Found family • Daryl Dixon

By Daryl_fic

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A chegada de Daryl Dixon à França desencadeia uma violenta cadeia de eventos que inadvertidamente coloca em p... More

●)♡𝗣𝗿𝗼𝗹𝗼𝗴𝘂𝗲
●)♡𝗚𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝘆||☆
●)♡ [𝟬 - 𝗦𝗵𝗼𝗿𝘁 𝗦𝘁𝗮𝗿𝘁]
●)♡ [𝟭 - 𝗧𝗼𝗴𝗲𝘁𝗵𝗲𝗿]
●)♡ [𝟮 - 𝗧𝗵𝗲 𝘀𝗮𝘃𝗶𝗼𝗿]
●)♡[𝟯 - 𝗙𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀? 𝗔𝗻𝗱 𝘂𝗻𝗸𝗻𝗼𝘄𝗻]
●)♡[𝟰 - 𝗧𝗵𝗲 𝗺𝗲𝘀𝘀𝗲𝗻𝗴𝗲𝗿𝘀]
●)♡ [𝟱 - 𝗦𝗲𝗰𝗿𝗲𝘁𝘀 𝗸𝗶𝗹𝗹]
●)♡ [𝟲 - 𝗙𝗼𝗿𝗲𝘀𝘁]
●)♡ [𝟳 - 𝗙𝗹𝗮𝘀𝗵𝗯𝗮𝗰𝗸]
●)♡ [𝟴 - 𝗙𝗹𝗮𝘀𝗵𝗯𝗮𝗰𝗸 𝗽𝘁.𝟮]
●)♡ [𝟵 - 𝗙𝗮𝘁𝗵𝗲𝗿 𝗗𝗮𝗿𝘆𝗹]
●)♡ [𝟭𝟬 - 𝗙𝗲𝗲𝗹𝗶𝗻𝗴𝘀]
●)♡ [𝟭𝟭 - 𝗡𝗶𝗴𝗵𝘁𝗺𝗮𝗿𝗲]
●)♡ [𝟭𝟮 - 𝗽𝗲𝗿𝘃𝗲𝗿𝘁𝗲𝗱 𝗵𝗮𝗻𝗱]
●)♡ [𝟭𝟯 - 𝗖𝗿𝘆]
●)♡ [𝟭𝟰 - 𝗧𝗲𝗮𝗺]
●)♡ [𝟭𝟱 - 𝗙𝗼𝘂𝗻𝗱 𝗙𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆]
●)♡ [𝟭𝟲 - 𝗗𝗲𝗮𝘁𝗵 𝗮𝗻𝗱 𝗕𝗶𝗿𝘁𝗵]
●)♡ [𝟭𝟳 - 𝗙𝗿𝗲𝗮𝗸 𝘀𝗵𝗼𝘄]
●)♡ [𝟭𝟴 - 𝗣𝗮𝗿𝗶𝘀 𝗦𝗲𝗿𝗮 𝗧𝗼𝘂𝗷𝗼𝘂𝗿𝘀 𝗣𝗮𝗿𝗶𝘀]
●)♡ [𝟭𝟵 - 𝗧𝗿𝘂𝗲 𝗳𝗲𝗲𝗹𝗶𝗻𝗴𝘀]
●♡ [𝟮𝟬 - 𝗪𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗶𝘁 𝗮𝗹𝗹 𝗯𝗲𝗴𝗮𝗻]
● )♡ [𝟮𝟮 - 𝗧𝗼𝗿𝗿𝗲 𝗘𝗶𝗳𝗳𝗲𝗹]
●)♡ [𝟮𝟯 - 𝗧𝘄𝗼 𝗹𝗼𝘃𝗲𝘀]
●)♡ [ 𝟮𝟰 - 𝗛𝘂𝗻𝘁]
●)♡ [𝟮𝟱 - 𝗟𝗼𝗻𝗴𝗶𝗻𝗴]
●)♡ [ 𝟮𝟲 - 𝗞𝗶𝘀𝘀]
● )♡ [ 𝟮𝟳 - 𝗗𝗶𝘀𝗮𝗴𝗿𝗲𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁]
●) ♡ [ 𝟮𝟴 - 𝗔 𝗰𝗲𝗿𝘁𝗮𝗶𝗻 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗶𝗻𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻]
●)♡ [𝟮𝟵 - 𝗦𝘂𝗿𝗿𝗲𝗻𝗱𝗲𝗿]
●)♡ [𝟯𝟬 - 𝗔𝗿𝗲𝗻𝗮]
●) ♡ [𝟯𝟭 - 𝗡𝗼 𝘄𝗮𝘆 𝗼𝘂𝘁]
●)♡ [𝟯𝟮 - 𝗥𝗲𝘀𝗰𝘂𝗲]
●)♡ [𝟯𝟰 - 𝗡𝗶𝗻𝗵𝗼]
●)♡ [𝟯𝟱 - 𝗟𝗼𝘃𝗲]
●)♡ [𝟯𝟲 - 𝗖𝗼𝗺𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲]
●) ♡ [𝗘𝗻𝗱 𝗼𝗳 𝘁𝗵𝗲 𝗳𝗶𝗿𝘀𝘁 𝗮𝗰𝘁]

●)♡ [𝟮𝟭 - 𝗜 𝗱𝗼𝗻'𝘁 𝗻𝗲𝗲𝗱 𝗮 𝗵𝗲𝗿𝗼]

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By Daryl_fic


*•••[21 - Eu não preciso de um herói]•••*

Na parte de fora dos prédios, numa rua mais afastada, descendo uma escadas que davam a um pequeno túnel para passarem de um lado para o outro, o Dixon e a Gaillard chegaram em primeiro lugar.

Baixando-se, Daryl sentou-se contra a parede e deixou Alexia sair de seu colo. Mas ainda estava preocupado com ela.

O rosto dela estava cansada, quase sem vida. Os olhos marcados pelo choro constante de minutos antes. Parecia que a mente e a alma dela havia sido sugadas por algo superior e horripilante.

Se encolhendo, levando os joelhos ao peito, ela nem sorrio ao ver a chegada de Isabelle - Que estava um pouco atrasada. Mas tinha chegado em segurança.

A Carriere estranhou como a sua amiga estava, a posição que estava e a expressão que tinha no rosto, mas quando ía perguntar algo, viu Daryl sinalizar para não o fazer. Pedindo silêncio e tempo.

Era isso que ela precisava.

Silêncio, para ninguém a incomodar em seu estado. Tempo, para recuperar de sua fraqueza mental. Ela precisava disso e ele estava disposta a entregar para ela naquele exato momento, sem deixar Isabelle se aproximar.

Em vez da loira agir, foi ele quem fez algo.

Esperou perto de cinco minutos, antes de virar ligeiramente a cabeça para verificar a mulher que ainda estava sentada ao seu lado. Alexia abraçava seu próprio corpo, deixando sua cabeça no ombro dele enquanto descansava.

- Você quer falar sobre isso? - Questionou, Daryl, num tom baixo para só ela ouvir.

Ouvindo-o, a Gaillard negou com a cabeça, deixando escapar um "não" meio abafado.

Ao longe, no início das escadas, Isabelle tomava conta do perigo. Não conseguindo ouvir a conversa entre os outros dois e esperando a chegada de Fallou e dos restantes.

Erguendo um pouco o rosto, ela olhou para ele. Seus lábios ainda tremendo quando voltou a falar algo, pela primeira vez, depois de vários minutos em silêncio.

- Você se importa se ficarmos assim por um tempo? - Perguntou, receosa com a resposta dele e de como ele agir, quando tentou se afastar. - É reconfortante, só para você saber.

Por mais que já o conhecesse, que tivesse vários momentos onde esteve o abraçando, no colo dele, nos braços dele. Por mais que houvesse tudo isso, sempre havia algo que bloqueava sua mente, não a deixando perceber que Daryl realmente se importava e gostava dela.

Mesmo com o seu jeitinho de ser. Sua vida passada.

Mas ela também começava a perceber como seu psicológico estava corrompido. Estava miserável. Não conseguia voltar a amar alguém, sem antes aceitar a morte de sua filha e voltar a amar a si mesma.

Vendo-a tentar se afastar, ele usou seus dedos e pressionou - Novamente -, a cabeça dela contra seu ombro. Seus lábios franzindo numa carranca quando percebeu o que ela estava sentindo.

- Você não é um fardo. - Ele logo a contestou. Sua voz severa. - E você precisa de descansar sua mente, então descanse. Descanse bem sobre meu ombro. Eu não ligo.

Voltando a colocar sua cabeça sobre ele, ela manteve o rosto inexpressivo ao soltar um longo suspiro e virar seu corpo de lado, encolhendo-se sobre Daryl.

O começo de suas pernas tocavam as dele, mas ela não queria passar nenhum limite, então permaneceu no seu cantinho, somente deixando sua cabeça deslizar um pouco para baixo, descansando mais na parte do peito dele.

- Estou passando dos limit...

- Não. - Ele rapidamente a curtou, controlando os batimentos de seu coração. Onde podia sentir a cabeça dela pousada.

- Sou pesada?

- Também não.

- Posso realmente me deitar assim em você? - Perguntou, ela.

Soltando uma risada nasal, ele cutucou a testa dela e olhou para o teto daquele túnel, revirando seus olhos em brincadeira.

- Você está realmente me perguntando isso? Parece uma merda que você não consiga entender que estou confortável agora.

Um pouco surpresa, começando a ganhar um pouco mais de energia, ela se aconchegou um pouco mais nele com uma ligeira sobrancelha levantada.

- Sério, esquentadinho? - Ela retorquiu, sentindo-se sorrir ao calor dele.

Ele desviou o olhar, colocando o rosto numa direção que ela não conseguisse ver quando ele sorrio sem mostrar os dentes. Mas sorrindo.

Esse apelido. Maldito apelido que ele odiava mas o fazia sorrir. E, mesmo odiando, ele admitiu em sua mente que sentia saudades de ouvir aquilo.

Significava bem que sua Alexia forte e sorridente estava voltando.

- Então, cale a boca, para de ser tão teimosa e marrenta, e descansa, porra. - Ele falou, dessa vez mandando quando não falou mais nada.

Libertando um suspiro de xingamento ao vê-lo voltar com seu comportamento rabugento, ela fechou seus olhos e inspirou o ar profundamente. Prendeu a sua respiração na garganta por momentos, depois soltando o ar contra o corpo dele.

Aos poucos... aos poucos estava realmente sentindo seu corpo ficar pronto para dormir.

Quando estava prestes a adormecer, ouviram novas vozes. Vozes conhecidas.

- Eles chegaram. - Isabelle avisou, sorrindo ao correr para ir ter com Laurent.

Se colocando em pé, Alexia saiu de perto do Dixon e procurou por entre seus amigas a Gauthier. Saindo de trás de Laurent, a pequena garota loira levou seu olhar para a Gaillard.

Alexia suspirou de alívio ao ver o rosto da mais nova e correu para ela.

Sorrindo, Camille recebeu a mais velha com um pouco de espanto. Alexia apertou seus braços ao redor da mais nova com toda a sua força, deixando vários beijos no topo da cabeça dela com carinho e amor. Para no final, continuar com o abraço, soltando mais um suspiro de alívio enquanto a mantinha em seus braços.

- Não consigo respirar. - Camille avisou, gargalhando um pouco. Suas mãos nas costas da Gaillard.

- Desculpa. Desculpa.

Se afastando, Alexia aumentou seu sorriso quando ajeitou os cabelos de Camille e ficou olhando para ela.

Lembrando-se de algo, ela vasculhou seu bolso e pegou na foto de antes. Mudando seu sorriso de alívio para um acalorado, ela entregou o presente para Camille.

Recebendo, a garota olhou a foto, reconhecendo Alexia nela. Mas seus olhos se arregalaram ao perceber o rosto de sua mãe ao lado da Gaillard. Ela ficou comovida, voltando a abraçar a mulher na sua frente.

Quando se afastou, Camille saltou algumas vezes em felicidade no mesmo lugar e depois correu para o Dixon. Ela o abraçou, passando suas mãos pelo cabelo dele enquanto o bagunçava.

- Ei! - Resmungando num tom de brincadeira, ele revidou.

Passando as mãos por ela, Daryl fez cosquinha na garota, o que a fez recuar entre gargalhadas altas.

Quando conseguiu se afastar, ela parou de rir mas aumentou seu sorriso. De orelha a orelha, puxando a foto de suas mãos e passando a imagem para as mãos do Homem.

- Alexia me deu outra foto de minha mãe. - Ela avisou, caminhando ao lado do Dixon quando seguiu atrás de Fallou e os outros.

- Ela é bonita. - O Dixon repsondeu, sorrindo para a mais nova. - Você parece com ela.

Recebendo a resposta como elogio, a garota observou a foto com os olhos brilhando.

Também se aproximando, quase correndo, Laurent chamou pelo Dixon e se colocou do outro lado do Homem. Daryl alternou o olhar entre as duas crianças, ficando no meio delas enquanto esperava alguém falar.

Pegando na foto que Isabelle havia arranjado para ele ver, Laurent mostrou-a para o Dixon.

- Viu, Monsieur Daryl, é minha mãe.

Vendo a foto, o mais velho deu outro sorriso para a criança. Como tinha feito para Camille.

- Bem, ela é bonita. - Ele se repetiu, mas genuinamente. Não sabia mais o que dizer ao ver as fotos.

Voltou a dar a foto para Laurent e ficou no meio das crianças, conduzindo-as pelo caminho certo.

Seguindo-os, Alexia ficou ao lado de Isabelle. As duas sorriram ao mesmo tempo quando seus olhares se encontrarem. Ficaram lado a lado enquanto que seus sorrisos amplificavam ao ver como Daryl, um cara quase sempre mal-humorado, era uma pessoa doce com crianças.

Laurent e Camille o adoravam.

Perseguindo o mesmo caminho que Fallou, o grupo entrava aos poucos numa boate, onde o negócio e a troca íam ser feitos. Adentrando num novo túnel, deram de caras com um Homem sentado com as pernas cruzadas, segurando uma arma.

Seu olhar subiu quando notou a entrada de novas pessoas.

- Fallou, certo? - Ele perguntou, recebendo um aceno positivo. Mas depois notou Alexia e os restantes. - E os outros?

- Amigos de passagem. - Respondeu, Fallou.

Após mais uns minutos de conversa, eles tiveram luz verde para avançar.

Abrindo uma porta de grades, Fallou liderou o caminho, - Novamente. Seguindo adiante, o caminho era mais escuro que antes, o que levou a alguns deles a acenderem umas lanternas para não errarem o trajeto ou tropeçarem e caírem.

Mantiveram-se juntos, não se afastando uns dos outros pois passavam por um caminho novo.

Depois de um longo tempo, chegaram ao local exato. À boate.

Alexia desligou sua lanterna, olhando o novo ambiente e suspirando. Se ela já achava que a banda de zumbis do teatro era loucura, o que estava vendo ultrapassava esses níveis. Alí dentro era como se nada tivesse mudado, como se nenhum morto aparecesse ou nenhum apocalipse começasse.

As pessoas estavam bem vestidas. Usando roupas de celebridades enquanto dançavam e bebiam. Sorriam e se divertiam. Outras estavam com os rostos pintados, usando arcos e fitas para fazerem uma perfomance para qualquer um presenciar. Como se fosse o circo.

As cores eram vibrantes, a música alta.

Era totalmente diferente do exterior.

Virando-se para Fallou, após o choque inicial, Daryl desviou a sua atenção das pessoas que dançavam e encarou o Homem.

- Você tem alguém aqui que pode me ajudar a chegar em casa? - Perguntou.

- As pessoas encontram todo o tipo de coisa aqui. - Fallou respondeu. Abrindo um sorriso quando se aproximou de Daryl e pousou a mão no ombro dele, apertando com amizade e suavidade. - Você nos ajudou. Agora nós ajudámos você.

Assentindo positivamente, Daryl olhou ao redor daquele espaço festivo.

- Tudo bem.

Fallou então se afastou, enquanto recuava em alguns passos e começava a procurar por algo útil. Nem que fosse no bar ou perguntando a algumas das pessoas. Apenas queria ajudar Daryl.

- Irei encontrar alguns amigos que talvez possam nos dizer algo. - Ele informou ao grupo, antes de afastar ao ritmo da música.

Os restantes então ficaram sozinhos e olhando ao redor daquela enorme sala.

Uma mulher cantava no centro daquele cómodo, - Alegre - e, animando todas as pessoas. Incluindo Laurent e Camille, que ficaram na frente da mulher que cantava.

Sylvie permaneceu com Emile, os dois estavam descobrindo o amor lado a lado. Seus corpos colados enquanto dançavam ao som da música e sorriam um para o outro.

Isabelle estava por perto, mas quando se certificou que estavam todos bem, foi caminhar por aquele lugar animado, imobilizando seu corpo perto de uma parede coberta por pinturas. Ela ficou naquele lugar, vendo os quadros.

Perto de Daryl, Alexia tocou no ombro dele e chamou a atenção do mesmo.

- Quer beber algo? - Questionou, apontando para o bar.

Daryl olhou para o mesmo lugar que ela tinha apontado e deu de ombros. Não havia nada a perder.

- Vamos.

Sorrindo em resposta, ela caminhou primeiro, abrindo caminho para o Dixon a seguir. Em questão de segundos, alcançaram o bar e sentaram-se nas cadeiras que estavam mais próximas.

Assim que se sentaram, um cara alegre, de cabelos curtos e castanhos escuros apareceu com um enorme sorriso. Ele entreolhou Daryl e Alexia, esperando os pedidos, enquanto falava em Francês e cantarolava baixinho.

Pensando um pouco, pois já fazia tempo que não bebia algo alcoólico, ela bateu suavemente com a palma da mão no balcão quando se lembrou de algo.

- Je voudrais deux bières, s'il vous plaît. - A morena pediu, se recostando na cadeira.

Assim que o atendente foi buscar o que ela tinha pedido, Daryl aproveitou o momento e chegou mais perto dela, cutucando-a no braço.

- O que você disse a ele?

- Eu pedi duas cervejas. - Explicou, Alexia. - Foi a primeira coisa que pensei.

- Uma boa escolha.

Ela sorrio, orgulhosa, sabia que sua escolha era boa.

Após uns minutos, o Homem pousou dois copos de cerveja. Um na frente do Dixon e o outro na frente da Gaillard. Os dois agradeceram, passando a beber e a saborear a bebida que lhes foi entregue.

Ela bebia em silêncio, deixando seu corpo relaxar conforme o líquido entrava por sua boca, descendo por seu corpo e formando uma bela sensação. No curto tempo que pousou o copo de cerveja, seu olhar mudou de direção e olhou para Daryl - Que bebia.

Ela o observou por completo.

Desde o nariz dele, os olhos azulados como o oceano. A barba. E depois a boca dele entreaberta para ingerir o líquido. Ela acabou descendo um pouco mais o olhar, só para ver a garganta dele se mover quando ele engolia.

Ele a deixava louca!

O amor realmente era uma tempestade de emoções.

Deixando seus dedos brincaram com seu copo vazio, ela começou a falar para Daryl, num tom baixo.

- Você veio de Commonwealth. - Ela começou, chamando a atenção dele. - Não havia mais nenhum lugar seguro em América?

- Tem lugares seguros. - Ele respondeu após dar o seu último gole na cerveja e a terminar. - Alexandria, o Oceanside, Hilltop.

- Todas são comunidades? - Perguntou, surpresa ao ouvir tantos nomes vindo da boca dele.

Para ouvir melhor, ela empurrou lentamente o banco para o lado do Dixon, se aproximando dele. Deixando um cotovelo sobre a mesa e cruzando as pernas para o ouvir falar.

- São. - Exclamou, Daryl, olhando para a mulher.

- Você fazia parte de qual delas? - Interrogou Alexia.

- Alexandria. - Ele falou, lembrando-se de todos os momentos que tinha passado lá. - Era um bom lugar.

Alexia assentiu, percebendo que ele tinha baixado o rosto. Ela pensou então que o assunto deveria ser delicado para ele falar. Então, ficou em silêncio, não querendo falar algo que não deveria.

Respirando fundo algumas vezes, o Dixon fechou os olhos e sua mente lhe levou ao mesmo sítio de sempre. Um enorme campo, com a grama verde e fresca, um céu azulado. E, espalhados pelo campo, estavam seus amigos que tinham morrido. Todos eles acenavam para Daryl e sorriam de orelha a orelha.

Ele não fazia nada. Estava imóvel. Era sua mente que os imaginava.

Imaginava Rick, Beth, Carl, Carol, Maggie e Glenn, Rosita ao lado de Abraham, Eugene e Siddiq. Michonne também aparecia, brincando com RJ e Judith. Lydia e o cachorro. Até mesmo seu irmão Merle aparecia...

Mas agora. Agora tinha novas companhias.

Ele sorrio um pouco, deixando seu olhar recair sobre Alexia. Ela parecia uma personagem típica de um filme Francês. Era linda, inteligente, independente... e fria quando está com raiva.

Desviando o olhar dela, ele pousou o copo sobre o balcão e soltou um longo suspiro.

- Sou filha única e meus pais provavelmente estão mortos pois, no começo do surto eu estava em Paris, longe deles. - Alexia começou por falar, e Daryl olhou para ela, levantando uma sobrancelha. - Tinha um namorado abusivo mas, pelo contrário, tenh... tinha. Tinha uma filha que parecia um anjo...

- O que você está faze...

- Andei numa faculdade de moda e não tive tempo de terminar o curso por causa do Apocalypse. - Ela o interrompeu, mantendo um sorriso em seus lábios. - Fumo. Tenho tatuagens. Adoro gatos e sei que não preciso de um Homem para me proteger.

- Alexia, o que está..

- Além disso! - A Gaillard continuou, curtando as palavras dele mais uma vez. - Quando tinha 7 anos, entrei no carro dos meus pais e dirigi. Acabei por bater com o carro na parede da casa deles. Ficaram furiosos, mas acabaram por rir pois eu era uma criança.

Quando ficou em silêncio, respirando várias vezes profundamente para recuperar o fôlego.

Daryl soltou uma risada nasal, dando de ombros e levantando as duas sobrancelhas quando falou:

- Porque falou tudo isso?

- Achei que fosse boa ideia. - Ela completou. - Eu conheço algumas coisas de você. Então achei melhor falar da minha vida para nos conhecermos melhor.

Balançando sua cabeça, ele deu um sorriso pelo canto dos seus lábios.

- Você tem uma maneira estranha para começar algumas conversas.

- Por quê? Eu achei criativo.

- Não.

Ficando a olhar um ao outro, não demorou muito para soltarem gargalhadas em conjunto.

No momento a seguir, os dois ouviram um assobio. Olharam para trás e viram Fallou e Isabelle chamando por eles, fazendo gestos com as mãos para os seguirem.

Levantando-se, Daryl e Alexia caminharam por entre as pessoas que dançavam e faziam acrobacias, parando ao alcançar uma mesa rodeado por alguns homens. Isabelle já estava sentada, - Esperando seus amigos fazerem o mesmo. Então, sem mais demora, o Dixon e a Gaillard se sentaram.

No lado direito deles, um Homem se curvou com um sorriso, olhando o Americano.

- Você quer voltar para América? - Perguntou.

- Sim, sim, esse é o plano. - Daryl respondeu, deixando suas pernas afastadas e seus antebraços descansarem sobre suas coxas.

- Ele veio pelo mar, então deve haver navios navegando. - Alexia falou.

Olhando para a morena, o Homem deu de ombros.

- Quem sabe? - Ironizou. Olhando para seus amigos antes de olhar o grupo que veio com Fallou. - Nós ouvimos coisas.

Ela assentiu, permanecendo em silêncio.

No minuto a seguir, outro Homem - De pele negra -, que estava com o pessoal da boate falou em Francês sobre o material ou objetos que precisavam trazer para fazer a troca na boate.

Olhando para Alexia e Isabelle, Daryl estava confuso.

Com a ponta dos dedos, ele bateu na coxa da Gaillard, fazendo-a olhar para ele. Tentando conter seu rubor ao toque repentino.

- O que ele falou? - Interrogou, o Dixon.

- Ele quer saber o que temos. - Ela respondeu.

Seguidamente, Alexia e Isabelle pegaram suas mochilas e as abriram, deixando que o outro cara, - Que pertencia à boate -, visse com seus próprios olhos o que elas tinham arranjado.

Vendo o interior de cada uma das mochilas das mulheres, ele acabou por soltar um curto riso divertido.

- Alguém sabe como se divertir. - Ele falou, começando a levar sua mão para pegar na mochila de Alexia.

Antes que o pudesse fazer, Daryl colocou seu braço entre os objetos e o outro cara, impedindo-o de pegar em algo.

- Primeiro o barco.

Assumindo posições de ataque, os Homens da boate ficaram olhando o Dixon com raiva.

Levantando suas mãos, mandando todos ficarem calmos perante a situação. O Cara apenas riu da ação que o Dixon tinha feito. Achava divertido a atitude que ele tinha.

Baixando suas mãos, o cara começou a falar em Francês, sempre com o mesmo sorriso. Estava olhando para Daryl, mas o Dixon não entendia nada de nada. Quando terminou de falar, o Americano ficou estático no lugar.

- Disse que conhece pessoas que podem ajudá-lo. - Isabelle explicou, traduzindo para Daryl compreender.

O Dixon assentiu, desviando o olhar da loira.

- Tudo bem.

Olhando para o seu lado direito, ele notou o cara que continuava sorrindo, amando essa situação e todas as coisas que haviam conseguido pela parte de Alexia e de Isabelle.

Daryl franziu o cenho, notando o olhar do homem descer pelo corpo de Alexia enquanto falava.

Enojado, ele se levantou e trocou de lugar com a Gaillard. Alexia ficou sem reação, estava prestes a rebater e falar com Daryl, mas apenas conseguiu ver as costas dele cobrindo sua visão. Daryl manteve sua postura reta e intimidadora.

Percebendo, o cara da boate recuou na cadeira que estava.

- Primeiro a troca. - Ele começou por falar, fazendo uma curta pausa. - Aí levamos para você um contato que pode te conectar, ok?

Olhando de um jeito confuso e desacreditado para todos eles, Daryl negou com a cabeça, movendo-se para ver se encontrava Camille, Laurent e Sylvie. Eram os únicos que faltavam.

Se levantando, ele puxou Isabelle e Alexia para si.

Antes de andaram, um Homem de pele negra, que estava em pé e no canto, atrás de seus amigos da boate, saiu de onde estava e apontou para o Americano e as outras duas.

- Falem ao vosso amigo para relaxar, se não, vai nadar de volta para casa, ok?

Alexia suspirou em raiva.

Se virando para trás, ela fechou seu punho e acertou com força no rosto do primeiro cara, vendo-o cair no chão em segundos.

- Fiquem calmos! - Fallou gritou ao longe.

- Calmos?

Ao ver seu amigo cair, o de pele negra foi na direção da Gaillard com a intenção de a machucar. Seu rosto estava com raiva e seus punhos fechados para acertar nela.

Mesmo antes de conseguir o fazer, Daryl se aproximou dele. Com suas mãos torceu o braço do cara, ouvindo-o gemer de dor. Finalizando, quando conseguiu torcer por completo o braço dele, Daryl atirou-o para a mesa, quebrando todos os copos de vinho.

Isabelle se afastou, recuando ao notar os vidros quebrando, as pessoas caído e Alexia e Daryl lutando.

Entre os barulhos e os apelos de Fallou para eles pararem o que estavam fazendo, uma nova pessoa apareceu.

Era um Homem.

Isabelle, - Assim que meteu o olho nele -, congelou no lugar. Sua pele ficando branca que nem um fantasma. Não conseguia acreditar ao início no que estava vendo.

Alexia chutou o cara uma última vez, antes de se aproximar de sua melhor amiga e também parar, esfregando seus olhos para ter certeza que estava vendo aquela pessoa. Que não era sua imaginação.

- Sinto muito, Sr. Quinn. - Bernard, o cara que tinha apanhado de Alexia falou, num sussurro, baixando seu rosto.

- Você conhece as regras, Bernard.

Se levantando, ele olhou nos olhos de Quinn.

- Um erro.

- Não são permitidos armas aqui. - Quinn respondeu, sua voz firme e severa.

Sem ter tempo para responder, o Homem pegou na faca de Bernad e a usou, esfaqueado-o no rosto, deixando um corte. Mas não se importou com isso.

Somente segurou a arma em suas mãos e depois chamou uma das mulheres que trabalhavam para si. A mulher apenas chegou perto o suficiente e pegou na faca ensanguentada, carregando-a para longe.

Sorrindo, Quinn se aproximou das duas mulheres.

- Izzy, Alexy. Já faz um minuto.

Ambas ficaram em silêncio, não falando nada.

Ficando a assistir a situação recorrer em sua frente, Daryl olhava os três com um olhar confuso.

Sorrindo, Quinn rodeou as mulheres, deixando-as lado a lado enquanto as observava com um sorriso divertido e travesso. Depois de as verificar, parou na frente de ambas, mantendo seu sorriso.

- É estranho ver vocês novamente depois de todos esses anos.

- Bem, a vida dá voltas estranhas. - Isabelle explicou.

Ele absorveu a resposta, apenas balançando a cabeça. Seu sorriso diminuindo quando notou a presença de Daryl.

- Esse aqui é vosso amigo?

- Sim. - Alexia respondeu. Seus braços cruzados. - Nós viajamos juntos.

Juntando suas sobrancelhas, ele acabou por compreender as palavras da Gaillard.

Ficando no meio, - Entre Daryl e as duas mulheres -, Quinn olhou disfarçadamente para o Dixon.

- Você procura o quê? - Perguntou.

Baixando seu rosto, Daryl respondeu.

- Um jeito de voltar para a América.

Quinn balançou sua cabeça para cima e para baixo, compreendendo as palavras do Dixon.

Então curvou seu corpo para a parede e continuou com a conversa.

- Um longo caminho.

- Sim. - Daryl grunhiu em concordância.

- Não é impossível. Você sabe, eu ouvi coisas.

Enquanto discutiam sobre o assunto do barco, a mulher que estava cantando tinha terminado seu show.

Desceu do palco, sorridente e cansada, pegando numa bebida alcoólico que estava no bar e ingerindo tudo de uma só vez.

Chegando perto da mulher, Laurent e Camille estava sorrindo, mantendo suas mãos para baixo, ao lado de seu corpo e esperando a atenção da cantora para eles. Após um tempo, a mulher estava prestes a beber outro copo quando notou a presença das crianças e ficou parada.

- Você canta muito bem. - Laurent a elogio.

Concordando, Camille aumentou seu sorriso.

- Sua voz parece a de um anjo. - Acrescentou, genuinamente.

Sem saber muito bem como reagir a tantos elogios, a mulher sorrio.

- Obrigada.

Olhando para trás, a mulher apontou para Daryl e Alexia, acabando por perguntar:

- São seus pais?

- Não. - Camille e Laurent responderam em uníssono.

Retirando uma foto de seu bolso, o garoto mostrou para a mulher Lily, que estava sorrindo e perto da Torre Eiffel.

- Essa é minha mãe.

Pegando na foto, a mulher abriu um sorriso sincero e maior.

- Ora, ela é muito bonita.

Laurent sorrio, ao que a mulher retribuiu também o sorriso.

Olhando a moça, Camille ficou hipnotizada com algo que ela usava, então se aproximou e apontou para o colar que a mais velha estava usando durante todo o tempo.

- Eu gostei do seu colar. - Ela falou, suavemente.

A mais velha apenas sorrio, ficando em silêncio.

Para quebrar esse silêncio, a Gauthier decidiu continuar a falar. Dessa vez, pegou na foto de Laurent e olhou com cuidado para ela.

- Um dia, eu mesma verei a Torre Eiffel, como a mão do Laurent fez.

Pousando o copo em cima do balcão, a mulher pegou a pequena Torre Eiffel que estava em sua colar e deu um sorriso amoroso para a mais nova.

Depois, retirou o colar de seu pescoço e ajudou Camille a ficar com ele no seu pescoço.

- Você pode ficar com isso. - A mulher falou.

- Obrigada, mas... - Camille hesitou, olhando para Laurent que segurava sua foto com tristeza.

Então, sem pensar duas vezes, ela tirou o colar de seu pescoço e foi até deu amigo, colocando o colar no pescoço dele.

Laurent sentiu, subindo suas mãos para tocarem no objeto pequeno e em forma de Torre Eiffel que estava agora pendurado em seu pescoço.

- Para você se lembrar de sua mãe. - Camille explicou, vendo seu amigo sorrir.

- Obrigada, Cami.

Após sorrirem uns para os outros, Camille e Laurent sairam de perto da mulher, procurando um lugar vazio para se sentarem. Para descansar um pouco.

Ainda no mesmo lugar, Isabelle, Quinn, Alexia e Daryl ainda estavam conversando.

- Vou perguntar por aí e ver o que posso descobrir. - Quinn falou, olhando para todos. - Para um amigo.

Chegando-se à frente, a Carriere encarou seu ex-namorado.

- Temos coisas para trocar.

- Não me insulte, Izzy. - Quinn respondeu, inclinando sua cabeça para o lado.

Durante o curto silêncio que ficou entre eles, Laurent e Camille se aproximaram do grupo.

A Gauthier não demorou para chegar até Daryl e Alexia, ficando entre os dois enquanto falava sobre as danças que tinha visto. A música que tinha ouvido.

Os adultos ficavam a ouvindo, prestando atenção à garota deles.

Laurent, por seu lado, se aproximou de Isabelle com um sorriso.

- A moça me deu seu colar. - Disse ele.

- Que moça? - Questionou a Carriere.

Laurent entao se virou para trás, apontando para a pessoa exata.

- A cantora.

Notando a presença do garoto, Quinn se levantou e o olhou de cima a baixo, sorrindo.

Ele então se virou completamente para ele, deixando seus corpos frente a frente para falar.

- Oi, garoto.

Mas Laurent ficou em silêncio.

Não conhecia o Homem, então foi para mais perto de Isabelle e segurou na manga da camiseta que ela vestia, sentindo-se seguro.

Desviando o olhar da criança, Quinn olhou para Isabelle.

- Ele é seu? - Perguntou.

Hesitante, ela engoliu em seco.

- Esse é o Laurent... ele é o filho da Lily.

- O filho da Lily? - Retorquiu com um sorriso. Depois de segundos em silêncio, olhou para o garoto. - Você tem os olhos de sua mãe.

Antes que o garoto pudesse responder, Sylvie falou por cima dele.

- Laurent? Camille?

Olhando para a moça de pele negra entrar quase correndo, as crianças não faalram nada quando se afastaram dos adultos e foram com Sylvie para o telhado.

Para brincar com outras crianças.

Quando ficaram sozinhos, Quinn já estava começando a andar para uma sala isolada.

Isabelle começou a segui-lo, e Daryl e Alexia fizeram o mesmo.

Chegando perto da Loira, a Gaillard tocou no ombro dela, questionando num tom sussurrante.

- Você está bem?

Isabelle assentiu positivamente com a cabeça.

Depois olhou pelo canto do olho para trás, observando Daryl e falando para ele.

- Fizemos um acordo. Fez a sua parte e eu farei a minha.

- Tem certeza? - O Dixon perguntou.

Alexia olhou para a outra mulher, esperando uma resposta também.

Isabelle permaneceu em silêncio, segurando sua mochila, apertando os dedos ao redor dela com força enquanto respirava fundo umas três vezes.

Ela então olhou para Alexia, finalmente falando:

- Acontece que vocês estavam certos. - Disse, fazendo uma pausa. - Tenho contactos em Paris. Você teve sorte.

Quando o silêncio apareceu novamente, os três adentraram no escritório de Quinn.

Ele estava apenas com um copo de champanhe na mão, entregando o copo para Isabelle.

A mulher negou, mantendo-se em pé e com uma distância do Homem que queria esquecer. Homem esse que pensou que já nem o ía ver, mas o destino trouxe ele mais uma vez para sua vida.

Percebendo que tinha sido rejeitado, Quinn soltou um suspiro e deu de ombros. Apenas recuou perante o silêncio e sentou-se no sofá, aproveitando o copo de champanhe. Só depois de alguns goles que voltou a falar.

- Então, como você está, Izzy? - Ele perguntou com um sorriso. - E você, Alexy?

- Virei freira. - Isabelle respondeu, olhando fixamente para o Homem.

Atrás dela, e perto de Daryl, Alexia suspirou.

- Eu passei a viver numa casa na floresta, perto da Abadia. Levava novos recursos para Isabelle e as outras freiras. - Ela explicou, cruzando seus braços em desconforto.

- Estão falando sério?

Quinn não queria acreditar. Mas tudo o que recebeu como resposta foi silêncio.

Então ele suspirou, passando a mão por seu cabelo antes de voltar a falar.

- E a Lily? - Questionou, virando-se só para Isabelle.

- Não, Lily morreu, tendo o bebê.

Arregalando seus olhos, ainda sem acreditar, ele brincou com o copo que estava em sua mão e foi o balançando, devagar e sem pressa.

Ele soltou um suspiro curto, não sabendo o que dizer na hora.

- Lamento ouvir isso. De verdade. Você ainda deveria ter me contado.

Fechando o seu sorriso, passando a uma expressão mais severa, Quinn se levantou e pousou o copo na mesinha central da sala.

Caminhou, até ficar de frente para Isabelle.

Daryl e Alexia então se posicionaram. Seus olhares não saíam de Quinn. Se ele fosse machucar Isabelle, eles estavam lá para o fazer parar.

- Que minha irmã morreu? - Isabelle questionou.

- E...

Baixando seu rosto e se aproximando um pouco mais dela, Quinn sussurrou o resto de suas palavras.

- ... que eu tive um filho.

- O que você está falando? - Isabelle perguntou, juntando suas sobrancelhas. Confusa.

Alexia se aproximou uns passos, ouvindo as palavras que o Homem tinha proferido. Ela pensou ter ouvido errado, mas não. Ela ouviu certo.

Seu rosto franziu quando finalmente entendeu que Laurent era filho de Quinn.

- Você não deveria esconder isso de um Homem. Um menino deveria conhecer seu pai, não deveria?

Ele perguntou, ironicamente em suas palavras finais ao olhar também para Daryl e Alexia.

Isabelle manteve-se no mesmo lugar, com os braços ao lado de seu corpo e a cabeça um pouco para baixo enquanto conectava todos os pontos. Quando levantou seu rosto, olhava diretamente para Quinn.

- Ela nunca disse...

- Isso foi um erro. - Quinn a interrompeu.

Recuando alguns passos com os olhos marejados, Isabelle balançou sua cabeça.

- Você a matou. - Disse, ela, com sua voz embargada e baixa.

- E eu salvei você.

Se aproximando, Quinn segurou no pulso da loira e afastou a manga, mostrando as cicatrizes que ela tinha em seu pulso.

- Quem foi que encontrou você sangrando na banheira? - Ele perguntou retóricamente. - Pegou você, carregou você para o hospital, cuidou de você até ficar bem?

Alexia cemicerrou seus olhos perante o jogo de palavras que Quinn estava fazendo.

Manipulação.

Ela conhecia muito bem essa palavra. Ela mesma já havia sido manipulada por seu ex-namorado anos e anos enquanto estavam namorando. Mas, agora, tudo estava diferente e sabia perfeitamente quando alguém estava tentando manipular alguém.

Avançando, ela tirou a mão de Quinn do pulso de sua melhor amiga.

Isabelle estava prestes a falar algo, mas Alexia levantou um dedo para ela ficar em silêncio. Depois voltou seu olhar para Quinn.

- Não viemos falar sobre isso. - A morena falou.

Olhando para a Gaillard, Quinn sorrio de orelha a orelha, também pegando no pulso dela e observando as cicatrizes que ela tinha.

- E quanto a você, Alexy? - Ele começou por falar, rindo um pouco enquanto passava os dedos pelas cicatrizes dela. - E seu ex-namorado? Eu adorava esse cara!

A mulher suspirou, limpando sua garganta.

Vendo o aperto que Quinn fazia, Daryl franziu o cenho, querendo interromper.

- Ei...

- Estamos aqui para fazer o acordo. - Alexia continuou, olhando para Quinn com raiva. Tentando ainda se soltar do aperto dele. - Roman deve estar morto. Não quero saber sobre ele.

Chegando mais perto, Daryl tentou novamente falar.

- Alexia...

- E Cécile? - Perguntou Quinn, vendo a mulher mudar sua expressão. Para uma expressão mais triste. - Ah, percebi. Ela morreu.

Alexia moveu sua cabeça, tentando ignorar as palavras que ele tinha acabado de dizer.

A confusão era maior dentro daquela sala.

Isabelle já havia saido, controlando suas lágrimas e procurando outro lugar para se sentar. Deixar de ver Quinn, tinha de organizar seus pensamentos. Ainda mais agora, sabendo que seu ex-namorado tinha engravidado sua irmã. Quinn era pai de Laurent.

Ainda dentro da sala, Alexia tentava falar e não deixar seus olhos molhados.

- Eu... estou aqui...

- Quer ajudar seu amigo? Você já conhece os termos. - O Homem disse, sorrindo maliciosamente.

Quinn apenas riu ao ver uma carranca aparecer no rosto de Alexia e, momentos depois, aumentou o aperto no pulso dela.

Assim que viu o que ele tentava fazer, Daryl se aproximou e empurrou Quinn para longe.

- Não. Não com esse cuzão. - Ele grunhiu, lançando um olhar furioso a Quinn.

- Está tudo bem, Daryl. - Alexia afirmou quando sentiu a mão do Dixon em seu ombro. - Eu posso fazer isso.

- Não. Foda-se ele!

O Dixon apontou, deixando seu dedo elevado para o rosto do outro Homem. Quinn estava neutro, apenas com um pequeno sorriso orgulhoso de suas palavras. Do rumo da conversa.

- Roman deixou você. Posso até apostar que você matou sua filha. A levou à sua morte. - Quinn aproveitou o momento para falar. Colocando mais perigo na situação.

Levantando sua cabeça em fúria, Alexia deu uma cabeçada nele, deixando gemer de dor. Ela se afastou, vendo-o segurar o nariz que sangrava.

Ela não sorrio. Nós se moveu. Apenas olhou profundamente com ele.

- Tire o nome dela de sua boca!

- Alexia, vamos...

- Não. Está tudo bem! - Ela voltou a repetir, deixando Daryl ficar para trás.

- Se quer mesmo ajudar, voce sabe os termos. - Quinn falou, ainda sorrindo, apesar de estar sangrando.

- Prefiro morrer de qualquer maneira do que acabar como uma de suas vadias. - Alexia respondeu em ódio, fixamente seu olhar no dele.

- Eu não preciso tanto de um barco. - Daryl avançou na conversa. Querendo apenas que ela ficasse longe de Quinn. - Vamos.

O mesmo falou, saindo do escritório do outro Homem em primeiro lugar. Alexia demorou um tempo, ainda fazento contacto visual com Quinn.

Após uns minutos, também saiu. Dando de caras com Daryl.

O Dixon nem teve tempo de falar quando ela passou diretamente por ele sem falar nada. Ela não podia acreditar no que ele tinha feito. Alexia estava fazendo o acordo e ele se meteu na conversa. Bastava um simples erro e Quinn nao ajudava ninguém.

Provavelmente agora não ía ajudar.

Mas Alexia também caminhava embora com a consciência limpa pois deixou-o a sangrar pelo nariz.

Enquanto andavam pelo corredor, Daryl acelerou o passo para chegar mais perto de Alexia.

- Oi, desculpe. - Ele começou por falar. - Eu estava tentando ajudar.

Continuando a andar com passos largos, ela bufou de raiva. Daryl continua a seguindo.

- Eu disse que poderia fazer isso. - Ela retorquiu em irritação.

Soltando um longo suspiro de aborrecimento, o Dixon parou a mulher no minuto a seguir.

Segurou no braço dela, fazendo-a parar. Quando a largou, girou seu corpo até ficar frente a frente com ela. Seus olhares conectaram-se em míseros segundos. E, embora ambos estivessem naquele momento com raiva, ainda conseguia falar um para o outro.

- Olha, todos nós temos merdas do nosso passado das quais estamos tentamos fugir, não só você. - Daryl respondeu com a voz com raiva.

Respirando fundo, ela balançou sua cabeça.

- Eu estava errada antes. Eu e você, não somos iguais.

- Voce pode ficar brava comigo o quanto quiser. - Ele continuou. - Mas não é comigo que está brava.

Ela arregalou seus olhos por míseros segundos, engolindo em seco pois sabia que ele tinha uma parte da razão. Mas não ía admitir isso.

Se aproximando para ele, durante a discussão que estavam tendo por causa de Quinn, a mulher não tirou o seu olhar do dele.

- Bem, você queria vir para Paris, não é?- Ela o provocou, soltando um pequeno riso nasal. - É por isso que estamos aqui. Estou tentando ajudá-lo a cumprir sua promessa.

Daryl olhou para ele, dando um passo em frente quando foi responder. Mas sua boca ficou entreaberta, sem falar nada.

Ela movimentou sua cabeça, desacreditada, ele nem tinha palavras.

Ficando próximo dele, Daryl viu e sentiu suas costas e palmas das maos contra a parede fria e coberta de pedra irregulares que estava atrás de si. Na sua frente, podia ver Alexia bastante próxima enquanto falava de volta.

- Isso é tudo que importa para você, não é?

Daryl suspirou, deixando-se ficar com os olhos presos nos dela. Seus corpos próximos. Seus olhares chamando mais e mais. Ela estava se perdendo naquele tom azulado que ele tinha em seus olhos. Era cativante.

- Pedi sua ajuda porque precisava... - Ela voltou a falar, sua voz mais baixe, mais suave. - Eu não preciso de um herói. Eu nunca precisei. Funciona se for você, Daryl Dixon.

Ficando a olhar um para o outro, não falaram mais nada. Acabaram por cada um ir para o seu lado. Lados opostos naquele corredor.

Nos dormitórios, Sylvie estava com Camille e Laurent.

As crianças compartilhavam a mesma cama, cobertos por um cobertor macio. Não conseguia dormir separados por medo. Estavam num lugar que não conheciam, então, decidiram ficar lado a lado e ouvindo Sylvie terminar de contar uma história.

Quando o fez, Laurent pegou no colar e olhou a pequena Torre Eiffel nele.

- O Ninho vai ser bonito? - O garoto perguntou, curioso.

Ao lado dele, Camille pensou um pouco.

- Acho que sim. - Respondeu. - Um lugar calmo e seguro.

- Como a Abadia. - Sylvie finalizou com um sorriso suave em seus lábios. Depois notou que já estavam falando à horas, então deu um beijo na testa de Laurent e outro beijo na testa de Camille, antes de se afastar. - Hora de dormir.

Seguidamente, saiu daquele quarto e fechou a porta. Indo ao encontro de Emile.

Na parte inferior da boate, uma nova mulher cantava para o público que adorava a assistir. Aplausos eram ouvidos, palmas também. Mas o clima cessou quando os guerrilheiros entraram.

Rapidamente a música desligou e a cantora desfez seu sorriso, descendo da sua plataforma com medo.

Continuando a andar, Codron, ía na frente e liderava os seus guerrilheiros pela boate. Sua expressão era neutra quando parou de andar quando deu de caras com Quinn.

- Meus amigos. - O dono da boate falou. - Madame Genet e eu temos um acordo. Minha casa está fora dos limites.

- Não demoraremos. - Codron respondeu. - Estamos procurando um Americano, uma mulher e uma criança. Sabemos que eles estiveram aqui.

Quinn manteve o olhar no do outro Homem, sabendo do que ele falava. Mas ficou em silêncio, com um pequeno sorriso.

Codron deu um passo em frente, mostrando sua raiva em seus olhos enquanto falava.

- Eles são Daryl Dixon, Alexia Gaillard e Camille Gauthier.

No andar de cima, Isabelle e Alexia foram ter ao encontro do Dixon, que estava mexendo em sua mochila.

Adentrando em primeiro lugar, a loira olhou para o Homem.

- Daryl. - Ela o chamou. - Precisamos falar.

Ao lado dela, Alexia suspirou em frustração. Não era preciso pedir para falar, bastava o fazer. Daryl estava lá e ía ouvir tudo.

Se aproximando, ela ficou quase na frente da Carriere e lembrou-se da pequena discussão que teve com ele.

- Ouça, me desculpe, eu... não pensei direito. - Ela confessou, vendo Daryl erguer seu rosto. - Foi muito mais do que eu imaginava.

- Eu entendo.

Respondeu, passando pelas duas mulheres e carregando sua mochila num só ombro. Ficando em silêncio.

Alexia e Isabelle logo foram atrás dele.

- Não acredito em coincidências. - A Carriere falou para o Dixon. - Deve haver uma razão para eu voltar a Paris... para vê-lo novamente. Para descobrir a verdade.

Parando de andar, Daryl ouviu cada palavrinha que a loira tinha falado.

No final, deu de ombros.

— Tudo bem, então, de nada. — Falou num tom seco.

Isabelle suspirou em derrota, voltando para trás, deixando Alexia e Daryl, e caminhando sozinha para encontrar Sylvie. Ou até mesmo as crianças.

Notando, Alexia moveu negativamente sua cabeça e olhou para ele.

— Não seja assim. — Ela falou, chamando a atenção do Homem para si.

— Você não precisa de mim mais. — Retorquiu, olhando para Alexia. — Você tem todas essas pessoas aqui cuidando de você. Você vai ficar bem.

Ficando em silêncio, ela sentiu um nó na garganta se formar. Mas engoliu o choro ao perceber que ele tinha intenções de ir embora. Naquele momento, naquela hora e sem se despedir.

— Não quero que vá. — Ela finalmente respondeu. — Ela vai ficar triste se você for embora.

— Faça alguma coisa.

— Você não entende. Eu também vou ficar triste. — Ela confessou, seus olhos sorrindo em lágrimas. — Você é meu esquentadinho.

— Não faça isso. — Ele quase pediu, desviando o olhar para não a ver. — Não torne isso difícil. Apenas tome conta de Camille. Se for para mentir, Isabelle pode o fazer. Ela é boa nisso.

Baixando seu rosto, ela continuou a falar.

— Isabelle nunca contou a Laurent sobre seu nascimento porque foi horrivel. — Contou, fazendo uma pausa, mas depois voltando a falar. — Eu sei que foi horrível. Estava com ela. Mas isso não quer dizer que apoio o que ela está fazendo.

A ouvindo, ele ajustou a mochila em seu ombro direito e olhou para ela.

Estava esperando.

Quando levantou novamente a cabeça, com seus pensamentos e palavras organizadas, ela voltou a falar.

— Tudo foi horrível. A forma como Lily morreu e como Laurent nasceu. — Disse, num tom de pena e tristeza...

— E o que ela vai fazer sobre Quinn? — Ele perguntou, interrompendo a Gaillard.

— Não sei. — Retorquiu, rapidamente. — Mas Isabelle vai ter de contar a verdade. Eu já a avisei. Se ela não contar, conto eu.

— Verdade. Porque ela precisa de parar de mentir para ele. Só assim, que ele vai tomar suas próprias decisões.

Ficando em silêncio, ambos ouviram uma toque na porta de metal.

Olhando para trás, conseguiram ver Laurent e Camille saindo de uma porta aberta. O garoto tinha uma expressão de raiva, sabendo que todos estavam mentindo para ele. Especialmente Isabelle.

Camille estava ao lado de seu amigo, encarando Alexia e Daryl de um jeito desacreditado. Sua boca entreaberta e sem palavras.

— Eu odeio vocês! — Laurent gritou, saindo a correr daquele lugar.

— Espera!

Camille foi logo atrás dele, correndo para ficar ao lado de seu amigo.

Antes que pudessem se mover ou falar algo, o som de tiros chamou a atenção de Daryl e Alexia. Estavam sendo atacados pelos guerrilheiros.

Isabelle não demorou a aparecer, com uma expressão confusa em seu rosto, mas Daryl virou-se rapidamente para ela e Alexia.

— Peguem Laurent e Camille!

Enquanto falavam, Codron, que estava no andar de baixo, acabou os vendo. E então apontou para cima, gritando, fazendo com que todos os seus soldados os seguissem para pegar o Americano e a Gaillard.

˜"*°•.˜"*°• ●•●•●•●•●•● •°*"˜.•°*"˜

)♡ Tudo bem com vocês?

)♡ Laurent percebendo que estavam mentindo para ele 💔

)♡ Daryl e Alexia só falta assumir.

)♡ Deixem o vosso voto e comentário !

)♡ Até ao próximo capítulo <3

。* 🎀 ♡𝐵𝓎𝑒,𝒷𝓎𝑒,𝒲𝒶𝓁𝓀𝑒𝓇𝓈💞♡ 🎀 *。

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