O Despertar Do Dragão.

Door EduardaVictoria9

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"Uma quase morte e um renascimento O despertar do dragão acontece Amor e ódio entrelaçados em caos turbulento... Meer

Capítulo 1- Despertar
Capítulo 2- ''Tarde demais''
Capítulo 3- ''Um último voo.''
Capítulo 5- ''Um monstro não sabe amar''
Capítulo 6 - Doce lar

Capítulo 4- '' VOCÊ NÃO PERDEU NADA!''

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Door EduardaVictoria9


Aemond sobrevoou com Vhagar, aproveitando o voo como se estivesse se despedindo e ele estava, então foi libertador e calmo.
Ele não se arrependeria de ter fugido, pois em si só existia o claro arrependimento de ter matado Lucerys.

Ele não sabia por qual motivo doía quando pensava no sobrinho e ele tentava muito não fazê-lo.
Até porque era culpa dele, sem mais e nem menos.

Aemond estava cansado também de tudo isso, dessa intriga familiar e de viver a vida a custo da expectativa da mãe e do avô.

Quando ele chegou à Pedra do Dragão o dia estava amanhecendo e assim que ele pousou com Vhagar, ainda longe da entrada do castelo e estando na praia da ilha, os guardas já o avistaram e ficaram em alerta, principalmente quando Aemond desceu do enorme dragão e se afastou deste, caminhando a passos lentos até a entrada e sendo prontamente barrado pelos guardas sem mostrar qualquer resistência que fosse.

Ele não disse nada ao ser arrastado para dentro e levado para Rhaenyra. Aemond foi jogado no chão sem cuidado algum ao ser colocado diante da presença da meia irmã e ele sequer se mexeu ou levantou o olhar, permanecendo ajoelhado no chão.

Passos lentos e pesados foram ouvidos e Aemond teve seus cabelos agarrados e seu rosto erguido para cima, finalmente ficando frente a frente com a face raivosa e sombria da meia irmã.
Rhaenyra parecia enlouquecida ao vê-lo ali, diante dela, sem nenhuma resistência.

— Como você ousa...— a voz da meia irmã sempre foi usada de maneira polida, suave para com os filhos e com o restante das pessoas era sempre séria e elegante. Mesmo com seus irmãos, ela nunca usou de um tom de desprezo e sempre manteve a classe, mesmo com as intrigas óbvias. Agora, Rhaenyra usava do tom mais desprezível possível, sentindo nojo de ver Aemond ali, em sua frente, assim como ódio genuíno. — Você é um lixo.

Ele não respondeu e quando Rhaenyra lhe deu um tapa forte, o fazendo virar o rosto. Aemond ficou se sentindo incapaz de retrucar e sequer teve vontade alguma para resistir, porque era verdade, ele realmente era um lixo, um dos piores.

Rhaenyra não se contentou apenas com um tapa e desferiu outro, repleta de ódio e com uma força incomum.

— Eu perdi minha filha e meu filho por causa de vocês, pela ambição e inveja de — Rhaenyra dizia num tom revoltando e Aemond ergueu o olhar para ela e isso apenas a fez rir, em descrença. — E você ainda aparece aqui, com essa cara de arrependido?! Lucerys era um mensageiro! Arrax era um dragão inexperiente! Você sabe o que fez? Sabe, Aemond? Valeu a pena pela porra do seu olho você ter matado meu doce menino com um dragão de guerra!?

Rhaenyra amava todos seus filhos e sempre deu o seu melhor para criá-los e não se arrependia um único dia de ter tido filhos tão incríveis. Lucerys era seu doce menino e havia partido de forma tão horrenda que partia o coração da Rainha.
Ela perdeu tanto seu filho querido, quanto a filha que estava gerando.
Em menos de uma semana, Rhaenyra perdeu dois de seus filhos e seu trono.

Lucerys não era um Velaryon, mas morreu bravamente sobre o mar.

— Eu não quis... Eu...— Aemond começou a dizer e parou, vendo como Daemon adentrou o cômodo e foi rápido em sua direção e ele mal conseguiu continuar a falar qualquer coisa antes de ganhar um soco do Targaryen mais velho, grunhindo e caindo no chão.

Daemon realmente sabia dar um soco como ninguém e derrubou facilmente Aemond no chão.
E o caolho prateado não revidou, apenas se deixou ficar no chão, sendo agredido sem dizer qualquer coisa ou sem reclamar, nem mesmo de dor.

— Você vai desejar ser morto, seu  merda — Daemon disse entre dentes, visivelmente irritadiço e louco.

— Eu vim aqui para ter minha punição, Daemon. Não vou fugir da responsabilidade dos meus atos impensáveis — Aemond disse ainda deitado no chão, grunhindo um pouco pela dor em sua face. — Não espero que vocês me perdoem.

— Ótimo, porque é tudo que você nunca terá. Nosso perdão e misericórdia — Daemon disse bufando, erguendo novamente o caolho atirado no chão e o fazendo se manter ajoelhado diante de uma Rhaenyra quieta e furiosa.— O que você quer fazer, por agora?

— Leve-o imediatamente para prisão e o faça clamar pela morte — foi a ordem da Rhaenyra e Aemond se manteve com os olhos no piso, sem encará-los  diretamente. — Vou ir atrás do que é meu por direito. E você vai ver isso acontecendo, Aemond. E não poderá impedir nada.

Aemond não disse nada, nem se sentiu no direito de implorar por misericórdia. No fundo, ele esperava que sua morte ou a tortura que sofreria fosse o suficiente para acalmar Rhaenyra e seus familiares, mesmo que isso não fosse o suficiente e nem que trouxesse Lucerys de volta.

E ele foi levado para uma prisão, deixado sem blusa e descalço, com os tornozelos e os braços acorrentados por aço, fazendo com que Aemond ficasse em pé com os braços para cima, como um animal prestes a ser despenado.
A posição era ruim e cansativa, totalmente desconfortável e Aemond esperava por isso, então ele não estava preocupado e nem temia por sua vida, afinal sabia que não morreria tão fácil.

Realmente não seria tão fácil morrer.
E ele já esperava sessões de torturas, porque Daemon era, bem, Daemon.

Aemond ficou parado, em silêncio, até um guarda vir e jogar contra ele um balde de água fria apenas para deixá-lo estremecendo ali, novamente, saindo e deixando o Targaryen sozinho.
E ele queria estar sendo machucado, porque assim não teria tempo para ter pensamentos.

Os pensamentos eram ensurdecedores, deixando Aemond num mar de culpa, arrependimento e dor.
Ele não sabia porque agiu da maneira que agiu e sabia que não deveria ter feito nada, ele apenas tinha que ir até a Casa Baratheon, conseguir ou não o apoio e ir embora.
Só que quando ele viu o sobrinho chegando, com seus cabelos escuros e cacheados, seu olhar astuto e confiante.

Algo chamou a atenção do Targaryen e ele tentou não pensar muito sobre o que significava.
Desde muito cedo, ele sempre teve essa obsessão inútil e tóxica com Lucerys.

Ele tentava pensar que era por causa do maldito olho, mas nem ele conseguia se convencer disso tão facilmente.
Aemond não estava nem aí para vingança, nem para o olho arrancado dele naquela época.

Ele tinha ganhado Vhagar, afinal.
E isso foi a causa do fim, para ele e para o sobrinho.
O começo e o fim, parecia ser algo feito pelo destino.

・⁠۝・ 

Lucerys estava exausto e faminto, poderia facilmente comer por três pessoas, mas ele não pediu por comida e tampouco fez corpo mole. Ele realmente precisava de dinheiro para sair daquela aldeia e ir embora.
E não poderia simplesmente ir de apé, pois levaria dias a mais no percurso.

O tal Martin, o dono do bar, realmente parecia alguém bom e no fim do dia, mesmo que Lucerys não tivesse pedido por nada, por medo de receber a menos e demorar mais tempo ali, não tinha comido nada e mal havia bebido água.
O garoto lavou e lavou, limpou mais do que um dia pensou possível e realmente se sentiu grato pela vida que levava antes disso tudo.

O dono do bar serviu uma porção generosa de pão e alguns peixes, mesmo que o pão estivesse duro como pedra, Lucerys comeu com alegria e agradecimento em seu olhar.

— Então rapaz, você é um daqueles bastardos Targaryen? — perguntou Martin suspirando, se sentindo com pena e curioso sobre o garoto com cabelos prateados que comia tão desesperadamente que era quase melancólico de se ver. — Você pode comer devagar, tem mais comida. Por conta da casa, já que você é meu empregado temporário.

— Você é muito gentil, obrigado — Lucerys disse sorrindo, após mastigar e engolir a comida como um desesperado. Ele sentiu o rosto avermelhado pelos modos. —  Sou. É... Sou um bastardo e quero ir em busca da minha herança.

Martin deu uma risada e se serviu de vinho, parecendo admirado e divertido também, provavelmente não achava possível que um bastardo fosse realmente atrás de herança e títulos. Bem, o mundo era assim, no final das contas.

Você só precisava ter os meios certos e assim, poderia crescer na vida tal como um nobre.

— Admiro a coragem, garoto. — Martin deu uma risada e serviu um pouco de vinho para o garoto prateado, que recebeu sem muitos problemas. — Qual daqueles loucos é seu pai?

— Daemon Targaryen — respondeu Lucerys após um momento em silêncio. Não fazia realmente mal dizer desta forma.
E Martin realmente caiu na risada com isso.

— É, acho que dá para entender. — Martin disse ainda rindo, parecendo divertido com a conversa. — Apenas cuidado para não sumir. Acho que eles não devem gostar muito de pessoas como você, que aparece e exige algo.

— Você acha isso dos Targaryen? — perguntou Lucerys em dúvida, encarando o homem a sua frente com curiosidade.

— Bem, eu não me importo. E duvido muito que minha opinião sobre eles também importem — Martin disse dando de ombro. — É uma droga essa guerra, mais não há o que fazer.

— O culpado são os verdes — resmungou Lucerys sem se conter, fazendo o homem rir.

— Acho que a guerra torna os dois lados culpados, seja como for. — disse o dono do bar sabiamente, deixando o olhar cair novamente no rapaz jovem. — Você é jovem ainda, mais deve ter em mente que a guerra prejudica muito mais do que apenas lados. São pessoas e muitas delas morrerem.

Claro, o lado negro não tomou partido na guerra até então, só que agora estavam reagrupando seus aliados para invadir a capital. E tudo isso por causa de Aemond, que mudou a sorte e a vantagem dessa guerra pelo trono.

Não que Lucerys soubesse. 

・⁠۝・ 

Passou dois dias e Lucerys se sentia meio a vontade ali, ainda que estivesse louco para voltar para sua casa e seus familiares. O dono do bar já havia pagado a ele as moedas e ele apenas estava esperando o transporte sair da aldeia, seria algum tempo por terra e isso chateava o Velaryon, mais não tinha muito o que fazer, pelo  menos ele encontrou uma carona para Pedra do Dragão e isso era muito para quem mal tinha sobrevivido e perdido um dragão.

"A sorte estava realmente boa" Lucerys pensava com otimismo, ignorante do andamento da guerra e de Aemond.

Lucerys tentava viver um dia de cada vez, porque ele era muito ansioso e isso só tornaria as coisas mais complicadas de conviver. Então, ele viveu aqueles poucos dias calmamente, sendo educado e gentil, passando o mais despercebido o possível e coletando dinheiro com seu trabalho árduo no estabelecimento. Muitas das pessoas que ia naquele local era bêbados, mas havia pessoas realmente educadas, apesar de tudo.
Lucerys parecia enxergar as coisas de uma maneira diferente, mais madura e vívida. Afinal, ele quase morreu e aprendeu a realmente aproveitar os instantes vivo, tal como uma benção, mesmo com dores de cabeça que vinham e ia embora de repente.

Talvez fosse sequelas da queda, quem sabe?

Enquanto Lucerys aproveitava seus dias, como pequenas férias clandestinas.
Aemond estava sendo mantido como prisioneiro, privado de dormir por longas horas, de água e de comida.

Aemond não reclamou ou falou nada, nem quando começaram a chuta-lo e soca-lo. Às vezes eram os guardas e outras vezes era Daemon.

Hoje tinha um convidado especial na cela, pelo visto.
Aemond viu o príncipe Jacaerys adentrar aquele cômodo com fogo no olhar, passos rápidos e pesados.
A feição de desagradável e o nítido ódio, assim como o nojo, estava estampado na face do  Velaryon mais velho e Aemond não sentiu nada, nenhum tremor e vontade de se explicar.

Não adiantava se explicar.
Ele era um monstro mesmo.

— Você sabe como é podre? O que tinha na cabeça ao... Lucerys, ele nunca te fez nada além desse maldito olho. Você queria tanto assim vingança? — Jacaerys parecia irritado e mencionar o nome de Lucerys o fazia estremecer, visivelmente perdendo o controle ao se aproximar frente a frente com o Targaryen. — Valeu a pena? Pelo visto não, se não, não estaria com o rabinho entre as pernas.

— Não importa o que eu diga a vocês. Nunca me ouvirão — Aemond murmurou, sem se importar em se manter posturado.  Ele estava em pé há tanto tempo. — Não, não valeu a pena.

Jacaerys o socou, fazendo Aemond fechar o olho com força e grunhir. O tapa-olho foi retirado dele, como a blusa de seu corpo e ele estava tremendo de frio naquele local.
Seu peitoral esculpido já tinha marcas roxas pelos socos nada gentis dos seus outros visitante, acrescentar mais um hematoma na cara não era realmente importante.

A pedra do olho dele foi retirada também, por Daemon.
Foi algo dolorido, mas Aemond estava acostumado com essa dor e só ofegou com a pedra sendo arrancada de seu olho.
Ele parecia realmente um monstro desta forma, todo bagunçado, com sangue seco no rosto pelo seu olho, hematomas pelo rosto e peito, além de ter levado alguns chutes na pernas, afim de deixá-lo ajoelhado, mesmo que as correntes não deixassem ele sequer se abaixar direito.

Era para ver se conseguiam quebrar as pernas dele, Aemond presumia.
Talvez a forma de tortura deles fossem só assim, mesquinhas.
E ele não dormiu, apenas ficou ali, com os olhos abertos e sendo obrigado a fazê-lo.

De hora em hora, uma guarda chegava com um balde frio e tomava nele, deixando Aemond completamente úmido e propício a ficar doente.
Mesmo se ele estivesse acordado, ainda sim, ele teria o balde sendo derramado sobre ele, de qualquer forma.

Um soco e Jacaerys pareceu se revoltar, se afastando novamente entre arfares altos, como se tentasse organizar seus pensamentos e respiração.
Aemond manteve a cabeça abaixada, sem emitir qualquer som além o da respiração.

Aemond esperava que Aegon não cometesse uma loucura.
Já bastava ele como louco, no fim das contas.

— Seu irmão convocou Daemon para vê-lo. — Jacaerys disse em um tom enojado, como se qualquer menção aos tios fosse um insulto para ele e era, afinal. Aemond o encarou, tentando encara-lo, porém seu olho estava roxo e inchado de tantos socos. — Seja lá qual é o plano de vocês, não adiantará e vocês vão perder.

— Não sei se você não percebeu, mais eu já perdi tudo e sinceramente não me importo se vou morrer, Jacaerys —  disse Aemond repleto de neutralidade que isso quase fez Jacaerys o socar novamente, apenas para ver se ele teria uma reação do tio caolho visivelmente derrotado. 

—  VOCÊ NÃO PERDEU NADA! —  gritou Jacaerys completamente enraivecido e de certa forma com razão. Aemond não sabia porque ele disse aquilo, ele de fato não tinha nada para perder e não perdeu.  —  Você vai apodrecer nessa merda de cela!

Aemond já estava conformado em ser o saco de pancada, então não se abalaria com isso.
Implorar ou não pela morte não fazia o menor sentido para o Targaryen, até porque ele era um prisioneiro. 

De que adiantaria chorar e implorar pela morte?
É muito mais fácil apanhar e não gastar energia com coisas tão triviais quanto viver ou morrer, porque não importava se ele queria ou não. Ele ia morrer e aceitou isso com tanta naturalidade que era surpreendente.

Aemond realmente não queria matar Lucerys Velaryon, mas ele estava disposto a ser punido  e morto por tal feito.
A pior parte não era ser torturado ou morrer, e sim, a dor em seu peito.


*** 

OPA

Como vai pessoal?

O que estão achando da história? 

Espero que estejam gostando.

Aemond vai sofrer o bixin, acontece né.

Lucerys aproveitando os dias como pobre.
Vendo como é ser gente como a gente, que lindo.

Até logo!

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