Capítulo 4- '' VOCÊ NÃO PERDEU NADA!''

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Aemond sobrevoou com Vhagar, aproveitando o voo como se estivesse se despedindo e ele estava, então foi libertador e calmo.
Ele não se arrependeria de ter fugido, pois em si só existia o claro arrependimento de ter matado Lucerys.

Ele não sabia por qual motivo doía quando pensava no sobrinho e ele tentava muito não fazê-lo.
Até porque era culpa dele, sem mais e nem menos.

Aemond estava cansado também de tudo isso, dessa intriga familiar e de viver a vida a custo da expectativa da mãe e do avô.

Quando ele chegou à Pedra do Dragão o dia estava amanhecendo e assim que ele pousou com Vhagar, ainda longe da entrada do castelo e estando na praia da ilha, os guardas já o avistaram e ficaram em alerta, principalmente quando Aemond desceu do enorme dragão e se afastou deste, caminhando a passos lentos até a entrada e sendo prontamente barrado pelos guardas sem mostrar qualquer resistência que fosse.

Ele não disse nada ao ser arrastado para dentro e levado para Rhaenyra. Aemond foi jogado no chão sem cuidado algum ao ser colocado diante da presença da meia irmã e ele sequer se mexeu ou levantou o olhar, permanecendo ajoelhado no chão.

Passos lentos e pesados foram ouvidos e Aemond teve seus cabelos agarrados e seu rosto erguido para cima, finalmente ficando frente a frente com a face raivosa e sombria da meia irmã.
Rhaenyra parecia enlouquecida ao vê-lo ali, diante dela, sem nenhuma resistência.

— Como você ousa...— a voz da meia irmã sempre foi usada de maneira polida, suave para com os filhos e com o restante das pessoas era sempre séria e elegante. Mesmo com seus irmãos, ela nunca usou de um tom de desprezo e sempre manteve a classe, mesmo com as intrigas óbvias. Agora, Rhaenyra usava do tom mais desprezível possível, sentindo nojo de ver Aemond ali, em sua frente, assim como ódio genuíno. — Você é um lixo.

Ele não respondeu e quando Rhaenyra lhe deu um tapa forte, o fazendo virar o rosto. Aemond ficou se sentindo incapaz de retrucar e sequer teve vontade alguma para resistir, porque era verdade, ele realmente era um lixo, um dos piores.

Rhaenyra não se contentou apenas com um tapa e desferiu outro, repleta de ódio e com uma força incomum.

— Eu perdi minha filha e meu filho por causa de vocês, pela ambição e inveja de — Rhaenyra dizia num tom revoltando e Aemond ergueu o olhar para ela e isso apenas a fez rir, em descrença. — E você ainda aparece aqui, com essa cara de arrependido?! Lucerys era um mensageiro! Arrax era um dragão inexperiente! Você sabe o que fez? Sabe, Aemond? Valeu a pena pela porra do seu olho você ter matado meu doce menino com um dragão de guerra!?

Rhaenyra amava todos seus filhos e sempre deu o seu melhor para criá-los e não se arrependia um único dia de ter tido filhos tão incríveis. Lucerys era seu doce menino e havia partido de forma tão horrenda que partia o coração da Rainha.
Ela perdeu tanto seu filho querido, quanto a filha que estava gerando.
Em menos de uma semana, Rhaenyra perdeu dois de seus filhos e seu trono.

Lucerys não era um Velaryon, mas morreu bravamente sobre o mar.

— Eu não quis... Eu...— Aemond começou a dizer e parou, vendo como Daemon adentrou o cômodo e foi rápido em sua direção e ele mal conseguiu continuar a falar qualquer coisa antes de ganhar um soco do Targaryen mais velho, grunhindo e caindo no chão.

Daemon realmente sabia dar um soco como ninguém e derrubou facilmente Aemond no chão.
E o caolho prateado não revidou, apenas se deixou ficar no chão, sendo agredido sem dizer qualquer coisa ou sem reclamar, nem mesmo de dor.

— Você vai desejar ser morto, seu  merda — Daemon disse entre dentes, visivelmente irritadiço e louco.

— Eu vim aqui para ter minha punição, Daemon. Não vou fugir da responsabilidade dos meus atos impensáveis — Aemond disse ainda deitado no chão, grunhindo um pouco pela dor em sua face. — Não espero que vocês me perdoem.

O Despertar Do Dragão.Where stories live. Discover now