O Despertar Do Dragão.

Capítulo 3- ''Um último voo.''

Lucerys estava nervoso ao adentrar a água, mergulhar e buscar a saída, afinal estava fria de bater os dentes e o garoto se sentia fraco demais para tanto esforço, mas era isso ou a morte e ao menos ele tinha que tentar, não é?

A passagem era apertada e só os Deuses sabem o quanto Lucerys rezou em seus pensamentos para não ficar preso e morrer ali, atolado nas pedras e afogado, pois seria uma morte completamente tosca e vergonhosa.

Ele seria incapaz de ver qualquer um de seus parentes na vida após a morte, se morresse desta forma.

Contudo, deu tudo certo e Lucerys conseguiu ultrapassar a passagem, mesmo que sentisse as pedras arranhando seu corpo pelo espaço estreito. Quando Luke saiu daquele buraco, quase infartou ao constatar que estava no meio do mar e que deveria nadar alguns bons minutos até costas, se quisesse sobreviver e não ser comida para nenhum bicho aquático.

Ele odiava estar dentro do mar, pois não podia saber o que tinha ou nada abaixo dele e isso lhe causava um pânico quase insuportável, afinal ele deveria amar o mar e suas misteriosas aventuras, mas sendo sincero, Lucerys odiava a sensação de estar num local como o mar, principalmente quando não conseguia sequer raciocinar direito.

Ele começou a nadar, tentando usar toda velocidade possível, mesmo que seu corpo estivesse pesado e cansado cada vez mais. O garoto Velaryon se recusou morrer ali, principalmente quando ele deveria ter morrido na bendita queda do céus.

"Me nego morrer afogado no mar" Lucerys pensou com raiva, nadando rapidamente e com todo ódio e esforço em seu ser.

Foi cansativo, mas não impossível.
E ele conseguiu chegar na costa, se permitindo ficar deitado na areia encarando o céu nublado.
Ele sabia que deveria se levantar e buscar um local confiável para transmitir notícias para sua mãe, mas ele não podia ser pego pelo lado verde e ele sequer sabia onde estava exatamente e quanto tempo demoraria para chegar na Pedra do Dragão, isto é, se chegasse inteiro.

Lucerys não sabia explicar o porquê de estar com os cabelos brancos, os olhos dourados e visivelmente diferente do garoto que partiu como mensageiro.

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Aemond nunca fez tanta loucura como agora, mas ele sabia que deveria fazer isso o mais rápido possível, mesmo com os avisos de Aegon para ficar quieto e esperar.
Ele conseguiu atacar furtivamente dois guardas na troca deles, fingindo estar com sede e pedindo para trazerem água, o que deu uma abertura na porta no momento exato que Aemond precisava para ataca-los e fugir.

Ele obviamente não matou ninguém, apenas deixou desacordados.
E como em seu aposento não havia passagens secretas, ele teve que se aventurar pelos corredores escuros e se esquivar de possíveis servos e guardas, afim de não causar tumulto e não ter que atacar ou ameaçar ninguém para sair em paz daquele lugar.

Se alguém perguntasse para Aemond o que ele estava fazendo, ele sequer saberia o que dizer, sendo bem sincero.
Ele não estava nem aí para essa guerra e nem para quem se sentaria ou não no trono. O que importava a ele era a segurança de seus irmãos e sobrinhos, apenas isso e se Rhaenyra pudesse garantir isso a ele, Aemond nunca ousaria fazer nada contra a meia irmã.

Ele não deveria ter deixado seus sentimentos imaturos ganharem, nem essa obsessão idiota ganhar a melhor dele. Aemond estava arrependido e estava indo se entregar para seus carrascos.

Ele não queria pedir clemência, nem piedade. Aemond sabia que não tinha direito de pedir nada, pois ele mandou seu sobrinho, mesmo que fosse através de uma perseguição infantil e completamente imatura; impensável.

A situação da casa Targaryen nos últimos anos era um caos, afinal era óbvio a divisão de lados desde o segundo casamento de Viserys, este que morreu sem sequer pensar que o reino tomaria tal direção. Uma guerra, por um trono que já havia sido decidido há anos.
Aemond tinha ressentimentos de seu sobrinho, Lucerys, pelo olho que foi tirado de si e deixado para lá, como se aquele ferimento e cicatriz em si não importasse o suficiente.