Ops, Lacei o Amor! • JJK+PJM

By wooyjk

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「 EM ANDAMENTO 」 Após ser despedido do emprego, Kim Namjoon encontra uma maneira de recomeçar, ou melhor dize... More

⚠️AVISOS⚠️
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By wooyjk

E aí?? Cêis tão bem??

Quase que não sai esse capítulo, eu estava entrando em desespero porque tudo estava dando errado, meu bloqueio foi embora e ai meu notebook deu problema. Mas já tá tudo certo e resolvido. 🙏🏼🙏🏼

Bom, não esqueçam da estrelinha aqui embaixo, vius? E por favor, comentem muitão! É a melhor maneira de vocês apoiarem um autor aqui no larajinha.

Qualquer erro estou à disposição.

Boa leitura!💜

Alguns dias tinham se passado desde o acontecido e Jungkook já estava consideravelmente bem. Faltou na escola pelo resto da semana, ficou em casa durante aquele tempo e viu Jimin e Taehyung pouquíssimas vezes. Não conseguia agir diferente, não quando o que mais queria fazer era se esconder debaixo de seu edredom.

Durante as férias, fez terapia com Eliza de maneira online e com a volta da rotina, voltou a frequentar o consultório da terapeuta. Era o primeiro dia desde as férias e depois do acontecido assustador. Em meio ao tempo que tinha começado a conversar com Eliza, falar sobre a parte dolorida de seu passado era um tópico delicado e que estava sendo trabalhado com cautela, mas devido a situação, Jungkook acabou se soltando um pouco mais, deixando escorrer uma lágrima ou outra e olhando para a porta com frequência, como se estivesse receoso de que alguém fosse entrar à qualquer momento.

― Estou orgulhoso de você ― Namjoon falou, assim que chegaram em casa. ― Sabe, eu estava com medo de você não conseguir ir ver a doutora na cidade.

― Me esforcei um pouco. Eu confesso que quis voltar assim que passamos da porteira. ― Jungkook fechou a porta da camionete e arrumou o moletom no corpo. ― Não entendo, pai, não sei porque estou desse jeito. Da última vez eu consegui me reerguer mais rápido. E olha pra mim, falando disso como se fosse algo comum que vai e vem. Como se já estivesse esperando pela próxima vez.

― Talvez seja porque isso te pegou desprevenido. Fazia muito tempo que não acontecia, tanto é que todos nós achávamos que ela tinha desistido. E outra, você estava mais feliz do que nunca, aquilo foi um tombo completamente inesperado.

― É, a doutora disse algo semelhante. ― Suspirou. ― Mas já estou melhor, sair um pouco hoje foi bom, eu acho. Quero voltar pra escola, poxa, as aulas mal voltaram. Uma parte de mim não aguenta mais ficar presa em casa e a outra ainda está querendo criar raízes no quarto.

― Você tem vários amigos do seu lado na escola, os professores, seus colegas e tem o seu namorado. Vai ficar tudo bem. Se você se sentir seguro e confortável, pode fazer uma tentativa de ir na segunda. Qualquer coisa me liga e eu corro pra te buscar.

― Pode ser. ― Sorriu, subindo os pequenos degraus da porta da mansão.

― Goo? ― chamou, atraindo a atenção de Jungkook mais uma vez. ― Sei que é complicado, mas ele está realmente preocupado. ― Apontou para Jimin caminhando próximo do quiosque ao lado de Meeko. ― Vocês passaram menos tempo juntos do que o normal essa semana. Beto me disse que ele mal está dormindo.

― Eu vim sendo um péssimo namorado nesses últimos dias, né? ― Apertou os lábios, observando Meeko empurrar Jimin com a cabeça, fazendo o moreno rir.

― Não diga isso. Você está passando por uma situação ruim e ele sabe disso perfeitamente. Acredite, ele não está te culpando por isso, só está preocupado com você.

― É. ― Umedeceu os lábios e desceu os degraus mais uma vez. ― Vou conversar e ficar um pouquinho com ele. Volto daqui a pouco.

― Tudo bem. ― Namjoon sorriu simples e entrou na mansão.

Em meio aos passos na direção de Jimin, Jungkook abraçou o próprio corpo, quase como um receio involuntário. Seu coração palpitou mais forte no momento em que os olhos de Jimin encontraram os seus, reparando em sua chegada. O moreno se afastou de Meeko e enfiou as mãos no bolso da calça, esboçando um sorriso sem expor os dentes.

― Oi… ― Jungkook tomou a iniciativa assim que parou de frente para o moreno.

― E aí? Tá tudo bem? Como foi na cidade? ― perguntou, visivelmente interessado e um tanto preocupado.

― É, foi bom. E sim, tô bem, na medida do possível. ― Apertou os lábios.

Jungkook respirou aliviado no instante em que seu corpo foi puxado e se chocou contra o de Jimin em um abraço. Rapidamente retribuiu o contato, tateando as costas do moreno com precisão até aconchegar os braços na cintura. Inalou o cheiro dos fios escuros na medida que os beijos de Jimin se espalhavam pelo seu rosto.

― Não estou bravo com você. Caso esteja pensando nisso, sabe? ― Jimin esclareceu, expulsando um risinho. ― Apesar de não fazer o mínimo sentido.

― Eu não faço sentido, para começo de conversa. ― Os dois riram. ― Ainda assim, eu queria ter falado mais com você nos últimos dias.

― Não sinta culpa, cherry. Tá tudo bem. ― Se afastou para beijar Jungkook brevemente. ― Mas confesso que senti a sua falta.

― Eu também senti ― confessou em meio aos selinhos. ― Bom, mas podemos esquecer os últimos acontecimentos por um momento? Quero pensar em outras coisas e fazer outras coisas.

― Claro! ― Jimin se animou. ― O que acha de fazermos algo juntos? Fazer um passeio? Sei lá, subir em árvores? Pular de um penhasco? Fazer um teste de resistência trancados com o Clementino dentro de uma sala? Se pegar no cantinho? Não sei, só quero passar um tempo com você, não importa as circunstâncias.

― São opções intrigantes, a do Clementino me desperta uma curiosidade, mas a de se pegar no cantinho me atrai mais.

― Sabia que iria falar isso. ‘Cê não perde uma mísera oportunidade.

― É o meu jeitinho. ― Riu. ― Mas acho que vou ficar com algo mais tranquilo. Podemos ver isso de pular de um penhasco depois. ― Desceu os olhos para Meeko, que permaneceu ali, apesar da falta de atenção de Jimin. ― Ele cresceu muito, né? Daqui a pouco vira um boi e eu só pisquei.

― Não é?! ― concordou, voltando a olhar para o animal. ― E ele é tão dócil, uma gracinha de tão fofo. Ele é o único bezerro que sua família deixou ficar andando por aqui.

― Cada um com seus privilégios, não é Meeko? ― Acariciou a cabeça do bezerro e sorriu. ― Hoje cedo tava fazendo um pouquinho de frio, agora esquentou pra caralho, o tempo é todo confuso. E o Teco, hein? Ele foi sair com o Gui, né? ― Puxou as mangas do moletom.

― Sim, ele estava todo animado. ― Levou as mãos para a barra do moletom de Jungkook, o ajudando a puxar para cima. ― Acho que agora vai pra frente, viu?

― Tomara, Deus te ouça! ― Dobrou o moletom e olhou em volta. ― Acho que quero um sorvete. O que acha?

― Já disse, eu quero o que ‘cê quiser. Aliás, minha avó anda preocupada contigo também. Se puder, pode passar lá depois?

― Claro, estou com saudade da vovó. Podemos ir agora se quiser, estou livre.

― Podemos tomar sorvete lá também.

― Olha, só melhora. Só vou colocar uma roupa mais fresca. ― Apertou as bochechas de Jimin com uma das mãos, se divertindo com o bico volumoso que se formou. ― Lindo.

Perdeu alguns meros segundos admirando os lábios cheios e naturalmente vermelhos no biquinho emburrado que cresceu devido à pressão de seus dedos contra as bochechas de Jimin. Afrouxou o aperto suavemente, um tanto perdido naquela boca sutilmente aberta, dando espaço para a ponta da língua deslizar entre a carne labial em um movimento involuntário da parte do moreno.

O simples ato fez Jungkook suspirar.

― Não sei quem está se torturando mais ― Jimin sussurrou, focado nos olhos de Jungkook, enquanto a ponta do polegar do avermelhado deslizava sobre seu lábio inferior de modo singelo. ― Você secando a minha boca com essa cara de canalha ou eu, quase delirando por um beijo seu.

― Nos beijamos toda hora, por que é uma tortura?

― Tem mais sabor quando ‘cê tá me olhando desse jeito.

― Que jeito? ― Subiu os olhos para os semelhantes de Jimin e sorriu.

― Dando uma atenção a mais para alguma parte do meu corpo e me querendo um pouco mais do que o habitual.

― Mas eu te quero sempre e com uma intensidade grande. ― Sorriu.

― E ainda assim você consegue querer mais quando me olha assim. ― Se afastou e negou com a cabeça. ― Se não vai me beijar, eu peço licença, vou te esperar lá em casa.

― É melhor ― concordou e cerrou os olhos, balançando a cabeça de forma positiva.

Jimin riu e se virou, saindo dali com um sorriso desavergonhado e ao mesmo tempo feliz por simplesmente estar perto de Jungkook de novo.

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Taehyung estava perdendo o juízo.

Depois de algumas tentativas frustradas de ter o esperado encontro com Yoongi, o dia finalmente tinha chegado e estava acontecendo. O moreno não tinha ideia de onde Yoongi estava o levando, até tentou arrancar alguma informação, mas não teve sucesso.

― Eu juro que vamos no museu outro dia, como eu te prometi, mas é que eu queria muito, tipo muito te mostrar esse lugar! ― Yoongi falou pela terceira vez no dia.

Os dois estavam no úber, indo para o tão aguardado lugar que Yoongi estava querendo levar Taehyung. A viagem já estava durando alguns minutos, o que colaborou para a ansiedade e curiosidade de Taehyung.

― Já disse, Gui, não se preocupa com isso. Eu já estou feliz por estar saindo com você. Quando ‘cê me disse que queria me levar em um lugar porque se lembrou de mim, me deixou mais animado do que para um passeio no museu.

― Sei lá, vai que tu pensa que eu só quero sair com você para os lugares que eu escolho.

― Eu nem cheguei perto de pensar isso, não se preocupe. ― Virou o rosto para o castanho e sorriu.

Taehyung foi o primeiro a descer do carro assim que o veículo parou perto de uma calçada um tanto movimentada pelas pessoas ali em volta. Deu passos serenos, passando entre as pessoas e analisando o local com atenção. Arregalou os olhos assim que reparou em um imenso quadro de Van Gogh do lado de fora e a decoração repleta de girassóis.

― Exposição das obras do Van Gogh?! ― Virou para trás, encarando Yoongi com precisão. ― Não, calma lá! ‘Cê me trouxe para uma exposição das obras de Van Gogh…

― É, eu acho que eu trouxe. ― Riu da expressão perplexa no rosto de Taehyung. ― Tu gostou?

― Porra! ‘Cê me traz para ver as artes do pintor mais foda do mundo e ainda pergunta se eu gostei? ― Passou as mãos no rosto e puxou os cabelos, respirando fundo. ― Eu estou fora de mim, meu Deus! ― Olhou novamente para Yoongi. ― Como eu não soube desse evento? Como ‘cê ficou sabendo? Por que não me contou?! Eu não estava preparado!

― Eu quis fazer surpresa, oras. ― Deu de ombros e pegou no braço de Taehyung, começando a puxá-lo para dentro do local. ― Quando eu vi sobre esse evento, logo pensei: “meu Deus, o Teco vai amar tanto isso!” E, sabe, eu queria tomar a iniciativa de fazer algo por você. Queria te surpreender.

― Eu estou muito surpreso, acredite! ― Entrelaçou seus dedos involuntariamente assim que alcançou a mão de Yoongi. ― Meu Deus! E-eu estou tão feliz! ‘Cê não tem noção do que fez comigo agora.

― Estou disposto a entender.

― Eu não saberia explicar, de qualquer modo. Eu só consigo sentir. ― Olhou para Yoongi e soltou uma risada alegre. ― Sério, eu tô muito bobinho! Meu Deus, como você consegue me fazer ficar ainda mais apaixonado por você? Olha, eu espero que você se responsabilize pelos resultados que essa sua surpresa causou em mim. Meu coração está quase saindo pela boca.

― Que bom que ficou tão feliz assim.

― Feliz?! Acho que feliz ainda é pouco para definir. ― Passou as mãos no rosto e tampou a boca, um pouco desacreditado de tudo que estava acontecendo. Olhou novamente para Yoongi e suspirou. ― Acho melhor a gente entrar antes que eu me precipite demais.

― Se precipitar? ― Começou andar ao lado de Taehyung.

― Em outras palavras, antes que eu te beije ― falou, rindo dos olhos arregalados e do sorrisinho que cresceu no rosto de Yoongi.

Nada mais foi dito enquanto entravam no local. Yoongi teve que segurar a mão de Taehyung para guiá-lo assim que passaram por algumas cortinas, chegando em um ambiente com luz azul e um painel com diversas flores, relacionada a obra “Amendoeira em Flor”.

― Cara, olha que capricho! ― Taehyung se aproximou do painel, analisando as flores na parede.

Observando a animação de Taehyung, Yoongi pegou o celular, abriu a câmera e tirou algumas fotos do moreno, sem que fosse notado. Analisou os registros, sorrindo com o fato de que a espontaneidade e a felicidade de Taehyung tinham deixado a foto ainda mais bonita.

― Tem uma sala cheinha de girassóis ― Yoongi informou, atraindo um olhar rápido de Taehyung. ― Mas a gente pode ir primeiro na sala educacional, tem mais obras dele lá e com mais informações. Acho que quero escutar tu falando um pouco sobre tudo.

― Eu tô vivendo um sonho que nem sabia que tinha. ― Se aproximou e entrelaçou seu braço com o de Yoongi. ― É o melhor dia da minha vida.

― Como é o melhor se ele mal começou, criatura? ― Os dois riram.

― Os dias ao seu lado são incríveis. Todos eles. Mas estar aqui, em uma exposição com as artes do pintor que eu gosto porque você pensou em mim, é… um sonho. ― Respirou fundo e sorriu mais uma vez, como se tivesse se lembrado de algo engraçado, o que despertou uma curiosidade em Yoongi. ― Um sonho. Se o Taehyung de meses atrás ficasse sabendo que isso está acontecendo agora, ele iria rir e achar isso um sonho, ou um delírio meu. Isso tudo significa muito pra mim. Imensamente.

― Para mim também ― assumiu, sendo o foco dos olhos atentos de Taehyung. ― Isso tudo significa muito para mim também, acredite.

― Eu sei. ― Levantou sua destra até os fios amarronzados recaídos no olho de Yoongi e afastou as mechas sutilmente. ― Conseguir sentir isso em você agora queima tudo em mim, como se fosse apenas um lembrete de que é real e está acontecendo.

― Sentir… isso? ― não deixou de perguntar, confuso.

― Reciprocidade. ― Olhou para suas mãos assim que seus dedos se entrelaçaram.

Yoongi não conseguiu formular uma resposta, apenas deixou ser arrastado por Taehyung para irem para outra sala.

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Ao se aproximar da casa de Jimin, Jungkook reparou em Rosélia e Roberto sentados na grama do lado de fora, plantando algumas mudas de rosas brancas, como gostavam de fazer às vezes. Esperou alguns minutos antes de anunciar sua chegada quando escutou uma discussão boba sobre o ângulo que deveriam plantar a muda.

― Mô, nem deveríamos estar plantando isso aqui de fora, já te disse. Tem espaço do lado de dentro e com menos riscos do Clementino fazer bagunça ― Roberto justificou, concentrado em arrumar o chapéu na cabeça de Rosélia.

― Fica bonito aqui do lado de fora, criatura. Traz uma boa impressão para quem chega.

― Oi, oi! ― Jungkook proferiu, despertando a atenção dos outros dois.

― Goo! ― Roberto se levantou em um pulo e puxou Jungkook para um abraço. ― Que bom que está aqui! Como ‘cê tá, garoto?

― Bem melhor, obrigado. ― Sorriu, realmente feliz em ver as duas figuras que de algum modo fizeram falta. ― Bom, as rosas realmente ficam lindas aqui de fora.

― Viu? Meu genro sabe das coisas. ― Rosélia sorriu orgulhosa. ― Você fez falta, Goo. Que bom que está melhor, meu bem.

― Posso ajudar? ― Apontou para as plantas.

― Vai se sujar, moleque, o Jico já vem. ― Roberto voltou a se sentar no chão ao lado da esposa.

― É só terra, não tem problema. ― Se sentou ao lado de Roberto.

― Já que é assim, pode colocar essa muda nessa cova aí? ― Rosélia apontou e Jungkook afirmou.

― A senhora gosta mesmo de rosas, não é? Brancas são as favoritas? ― perguntou, concentrado em puxar a terra para tapar as raízes da rosa.

― Na verdade ela prefere orquídeas ― Roberto respondeu. ― Se for no fundo da casa, vai encontrar o cantinho dela cheio de orquídeas, suculentas, cactos e umas plantinhas que nem sei o nome, mas ela ama. As rosas ela prefere que fiquem na frente da casa, porque de acordo com ela, fica bonito.

― Ele me conhece melhor do que eu mesma, eu nem me impressiono mais. ― Rosélia riu sem força e negou com a cabeça.

― Claro, tive que fazer uma pesquisa profunda para acertar nas flores. Digamos que ela não queria saber de mim no começo. Eu gostava de dar flores pra ela, mas a reação era sempre a mesma, tipo: hm, obrigada. ― Fez uma expressão tediosa e recebeu uma cotovelada de Rosélia.

― Não me julgue! Eu achava que você estava se aproximando de mim para chegar na minha amiga. ― Deu de ombros. ― Era sempre assim, eu era a ponte, a secretária que ficava levando recados dos meninos bonitinhos para minha amiga e vice e versa. Quando se aproximavam de mim, eram para chegar na minha amiga, então quando o Beto começou a jogar charme pra cima de mim eu pensei que era só mais um interessado na minha amiga protagonista.

― Foi duro convencer essa baixinha do contrário. ― Beijou a bochecha de Rosélia, escutando um resmungo. ― Mas um dia, depois de várias reviradas de olhos e muitas flores, eu resolvi tentar as orquídeas e essa mulher ficou sorrindo igual uma boba olhando para a planta.

― Como se apaixonou, tia Rosinha? ― Jungkook perguntou, interessado pela história.

― Foi demorado. É difícil se entregar a um sentimento tão atrativo depois de tanto tempo sendo a sombra de uma pessoa. Eu pensava: “Será que mereço mesmo isso?” Mas eu tive sorte, felizmente um cara paciente não desistiu de tentar e me fazer entender que sim, eu era merecedora de viver algo bonito. A paciência é a raiz do amor.

― Como dizem, paciência é uma virtude. ― Roberto liberou um riso. ― E o resultado da minha paciência foi um casamento com a mulher que eu amo e dois filhos lindos.

― Falando em casamento, tivemos um casamento lindo, Goo! ― Rosélia expressou animada e nostálgica. ― E o Beto chorou.

― Chorou no casamento? ― Jungkook olhou para o homem e sorriu. ― Que bonitinho.

― Foi um momento emocionante e marcante. Sem dúvidas, um dos melhores dias da minha vida. Chorei no nascimento da Nayeon e do Jimin também, se quer saber.

― Há quantos anos estão casados?

― Vinte e quatro anos ― os dois responderam em sincronia e riram logo depois.

― É bonito ver que continuam tão apaixonados assim. ― Encarou a rosa devidamente arrumada na terra.

― Olha, eu sou suspeita para falar, mas você deu sorte grande também, Goo. O Jimin puxou muito do pai ― sussurrou, como se fosse um segredo e Jungkook riu. ― Ele julga o Beto horrores, mas no final é igual.

― ‘Cêis não tem vergonha de ficar falando de mim pelas minhas costas? ― Jimin apareceu no portão ao lado de Ediluzia. ― Tá vendo, vó? A gente fica longe um pouquinho e isso acontece. E olha só, colocaram meu namorado pra trabalhar.

― Ele que se ofereceu! ― Roberto acusou e apontou para Jungkook.

― Bença, vó. ― Jungkook sorriu para a velhinha ao reparar na aproximação.

― Que bom te ver, Goo, Deus abençoa. ― Ediluzia acariciou os fios vermelhos assim que Jungkook levantou a cabeça para encarar a mais velha. ― Fiquei preocupada contigo, menino. Não mais do que o Jico, que nem dormindo direito tava.

― Qual a necessidade de ficar me expondo toda vez que o cherry vem aqui? ― Jimin liberou um sopro e se agachou ao lado de Jungkook.

― É divertido ― Roberto justificou, recebendo com careta do filho.

― É bom ver a senhora também. ― Fechou os olhos e sorriu assim que Ediluzia beijou sua testa. ― E pode expor mesmo o Jico, meu pai e meus tios ficam me expondo quando ele vai lá em casa. Direitos iguais.

― Foi nessa palhaçada que eu descobri que o Jungkook tinha medo de ir ao banheiro de madrugada e chamava o pai dele para ir junto ― Jimin falou e logo recebeu um empurrão.

― Jimin! Já não bastava você ficar sabendo disso?! Sua família não precisava saber também. ― Jungkook suspirou, com as bochechas vermelhas.

― O Jico usou fraldas até os quatro anos ― Rosélia revelou e Roberto gargalhou alto.

― MÃE?! ― Jimin piscou, tentando esboçar alguma reação.

― Meus tios vão saber disso e a vingança vai ser doce, meu amor. ― Jungkook comemorou feliz e logo deu um sobressalto assim que Jimin cutucou sua costela. ― Cretino.

― ‘Cê não é doido de fazer um trem desse comigo, cherry! Eu te bloqueio por um dia inteiro, canalha! ― Apontou o indicador para Jungkook, um tanto sério, mas que acabou provocando uma risada no avermelhado.

― Amor, você não fica nem uma hora sem me mandar uma mensagem quando estou longe, quem dirá um dia inteiro. Se liga.

― É verdade, ele chora se você ignorar ele, Goo ― Ediluzia concordou, focada em tirar as folhas secas das plantas do canteiro do outro lado.

Jungkook virou o rosto lentamente para Jimin com um sorriso convencido, observando o moreno revirar os olhos e voltar a atenção para as mudas de rosas.

― Vou pegar água para aguar elas ― Roberto avisou assim que se levantou.

― Então esse é o programa tranquilo que planejava? ― Jimin perguntou, arrastando terra para tapar as raízes da muda que Jungkook estava segurando na cova.

― Não, mas não deixa de ser bom. Eu planto rosas bonitas, converso com meus sogros e descubro podres vergonhosos seus. Acho perfeito.

― Muito engraçado, cherry. ― Arrastou um pouco mais de terra para cobrir o buraco e repousou as mãos acidentalmente sobre as semelhantes de Jungkook. O contato fez Jimin levantar os olhos para o rosto de Jungkook, reparando no sorrisinho brilhando nos lábios do avermelhado.

Ainda com as mãos sobre a terra, os dedos de Jimin acariciaram as costas das mãos de Jungkook. Sorriu assim que Jungkook soprou a mecha de cabelo que recaiu sobre o olho esquerdo, na tentativa de empurrar os fios para outro lado. Sem dizer nada, Jimin aproximou seus rostos e arrastou o nariz suavemente pelo rosto de Jungkook, conseguindo afastar a franja.

Se rolar beijo eu vomito ― Ediluzia proferiu com um tom divertido e os dois se afastaram sem jeito.

― Que estraga prazeres, vó ― Jimin resmungou com um riso, não verdadeiramente incomodado.

― Estou só brincando, Jico, sossega.

― Mô, foi buscar essa água no mar? ― Rosélia elevou o tom, olhando para um ponto fixo em busca do marido. ― Anda com isso.

― Meu bem, ‘cê nasceu de nove meses, espera um pouquinho! ― Roberto retrucou e Rosélia bufou.

Não levou nem um minuto para Roberto retornar com uma mangueira derramando água. Um sorrisinho maldoso esticou os cantos de seus lábios assim que fez pressão na ponta da mangueira, atingindo Rosélia com um jato de água.

― Beto?! Molhou o meu chapéu! ― Se levantou com os braços abertos, analisando as vestimentas molhadas. ― Vai rindo, quero ver se vai continuar rindo quando eu enfiar essa mangueira no seu rabo.

― Que mulher agressiva, Jesus. ― Cerrou os olhos e sorriu. ― ‘Cê fica charmosa com essa carranca bravinha na cara, amor. Me amarro.

― Deixa de bobeira e vai aguar as rosas! ― Apontou para as plantas, mas foi atingida novamente por outro jato de água. ― Roberto!

― Ué? ‘Cê falou para aguar as rosas! Estou aguando a minha rosinha, mas duvido que cresça mais, viu?

― Desgraçado! ― Rosélia avançou para cima do marido, começando uma disputa pela mangueira, espirrando água para todos os lados, molhando ambos.

― Ei, pombinhos! Estão fazendo bagunça e espirrando água na gente. ― Jimin apontou para Jungkook de olhos semi abertos por conta das gotículas voando.

Como resposta, Rosélia pegou a mangueira e acertou Jimin e Jungkook com a água, rindo do susto duplo que os dois tiveram. Ediluzia correu para a calçada dentro da casa, ficando longe da disputa dos quatro pela mangueira.

Jimin acabou escorregando devido a rasteira que recebeu de Roberto, indo diretamente para o chão. Jungkook, ainda rindo, ofereceu uma das mãos para o moreno, mas foi puxado para o chão também, causando uma risada em Jimin.

― Cretino, eu tento te ajudar e você me arrasta para a desgraça! ― Se sentou no chão e passou os dedos nos cabelos, empurrando os fios molhados para trás.

― Ninguém mandou rir de mim. ― Liberou uma risadinha e se sentou ao lado de Jungkook, olhando para Roberto e Rosélia, que ainda brigavam pela mangueira.

Sentiu a cabeça de Jungkook repousar em seu ombro enquanto ainda analisavam Roberto abraçar Rosélia por trás assim que a mulher conseguiu tomar a mangueira em meio a gargalhadas espalhafatosas. Rosélia não parecia mais tão preocupada com o chapéu molhado, tão pouco com as rosas que ainda precisavam de água.

Jimin sorriu e virou o rosto para o lado de Jungkook, fazendo o avermelhado se afastar para retribuir o olhar. Era fácil se perder nos olhos de Jungkook quando encontrava alguma oportunidade de fazer contato visual e Jimin particularmente amava encarar aqueles olhos redondos.

― Está me olhando com cara de bocó de novo ― Jungkook brincou e levou a destra para o rosto de Jimin, afastando a franja para o lado.

― Eu amo os seus olhos, cherry. ― Apertou os próprios lábios após um suspiro arrastado. ― Eu realmente amo.

Eu também amo os seus, Jico. ― Alargou um sorrisinho e umedeceu os lábios assim que o rosto de Jimin se aproximou sutilmente, buscando sua boca em um selinho.

O contato não durou muito assim que sentiram chuviscos caindo sobre seus corpos, obrigado-os a se afastarem. Jimin cerrou os olhos para Roberto assim que reparou em seu pai apontando a água da mangueira para cima, colocando pressão na ponta para simular uma chuva.

― O quê? Podem se beijar de novo! A chuvinha é pra gerar um clima! ― justificou e Jungkook riu tímido.

― Esse velho não tem jeito. ― Jimin balançou a cabeça negativamente e riu, sentindo os braços de Jungkook alcançarem sua cintura.

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Depois de um tour minucioso por todas as salas do evento, Taehyung e Yoongi estavam sentados no chão da sala principal, admirando as projeções das pinturas nas paredes e no chão.

Estranhando o silêncio repentino de Yoongi, Taehyung olhou para o lado, observando o castanho concentrado no celular, digitando alguma mensagem. Seus olhares curiosos foram rapidamente notados por Yoongi, que sorriu sem mostrar os dentes e bloqueou a tela do celular.

― Desculpa, estava falando com meu avô. ― Suspirou e enfiou o celular no bolso da calça mais uma vez. ― Fiquei com um pouco de medo de ficar fora de casa por muito tempo e deixar ele lá sozinho.

― Ele tá bem?

― Sim, na verdade acabou de brigar comigo por estar me preocupando sem motivos quando na verdade era para estar te dando toda a atenção. ― Os dois riram.

― Mas eu entendo. No seu lugar eu também ficaria preocupado depois de tudo aquilo.

― Ele está melhor, bem mais disposto até. ― Se concentrou em um ponto fixo na projeção das pinturas. ― Mas ele tem um pouco de razão, eu tenho que dar mais atenção pra você hoje.

― Obrigado por hoje, aliás. ― Virou o rosto para encarar Yoongi. ― Minha ficha ainda não caiu, acho que vou sonhar com tudo isso essa noite.

― Somos dois então. Nunca pensei que fosse gostar tanto de vir em uma exposição de arte.

― Estou te devendo agora. Preciso te levar para ver umas baleias no mar. ― Apesar da seriedade de suas palavras, os dois acabaram rindo. ― Mas é sério, eu quero muito ir ver as baleias com você um dia.

― Eu também quero. ― Sorriu. ― Mas não é pra ficar com medo lá na hora, tá?

― Eu confesso que antes de me aprofundar nesse assunto de baleia, eu nunca cogitaria ir para o mar ver elas de perto, mas agora que conheço mais, se deixar eu saio nadando em cima de uma.

― Palhaço! ― Tapou a boca para abafar a risada. ― Então acho que tenho que me preocupar com você fugindo com as baleias.

― Na dúvida, ‘cê pode colocar uma coleirinha em mim.

― E você usaria? ― Levantou as sobrancelhas.

― Se tiver seu nome nela…

― Tu é muito bobo, Teco, sinceramente. ― Negou com a cabeça, voltando os olhos para as projeções.

Em silêncio novamente, Yoongi umedeceu os lábios e arrumou os óculos no rosto, virando a cabeça lentamente para o lado, reparando em Taehyung sorrindo sozinho para as artes. Nas últimas horas estava virando costumeiro o moreno acabar viajando nos próprios raciocínios enquanto admirava as pinturas, mal notando que estava sendo observado por Yoongi.

Pelo menos até aquele momento.

― Quer me dizer algo? ― perguntou, ainda encarando as pinturas.

― Hm? ― Yoongi piscou e riu fraquinho, pego de surpresa. ― Não, não! Só estou te olhando. Não posso?

― Pode, claro que pode. Acho justo, na verdade, já que te olhei secretamente por cinco anos. ― Acabou rindo, causando a mesma reação em Yoongi, consequentemente espantando o nervosismo do mais novo.

― Sabe, acho que estou quase decorando as palavras daquele livreto que você me deu de tanto que já reli. Poxa vida, esteve na minha cara o tempo todo! Se tivesse me atentado aos detalhes…

― É. Pior que na maioria das vezes eu deixei bem na cara mesmo…

― Olha, na minha cabeça ninguém nunca iria se apaixonar por mim desse jeito. Eu sempre me achei uma pessoa muito sem sal, e na escola eu conseguia ser sem tempero de tudo! Mas ainda assim, você conseguiu ver alguma coisa em mim e aqui estamos nós. ― Deu uma pausa, refletindo sobre as próprias palavras. ― Meu Deus, você se apaixonou por um garoto esquisito que quase não falava um “A”. Isso te torna outro esquisito.

― Ótimo, vamos ser esquisitinhos juntos. ― Deu uma piscadela e Yoongi riu.

Yoongi sorriu pensativo e desceu o foco de seus olhos para a mão de Taehyung apoiada no chão, sustentando o peso do corpo. Quase irracionalmente, deslizou seus dedos pelo chão, trilhando as pinturas que estavam aparecendo ali até repousar sua mão sobre a de Taehyung suavemente. Não precisou olhar diretamente para perceber a cabeça de Taehyung se abaixar rapidamente para suas mãos. Aquilo o fez sorrir e o sorriso se intensificou no momento em que o moreno ajeitou a postura para poder entrelaçar seus dedos sem fazer pressão contra o chão.

Enquanto Taehyung voltava a falar sobre alguma coisa relacionada às pinturas, Yoongi olhou para a mochila do seu lado direito, reparando no zíper aberto e no pedacinho do papel aparecendo do lado de fora. A carta que queria entregar para Taehyung.

Cogitou entregar diversas vezes desde que pisaram naquela sala, mas a coragem era passageira e a desistência constante. Não que estivesse com medo de uma reação negativa de Taehyung, na verdade estava ansioso por qualquer possível reação do moreno. 

Não era bom em se expressar verbalmente, não queria correr o risco de acabar se enrolando e passando uma impressão errada. Por outro lado, queria ter mais confiança para dizer o que queria dizer em alto e bom som. Porque Taehyung merecia ouvir da sua boca depois de tanto tempo esperando por aquilo.

Estava em um caos de indecisão e, no final, se frustrou por não conseguir fazer um e nem outro.

Assim que a exposição acabou, pediram um carro para voltar para a casa de Yoongi. O caminho foi resumido em relatos de Taehyung sobre a experiência, contagiando até o motorista, que acabou entrando na onda do moreno. Yoongi estava inquieto, mas não deixou de admirar o entusiasmo que estava impregnado em Taehyung.

― Não quer descer mesmo? ― Yoongi perguntou, assim que pararam na porta da oficina.

― Não, obrigado, eu vou pra casa do meu pai e depois ele vai me levar pra fazenda. ― Sorriu sem mostrar os dentes.

― Ele está te tratando bem, Teco? ― A preocupação saiu de maneira notável através de suas palavras.

― Ele ainda ignora o máximo possível o fato de eu ser gay, mas não me destrata. ― Suspirou. ― Bom, eu te mando mensagem assim que chegar lá e quando chegar na fazenda, tá?

― Manda mesmo! ― Abriu a porta do carro.

― Obrigado mais uma vez pelo dia de hoje. Me fez a pessoa mais feliz do mundo, de verdade. ― Se apoiou na janela e sorriu.

Yoongi mordiscou os lábios para ocultar um sorriso nos primeiros segundos, até respirar fundo, abrir a mochila e pegar o envelope amarelo. Encarou o papel por um instante, reparando na inquietação que tomou sua mão no momento em que começou a tremer com um frio na barriga. Olhou para a expressão curiosa de Taehyung e ofereceu o envelope, torcendo para o moreno pegar rápido antes que se arrependesse.

― Poxa, eu não te fiz nenhum desenho dessa vez… ― Taehyung lamentou, olhando para o envelope.

― Não é necessário dessa vez. Eu escrevi essa já faz um tempo. Estou te entregando agora. ― Deu alguns passos para trás. ― É… hm, eu acho que vou entrar, sei lá, a-acho que estou um pouco cansado, sabe? Foi um dia cheio.

― Certinho, obrigado! Até mais, bê! ― Acenou assim que o motorista deu partida.

Yoongi sorriu nervoso e acenou de volta, assistindo o carro se afastar. O sopro tenso escapou de seus lábios, junto com um resmungo lamentoso.

― Que droga. ― Passou as mãos entre os fios marrom chocolate, tentando buscar alguma calma para não pensar nos efeitos que sua atitude poderia causar nos próximos minutos, horas ou dias.

No carro, Taehyung não esperou chegar nem na primeira esquina para abrir o envelope e pegar a carta com diversos adesivos fofos que Yoongi insistia em colocar para deixar bonito. E funcionava. Soltou um ar ansioso assim que começou a ler a primeira linha.

“Eu realmente não sei em que momento eu vou te entregar isso e se vou de fato entregar. De qualquer modo, achei que deveria registrar em algum lugar o que estou sentindo agora, e se você está lendo, me desculpa por não ter conseguido falar isso diretamente para você.

Acabei de ler a sua carta no guardanapo e posso dizer que é uma das minhas favoritas. Acredite, um guardanapo nunca teve tanta importância como este tem agora e eu só consigo sorrir, pensando no quão sortudo me tornei no momento em que você entrou na minha vida. 

Meu Deus, eu não consigo parar de ler e reler suas palavras, sentindo um turbilhão de coisas dentro de mim em caos, me fazendo agir como um adolescente idiota apaixonado.

Mas é isso que eu sou. Um um idiota apaixonado.

Um apaixonado que sente o coração acelerar pelos desenhos de baleias, pelas palavras tão bonitas e genuínas, pelos momentos em que me lembro de você e me pego sorrindo verdadeiramente por conta do efeito irreversível que você causou em mim.

E um idiota por te fazer esperar e tentar reprimir tudo por conta do meu medo. Um idiota que acabou de perceber o quanto gosta de você e não consegue parar de sorrir por conta disso.

Meu Deus, eu gosto e sou apaixonado por você, Taehyung.

Você tinha todos os motivos para desistir de mim, mas não fez, porque de alguma forma, você conseguiu ver o melhor em mim através da minha versão imperfeita, cheia de medos e receios. Você ficou do meu lado quando eu mais precisei. No meu momento mais frágil você cuidou não só de mim, mas também da pessoa que eu mais amo no mundo e eu nunca vou achar palavras o suficiente para te dizer o quanto significou para mim. 

Taehyung, uma vez você me escreveu que seu coração é meu. Eu quero que saiba que o meu coração é seu e eu também sou louquinho por você. Completamente.”

Um sorriso desacreditado brilhou nos lábios de Taehyung, exibindo os dentes assim que o primeiro riso feliz escapou.

🍒🐐

Já fazia onze minutos que Yoongi estava olhando para a tela do celular em cima da escrivaninha, nervoso com a possibilidade de aparecer alguma notificação de mensagem, especificamente de Taehyung. Estava sentindo como se tivesse implantado uma bomba, esperando pela explosão que causaria.

Impaciente e nervoso, se levantou da cadeira giratória e começou a andar pelo quarto, dando voltas em círculo. Suas mãos estavam mais geladas do que o normal e sua respiração não conseguia voltar a normalidade a cada segundo que pensava na carta e em Taehyung.

― O que foi que eu fiz? ― Olhou novamente para o celular e estalou os dedos das mãos.

Abaixou a cabeça e apoiou as mãos na escrivaninha, repensando em sua atitude. Antes que embarcasse em mais uma reflexão exaustiva e tensa, escutou clássicas batidinhas na porta, que já estava aberta. Levantou a cabeça com despreocupação, pensando ser seu avô, mas o susto foi inevitável ao se deparar com Taehyung parado ali, com a carta em uma das mãos e uma expressão indecifrável.

― Você… ― Apontou para o moreno, um tanto confuso e pasmo. ― N-não era pra você ter ido…?

― Eu fui, mas tive que voltar. ― Entrou no quarto e ergueu a carta. ― Quis mesmo dizer tudo que está aqui?

― Cada palavra ― afirmou, surpreso com a firmeza de suas palavras e suspirou.

― Até a parte em que ‘cê confessa com todas as letras que gosta de mim e se apaixonou por mim? ― Finalmente voltou a sorrir, acalmando o coração de Yoongi que estava nervoso pela seriedade de Taehyung.

― Principalmente essa parte. ― Ergueu e soltou os ombros, maltratando os lábios com mordidinhas nervosas. ― Eu sei que eu deveria ter falado ao invés de escrever, mas em todos os cenários que eu imaginei isso acontecendo só consegui visualizar uma bagunça de palavras sem fim e… ― Analisou os cantos do quarto até criar coragem para encarar Taehyung mais uma vez. ― É que eu q-quero dizer muito e na hora não sai nada, então achei mais fácil escrever. Eu passei o dia todo tentando te entregar, mas fiquei em um misto de indecisão infernal-

― Se acalma, ‘cê tá quase explodindo de tanto nervoso. ― Taehyung puxou o ar, incentivando Yoongi a fazer o mesmo, causando risadas descontraídas.

― Teco, eu não sou a melhor pessoa tentando me expressar verbalmente. Não parece tão fácil como tu faz parecer. ― Soltou um sorrisinho. ― Mas saiba que isso não deixa meus sentimentos menos válidos.

― Eu sei. Não estou te cobrando uma declaração em forma de discurso, não precisa, eu adorei o que escreveu, não sabe o quanto. ― Olhou para a carta mais uma vez, quase não conseguindo acreditar nas palavras do papel.

― Eu gosto de você ― falou, repentinamente, atraindo os olhos de Taehyung de novo. ― Não preciso fazer uma declaração verbal extensa, mas posso afirmar o óbvio em quatro palavras e que acho que já valem muito pra você. Eu gosto mesmo de você, Taehyung. Gosto muito.

O sorriso no rosto de Taehyung se transformou em um riso feliz, tentando assimilar as palavras de Yoongi. Deixou a carta sobre a escrivaninha e levou as mãos para o rosto de Yoongi, aconchegando as bochechas rechonchudas entre seus dedos longos. Admirou a expressão tímida, que se esforçava para não cortar o contato visual e os óculos que deslizaram para a ponta do nariz.

― Fala de novo… ― Taehyung pediu baixinho, focado nos olhos inquietos atrás das lentes.

― Eu gosto de você, Teco. ― Esticou o canto dos lábios em um sorriso. ― Sou todo bobinho por você.

― Espero que tenha noção do que está dizendo porque eu não vou responder por mim.

― Sou apaixonado por você ― provocou, procurando o limite do moreno.

― Gui…

― Eu quero você como nunca quis ninguém na vida.

― Eu vou te beijar.

― Eu também quero te beijar.

Taehyung retirou os óculos do rosto de Yoongi com cautela, admirando de perto os detalhes faciais que tanto gostava. Deixou a armação na escrivaninha, sem tirar a atenção de Yoongi, reparando no momento em que as mãos do mais novo subiram para sua cintura, lhe dando a liberdade para retornar os dedos para o rosto redondo e puxar para perto do seu, juntando suas bocas.

A união de seus lábios desencadeou reações equivalentes. Não se mexeram nos primeiros segundos, aproveitando do toque singelo e todas as sensações intensas e explosivas que circulavam pelos seus corpos em puro êxtase e euforia. Se afastaram lentamente, provocando um estalinho suave e abriram os olhos, soltando sorrisos sincronizados.

Os braços de Yoongi apertaram a cintura de Taehyung em um abraço assim que os dedos do moreno desceram para sua nuca, provocando um impacto suave de suas bocas com um puxão. Taehyung estava realizando o desejo de beijar Yoongi verdadeiramente assim que tomou a iniciativa de mover seus lábios.

Sem tempo para dar espaço para o nervosismo devido a sua inexperiência, Yoongi optou por acompanhar Taehyung, se entregando à sensação incrível que era ter os lábios do moreno sobre os seus em toque tão macio, quente e carinhoso. Inverteu suas cabeças em direções opostas, não conseguindo evitar um sorriso em meio ao beijo, provocando um comportamento semelhante em Taehyung.

A satisfação de ter o seu primeiro beijo com alguém que realmente gostava trazia conforto para Yoongi. Se pegou imaginando aquele momento com Taehyung diversas vezes e concluir que o moreno imaginou e almejou aquilo por muito mais tempo só o fazia querer beijar Taehyung mais e mais.

Um tanto receoso, abandonou a cintura de Taehyung assim que subiu suas mãos pelo peito do moreno, alcançando o pescoço no momento em que se afastaram para buscar ar. Taehyung sorriu, dedilhou os braços de Yoongi, acariciando a pele macia com as pontas dos dedos, perdido nos fios marrom chocolate bagunçados, nos olhos atentos e na boca rosada liberando uma lufada de ar vagarosa.

― Não foi um completo desastre? ― Yoongi sussurrou, exibindo um tom humorado.

― Não foi um desastre. Nem um pouco. ― Os dois riram baixinho. ― Viu? Eu disse que iria ser o seu primeiro beijo.

― E se tudo der certo, todos os meus beijos serão seus.

― Já deu certo, bê. ― Abraçou Yoongi. ― Eu tô tão feliz… poderia estar gritando e esperneando, mas minha ficha ainda não caiu, então provavelmente vou fazer isso em casa.

― Eu já disse que tu é muito bobo?

― Sou bobo, boiola, baitola por você. Nada novo até então. ― Encarou o rosto do mais novo e sorriu. ― Eu não vou mais te largar.

― Uma hora tu vai ter que ir embora. ― Riu do biquinho se formou rapidamente nos lábios de Taehyung.

― Fala de novo que gosta de mim, vai, por favor ― pediu, com um sorriso imenso que amoleceu o coração de Yoongi, o fazendo incapaz de negar algo ao moreno.

― Eu gosto de você, Taehyung! Eu gosto muito de você! Gosto pra caralho, tá me entendendo? ― Apontou o indicador para o rosto de Taehyung e riu. ― E… eu quero ficar com você.

― Tipo, namorar pra valer?! ― A animação em excesso era inevitável.

― É, ué! Eu gosto de você e você gosta de mim, vamos perder mais tempo pra quê?

― Sei lá, achei que gostaria de levar isso com calma.

― Eu quero levar com calma, mas namorando com você.

― Bê, se ‘cê quiser a gente casa agora e eu não reclamo. Não é problema pra mim. ― Beijou o braço de Yoongi que ainda estava apoiado em seu ombro. ― Poxa vida, perdi a oportunidade de fazer um desenho de baleia para te pedir em namoro.

― Aceito o desenho depois, sem problemas. ― Sorriu. ― Não preciso de um pedido, aliança ou flores. Ter você já é o suficiente para mim. E olha, você esperou por cinco anos e quer esperar mais?

― Eu esperaria muito mais por você se fosse necessário. Quero namorar com você, nossa, ‘cê não tem noção do quanto eu quero. Só não quero que ultrapasse seus limites e tome decisões apressadas para de alguma forma compensar esses cinco anos, sabe?

― Fecha o bico e não fala abobrinha, rapaz! ― Deixou um selinho rápido na boca de Taehyung. ― Não estou tomando nenhuma decisão impulsiva. Já faz um tempo que estou resolvido comigo mesmo sobre isso, só me faltou coragem para chegar em você, sabe? E sobre os cinco anos, vou recompensar eles te dando muitos beijos, carinho e cartas pelos próximos anos agora.

― Parece uma ideia inteligente. ― Balançou a cabeça com um biquinho pensativo, escutando uma risadinha de Yoongi. ― Quer mesmo namorar comigo?

― Eu quero muito.

― Mas ainda vamos selar isso de alguma forma, você que me aguarde. Podemos levar isso como um pré-namoro por enquanto.

― Fechado.

― Só para deixar claro, eu vou precisar de uma boa dose de beijo na boca para conseguir ir embora pra casa.

― Não quero que vá, mas seu pai deve estar te esperando, então vou ter que fazer o bem e te dar uns beijos.

― Estou adorando seu novo jeitinho atacante.

― O pior já passou: consegui falar o que eu sinto por você e meu primeiro beijo não foi um caos. Pelo menos eu acho.

― Seu beijo é doce e diz muito sobre o que ‘cê sente. Me deixou todo coisado. ― Os dois riram. ― Fica tranquilo, bê, já sou rendido pelo seu beijo, tirou de letra. Vou sonhar com esse momento, vai vendo.

Os dedos de Yoongi agarraram a gola da blusa de Taehyung assim que seu rosto se inclinou para frente, beijando o moreno mais uma vez. As mãos de Taehyung rodearam seu corpo na medida que suas cabeças alteravam os lados com mais precisão do que no beijo anterior, mas nada que ultrapasse os limites que Taehyung sabia que existiam.

O corpo de Yoongi estremeceu nos braços de Taehyung assim que suas línguas se encontraram pela primeira vez, aprofundando em um ósculo mais preciso. Os barulhos úmidos e as respirações cortadas ficaram mais recorrentes pelo quarto, vez ou outra acompanhados de risinhos fracos.

― É sem dúvidas, o melhor dia da minha vida. O melhor ― Taehyung falou, ainda de olhos fechados, triscando seus lábios nos semelhantes de Yoongi que ainda estavam tão próximos. ― Você é tudo pra mim. Eu te quero pra sempre.

― Eu também te quero pra sempre. E sempre é muita coisa.

― Estou contando com isso. ― Sorriu e selou seus lábios mais uma vez.

🍒🐐🍒🐐🍒
#LacemOClementino

Mds teve beijinho!!😭😭💙💙💙

Olha, apesar do Teco ser tão gadinho quanto o Jico, as relação dos taegi não vai ter tudoo que os jigoo tiveram por não ser muito a vibe do gui em alguns quesitos, mas não vai deixar de ser fofa. 🤏🏻🐋💙

Queria falar nada não, mas já consigo ver a pontinha do fim... Mas sem alarde, ainda temos um ice berg pra resolver.

Foi isso, até a próxima atualização e que venha o mais rápido possível! Tchau!💕

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