INTERE$$EIRA ━ palmeiras

ellimaac द्वारा

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━━━━━ ❝Puta, vagabunda, interesseira, sem talento, forçada, sem graça.❞ 𝐈𝐒𝐀𝐁... अधिक

𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐂𝐀𝐒𝐓
𝟎𝟎 | 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎
𝟎𝟏 | 𝐏𝐀𝐂𝐈𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀
𝟎𝟐 | 𝐂𝐇𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟑 | 𝐀𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟒 | 𝐒𝐎𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒
𝟎𝟓 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎
𝟎𝟔 | 𝐁𝐄̂𝐁𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟕 | 𝐀𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐎𝐘 𝐏𝐀𝐏𝐈
𝟎𝟖 | 𝐒𝐔𝐀 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟗 | 𝐂𝐎𝐌 𝐎 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀?
𝟏𝟎 | 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐙? 𝐀𝐍𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟏𝟏 | 𝐔𝐌 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟏𝟐 | 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀̃𝐄
𝟏𝟑 | 𝐋𝐈́𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂𝐎𝐒
𝟏𝟒 | 𝐀𝐆𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟏𝟓 | 𝐃𝐎𝐑 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀
𝟏𝟔 | 𝐓𝐈𝐍𝐈, 𝐓𝐈𝐍𝐈
𝟏𝟕 | 𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎
𝟏𝟖 | 𝐆𝐈𝐍𝐄𝐂𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐒𝐓𝐀
𝟏𝟗 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐉𝐔𝐍𝐈𝐍𝐀
𝟐𝟎 | 𝐁𝐀𝐑𝐂𝐄𝐋𝐎𝐍𝐀
𝟐𝟏 | 𝐅𝐔𝐒𝐎 𝐇𝐎𝐑𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟐𝟐 | 𝐃𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟑 | 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄́𝐍𝐒
𝟐𝟒 | 𝐃𝐄𝐂𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍𝐄𝐒
𝟐𝟓 | 𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒
𝟐𝟔 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀
𝟐𝟕 | 𝐍𝐎𝐕𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟖 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀
𝐛𝐨̂𝐧𝐮𝐬 (𝐢𝐧𝐬𝐭𝐚 𝐞 𝐭𝐭)
𝟐𝟗 | 𝐆𝐎𝐒𝐒𝐈𝐏?
𝟑𝟎 | 𝐌𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐈́𝐃𝐎
𝟑𝟏 | 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐓𝐀 𝐕𝐈𝐀𝐆𝐄𝐌
𝟑𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐑𝐎𝐍𝐀𝐍𝐃𝐎
𝟑𝟑 | 𝐑𝐄𝐂𝐎𝐌𝐏𝐄𝐍𝐒𝐀
𝟑𝟒 | 𝐄𝐑𝐑𝐎𝐒
𝟑𝟓 | 𝐅𝐀𝐂̧𝐀 𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑
𝟑𝟔 | 𝐀𝐋𝐋𝐈́ 𝐄𝐒𝐓𝐀́
𝟑𝟕 | 𝐒𝐄𝐔 𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐎
𝟑𝟖 | 𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎
𝟑𝟗 | 𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎𝐒
𝟒𝟎 | 𝐃𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆𝐎
𝟒𝟏 | 𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐀𝐃𝐀
𝟒𝟐 | 𝐒𝐄𝐔 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟒𝟑 | 𝐄𝐒 𝐋𝐎𝐂𝐎
𝟒𝟒 | 𝐏𝐀𝐏𝐀𝐈𝐒
𝟒𝟓 | 𝐓𝐇𝐎𝐌𝐀𝐒 𝐂𝐑𝐀𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀
𝟒𝟔 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐀𝐆𝐀𝐁𝐔𝐍𝐃𝐀
𝟒𝟕 | "𝐏𝐎𝐑 𝐕𝐎𝐂𝐄̂"
𝟒𝟖 | 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎
𝟒𝟗 | 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐊𝐀𝐒
𝟓𝟎 | 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀
𝟓𝟏 | 𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 𝐈𝐃𝐄𝐀𝐋
𝟓𝟐 | 𝐄 𝐀 𝐂𝐀𝐍𝐉𝐈𝐂𝐀
𝟓𝟑 | 𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟓𝟒 | 𝐏𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑 𝐂𝐎𝐌 𝐄𝐋𝐀
𝟓𝟓 | 𝐅𝐈𝐍𝐆𝐈𝐑
𝟓𝟕 | 𝐒𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐍𝐄𝐂𝐄𝐒𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟓𝟖 | 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐄𝐕𝐎𝐋𝐔𝐈𝐑
𝟓𝟗 | 𝐍𝐎 𝐏𝐔𝐄𝐃𝐎 𝐌𝐀́𝐒
𝟔𝟎 | 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀 𝐍𝐎 𝐋𝐔𝐆𝐀𝐑
𝟔𝟏 | 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟔𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐀 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐋𝐓𝐄𝐈𝐑𝐀
𝟔𝟑 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟏
𝟔𝟒 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟐

𝟓𝟔 | 𝐍𝐄𝐒𝐒𝐀 𝐅𝐀𝐑𝐒𝐀

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ellimaac द्वारा

ISABELLA
São Paulo — Allianz Parque
quando todos já foram embora, e agora só as famílias estão reunidas no CT à espera dos jogadores

EU QUERIA NÃO SENTIR CIÚMES.

Mas ela está ali. Bem ali, conversando com a Stephany, mulher do Zé Rafael (por quem agora eu peguei total ranço e espero, do fundo do meu coração, que esteja mesmo se divorciando do Zé).

E se a Bruna está aqui, só pode estar à espera de alguém assim como eu e o Tom estamos. E talvez nós três estejamos à espera da mesma pessoa.

— Relaxa, Isa — Pilar me pede assim que nota meu olhar em direção a tal loira lá do outro lado desse estacionamento escuro. — Não demonstra, não deixe que percebam que isso te afeta.

— É — assinto, respirando fundo e abraçando a minha profissão. Está na hora de atuar. Até esfrego as mãos suadas de nervoso na minha calça e ajeito a postura. — Relaxar. Relaxar.

— Exato.

É difícil demais relaxar com ela aqui, puta que pariu.

Saber que isso pode significar alguma coisa está acabando com minha cabeça. MAAAS sou forte em não transparecer meu desconforto.

Ajo naturalmente, falando com as esposas ao meu redor, ficando de olho em Tom e nas outras crianças.

Até esqueço que a tal loira está ali se não fosse o ônibus do Palmeiras estacionar bem a minha frente e isso me trazer imediatamente a realidade.

Os jogadores começam a descer e a se juntar com seus familiares. E assim acontece com a gente quando meu melhor amigo sai daquele ônibus e vem até nós.

Ele está tão acostumado com essa nossa nova situação que só precisa suspirar antes de começar a atuar também.

— Oi — Piquerez força um sorriso e rapidamente acomoda a mãozona na lombar de Pilar, puxando-a pra perto e depositando um selinho nos lábios dela. — Tienes cámaras por aquí?

Ele sussurra e como estou do lado consigo ouvir também.

— Não. — Respondo por Pilar que está fingindo felicidade ao agarrar os ombros de seu namorado e rir que nem uma boba apaixonada. — 'Tamo livre. Mas seus amigos de equipe também precisam acreditar nessa farsa.

Principalmente por eles serem um bando de fofoqueiros e por terem presenciado aquela briga no campo de um dos treinos onde Raphael deu um soco na cara de Piquerez quando ele descobriu sobre o que eu e que seu amigo temos. Ou tínhamos, é difícil dizer o que tenho com eles agora. Apenas relações vazias para tratar questões complicados que nos metemos por sentir demais.

— Hum — ele resmunga, tentando sorrir de novo e abraça mais forte Pilar. Estou tão acostumada com toda essa demonstração de afeto dos dois em público que nem sinto mais ciúmes. — Estás cheirosa, hein, Pilar. Porra.

— Valeu — ela se solta dele e olha para mim. — 'Tô tentando me enquadrar nesse perfil de mulher de jogador, mas não fazia ideia que custava tão caro.

Se ela estiver se inspirando nas marias chuteiras que vivem em peso naqueles camarotes do Allianz (umas até ficando com os jogadores casados do time), então sim, terá que investir muito bem em acessórios caros e perfumes importados.

— Não sou a maior inspiração pra ninguém — digo com pouca ênfase e ainda mantendo a voz baixa. — Estou sempre largada com uma camisa maior do que eu no corpo, sem maquiagem e fazendo apenas minha função de mãe e torcedora.

— E ainda sim — Pilar sorri, aproximando o rosto para poder falar ainda mais baixo e apenas eu a escutar —, conseguiu fisgar o coração de dois deles.

Sorrio do que diz. Fisgar é uma palavra muito forte. Posso dizer que coloquei os dois no maior caos que eles poderiam ter na vida. Agora em relação ao coração deles e aos sentimentos, só Deus para dizer. No momento, minha relação está de mal pra pior com ambos. E um deles já até me esqueceu se contarmos com a presença da ex lá do outro lado.

— Sem intenção alguma — acrescento, entrando na onda. — Foi o Tom o real causador desse caos.

— Ele gosta de causar grandes confusões — Pilar caça meu filho pela rodinha de crianças e eu rapidamente faço o mesmo. — Tipo o que 'tá fazendo agora.

Tom estava tentando colocar o pobre do Murilo nos ombros. Já faço uma careta sabendo o que aquilo irá virar se continuarem com a brincadeira. Ainda bem que Clarisse foi rápida em impedi-los, dando um ótimo sermão no Murilo que saiu correndo pra longe aos risos e ainda levou Tom junto.

— Devemos ir atrás dele? — Pilar se questiona.

— Não — nego com a cabeça, sem me preocupar. — Daqui a pouco ele 'tá aqui querendo o pai dele.

O qual ainda não desceu do ônibus.

Instintivamente estou olhando na direção dela de novo, a vendo atenta observando a porta do ônibus, a espera dele. Meu coração se aperta mais forte no peito.

— Nós podemos ir, entonces? — Piquerez pergunta a sua "namorada". — Te dejo em casa.

— Vamos. Tchau, Isa — Pilar se despede de mim, mas rapidamente nota minha cara amargurada de quem ficará sozinha na presença de Bruna Santana. — Quer que eu fique até ela vazar?

— Ela quem? — Joaco pergunta, olhando especialmente pra mim, tentando me decifrar. — O que aconteceu, rubia?

— Disfarça — Pilar pede, arrumando não sei o que na camisa dele só para disfarçar. — É que a dita cuja está lá do outro lado esperando por alguém. E talvez esse alguém seja exatamente quem a Isa espera.

E não é que o cara mais discreto do mundo não vira o rosto com tudo na direção de Bruna sem qualquer pretensão em disfarçar.

— No puedo crer — puto, ele cerra os punhos e fica sério. — E es assim como quiere librarse de los problemas, aquele imbecil?

— Ainda não sabemos se ela veio aqui por causa dele.

— Estás brincando? — Ele me olha com raiva. — No sejas tonta al pensar que ela viria aquí por otra razón que no seja Raphael Veiga.

— Fala baixo — peço, temente de que alguém nos escute. — Até então é tudo suposição.

— É miesmo? — Joaco debocha, sorrindo de canto, mas o olhar possuído de ódio ao erguer o queixo, indicando a mulher do outro lado. — Entonces como explica aquilo?

Olho para ela e me deparo com um abraço muito íntimo, carinhoso, afetuoso. Muito coisa de casal e isso me queima de ciúmes.

Veiga está sendo abraçado por ela. Sinto minha respiração se prender e algo esquisito se contorcer dentro de mim enquanto imediatamente desvio o olhar.

— Que merda — Pilar reage, pressionando os lábios. — Veiga é muito burro.

— Huhum — é como consigo reagir a essa tremenda palhaçada, enquanto minha mente se tortura pensando em tantas coisas que meu coração mal consegue aguentar. Porra, parece que levei um soco bem no meio do peito.

— Sério? — Joaco olha para mim para ter certeza de alguma coisa que não sei. — Te vas a ficar ahí parada?

— O que você quer que eu faça? — Pergunto, incrédula de ele realmente achar que eu devo me manifestar para interromper a interação desses dois. Por mais que me doa, eu não tenho o que fazer.

— Ele es tu noivo e, por más que ahi no há cámaras, ainda es traición! — Piquerez está sério, irritado e claramente incomodado do que vê. — Se tengo que bancar o mentiroso e o "papá", esse hijo de puta también. Cuál es? De beijinhos e abrazos arriba de la ex? Me erras, carajo.

— Eu não tenho o que fazer — repito. — Ele é livre.

— Ô caralho! — Piquerez fala que nem brasileiro. — Ninguém desta familia es libre de verdade más.

— Vou ter que concordar com o Piquerez — Pilar intervém. — Estamos tentando nos livrar de polêmicas e o Veiga me vem com uma dessas. Não dá, né?

— Eu sei — concordo com ela. — Só que eu não posso fazer nada se ele quer ficar com a ex. Eu só... é...

— 'Tá — Piquerez cerra os punhos. — Deja comigo. Voy a acabar com isso ahora.

E sem que eu nem veja mais, ele já está caminhando em direção a Veiga.

Puta que pariu, que merda esse maluco vai fazer?

Rapidamente o sigo, com medo de que acabe fazendo uma besteira. Já estou pronta para impedi-lo e segurá-lo, mas algo dentro de mim quer que ele continue. Que faça seja lá o que está planejando. Só quero que ele acabe mesmo com essa palhaçada e, de certa forma, me vingue.

— Hola — Piquerez força um sorriso ao se aproximar o suficiente dos pombinhos.

Bruna, que estava com as duas malditas mãos no maldito peito de Raphael, ergue o olhar inocente para encarar o uruguaio, sem entender aquela intromissão indesejada até perceber de quem ele está acompanhado. Quando a maluca me olha, pronto, ela sabe o que está rolando e o que pretendo fazer, mesmo que quem esteja agindo é meu parceiro de crime, vulgo Piquerez.

— Mas o que...

— Licença aí — Joaco pede, interrompendo a fala da quenga, sem um pingo de gentileza na voz. — Preciso desse imbecil ahora.

Veiga só tem tempo de franzir o cenho antes de Joaco o agarrar pelo braço e o puxar para longe. Raphael tenta protestar, mas suas palavras morrem no fundo da garganta quando seu amigo de time o joga com força na parede de trás do CT e o pressiona contra os tijolos.

— Estás tentando arruinar tudo, carajo!??

— Quê?? — Veiga faz uma careta de dor. — Me solta, porra!

— Te soltar? — Joaco está possuído, bufando de raiva, trincando os dentes e se contendo pra não começar a espancar o amigo. — Creo que lo que tengo que arrebentarte para ver si volta tu cerebro pro lugar!

— Calma, Piquerez! — Peço, puxando o pelo braço, com medo de que realmente comece uma briga. — Você já o afastou da Bruna, 'tá tudo certo agora. Não precisamos de briga e nem que as pessoas percebam.

— A Bruna continua lá — informa Pilar que está de vigia —, acho que ela vai embora. Se... não estiver esperando você.

— É claro que ela não 'tá me esperando.

— Estás brincando, porra?? — Piquerez o empurra com mais força contra a parede. — Estás tentando arruinarlo todo?

— Eu não fiz nada — Raphael tenta se defender. — Eu só desci da porra daquele ônibus.

— Tengo cara de idiota??

— Piquerez — o puxo dali a força e o separo de Veiga, evitando de uma vez que uma pandaria se inicie. — Já chega. 'Tá tudo bem agora.

— Tudo bem?? — Piquerez fica puto ao olhar para mim. — Isabella, carajo! Ele estaba abrazado com a Bruna cuando está comprometido contigo e todos aquí lo saben. Carajo!! No puedes estar tan calma com isso.

— Pode apostar que eu não estou nada calma, eu só... — respiro fundo, sentindo meus ombros pesarem e meus olhos arderem. — Eu só não quero brigar.

— Ótimo. — Ele dá de ombros e faz uma cara de irritação. — Se é o que quer.

— Vocês estão confundindo as coisas — Veiga rapidamente se pronuncia e sinto sua mão quente tocar em meu braço gelado. Odeio esse contato fisico. Odeio, inclusive, o fato de ele estar na minha frente agora. Não quero olhar pra cara desse infeliz. — Isabella, me escute...

— Me solta — rapidamente me desvencilho de seu toque e dou um passo pra trás. — Converso com você depois.

— Não é o que parece, eu juro que não é...

— Eu disse que converso com você depois! — O interrompo e ele rapidamente se cala em obediência. — Já causou bagunça o suficiente. Vamos embora.

— Por favor — Piquerez bufa, dando as costas pra gente, pegando na mão de Pilar e vazando.

Sinto uma sensação estranha de estar sozinha com Raphael, mas sequer fico ali para encarar a cara de cão arrependido dele. Apenas me afasto, vou atrás do meu filho e caminho até o carro.

Prendo Tom na cadeirinha e como uma boa noiva me sento no banco ao lado do meu futuro esposo como se a vida fosse uma maravilha e ele não estivesse se agarrando com a ex poucos minutos atrás.

— Isabella, eu...

— Não vamos conversar sobre isso com Tom presente, Raphael — digo de imediato antes que ele comece a se explicar, Tom escute e entenda o que não deve entender. — Vamos embora.

— Eu não sei porque ela estava aqui.

Viro o rosto na direção dele e repito com a voz ainda mais firme:

— Vamos embora — é uma ordem clara e objetiva. — Em silêncio.

Veiga me encara e eu odeio ter que manter o contato visual para que ele possa entender que não estou pra conversa. Meu coração dói em ter que sustentar o olhar, em me esforçar para não expor o quanto isso está me doendo. Eu só quero ir pra casa e colocar meu filho pra dormir. Só. Os outros problemas que fiquem pra depois.

Veiga compreende, ainda bem, olha pra frente e liga o contato.

Partimos em completo silêncio. Até Tom, que sempre é tão falante, está exausto demais para puxar um papo com seus pais.

Quando chegamos no meu prédio, meu filho está capotado no banco de trás. Veiga nem precisa pedir ao sair do carro e pegar o menino no colo. Já foi o tempo em que eu era forte o suficiente para aguentar esse menino. Estar grávida só diminuiu as minhas forças.

Não questiono e muito menos recuso a ajuda.

E em silêncio subimos até o meu apartamento.

Em silêncio, entramos.

Em silêncio, ele coloca o menino na caminha dele.

E em silêncio nos vimos parados de frente um para o outro na minha sala.

— Eu não convidei ela — já vai logo se explicando. — Sei que parece o contrário, mas, acredita em mim, não converso com ela há meses.

— 'Tá — digo com pouco entonação, mesmo que meu coração peça pra gritar e botar pra fora tudo que me dói. — Mesmo se tivesse, que diferença faz, né? No fim, nada disso é real. Nunca te proibi de ser livre, a questão é ser discreto.

Não sou eu que estou falando. A Isabella que está completamente amargurada, permanece dentro de mim, intocada. E isso faz com que meu coração doa ainda mais.

— Hum — Veiga assente, rapidamente desviando o olhar. — Não vai querer conversar, então?

— Eu... — mordo a língua, engolindo todas as minhas palavras. Engolindo tudo que eu tenho a dizer. Não vale a pena pedir uma justificativa. Não vale a pena me estressar. Não quando não temos nada pra valer. Isso aqui, esse noivado, não é real. Ele está no direito de seguir em frente e ficar com quantas garotas e Brunas ele quiser. — Deixa quieto, Veiga.

— Tem certeza? — Não consigo responder. — Você parece bem incomodada. Fala para mim o que sente e a gente resolve isso.

— Não tem o que resolver.

Me arrependo na hora de falar isso. Temos muita coisa pra resolver. Muitas. Mas eu seria tão hipocrita de cobrar algo dele pelo qual nem eu sou capaz de fazer e transparecer. Estou vivendo de relacionamentos secretos e casinhos. Não posso reclamar ou exigir que não faça o mesmo.

— Você quer que eu vá embora? — Ele insiste, claramente incomodado com isso também.

Fecho bem a boca e faço questão de manter os olhos fixos no piso abaixo de mim.

— Ok — Veiga entende como quer e ouço seus passos se distanciando.

Vai embora. Só vá embora. Me deixa com essa cabeça barulhenta e...

Não. Não é isso que quero. Não é mesmo. Eu preciso extravasar. E é o que vou fazer, mesmo que no fim eu saia como a hipócrita.

— É fácil pra você, né? — Começo a falar, o fazendo parar de andar e virar o rosto pra mim de novo. — É fácil sempre voltar pra ela como se não tivéssemos que fingir.

— Fácil? — Ele fica sem entender. — Fácil seria se não tivéssemos que fingir.

— E aí você poderia ficar com ela. — O lembro e meu peito dói tanto que é como se alguém estivesse empurrando uma faca pra dentro de meu coração. — Mas relaxa. Logo logo isso acabará e aí você enfim será livre. Exatamente como no passado como foi com Tom. O bebê só precisa nascer.

— Não é isso que quero.

— Você não tem que querer nada. Você sabe o caos que a gente se encontra e o que falam sobre nós. Só precisamos limpar a nossa barra.

— A custo do que? — Ele fica nervoso. — Hein?

Sinto meu rosto queimar, meus olhos arderem e meu coração palpitar tão forte que estou quase me encolhendo pela dor que isso me causa.

— Você quer arruinar tudo, Veiga?

— Tudo o quê, Isabella? — Ele mantém a voz calma, mas seu olhar está gritando e eu estou conseguindo compreender o que fala através daquele sentimento tão intenso exposto. — Não foi você que disse que nada disso é real?

— É real para quem não sabe a verdade.

— Eu estou... — ele soca o ar, trincando os dentes — estou cansando de mentiras.

— Não temos outra escolha! — Bufo, irritada. — Você sabe que não temos. A gente só precisa seguir com a porra desse casamento. É tão difícil pra você? Caralho! Não consegue ficar longe dela? Estamos noivos!

— Não tem nada a ver com a Bruna. Nunca teve a ver com a Bruna.

— 'Tô começando a achar que tem tudo a ver com ela.

— Esse é o problema, Isabella — ele me olha bem nos olhos —, você sempre acha errado.

— Então o problema sou eu?

— Não foi isso que eu disse.

— Sinto muito, Veiga. Por ter te colocado nessa situação — dou uns passos pra frente enquanto minha voz fica cada vez mais amarga e meus olhos se enchem de lágrima —, por te prender em algo mentiroso. Por acabar engravidando. Por ficar com seu amigo. Sinto muito por estragar tudo!

Sem conseguir aguentar mais levo uma mão ao peito e deixo as lágrimas caírem. Mas a dor se estende por todo meu corpo me obrigando a segurar a barriga, inclinando o corpo pra frente e morder a língua para não gemer de dor.

— Isabella — Veiga toca em minhas costas, preocupado. — Você precisa descansar.

"Eu 'tô bem..." é o que penso em dizer, para que ele se afaste de mim e vá embora.

Mas meu corpo está tão sedento, tão dolorido e carente que eu faço totalmente o oposto. Eu deito a cabeça no peito dele e puxo com força o ar para dentro dos pulmões. Buscando não só oxigênio como um pouco de conforto.

Estou exausta. Meu corpo. Minha mente. Tudo está frágil e cansado demais.

Veiga me puxa pra perto até conseguir me pegar no colo. Não compreendo muito bem as coisas depois disso. Apenas fecho os olhos e sinto quando ele me coloca na cama. Me aconchego no meu travesseiro e no meu edredom e fico ali até a calma vir seguida de um sono tranquilo que é o que eu realmente preciso.

E AÍ, MEU AMORES?

Time nenhum tá tendo paz nessa fanfic. Uns apanham daqui, outros apanham dali. Mas é o estágio que a fanfic está mesmo. Não vai levar muito tempo para as coisas FINALMENTE se acertarem e a Isabella tomar uma decisão.

DIGAM AQUI quem deve ser o ENDGAME, e porque?

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