Cupido Reverso [CONCLUÍDO]

By autoralynxine

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Alicia e Christopher são melhores amigos inseparáveis desde o ensino médio. Desde então, nenhum tipo de desaf... More

➳ AESTHETIC & DISCLAIMER
[01] Cafés amargos para noites sem sabor
[02] Como irmãos
[03] Dia dos namorados e Freddy Krueger
[04] Poemas, bíceps e o clube de debate
[05] Advogado bonitão X Robin
[06] Lábios, línguas, dentes e lágrimas
[07] Noite com final feliz
[08] AMOR FATI
[09] Sobre escadarias e australianos
[10] Reconciliação e pizza
[11] Aquele que partiu
[12] Sacrifícios e panini com cappuccino
[13] Chocolate quente e Andrew Byrnes
[15] Todo mundo ama Crystal Banks - Pt. 1
[16] Todo mundo ama Crystal Banks - Pt. 2
[17] Beerpong, tacos e o fim da minha sanidade
[18] Aquele em que eles dormem na mesma cama
[19] Um poema, um professor, uma vitória
[20] Guitarras, duetos e o melhor beijo de todos
[21] Mente suja, coração puro
✧・゚: *✧・゚:* ILUSTRAÇÃO ✧・゚: *✧・゚:*
[22] Croissants, café e uma dose de medo
[23] Velas, vinho e veludo
[24] Crepúsculo e então escuridão total
[25] Patty Brown é assim mesmo
[26] Um trem e um bicho papão
[27] Um ciclo se fecha em Vermont
[28] Irmãos, patos e traumas
[29] Verdade ou Consequência
[30] Cinco anos depois...

[14] Um artigo em dupla e um almoço caótico

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By autoralynxine

Christopher Perry.

Para uma segunda-feira, aquela não era das piores. Eu já havia tido quase uma manhã inteira de análise aplicada em literatura (uma das minhas aulas favoritas), tinha conseguido pegar um frappe de pistache sem problemas, ainda que fosse uma edição limitada do Blue Java, e o bebi na companhia da minha melhor amiga neste mundo inteiro, Alicia, enquanto debatíamos pela décima vez a construção cuidadosa do papel da propaganda para o universo de Jogos Vorazes. Eu adorava quando minha área de interesse - literatura - colidia com a área de interesse dela - sociologia -. Sempre rendia conversas incríveis que me faziam esquecer do mundo à minha volta. E não era à toa, já que sempre fomos conhecidos como "a dupla intelectual". Ninguém nos vencia em um debate desde o ensino médio.

— Eu acho que a Suzanne Collins bebe muito da fonte de Fahrenheit 451. - Opinei enquanto caminhávamos pelo campus. Era o meio da manhã, aquele intervalo entre as primeiras aulas do dia e as últimas horas até o meio-dia que pareciam não passar. — Essa ideia de que a mídia detém todo o poder sobre a política da nação. Cada obra constrói essa noção de maneiras diferentes, é claro, mas você pode notar que sem a televisão, a Katniss não teria se tornado o símbolo da rebelião tão facilmente.

— Creio que você tenha razão, Perry. - Ela concordou, bebericando seu frappe. — O Bradbury se utiliza muito do poder do marketing para passar a mensagem dele, principalmente no fim do livro, quando os drones filmam a perseguição do Guy e simplesmente criam a falácia de que ele havia sido assassinado para causar pânico em qualquer um que quisesse se rebelar. - Ela disse, focada naquilo. Como eu amava conversar com Ali. Ela era tão inteligente. — Acho que nós deveríamos escrever um artigo em conjunto sobre isso! - Ela sugeriu, arregalando os olhos e abrindo a boca, como se tivesse tido a melhor ideia de todas.

— Sério? - Perguntei com um sorriso curioso, cerrando os olhos.

— Sim! Imagine só: "A mídia como fator de dominação em obras distópicas.", por Alicia Brown e Christopher Perry. - Ela falou colocando ênfase em cada palavra e abrindo as mãos à sua frente como se estivesse anunciando um filme.

— Parece uma boa ideia. - Concordei, pensando a sério naquilo. — Nos daria bons créditos. - Assenti. — A gente poderia começar a desenvolver isso no almoço hoje. - Sugeri, ficando gradualmente mais animado.

— No almoço de hoje? - Ela repetiu, dando um sorriso azedo. — Eu meio que vou almoçar com alguém.

— Com quem? - Indaguei, imaginando que seria Jessie ou Briana, ou até um daqueles caras deprimentes que Alicia sempre acabava arrumando e enjoando depois de uns dias.

— Andrew Byrnes. - Respondeu tão rápido que quase não entendi e voltou a beber seu café desconfortavelmente.

— O professor Byrnes?! - Exclamei em um tom de voz tão esganiçado que parecia o Ross de Friends. — Por quê?! - Eu não podia acreditar que eles estivessem de fato saindo.

— Porque nós estamos saindo juntos. - Ela disse, agora tão baixo que eu mal escutei. Quer eu acreditasse ou não, era verdade.

Em apenas um segundo, diversos argumentos sobre quão idiota era a ideia de sair com o Byrnes me passaram pela cabeça. Primeiramente, ele era um professor! Mas então lembrei que, segundo o código, não havia nenhum problema ali. Eles não eram, realmente, professor e aluna visto que não compartilhavam nenhuma aula, portanto, ele não tinha poder acadêmico sobre ela. Pegava meio mal, mas não era tão raro quanto se pode imaginar. Então pensei: ele é bem mais velho que ela! Sim, Alicia tinha vinte e um como eu, e Andrew vinte e oito. Mas sinceramente, qual garota universitária recusaria um professor alto, bonitão e estrangeiro que tem um carro esportivo e conseguiu um trabalho na Columbia antes dos 30? Ainda que ele fosse um merda, ele era aquele cocô de civeta que dá origem ao Kopi Luwak, o café mais caro do mundo, e eu era no máximo um cocô de gato. Mas a pior parte de todas é que Andrew era um cara bem agradável de se ter por perto.

Apesar de não ter nenhuma razão clara para não apoiar um provável relacionamento dos dois, caso Alicia não enjoasse dele, eu não conseguia ficar confortável com a ideia. Talvez porque ele fosse o professor ao qual eu prestava assistência, talvez por ela ser minha amiga envolvida com ele, talvez por conta daquela queimação no estômago que estava trazendo todo o pistache de volta para a garganta. Pensando nisso, decidi que desta vez protegeria Alicia para valer, sem falhar como da última vez com o advogado mimado. Eu não desistiria.

— Ah, legal. - Tentei aparentar felicidade por ela. — Na verdade, é até melhor. Podemos pedir ajuda a ele com o artigo. - Sugeri, sorrindo.

— Hoje? - Ali questionou.

— Claro! Quanto antes, melhor! Nós realmente precisamos desses créditos para terminar o semestre. - Falei, dando extrema importância ao artigo. — Isso vai ser ótimo! Nós três trabalhando e almoçando juntos. Maravilha. Te vejo no almoço, Ali! - Me despedi dando-lhe um beijo na testa e quase correndo para o departamento de Literatura, sem lhe dar chance de recusar. Estava marcado e pronto.

■□■□■□■□■□■

Saí ao meio-dia em ponto da sala e corri até a biblioteca G. Allen, onde ela gastava suas manhãs atrás da bancada. Alicia estava saindo, com a mochila pendendo do ombro. Estava concentrada em algo que ouvia nos fones de ouvido brancos e gigantes, mas quando me viu aliviou a expressão dura e sorriu.

— Oi, seu chato. - Disse, me dando um soquinho sem força no braço.

— E aí, onde vamos almoçar?

— No John Jay. Andrew ainda não comeu lá, acredita? - Apontou incrédula. John Jay era um dos melhores restaurantes de Columbia. Tinha buffets quase infinitos de comida: quer macarrão? Eles têm um buffet de diversos tipos de massas e molhos. Quer comida japonesa? Eles têm. Quer comida saudável, com fonte de proteína e vegetais? Eles têm. Quer puro carboidrato? Eles também têm. E o valor nem é absurdo!

— Inacreditável mesmo. - Concordei, não muito interessado.

Chegamos ao John Jay rapidamente e conseguimos uma boa mesa próxima aos buffets. Estávamos sentados bebendo um suco de limão quando Andrew finalmente chegou todo sorrisos para Alicia, logo adquirindo uma expressão confusa ao me perceber ao lado dela.

— Olá, Alicia e.. Christopher? - Cumprimentou curioso. Ele se sentou, deu um selinho na garota e me disparou um aceno de cabeça educado. Ótimo para mim saber que eles se beijavam agora.

— Então, eu e Christopher estamos desenvolvendo uma ideia de artigo e ele achou que devíamos pedir sua ajuda. Se você tiver disponibilidade, é claro.

— Tenho sim. Fico muito honrado por terem lembrado de mim. - Ele sorriu agradecido, acariciando a mão de Alicia em cima da mesa.

Em um impulso, retirei os cadernos e livros de dentro da mochila e larguei na mesa, causando um sobressalto em ambos e fazendo-os soltarem as mãos.

— Mãos à obra então! - Anunciei, explicando nosso artigo para ele. Eu nem ao menos precisava de algum material para aquilo, não sei a razão para ter pego.

— Uau, é um assunto bastante amplo para se trabalhar, e original também. - Constatou, impressionado. — Ficarei muito feliz em ajudá-los. Podemos marcar alguns horários para trabalharmos nisso ao longo da semana.

— Está ótimo, Andrew, muito obrigada. - Alicia agradeceu. — Agora vamos almoçar? Minha barriga está criando vida própria aqui.

— Vamos, sim. Eu posso servi-la, se quiser. - Andrew se ofereceu com gentileza. — Vou até o buffet de comida japonesa, primeiramente. Quer algo de lá?

— Alicia tem alergia a peixe. - Falei, subitamente.

A garota me olhou espantada por ter sido ainda mais rápido que ela no comentário.

— É verdade. - Ela concordou, mordendo o lábio inferior.

— Então o buffet saudável? - Ele sugeriu.

— Por mais que ela se alimente de maneira saudável, Alicia opta pelo buffet de massas sempre que vem aqui. Lá, ela serve mac and cheese. Sem bacon. - Eu parecia um médico passando uma receita. Nem eu compreendia o porquê de estar exibindo meus conhecimentos a respeito da dieta da Ali.

— Puxa, você a conhece mesmo. - Andrew comentou com um sorriso de canto incomodado. Por algum motivo, aquela constatação me causou um certo orgulho.

— Ainda que eu tenha boca para falar e Chris não esteja me permitindo usá-la, - ela disse lançando um olhar fulminante em minha direção. — ele está certo. - Sorriu, derrotada. — Venha, Andrew, vou te mostrar o buffet das massas. - Ela o convidou, levantando. — Vem também, seu besta. - Ela disse olhando para mim. — Acabaram de trazer aquele porco grelhado com páprica que você gosta. - Ela piscou um olho, demonstrando cumplicidade.

Levantei-me tranquilo e fui me servir com a certeza de estar tornando aquele almoço romântico em um completo caos. O motivo pelo qual aquilo me trazia uma intensa satisfação? Proteger Alicia, é claro.

Só não sei exatamente de quê. 

Que comecem os jogos! Hahahaha 

E aí, o que acharam da primeira tentativa de sabotagem do Chris? 

Nos vemos na sexta-feira! Beijos! 

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