"Por que tão de repente você está do lado dele? Pensei que o odiasse."
ISABELLA
São Paulo — capital
no apartamento da Isabella
— ENTÃO VOCÊ GOSTA DE cozinhar? — pergunto a Pilar enquanto ela me ajuda a acertar o sabor da canjica que acabei de preparar.
Sim. Isso mesmo. Estou viciada em canjica. Desde a última vez que Joaco dormiu aqui que já faz uns quatro dias, ando comendo essa maravilha divina. Estou fazendo todo mundo se viciar também. Não é possível que as pessoas não gostem tanto quanto eu. Qual é? É uma delícia!
— Eu amo cozinhar — a garota informa, provando a canjica e fechando os olhos ao sentir o sabor maravilhoso que somente a canjica pode ter. — Eu aprendi a cozinhar com minha mãe. E... ela me ensinou a comer canjica com paçoca.
— Com paçoca?? — Essa é nova pra mim. — Já vi gente comendo com cravo. Eu odeio cravo.
— Eu também! — Ela concorda comigo. — Bagulho mais amargo que a minha vida.
— Nesse nível! — Sorrio pra ela, me sentindo tão estranhamente a vontade que nem parece que a conheci em menos de uma semana. — Mas qual é a da paçoca? Nunca vi fazerem assim. É sempre leite com mais leite e um toque especial de coco ralado.
— Minha mãe falava que paçoca daria um gostinho diferenciado que nem mesmo o cravo é capaz de oferecer.
— Humm — apoio o corpo na bancada. — Interessante. Duas coisas que amo. Canjica e paçoca. Não tem como eu odiar a combinação de ambas. Tem?
— Não sei — ela encolhe os ombros. — Vamos descobrir. Você tem aí?
— Eu tenho em cima da geladeira. Pega pra mim, Tini — peço a minha irmã que estava fazendo alguma coisa no notebook que nem me ouviu falar, por isso tenho que repetir. — Tini?
— Já vou — ela diz ainda com os olhos fixos naquela tela. — Deixa eu só concluir o raciocínio aqui... e... pronto.
Ela larga o notebook em cima da mesa, se levanta e pega o pote de Paçoquita de cima da minha geladeira, logo trazendo até mim.
— Qual é a da paçoca, hein? — Minha irmã se questiona, tentando entender o que diabos estamos fazendo. — Vão fazer uma festa junina? Já estamos em julho.
— Não, gata — Pilar sorri pra minha irmã e pega uns três pacotinhos, logo abrindo e amassando a paçoca dentro da panela com a canjica. — É apenas uma combinação que fará você devorar a panela inteira.
— Do jeito que eu 'tô com fome, vou acabar comendo tudo sozinha mesmo.
— A grávida aqui sou eu! — A lembro antes que acabe abraçando de vez a ideia de comer tudo e não deixar para mim.
— E eu — Pilar brinca e eu não consigo deixar de rir. A garota até estica a barriga e passa a mão por cima da camiseta. — Meu filho de mentira também precisa se alimentar.
— Não consigo imaginar você grávida — Tini solta, fazendo uma careta ao analisar melhor sua amiga. — Sério. Quanto tempo vai ter que segurar essa mentira, hein?
— Não sei — respondo, mexendo o molho enquanto Pilar amassa a paçoca e despeja na panela. — Estamos esperando o próximo jogo para que Pilar possa ser vista e assumida diante da mídia fofoqueira pra depois pensarmos no próximo passo.
— Acho melhor você agilizar, irmã — olho de relance pra Tini e a vejo pressionar os lábios em preocupação logo indicando minha barriga com seu olhar. — Cada dia que passa e o bebê de verdade fica maior.
— Sei disso — ofereço um sorriso fraco para amenizar a situação. — Mas vamos resolver, bele? Já chegamos até aqui.
— Só falta o casamento — Tini lembra.
— Vai ter mesmo um casamento? — Pilar fica em dúvida se estamos falando dela ou de mim. — Pensei que o namoro já seria suficiente.
— Não, amiga. Quem vai casar é a Isabella.
— Você vai mesmo se casar com o Veiga? — Ela arregala os olhos, realmente surpresa.
— Ao que tudo indica, sim.
— Ao que tudo indica? — Minha irmã já percebe que tem algo errado. — O que 'tá rolando, irmã? Você e o Veiga estão em crise no relacionamento? É por isso que o Piquerez vive aqui agora?
— Não fale como se o Piquerez já não morasse na minha casa praticamente — aviso. Minha irmã apenas balança ligeiramente a cabeça, evitando pensar seja lá o que se passa em sua mente.
— E o Veiga? — Ela pergunta, interessada nessa parte. — O casamento de mentira é pra mostrar pras pessoas que vocês são um casal perfeito com uma família perfeita. Não é?
— É — concordo com ela, tentando transparecer essa verdade em minhas palavras. — Mas... não estamos nos falando.
— É, claro que não. — Minha irmã fica séria. — Tenho certeza que o Veiga deve estar super sentido com essa palhaçada, achando que está sendo usado.
— Usado? — Franzo o cenho sem entender. — Não é questão de ser usado ou não, Tini. É questão de aceitar as consequências para ter paz.
— Você não conhece aquele cara? Ele te ama, Isabella. Acha mesmo que aceitaria algo de mentira assim numa boa quando o que quer de verdade é algo pra valer??
Meu peito se aperta só de imaginar o que Raphael realmente sente e isso só me deixa ainda mais confusa sobre o que eu realmente sinto.
— Por que de repente você está tão do lado dele? — Vou direto ao ponto da minha dúvida. — Pensei que você o odiasse.
— Talvez eu seja time Veiga nessa briga.
— Logo você? — Minha testa enrugada só comprova minha surpresa. — Que faltou matar o cara quando soube que ele tinha me trocado pela Bruna?
— O que a falta de contexto não faz com as pessoas, né? — Minha irmã sorri.
— A falta de contexto é sempre um inimigo em todas as ocasiões possíveis — Pilar informa só pra mostrar que presta atenção na conversa.
— E eu ainda mataria ele só por ter optado pela boba mais fácil ao invés de investir pra valer em você. — Tini continua. — E também seria time qualquer um se você não tivesse escolhido logo o Piquerez pra entrar nessa batalha.
— Você e o Piquerez — reviro os olhos, já impaciente com essa história que eles hesitam e hesitam pra me contar. Estou vendo que vou acabar descobrindo da pior maneira possível. — E você, Pilar? É time quem?
Pilar é a nova integrante da família e está ciente de tudo quanto é história possível. Incluindo a história que ainda não me foi contada que é sobre o passado da Tini e Joaco. Ou seja, ela sabe mais do que eu.
— Eu sou time Piquerez só pelo fato dele nunca ter escolhido outra pessoa — ela diz com convicção, mas logo olha para Tini e seu olhar muda de repente. — Apesar que... mesmo você sendo a dona do coração dele, sei que o destino traça caminhos traiçoeiros.
— É — Tini concorda. — O destino nunca é a favor dos nossos sentimentos. Então... é melhor usar a cabeça, principalmente em situações como essa em que a mente é a primeira a tomar no cu.
— Certo — seguro minhas mãos após desligar o fogo e ver que a canjica está no ponto perfeito. — Usando a cabeça, então, quem eu devo escolher?
— Piquerez.
— Veiga.
Cada uma diz um nome e as duas se entreolham logo em seguida.
— Já pensou na ideia de trisal? — Pilar diz só pra descontrair.
Só de pensar nessa palavra, minha mente traiçoeira já me leva direto para aquele sonho. Ô Deus. Agora não é hora pra pensar em coisas pervertidas. Apesar que ando tão descabeçada ou estou pensando em putaria, ou estou pensando em desgraça.
— Veiga e Piquerez se matam antes da Isabella sugerir tal coisa — Tini informa, parando de rir e secando os olhos. — Já viu ciumento dividindo o que é dele?
— Essa é a questão — Pilar continua — ninguém é de ninguém.
— Não na cabeça deles. Pro Piquerez, a Isabella é dele desde os onze anos quando ela o chamava de flacucho! — Pilar e eu rimos de novo. Eu realmente achava ele desnutrido. — O cara é persistente, nem mesmo ver a amada em outro país, seguindo em frente e com filho, fez ele mudar de ideia.
— Ele é tão apaixonado por você — Pilar me olha com os olhinhos apaixonados de quem está lendo um livro. — É típico romance de filme. Friends to lovers. Você precisa escolher ele!
— Coitado do Veiga — Tini faz uma careta. — O cara ama tanto a Isabella que aceitou o término porque achou que seria o melhor pra ela e pro bebê. Tentou seguir em frente e só se afundou num namoro que nunca foi real pra ele. E agora que achou que poderia ter quem ele ama de verdade de volta, descobre que ela na verdade pode estar apaixonada por outro. E pior... ele continua aqui, porque independente de qualquer escolha, sempre será ela.
— Caralho — Pilar reage por nós duas porque nem palavras eu tenho pra dizer. — Dizendo assim você convence qualquer doido na rua.
— Os perfis de fofoca deviam me contratar — Tini se gaba, entrando na onda. — Resolvo qualquer polêmica na hora, só botando um pinguinho de drama e amor verdadeiro.
— Exatamente como um conto de fadas. — Sorrio na ironia. — Pena que a vida real é dura demais para ficar acreditando nisso. Saber dos sentimentos deles não vai resolver o problema.
— É — minha irmã concorda comigo. — Só conseguiríamos resolver se soubéssemos os seus sentimentos. Mas você é sempre tão fechada que é impossível te decifrar. Sem contar as vezes que ofusca suas emoções com atuação. Por que não conta pra gente o que sente de verdade?
— É, Isa. — Pilar incentiva. — Se abra com a gente. Talvez possamos ajudar.
Eu não sei o que sinto de verdade. Essa é a grande raiz do problema. E quanto eu mais tardar para me entender, mais esse problema se crescerá.
Ainda bem que minha barriga ronca alto, nos trazendo de volta ao momento comida de antes.
— Ouviram isso? — Mudo de assunto que nem uma criança fugindo do castigo. — É o bebê com fome. Vamos alimentá-lo antes que a canjica esfrie. Aliás, 'tô doida pra saber se vou gostar dessa combinação.
Elas aceitam, afinal devem estar tão famintas quanto eu.
Pego uma cumbuca e encho até a boca com canjica. Depois me sento, coloco o pote na mesa e devoro. Não abro a boca pra outra coisa que não seja comer. As meninas até falam comigo, mas estou concentrada demais. Amando demais aquele sabor. A paçoca não só deu o toque especial como transformou o sabor da canjica em algo muito melhor. Estou viciada. Só quero comer e comer e esquecer todo o resto.
Só consigo mudar o foco da comida quando a cumbuca se esvazia. Encosto as costas na cadeira e solto a respiração.
— Devorou tudo, hein, dragão? — Tini zomba, com os olhos arregalados.
— Quero mais! — Me coloco em pé na hora e corro em direção ao fogão.
— Pega leve, Isa — minha irmã pede, se preocupando. — Vai acabar passando mal.
— Ela 'tá grávida — Pilar fala, lembrando da desculpa que permite uma boquinha extra. — Ela pode comer quantas vezes quiser.
— Pois é! — Concordo, enchendo minha cumbuca. — Estou comendo por dois, né?
Minha irmã está sorrindo e balançando a cabeça quando a campainha toca. Sei quem é sem nem precisar pensar muito. O porteiro me avisou que estaria subindo.
— Estamos esperando alguém? — Minha irmã se questiona.
— Claro — largo o pote em cima da bancada. — Quem você acha que está faltando nessa casa?
Vou em direção a porta e me abaixo assim que ela está aberta para receber o pequeno ser humano que eu coloquei no mundo.
— Mamãe!! — Tom me agarra num abraço tão apertado que perco o fôlego. — Eu senti tanto sua falta, mãe.
— Oi, meu bebê — me afasto brevemente dele para conseguir analisá-lo melhor. Seguro seu rostinho, passando a mão pelos cachinhos dourados, depois deposito um beijo em cada bochecha. Bem nível mãe babona. — Eu também senti sua falta, meu amorzinho. Como você está? Quero saber tudo.
— Mãe, eu 'tô bem pra caramba! — Ele começa q falar bem rápido, tenho que estar mais que concentrada para conseguir compreendê-lo. — Meu pai me levou pra visitar a casa de um amigo dele na praia. Você sabia que tem rocha no mar, mãe?? Eu nunca tinha visto.
— Não vai falar pra mim que você subiu numa rocha dessas só pra tirar foto, Thomas.
— Eu?? — Ele se faz de sonso. — Foi tudo culpa do meu pai.
Ele aponta pro homem em pé atrás dele.
Ergo a cabeça e o encaro. Sinto uma sensação tão esquisita no peito em vê-lo. Lindo. Como sempre. Até a roupa basiquinha fica perfeita nele. Mas por que o que sinto não parece admiração? Parece remorso.
— Não coloquei ele em perigo — Veiga me garante, com uma expressão meio séria, meio sentida, não consigo decifrar. — Eu juro.
— Não mesmo, mamãe — Tom se intromete. — Olha pra mim. Estou inteiro, sem nenhum arranhão.
— Que bom — fico realmente aliviada.
Então me coloco em pé, sentindo uma estranha dorzinha nas pernas e percebendo que preciso voltar a me exercitar antes que eu vire uma bola por causa da gravidez.
— Que bom mesmo — repito, sem jeito ao olhar para Veiga e não saber o que fazer. Porra. Ele é meu noivo e eu não sei tratá-lo como tal. — Você quer entrar? Tem canjica e...
— Canjica de novo! — Tom faz uma careta, se decepcionando na hora. Já está enjoado do tanto que eu o obrigo a comer. — Não podemos pedir um Méquizinho, mãe???
— Eu tenho certeza que é o que você mais comeu na casa do seu pai, Tom.
— Não tem problema em comer de novo — ele sorri para tentar me convencer com seu charminho. — Hoje é sexta-feira.
— Mesmo se fosse sábado. Você precisa regular essa sua alimentação, Tom. Apesar que... — penso bem no que estou dizendo. — Canjica não é saudável, né?
— Não é — Veiga concorda comigo, sorrindo de canto brevemente. — Mas os desejos de grávida devem sempre serem atendidos. Eu morria de medo do Tom nascer com cara de coxinha por acabar esquecendo de comprar pra você.
— Eu tenho cara de coxinha?? — Tom se assusta, colocando as mãos na bochecha.
— Claro que não, filho. — Abafo uma risada. — Seu pai nunca me deixou passar vontade.
E graças a Deus. Na gravidez do Tom, eu tinha cada desejo sem noção. Uma vez cheguei a morder sabonete.
— Sua mãe era viciada em coxinha! — Ele lembra, informando a nosso filho que o encara com os olhos brilhando em curiosidade. — 'Tamo vendo que nessa gravidez é canjica. Você não quer que seu irmão ou irmã nasça com cara de canjica, né?
— Com cara branca amassada?? — Tom falta gritar. — Claro que não, pai. Que horror.
— Então deixa sua mãe comer bastante canjica. Não a deixe passar vontade.
— 'Tá — ele concorda bem infeliz com isso.
E balançando os braços, ele entra no meu apartamento. Obverso-o por um momento até que suma no corredor antes de voltar a encarar seu pai e notar que permanece muito bem parado da porta pra fora. Nem mesmo ameaça querer entrar.
— Você não vai entrar?
— 'Tô de boa. — Ele me responde, pressionando os lábios. Que clima ruim do caralho. — Tenho que... eu disse que daria uma passadinha na minha mãe depois de deixar o Tom.
— Veiga — insisto, sendo obrigada a respirar fundo para conter essa sensação ruim no peito —, não quer conversar? Sua mãe me disse que anda estranho.
— Ela te disse, é? — Ele franze o cenho.
— Por que não contou a ela? — Vou direto a raiz do problema, ao assunto que mudou tudo nos últimos dias. O que na teoria nos unirá como casal, enquanto na prática só nos afasta. — Você nunca escondeu nada deles.
Veiga morde o lábio inferior e desvia o olhar pro chão, sabendo exatamente ao que estou me referindo.
— Não vi necessidade.
— Não viu necessidade?? — Minha voz se eleva. — Porra, Veiga. A gente vai se casar e você não viu necessidade em contar ao seus pais? Sério?
Ele me olha sério, percebendo que estou irritada, mas não se abalando com isso.
— Não quero que eles pensem que... — Ele hesita. — Que é real.
— É um casamento! — Afirmo com raiva. — É real.
— Você sabe muito bem do que estou falando.
Me calo, ajeitando a coluna e colocando as mãos na cintura.
— Não importa mais o que a gente tem, Veiga — abaixo o tom de voz, querendo parecer o mais calma possível. Não quero brigas. — No momento só o que importa é limpar a nossa imagem.
— Claro — ele sorri ironicamente, desviando o olhar. — Nada que tenha significado importa realmente pra você, Isabella. Não sei porque ainda espero diferente.
— É diferente! — Minha voz sai firme, quase como se quisesse cravar na mente dele algo que não está cravado nem na minha. — Vamos nos casar.
— E você fala como se fosse uma coisa simples. — Ele desabafa. — Apenas papel assinado. Nada demais, né?
— Veiga, eu não quis...
O barulho do elevador chegando no meu andar nos chama a atenção e interrompe minha fala.
Olhamos para trás quando a porta do elevador se abre e nos deparamos com ele. O outro jogador. Joaco Piquerez, segurando uma caixa de chocolate e esbanjando um sorriso enorme que rapidamente se desfaz ao olhar para o homem a minha frente.
— Ah — é como Piquerez reage, deixando a boca aberta e me devolvendo um olhar de desprezo. — Pensé que estaria sozinha, rubia.
— Hoje não — respondo com certa frieza na voz porque não sei exatamente como reagir nessa situação, principalmente com os dois se entreolhando desse jeito e conversando pelo olhar. Uma conversa que não compreendo. — As meninas estão aqui também.
— Que meninas? — Veiga e Piquerez perguntam ao mesmo tempo.
— MÃÃEEE??? — Tom atrai nossa atenção e vem até aqui puxando o braço de uma mulher. — Quem é essa daqui?? Ela é mó gata.
Pilar está sorrindo sem graça, segurando a mão do meu filho e olhando dele pra gente.
— Essa é a Pilar — apresento a Veiga e ao Tom porque Piquerez já a conhece.
— Mi namorada — Piquerez informa, passando por Veiga e entrando na minha casa. — No mires mucho, amiguinho, soy ciumento.
— Namorada??? — Tom fica em choque. — Ué. E você vai ficar aqui, tio?
Tom todo curioso olha para seu tio quando se aproxima dele e bagunça o cabelo loiro do meu filho.
— Claro. — Piquerez confirma, sorrindo depois de colocar a caixa de chocolate em cima da mesa. — Pelo cheiro, sé que tienes canjica. No és, rubia?
— Com paçoca — Pilar acrescenta.
— Ahora que me voy a ficar miesmo — ele se anima, batendo uma mão na outra e indo em direção a cozinha.
Pilar o observa e não sabe como reagir. Se deve seguir ou se deve ficar com o pequeno que continua agarrando o braço dela. Eu também não sei como reagir, de repente as coisas saíram completamente dos planos.
— E você pai? — Tom fica em dúvida e aponta para Veiga ainda parado no mesmo lugar. — 'Cê ainda não foi embora por quê?
— Pensando bem — Veiga olha pra mim com a cara meio séria, mas pressionando forte os lábios num sorriso forçado. — Acho que também vou ficar.
PRIMEIRO DO ANO!!!
Quem estava com saudade deles?
Próximo capítulo será todo mundo juntinho, interagindo. Qual será que vai ser o clima desse apartamento? Pelo menos terá canjica.
Mudei o começo dos caps pq não tô com tempo pra fazer todas as capas de início. Então ficará assim 😄