Touch

Від AnaCarolina836

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Ao deixar para trás Nova Iorque, Anna busca um novo começo na vibrante capital inglesa, mas encontra muito ma... Більше

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Capítulo 25

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Від AnaCarolina836


Carter

A luz ténue da manhã espreitava pelas cortinas quando eu saí de casa, decidida a chegar cedo à universidade. A atmosfera em casa tornou-se sufocante. Eu não consegui dormir toda a noite consciente de que estava a 20 metros de distância do motivo das minhas insónias.

O caminho até à universidade proporcionou-me um momento de tranquilidade. Decidi caminhar e aproveitar o ar fresco da manhã que me ajudava a acalmar os pensamentos tumultuosos que insistiam em invadir a minha mente. Sentia-me decidida a focar-me nas minhas responsabilidades como professora e manter-me afastada de tudo aquilo que envolvia o meu meio-irmão.

Ao chegar à universidade, fui logo para o meu gabinete. Queria antecipar-me à confusão habitual e concentrar-me nas minhas aulas. Preparar material, rever apontamentos, tudo numa tentativa de manter uma rotina de sanidade, ou caso contrário, teria de começar a fazer algum tipo de terapia.

A primeira aula correu bem, os alunos foram participativos e pareciam interessados, no entanto, entre um tópico e outro, a imagem do Leonardo invadia a minha mente, criando uma distração insistente, que eu lutava para ignorar. Era como se ele estivesse presente na sala de aula e eu tentava com todas as minhas forças para tentar ignorar essa presença indesejada e manter o foco no meu trabalho.

No intervalo entre as aulas, decidi refugiar-me na biblioteca. Precisava urgentemente de passar algum tempo sozinha e a tranquilidade da biblioteca era o refúgio necessário. Sentada numa mesa isolada, mergulhei nos preparativos das próximas aulas, tentando lutar contra as memórias da noite anterior, que insistiam em reemergir.

O meu telemóvel tocou, interrompendo a minha tentativa de concentração. Era a minha mãe a avisar que tínhamos uma festa de beneficência para comparecer esta noite e que gostaria que eu também fosse, porque de acordo com ela, aquele seria o primeiro evento em família desde a minha chegada a Londres.

Aceitei, sem grande vontade. A minha mãe perguntou-me se queria levar companhia, e imediatamente pensei no Daniel. Seria uma ótima forma de mostrar ao Leonardo que eu estava interessada em alguém e que não me tinha conseguido afetar com os jogos emocionais dele. Decidi aceitar o convite da minha mãe e logo de seguida fui procurar o meu colega de gabinete para poder convidá-lo.

Entrei no gabinete e encontrei-o. Estava de pé, encostado à janela, extremamente atraente (como sempre). Usava os óculos na ponta do nariz e o cabelo elegantemente penteado. Parecia estar compenetrado no livro que segurava em uma das suas mãos, enquanto a outra pousava casualmente no bolso das suas calças.

- Daniel, posso falar contigo um momento? – perguntei. O seu olhar revelou a surpresa que a minha presença lhe causou, mas o seu sorriso assegurou-me de que estava contente por eu ter aparecido.

- Claro, Anna. O que se passa? – ele tirou os óculos, mostrando-se interessado em ouvir-me e isso encorajou-me a fazer-lhe a pergunta que me trouxe até ali.

- A minha mãe convidou-me para uma festa de beneficência esta noite, e ela sugeriu que eu levasse companhia e eu pensei em convidar-te. – os seus olhos escuros observavam-me com atenção, como se me incentivasse a continuar a falar – Não tens de aceitar...

- Uma festa de beneficência? – as suas sobrancelhas arquearam - Parece interessante. Mas claro, adoraria ser o teu acompanhante. – senti uma pitada de sedução na forma como ele pronunciou, 'teu acompanhante' - Onde é que vai ser?

- Eu ainda não sei. – sorri, tímida. Como é que não me lembrei de perguntar isto à minha mãe?

- Eu envio-te a morada assim que souber, pode ser?

- Claro, fico à tua espera! – um sorriso brincava no canto da sua boca.

*

Ao regressar a casa, encontrei um cenário pouco habitual. Assim que abri a porta do meu quarto, fui atingida por uma atmosfera impregnada de agitação típica de preparativos para algum evento especial.

- Oh, Anna, que bom que chegaste! - exclamou a minha mãe, virando-se para mim com um sorriso. - Vamos preparar-te para a festa.

Confusa, olhei para a Loraine que segurava o vestido, e para a maquilhadora, que pousava a maquilhagem em cima do meu toucador. A minha mãe aproximou-se, ansiosa para partilhar os detalhes.

- A Loraine foi buscar este vestido lindíssimo para ti. – pegou no vestido preto das mãos da empregada e pousou-o na minha cama - Queremos que estejas à altura do evento. E a Stacy vai fazer maravilhas contigo. – apontou para a maquilhadora, que me sorriu em cumprimento - Queremos que esta noite seja especial para todos nós.

Ainda a tentar assimilar a rápida transformação do meu quarto num camarim improvisado, aceitei o vestido e dei um pequeno sorriso de agradecimento. As palavras da minha mãe sobre a noite especial enxeram-me de uma espécie de ansiedade, e por um momento, senti um calafrio de antecipação, que acabei por ignorar na certeza de que estava apenas nervosa, por saber que chegando lá, teria de lidar com o olhar desconcertante do Leonardo.

O vestido era preto e sem alças e, quando o vi, pensei que não me ia servir num braço, mas surpreendentemente, encaixava na perfeição. A maquilhadora optou por destacar os meus traços e fez-me uma maquilhagem bastante natural. Enquanto ela trabalhava, a minha mãe não parava de repetir o quão bonita eu estava e o quanto a noite seria especial.

Ao olhar-me no espelho, era difícil não ficar impressionada com a imagem refletida. Eu, que geralmente preferia uma abordagem mais low-profile, sentia-me como se estivesse prestes a entrar numa realidade paralela.

- Anna, estás absolutamente deslumbrante. – o reflexo da minha mãe surgiu atrás de mim, cheia de adoração no olhar.

A minha mãe deu-me um beijo na bochecha antes de se retirar, deixando-me sozinha no quarto. Olhei novamente para o espelho, questionando-me sobre como ia correr a festa e inevitavelmente, como seria quando Leonardo visse que eu trazia companhia. E mais uma vez, o meu cérebro estava a operar contra mim, relembrando-me da existência do Leonardo Van der Wood.

*

A entrada no Museu Britânico transformado em palco para a festa de beneficência, revelou-se um lugar espetacular. A atmosfera elegante misturava-se com a arte que adornava as paredes, proporcionando uma experiência única. O som suave de conversas animadas, o brilho dos looks requintados e a música envolvente criavam uma aura sofisticada que me deixou de boca aberta algumas vezes.

Ao entrar, percebi que a presença do Daniel ao meu lado não passava despercebida. Muitos olhares curiosos e surpreendidos recaíam sobre nós, alimentando a ideia de que a nossa presença juntos gerava algum tipo de interesse. E claro, o facto de ele estar uma brasa, também era motivo suficiente. Era impossível aquele homem passar despercebido, mesmo no meio de todas aquelas obras de arte.

Reconheci algumas pessoas da festa na mansão dos Van der Wood, mas, até ao momento, não vislumbrei sinal do próprio Leonardo, o que me deixava num misto de sentimentos, que eu não queria perder tempo a tentar interpretar. No entanto, a curiosidade e a incerteza sobre a sua presença pairavam como uma constante dentro de mim, deixando-me um tanto quanto irritada, por não conseguir me desligar dele, mesmo quando tinha o Daniel ao meu lado.

A noite começou por uma mistura de conversas formais e trocas de cumprimentos. A minha mãe e o Michael fartaram-se de me apresentar a uma carrada de gente, como se eu fosse decorar o nome de todas elas. Já o Daniel, mostrava-se um acompanhante muito agradável, mantendo-nos a todos envolvidos nos seus diálogos ridiculamente intelectuais e surpreendentemente divertidos. Ao que parece, ele era neto de algum aristocrata importante, o que me levou a concluir que aquele tipo de ambiente, não era uma novidade para ele.

Estava a aceitar uma taça de champanhe quando o Leonardo entrou na sala principal.

Vestido com um smoking preto que realçava a sua figura esguia e camisa da mesma cor, ele emanava uma presença magnética. Ele estava tão bonito, que por alguns segundos deixei o meu queixo cair. Aquele vislumbre fugaz da sua entrada fez-me esquecer por momentos que estava acompanhada.

Os nossos olhares cruzaram-se por uma fração de segundo, mas foi tempo suficiente para um arrepio percorrer a minha espinha. Aquela troca silenciosa de olhares deixou-me momentaneamente hipnotizada.

O Daniel, que notou a súbita mudança na minha expressão, seguiu o meu olhar até ao Leonardo.

- Quem é aquele? - perguntou, num tom descontraído demais, para alguém que tinha acabado de me flagrar a comer o Leonardo com os olhos.

- O meu meio-irmão. - respondi, tentando disfarçar o quanto a sua presença me destabilizava.

Enquanto o Daniel continuava a falar sobre um dos quadros, os meus olhos traíam-me ao procurarem novamente o Leonardo na multidão. Ele estava agora envolvido numa conversa com algumas pessoas, o seu sorriso era charmoso e atraía a atenção de todos à sua volta.

- Anna, estás a ouvir? - a voz do Daniel relembrou-me de que eu não estava ali sozinha e senti um embaraço enorme, por ser a segunda vez que ele me apanhava completamente distraída.

- Desculpa. Sim, claro! - respondi, forçando-me a concentrar na sua explicação.

Enquanto eu tentava manter a compostura, percebi que o Leonardo estava a caminhar na nossa direção. O meu coração acelerou, e eu sabia que não podia evitar o inevitável encontro. Os meus pensamentos começaram a fundir-se num novelo de nervosismo. Sentia-me como se estivesse presa num campo magnético, incapaz de resistir à força que puxava os meus pensamentos na sua direção. Eu mal me reconhecia naquele momento.

À medida que ele se aproximava, a minha mente relembrava-me automaticamente do nosso último momento.

Os olhos verdes penetrantes dele encontraram os meus, e por um momento, o silêncio tomou conta de mim e esqueci-me novamente de que não estávamos sós. Vi nele uma expressão que eu não conseguia decifrar completamente, mas que provocava uma onda de emoções contraditórias. O sorriso enigmático nos seus lábios aumentou a minha confusão. Ele estava ciente do impacto que estava a causar em mim e o seu ego agradecia-me por isso.

O Daniel que ainda estava ao meu lado, observava o nosso intercâmbio de olhares, curioso, talvez percebendo uma certa tensão no ar. Eu, por outro lado, sentia-me como uma marioneta num jogo de cordas invisíveis, manipulada pela presença magnética do Leonardo que agora estava a poucos centímetros e mim.

- Boa noite, Anna. - cumprimentou ele, como se estivéssemos apenas a retomar uma conversa interrompida.

- Boa noite, Leonardo. - respondi, num tom que esperava que denotasse indiferença, embora a eletricidade entre nós fosse palpável. 

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