então passei as mãos sob suas costas e pernas e o carreguei até a cama, que estava magicamente arrumada.

O quarto também tinha sido varrido e arrumado aproximadamente do jeito que era antes. Não haviam mais flores jogadas por todos os lados.

Para minha surpresa, já era noite.

Quantas horas passamos ali?

Deitei ao seu lado, ainda completamente nus, e o apertei com força entre meus braços. Nossa ligação ficou ainda mais forte, quase inquebrável, tecida em algo real e profundo.

Tomei coragem para perguntar:

- São os dois daquela foto que estava no sótão?

Ele assentiu, de olhos fechados.

- Naquela noite prometi a mim mesmo que nunca mais teria amigos - Louis sussurrou. - As roupas pretas são como um aviso para mim.

- Por isso você falou que não queria se aproximar de mim para sua irmã?

Ele abriu os olhos, franzindo o cenho:

- Como você sabe disso?

Baixei o olhar para os lençóis antes de responder:

- Eu estava na árvore naquela noite e ouvi vocês conversando.

O queixo dele caiu, mas depois respirou fundo e voltou a apoiar o rosto contra meu peito.

- Parece que você gostou mesmo daquele lugar.

Consegui formar um pequeno e sincero sorriso ao vê-lo se encolher sobre mim.

- Eu amei aquele lugar. - Parei de falar, fazendo cafuné em seus cabelos. - Louis?

Ele soltou um "hum?" e eu continuei falando:

- Obrigada por me deixar ficar por perto.

Ele bufou.

- Eu não deixei! - Resmungou.

O apertei ainda mais.

- Não é o que parece.

Seus olhos mágicos se ergueram e me observaram por alguns segundos. Já não estavam tão vermelhos quanto antes, apesar de ainda estarem inchados e com uma série de veias expostas.. Beijei sua testa.

- Pois é. - ele finalmente respondeu. - Não parece mesmo...

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