Leonardo Siqueira 💪🏽
Luanne, depois que viu a Tatiana encarando a gente, ficou estranha. Sei que elas eram próximas, mas namoral, sou solteiro, pô. Nem um momento disse que está envolvido com alguém, com a garota lá.
Siqueira: Vamos passar na Rocinha antes, tem algum problema?
Luanne: Não... - Ela arrumou a mochila nas pernas. - Posso saber o que vamos fazer lá?
Siqueira: Só pegar um pacote pro Malote. Bagulho rápido...
Ela concordou. Luanne resolveu ligar o som e eu fiquei de marola ali só escutando as músicas que ela colocava. Depois de um tempo, chegamos na Rocinha.
Abaixei o vidro do carro.
- Que isso, Siqueira! Tempão que não brota aqui!
Siqueira: Cadê o chefe? Vim a mando do Malote.
- Ainda. Libera aí! Passa o rádio pro chefe, pode ir lá.
Concordei. Acelerei o carro e meti o pé. Logo tava na praça, o movimento forte, cheio de pessoas. Olhei para a Luanne que apresentava atenção que cada parte.
Siqueira: Tá com fome? Quer ir jantar em algum lugar, ou podemos comprar um lanche pra nós aí na barraca. Garanto que o bagulho é bom!
Ela olhou para a barraca. Meu olhar caiu no beco, onde está uma manos encarando o carro.
Luanne: Podemos pedir um lanche, tô morrendo de fome. - Concordei e estacionei o carro por ali. Logo descemos, arrumei a pistola na cintura e enfiei o celular no bolso.
Siqueira: Vem cá, Luazinha... - Ela andou até mim e eu tirei um dinheiro do bolso. - Compra lá pá nós... Vou ali no beco pegar o pacote, bagulho rápido.
Luanne olhou para trás e concordou.
Luanne: Não demora... - Concordei e beijei sua testa. Luanne saiu indo até a barraca e eu fiquei observando até ela chegar lá.
Luanne Araújo 📖
Luanne: Oi... Boa noite. Me ver dois hambúrguer completos, por favor.
- Boa noite. Batata frita também? - Concordei. - Qual queria os sabores dos refrigerantes?
Luanne: Pode ser um refrigerante de um litro mesmo. Hum... Fanta laranja.
- O preço muda um pouco... Por conta do refrigerante.
Luanne: Tudo bem.
- Qual seria a forma de pagamento?
Luanne: Dinheiro.
Depois de pagar a moça, me virei e olhei para o outro lado da rua. Siqueira está conversando com alguns caras. Olhei para as mesas e me sentei em uma vazia, não tão longe da barraca.
Desbloqueei meu celular e fiquei mexendo.
- Não tem lugar não, mona! Olha, tá cheio! Bora pedir e esperar e ir embora! - Ergui a sobrancelha vendo duas meninas.
- Ah, não! Não vim até aqui e pra voltar no mesmo instante não! Porra, moço! Ainda falei pra nós lugar e pedi!
Luanne: Oi... - Chamei a atenção dela. - Vocês podemos sentar aqui. Eu vou pegar os lanches e ir embora mesmo.
Elas me olharam em silêncio e depois se olharam.
- Tem certeza?
Luanne: Sim...
- Beleza, vai lá, Clara! Vou me sentar, minha pernas estão doendo! - A garota saiu. - Moradora nova? Nunca te vi por aqui..
Luanne: Ah... Não. Estou de passagem, estou com meu... É... Ele tá resolvendo uma coisa e eu vi comprar um lanche. Tava com fome... - Sorri para ela que riu.
Nathalia: Me chamo, Nathalia!
Luanne: Luanne...
Nathalia: Bom, não vai comer aqui?
Luanne: Não...
A outra garota voltou e se sentou.
- Pô... Tá lotado hoje.
Nathalia: Promoção, pô. Clara, essa é a Luanne. Só tá de passagem. Luanne, essa é a Clara.
Luanne: Tudo bem?
Clara: Você é linda... - Ela sorriu e sorri envergonhada.
Luanne: Obrigada...
Ficamos conversando ali por um bom tempinho. Até meu lanche chegar embalado.
Luanne: Só tenho uma filha. Ela tem seis meses e graças a Deus ainda não está dando trabalho!
Nathalia: Mulher! - Ela riu. - A minha é o terror, sério! Principalmente na escolinha, tu é doido!
Clara: Dizem que a melhor parte é quando é recém- nascido.
Luanne: Ah... Eu não vejo assim, sabe? Acho que todas as partes é a melhor. Até porque eles crescem, vão aprendendo, a gente ensaiando, então... Cada coisinha é a melhor parte!
Clara: Eu também penso assim!
Sorri. Logo sentir uma mão no meu ombro, olhei para o lado vendo o Siqueira. Sua cara não está nada boa.
Clara: Si...
Siqueira: Vamo embora! - Franzi o cenho sem entender o tom de voz sério. - Anda, Luanne...
Me levantei e olhei para as meninas.
Luanne: Bom... Amei conhecer vocês.
Às duas olhavam estranho, o que de deixou comfusar.
Siqueira: Já pagou? - Concordei. Ele pegou as coisas. - Te espero no carro.
Ele saiu sem ao menos me deixar fala algo.
Luanne: É... Desculpa por isso... Não sei o que deu nele.
Nathalia: Está tudo bem... Homens são assim mesmo. - Riu sem jeito e logo cutucou a Clara que ainda encarava algo atrás de mim.
Clara: É... - Ela sorriu amarelo e desviou o olhar.
Luanne: Bom... Obrigada pela conversa, amei conhecer vocês. Agora eu preciso ir...
Elas concordaram e eu acenei.