˖࣪ ❛ CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
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A MULHER CONGELOU, com as mãos imóveis e os olhos arregalados, olhando para a filha.
Yujin era uma mulher calculada. Dura, calculada, inteligente e bem elaborada. Ela nunca seria vista com o botão de cima desabotoado. Nem mesmo em casa. — Sim? — Yujin conseguiu perguntar, embora seu aperto no cabelo tenha afrouxado. Algo brilhou em seus olhos de repente, e aquele nervosismo desapareceu, e o aperto aumentou ainda mais do que antes.
— Não seja esperta comigo. Espera-se que você siga essas regras, Miyeon. Não há exceções. — Yujin sibilou, a garota se arrependendo de suas escolhas ao notar o botão. — Entendido?
— Hum. — Miyeon assentiu, mas se arrependeu instantaneamente quando ela puxou seu cabelo. Por um momento, os papéis foram invertidos e ela tinha o poder. Mas isso nunca daria certo.
— Mais alto. — Yujin insistiu, dando outro puxão no cabelo.
— Eu entendi. — Miyeon disse, e sua mãe finalmente a soltou, a garota se endireitando e tentando não demonstrar nenhuma mágoa. Mas ela estava tremendo.
— Foi Han Seojun com quem você voltou para casa? — Yujin perguntou, e Miyeon balançou a cabeça, sabendo que mesmo que ela não acreditasse nela, não adiantaria admitir isso. — Vou lhe dar o benefício da dúvida. Agora, vá dormir. Não quero que minha linda filha fique com olheiras.
E então Miyeon foi para a cama, tendo sido tão poderosa naquele único momento. Mas voltou a ser como costumava ser.
Ela preferia quando a casa estava silenciosa. Mesmo que o silêncio viesse com o preço de ela ficar sozinha com seus pensamentos. Mesmo isso era melhor do que passar um tempo com a mãe.
Mas mesmo que ela tivesse perdido o poder, ela ganhou conhecimento. Esse botão singular e desfeito seria tudo. E enquanto Miyeon tentava adormecer naquela noite, ela não pôde deixar de pensar sobre isso e o que isso poderia significar.
Porque as visitas de sua mãe à família estavam começando a parecer bastante suspeitas.
Felizmente, o dia seguinte era fim de semana, mas em vez de ficar em casa e saber que sua mãe estava lá embaixo fazendo sabe-se lá o quê, Miyeon achou que era melhor ela escapar pela escada, que de alguma forma ainda estava lá.
Como Yujin não descobriu por que aquele lugar era especificamente ali, Miyeon nunca saberia. Mas ela ficaria eternamente grata por seus pais nunca estarem em casa, se isso significasse que ela poderia sair com tanta facilidade.
Algo que a ajudou muito no ano passado foram as compras. Parecia clichê, mas Miyeon adorava moda e poder sair e comprar roupas novas era quase como se reinventar. E Deus sabe que ela precisava disso, se sua avó não tivesse sido gentil o suficiente para levá-la em sua primeira grande viagem de compras em Nova York, então não havia como ela considerar voltar naquele momento.
Ela havia comprado um guarda-roupa totalmente novo quando voltou para Seul, e o antigo estava guardado no quarto de hóspedes. E sem uma necessidade real de roupas, o passeio de Miyeon não tinha exatamente um propósito, ela estava simplesmente fazendo isso por diversão.
Jugyeong talvez tivesse se juntado a ela, mas parecia que ela estava ocupada com sua irmã mais velha. Elas haviam prometido se encontrar em outra hora, então Miyeon estava sozinha nessa.
Com algumas pequenas sacolas com acessórios, cuidados com a pele e maquiagem e uma caixa de sapatos balançando em seus pulsos, Miyeon folheou seu telefone, o som de perturbação quebrando o transe em que ela estava quando passou por uma loja de alimentos.
— Por que você está me obrigando... — Miyeon quase deixou cair suas malas quando viu uma garota colocar a mão no pescoço de outra garota, dando-lhe vários tapas. — Parece uma bruxa malvada.
Miyeon não era necessariamente uma pessoa conflituosa, esse era mais o estilo de Soojin - ela poderia facilmente enfrentar as valentonas e sair ilesa. Mas Miyeon descobriu que não tinha confiança nem habilidades de autodefesa para enfrentá-las.
Mas mesmo assim, a garota Hwang deu um passo à frente, quase esbarrando em alguém e pedindo desculpas profusamente enquanto continuava em direção à loja, observando enquanto a garota tentava sair, mas aquela que claramente a estava intimidando esticou o pé, fazendo ela tropeçar.
— Me dê seu número. — a valentona exigiu para a garota no chão, outras duas ficaram por perto.
— Ei! — Miyeon gritou, entrando na loja. — Você não tem vergonha alguma? — ela as interrompeu e as três garotas ergueram os olhos. Ela olhou para a garota no chão, agachada ao lado dela. — Você está bem? — ela perguntou.
A garota parecia estranhamente familiar e a cabeça de Miyeon inclinou-se ligeiramente. Mas, de repente, a garota se levantou, passou por ela e saiu da loja.
Miyeon se levantou, sem saber de onde reconheceu a pobre garota, mas sabendo exatamente de onde conhecia as outras três. — Eu sabia que Soojin estava certo sobre você. — Miyeon começou, balançando a cabeça e olhando para as três garotas. — Veja bem, não preciso que Soojin me diga o quanto você é uma vadia.
— Como você ousa! — uma das agressoras se assustou, mas a principal percebeu algo, olhou para o chão e pegou a carteira. O que foi outra coisa que Miyeon reconheceu.
— Nem pense em pegar isso. — Miyeon estendeu a mão e arrancou-o dela, abrindo-o apenas para dar uma olhada na identificação dentro dele, o que confirmaria exatamente o que ela pensava. E ainda mais raiva tomou conta dela, afastando a mão da garota enquanto ela pegava a carteira.
Mas quando a agressora estava prestes a revidar, uma mão apareceu em seu pulso. Olhando para cima, Miyeon sorriu ao ver Suho, que prontamente tirou a carteira dela. Seguindo seu olhar, os olhos de Miyeon pousaram na pobre garota que estava sendo intimidada.
Suho saiu da loja logo depois, e com um olhar furioso para as três garotas, Miyeon saiu lentamente, sem seguir nenhuma delas. Encostada na parede, ela se viu mexendo na pulseira mais uma vez.
— Ah, Ju. — o apelido saiu de seus lábios e ela balançou a cabeça, sentindo-se muito mal pela amiga. Tudo se encaixou - por que Jugyeong ficou tão chateada depois que o bolo atingiu seu rosto e por que ela foi transferida de escola.
Ela não queria ter pena dela porque sabia que sentir pena não era um sentimento que ela abraçava. Miyeon já havia sentido muita pena no ano passado e ela não aguentava nem mais um segundo disso.
Ninguém deveria passar por isso, e ela ficou muito triste por ela.
Feliz ano novo, pessoal! Que vocês possam ter um ótimo 2024. ❤️❤️