INTERE$$EIRA โ” palmeiras

Por ellimaac

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โPuta, vagabunda, interesseira, sem talento, sem graรงa, forรงada.โž ๐ˆ๐’๐€๐๐„๐‹๐‹๐€ ๐Œ๐€๐‚๐‡๐€๐ƒ๐Ž รฉ uma das m... Mรกs

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Por ellimaac

(diálogo totalmente espanhol, mas escrito em português por falta de tempo em traduzir)

🇧🇷 agosto de 2021
JOACO

EU FINALMENTE CONSEGUI, eu consegui! Vou conseguir vê-la, enfim. Vou conseguir estar presente no mesmo país, estado e cidade que ela. Demorou tanto tempo. Pensei que nunca mais aconteceria. Que eu viveria pelo futebol e sempre estaria distante dela. Mas cá estou eu. No Brasil. Só para estar com ela.

Quando a proposta do Palmeiras chegou, eu não precisei pensar duas vezes. Era o clube que eu almejava, não só por ter uma gestão ótima que irá alavancar minha carreira ao me trazer muitos títulos, como era o clube dela.

Falando assim parece até que Isabella joga aqui.

Não. Ela só sempre torceu para esse time e ainda fez questão de ter um filho com um dos jogadores. Então...

Era o clube perfeito pra me deixar próximo dela. Porra, vir para o Brasil e não vê-la seria doloroso demais. Estando em São Paulo e no mesmo clube então...

Eu só precisei insistir bastante pro meu empresário e pronto. Apresentado no Palmeiras. Um apartamento do ladinho do CT numa cidade bem movimentada e chique. Shoppings bonitos. Bons parques para passear. Fiquei sabendo que estão fazendo até uma roda-gigante.

O lugar é muito bom. Me faz até querer ter filhos só para que eles cresçam aqui e se divirtam. POOORÉM não vim aqui para me distrair. Vim aqui para conseguir ficar com ela.

— Essa sua... — minha irmã começa a falar, se apoiando na parede ao meu lado enquanto hesita ao pensar nas palavras ideias — sua obsessão excessiva é um pouco doentia, não acha?

— E pelo quê estou obcecado? — Pergunto, confuso com suas palavras e com o que está se referindo. — O futebol é meu ganha pão, Camila. Claro que estou focado.

— Eu não estou falando do futebol e você sabe bem disso.

Viro o rosto na direção dela por um momento, enquanto permaneço em silêncio sem coragem para botar pra fora o que ela já está decifrando através de minhas reações, depois olho para meu reflexo no espelho de novo e ajeito a camisa do Palmeiras no corpo. Fico bem de verde.

— Você já falou com ela? — Camila insiste, querendo roubar uma confissão de mim a qualquer custo. — Fiquei sabendo que ela mora duas quadras do CT.

— E daí? — Finjo demência. — Meu objetivo é crescer no Palmeiras, quem sabe virar ídolo.

Minto pior que uma criancinha.

Camila nota. Irmãos mais velhos tendem a compreender os mais novos com muita mais facilidade que o comum. Se eu respirar errado, Camila já sabe que estou aprontando. Já treinei métodos que pareciam eficientes a fim de não ser descoberto por ela, mas nada, repito, NADA me fez me livrar desse chulé.

— Ela já sabe que você foi apresentado, Joaco.

— Sabe!?

Acho que nunca virei o rosto tão rápido.

— Quem te contou? — Abaixo o tom de voz assim que percebo que estou me exaltando. — Quer dizer... pouca diferença isso faz. Cada um no seu canto e pronto.

— Sei — minha irmã sorri de canto. — O filho dela já tem três anos, sabia? Um menininho idêntico a ela.

— Eu vi as fotos. Branquelo e loirinho.

— É — Camila amplia o sorriso e cruza os braços. — Filho do Raphael Veiga, sabia disso também?

Não respondo. Nem preciso. Minha irmã só está me confrontando agora, jogando as verdades na minha cara.

— Seu colega de equipe — acrescenta, se divertindo em decifrar a charada. — Quando que você ia nos contar, hein?

— Contar o quê, Camila? — Evito o contato visual. — Tu 'tá achando demais já. Eu só recebi uma oferta valiosa. A culpa não é minha que acabou... coincidindo uma coisa na outra.

— Uma coisa na outra? — Ela eleva o tom de voz, irritada por eu estar criando uma desculpa esfarrapada. — Ela estar aqui do lado então é uma coincidência, Joaquin?

Não respondo.

— Posso até ter sido idiota em não ter me tocado antes de aceitar essa viagem, Joaquin, mas é impossível agora não saber suas intenções.

— Eu não tenho intenção alguma! — Digo firme, olhando bem pros olhos dela.

Mas é inutil. Camila é mais velha, sempre ganha no contato visual.

— Pare de mentir, seu menino tapado — recebo um tapa na nuca logo em seguida. — Sou sua irmã. Sei quando fala a verdade. Não sou mais uma de suas amiguinhas de cama pra quem tem mania de mentir adoidado.

— Cala boca.

— Anda — ela fica brava. — Me fala logo! Você já falou com a Isabella, sim ou não?

— Não — pra que mentir? Minha irmã já descobriu tudo sozinha. — Ainda.

— Ainda? — Ela abafa uma risada, achando super divertido minha obsessão e insistência em querer ficar com a mesma menina desde os onze anos. — Quais são seus planos, garoto? Hein? Conquistá-la?

Fico quieto, fazendo até um bico de irritação. Cansado dessa conversa e de estar sendo pressionado até contar a verdade. É muito ruim ser pego com a boca na botija.

E minha irmã sabe o que vai ganhar de mim ao me pressionar. Ela me conhece, sabe que não resisto por muito tempo. Minha língua grande vai acabar falando tudo e meus planos vão pro ralo.

— Casar? — Ela pergunta. — Ter filhos e ser uma família perfeita?

— Por que você não me deixa em paz, Camila? — Reviro os olhos. — Acho que você anda assistindo muito dorama, é esse o nome né? Onde o casal sempre acaba junto no final.

— Já faz quantos anos que você sequer a vê? Hum?? — Reviro os olhos de novo. Hoje ela está mais chata que o normal. — Dez? Onze anos?

— Oito — olho bem para a minha irmã. — Faz oito anos.

— Então, cara, oito malditos anos! Vai viver!

— 'Tô vivendo, ô Camila! — Me indico. — Olha pra mim. Primeiro jogo no atual campeão da libertadores. O que mais eu iria querer??

— Você quer uma só coisa agora! — Ela fica nervosa. — E não tem nada a ver com futebol.

— Você é chatona, hein.

— E você é persistente demais, cacete. Não consegue esquecer uma garota só por que ela te rejeitou? Supera isso, Joaquin! Deixa essa menina em paz.

— Eu 'tô no Brasil, Camila. Acha que eu vou simplesmente fingir que a Isabella não está a dois metros de distância de mim?

— Eu estou a dois metros de distância de você! A nossa família! A Tini — meu estômago embrulha só em ouvir o nome dela, ainda bem que não a vejo há um bom tempo. Espero que continue assim. — Nós estamos aqui com você. Sempre estivemos. Então não busque por pessoas que te deixaram a oito anos atrás e nem sequer lembram de você o suficiente para te querer de volta.

Suas palavras tem o efeito que ela desejou ao dizê-las. Me atingem com força. Bem no meio do peito. Fazem meus olhos lacrimejarem porque, querendo ou não, ela tem razão. Isabella não me procurou em momento algum após partir. Ela só... se foi.

E eu fiquei com aquele sentimento sangrando em meu peito. Querendo-a por perto para sermos o que não conseguimos ser, pela idade, pelo tempo, pelo luto. Chegou o momento de reverter nossos caminhos.

Por isso rapidamente afasto o pensamento de sofrimento e todo o sentimento que isso o traz, e abro um sorriso forçado a minha irmã.

— Você não está a dois metros de distância de mim — digo a ela em tom de zombaria. — Talvez cinquenta centímetros.

Camila ri, me acertando um tapa leve no braço.

— Seu tapado!

Camila continua me batendo enquanto tenta colocar na minha cabeça que não preciso da Isabella e que não devo perder tempo focando nela. Fico desconversando o tempo todo e mentindo o quanto eu posso até conseguir enfim me livrar dessa maluca e partir para meu objetivo do dia. Meu primeiro jogo pelo Palmeiras no Allianz Parque.

Jogo importante. Contra um grande rival, o São Paulo nas quartas de finais da Libertadores. Ganhamos. E nos classificamos.

Não tinha atmosfera melhor do que a de um time classificado para uma semifinal da Libertadores em cima de um dos seus maiores rivais. E, porra, eu estou aqui. Que incrível. É muito louco poder ser abraçado pelos caras, todos felizes.

Mas a melhor parte é quando a família é liberada.

E eu vejo quando ela desce.

Meu coração bate mais rápido em finalmente vê-la. Tão perto. Tão diferente. Depois de tanto tempo eu finalmente estou podendo reencontrá-la.

Isabella anda pelo campo de mãos dados com seu pequeno filho que pessoalmente é ainda mais parecido com ela. Ambos sorridentes apesar que o menor está saltitante quando se joga no colo de seu pai.

Não consigo ouvir o que eles falam. Estou longe demais e está muito barulhento aqui.

Mas eu consigo ver o climão que se estende entre a família quando outra loira se aproxima especialmente do Veiga, colocando uma mão no ombro dele e cumprimentando Isabella brevemente com o olhar. Ela sequer fala com o Thomas.

O bom dos caras é que são todos fofoqueiros e eles me informaram que aquela é a Bruna, a atual. Ela veste uma camisa dele. E isso significa muito. Principalmente por Isabella não estar usando uma camisa. Ela usa um sobretudo marrom e uma blusa preta por baixo. Discreta, eu diria. Seu filho que rouba a atenção em estar todo uniformizado.

Tenho certeza que fez isso de propósito. Acredito que Isabella fuja de fofocas o tanto que consegue.

Bruna sussurra alguma coisa no ouvido de Veiga que o faz assentir e dizer alguma coisa pra Isabella. Algo que a deixa infeliz, mesmo que não transpareça. Logo o jogador vai embora com a namorada, levando o filho junto em seu colo.

Isabella respira fundo pela solidão e fica observando-os partir.

Essa é minha deixa.

Sem pensar já estou de frente pra ela.

— Rubia — abro um sorriso tão sincero que me forço pra não chorar de saudade feito uma criancinha só em ver aquele lindo rosto. Por Deus, ela não mudou nada. Continua tão linda que fico até com vergonha. — Quanto tempo.

— Meu Deus, Joaco! — Ela se surpreende, abre os braços e me agarra num abraço tão apertado que eu me esforço ainda mais pra não chorar. — Puta que pariu. Puta que pariu!!!

— É — confirmo, todo feliz. — Puta que pariu.

— Meu Deus — ela me solta só para conseguir me analisar melhor. — Você está tão alto e forte. Olha só o que o futebol fez com você.

Ela aperta meus bíceps, claramente impressionada. Isabella não acreditava muito no meu potencial.

— Estou bonito, hein? — Me gabo, fazendo uma pose. — Fiquei assim especialmente pra você, minha gata.

Ela cai na risada.

— Passa-se os anos e você continua com esse sensor de humor horrível.

— Pelo menos te fiz sorrir.

— Ô se fez — estou amando vê-la sorrir desse jeito, tão verdadeiramente feliz em finalmente encontrar um rosto familiar após ser abandonada pelo ex que ainda levou seu filho. — A alegria que eu preciso no meio desse caos que eu me encontro.

Coloco as mãos na cintura, ficando sério.

— Qual foi dessa situação? Fiquei sabendo sobre ele ter te trocado e pá?

— É uma longa e terrível história. — Seu olhar triste me destrói. Há dor. Um sentimento ruim que eu não queria que ela estivesse sentindo.

— Tenho tempo, rubia — informo. — Meu contrato só acaba em 2025. O que acha? Um jantar e você me conta sobre sua vida?

— 'Tá me convidando para um encontro?

Fico meio tímido, mas mantenho minha confiança. O bom de envelhecer é que flertes começam a ficar cada vez mais naturais. Mesmo envergonhado por falar com a pessoa que gosto, consigo manter a postura.

— Depois de anos, acho que finalmente mereço uma chance. Não mereço? — Brinco só para fazê-la continuar sorrindo. — Me mudei pro Brasil só pra ficar com você, Isabella.

— Que sacrifício. — Ela pega em meu braço, entrelaçando o seu no meu e me puxando para uma caminhada. — Acho que você merece muito mais do que um jantar, Joaco. Vamos?

um ano depois

ISABELLA SE JOGA NA cama ao meu lado assim que terminamos. Ela está ofegante e suada. Se tinha como eu me apaixonar ainda mais por essa mulher, acabou de acontecer em vê-la nua após uma foda. Caralho. Ela fica muito gostosa assim. Com as bochechas rosadas, a respiração descontrolada e o corpo todo marcado.

Mas o que me pega pra valer, que faz meu coração se apertar ao ponto de achar que irá implodir dentro de mim, é quando ela vira o rosto para me encarar e eu posso olhar para seus olhos verdes.

Estão escuros, as pupilas dilatadas, o olhar apaixonado após orgasmo. Mas é um olhar tão forte de paixão que acabo me viciando nele. Quero vê-lo pra sempre. Quero que ela se sinta assim comigo toda vez que estivermos juntos. É essa Isabella que eu sempre quis ao meu lado. A que realmente me ama.

— Meu Deus! — Ela reage, arquejando e colocando uma mão sobre meu peito nu. — Se eu soubesse que você poderia me foder tão bem, teria feito isso há muito tempo.

— Tomar boas escolhas nunca foi seu forte — brinco, agarrando seu quadril e a puxando pra perto até que seja obrigada a colocar sua perna em cima de mim.

— Não fale assim depois do que acabamos de fazer — ela avisa, quase como se estivesse me dando uma ordem. — Isso aqui foi uma excelente escolha.

— Mas tive que esperar por quanto tempo mesmo?

— Eu não mereço você — ela brinca, sorrindo e isso toca em mim de um jeito que eu não estava esperando. — Nunca esqueceu de mim mesmo quando eu segui em frente.

— Se depender de mim — falo, olhando bem fundo em seus olhos para que saiba que estou falando sério —, não sairei da sua vida por nada.

— Falando assim vai acabar me buchando.

— Se for necessário.

— Necessário? — Ela dá risada. — Não consigo imaginar um cenário onde me dar um filho seja algo necessário.

— Vamos realizar o sonho de todos os nossos vizinhos que sempre desejaram que a gente se casasse e tivesse filhos.

— Você sabe que eu nunca vou me casar, Joaco — ela informa, erguendo o corpo só para se sentar. — Esse negócio de família perfeita não existe. Eu prefiro o que a gente tem. Esse sentimento de tranquilidade que um relacionamento não irá nos trazer. Você sabe do que estou falando, né?

— Sei — assinto, balançando a cabeça. — Te compreendo bem, rubia. Não é atoa que também fujo de relacionamentos a qualquer custo.

— Exato. Tipo, namorar pra quê? Eu tentei e olha o que eu recebi por isso, né? — Ela fala naturalmente de sua dor porque ainda está apegada a ela. — Uma mente fodida e um filho que precisa de uma mãe forte, o que não ando sendo. Olha pra mim! Toda descabeçada.

— Você é forte, rubia.

— Sou? De verdade mesmo? Não precisa falar só para eu me sentir bem.

— Eu te acho forte pra caralho — fico que nem um bobo observando o quanto essa mulher é linda e forte e batalhadora. Eu sou inteiramente apaixonado. — Mas também um pouco descabeçada.

— Definitivamente não é o tipo de mãe que o Thomas precisa.

— Para, Isabella — rapidamente a repreendo. — Não é só porque você se tornou mãe que virou de ferro, porra. Ainda tem sentimentos e dores. E no momento, por causa daquele que não deve ser nomeado, você está machucada pra cacete.

— Eu queria ser de ferro — ela desabafa. — Talvez suportaria isso muito melhor, mas já faz quatro anos e eu olho para ele com ela e... É por isso que não posso namorar. É por isso que não posso me apaixonar por ninguém. Não de novo. Eu... eu não aguento outra decepção. Meu filho precisa da mãe completamente inteira e forte.

— Isso mesmo — a incentivo. — Se blinde. Se revista de coisas boas e tenha a mim. Sem relacionamentos, hum? Somos, hum... melhores amigos que transam. Tem algo melhor do que isso?

— Definitivamente não — ela ri e se joga pra cima de mim só para me beijar.

Não preciso de mais nada agora. Já estou realizando meu sonho de moleque. Já estou com a mulher dos meus sonhos que desejei por anos. Não preciso de mais nada.

Sei que no fundo, queria que Isabella se apaixonasse pra valer por mim ao ponto de querer ter algo oficial. Mas não posso exigir isso dela. O importante é que, mesmo sem namoro, ainda vou tê-la. E pra mim, a única coisa que importa de verdade é não perdê-la.

Não é querendo justificar, mas já justificando, o Joaco está tão desesperado, e pressionando tanto a Isabella exatamente por essa razão. Por não querer perdê-la. Ele a ama demais. Um sentimento que reside no coração dele desde quando ele nem fazia ideia do que era amor.

Ele sente que está perdendo ela. E ele não pode perder ela. Por isso quer tanto ser escolhido. Quer tanto ser amado.

Essa fanfic é sobre amor. Sobre como esse sentimento pode fazer um estrago em nosso coração. E em como ele pode durar por anos e anos.

Fiquei ausente porque estava sem inspiração e tão de repente refletir sobre sentimentos me trouxe aqui de novo.

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Pra ela o pai da sua filha era um estranho... atรฉ um certo dia
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invenรงรตes loucas da minha mente
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criado para que vocรช possa imaginar cenas fictรญcias com Flรกvia Saraiva. Tudo o que serรก escrito รฉ fruto da minha imaginaรงรฃo, logo, peรงo que nรฃo leve...