Segunda chance - michaeng

By Ravenahtts

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Chaeyoung nem imaginava que sua vida iria virar de cabeça para baixo após a grande festa de Myoui Mina e sua... More

AVISOS+ INFORMAÇÕES
As vergonhas dos 13 anos de idade
O peso de ter 14 anos
Entre tapas e tintas
Perguntas sem respostas
O amor e o ódio andam lado a lado
O aniversário de Mina
O peso de ser famosinha
Festa de 15 anos parte 1
A carta
Essa festa promete??
Autoconhecimento
Vela
O remetente da carta
Confissão e um pedido de desculpas
Sonho ou não?
Nem sempre o que você gosta é ideal para sua vida?
Um encontro divertido
Relacionamentos são complicados
Trabalho?
A vida não é muito boa sem amor
Dia de limpar o coração
Sharon?
Reconciliação
foda-se ela
Eu amo replay de tudo
O melhor natal de todos
Castigo
Falar da vida dos outros é errado e não ter responsabilidade afetiva também.
25/01
Capítulo final
Agradecimentos

Farinhas e água

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By Ravenahtts

-Primeiro de tudo, não sou crente/cristã, apenas frequento a igreja(confesso que é poucas vezes) mas das poucas vezes que fui e vou, eu aprendo uma coisa diferente e hoje quero passar para vocês.

-Quem conseguir comentar e votar eu agradeço 💗

-Conheço muitas pessoas que ficam "aflitas" ou com vergonha de ir para igreja por conta de seus pecados. "Aí que vão me olhar torto" "aí que crente é isso" "aí que crente é aquilo" "aí porque aquele crente ali vai dizer que vou para o inferno por causa disso" "Aí porque Deus não vai me amar por eu ser assim" e o principal "Deus não escuta minhas orações e nem vai me abençoar porque eu sou assim" Deus ama a todos independente de tudo. Não é o "crente ou cristão" e sim a pessoa, o problema está na pessoa.

Quem matou Jesus foi os príncipes da Sinagoga, e adivinha? Todos crentes/cristãos, então meus queridos, o problema não é o cristão, e sim a pessoa.

"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

💨 Farinhas e água 💨

Acordo sentindo uma felicidade imensa ao olhar a figura que estava ao meu lado.

Eu iria até me beliscar para ver se não era um sonho, mas isso não faz nenhum sentido e provavelmente eu posso dar um pequeno grito estérico e acordar a pessoa que estava ao meu lado.

Foi uma luta para finalmente conseguir sair do lado da garota, não é nem porque ela está segurando meu braço, o motivo é eu não querer sair de perto.

Mina estava ao meu lado, Mina dormiu comigo, Mina me beijou, eu beijei a Mina, meu dia foi incrível, pois eu estava com Mina, eu queria outro beijo da Mina, será que eu posso pedir um beijo da Mina? Eu tô repetindo o nome dela muitas vezes desgraça de vida.

Vou para o banheiro quase saltitando e faço minha higiene matinal.

Isso tudo é muito incrível! Falo em um tom baixo para que só eu escute e mais ninguém.

Mano, eu beijei Myoui Mina, porra!

Me aproximo da japonesa em busca de deixar um rápido selar em sua testa e uma carícia em seu cabelo.

Isso só pode ser um sonho ou algum tipo de fanfic, será que isso já era para ter acontecido há muito tempo? Que vontade de acordar ela, parece até que a pobre morreu na cama, a bonita não acorda por nada.

Saio do meu quarto totalmente silencioso e desço as escadas de forma minimamente animada.

Tomo um pequeno susto ao ver minha mãe preparando o café da manhã com uma expressão um pouco neutra, mesmo com a curiosidade emperrada na ponta da língua, eu não podia deixar esse dia estragar minha pequena felicidade após meses ou anos. Geralmente eu acordo odiando tudo e todos, mas... Hoje eu estava feliz!

Esse negócio de amor é muito louco e eu gosto de ser louca.

— Bença mãe, como foi lá no encontro? Pergunto com um sorriso simpático.

— Deus te abençoe, Mina já foi para casa? Minha mãe para de fazer as coisas para me encarar.

Fudeu, fudeu muito, fudeu muito, meu deus, agora eu morro.

Foi quando entendeu tardiamente que eu não estava vivendo uma fanfic onde duas garotas dormem juntas e ninguém ver, minha mãe viu e agora eu estou fudida.

Não consigo disfarçar a cara de desespero que estava se formando, e com certeza isso foi minha sentença.

— Ela continua dormindo, por quê? Pergunto tentando deixar minha voz firme, isso era impossível!

— Assim que ela ir para casa temos que conversar. Minha mãe afirma autoritária e eu engulo um enorme seco.

Caralho, o que eu fiz? Agora que eu morro, tomara que a Mina durma igual uma praga até minha mãe esquecer essa história.

— Bom dia! Mina desce as escadas suavemente e nos cumprimenta com um sorriso singelo.

PORRA, FUDEU MAIS AINDA! VAI DORMIR DIABO.

— Bom dia! A cumprimento sorridente enquanto a encaro tentando não transparecer meu desespero.

— Bom dia, meu amor! Minha mãe abraça a mesma e a pergunta o que quer comer.

Meu cu não passava nem um sinal de wi-fi se quer, estava trancado como nunca na vida. Eu podia sentir o suor descer disfarçadamente.

A situação estava tão tensa que até meu irmão notou o desespero em meu olhar ao deparar aquela cena.

— Bom dia! Como foi o encontro mãe? Se divertiu bastante? Nem vi a hora que a senhora chegou em casa. JK tenta amenizar o clima puxando assunto com nossa mãe.

— Minha noite foi ótima! Minha mãe responde com um sorriso simpático e irônico enquanto encara o fundo da minha alma.

— Cheguei só de manhãzinha, o rapaz é legal e envolvente, me chamou para sairmos na sexta-feira. Minha mãe comenta fazendo uso de um sorriso incrível.

— Pelo visto a noite foi boa em. Tento descontrair a situação e me acalmo após ver que consegui com sucesso.

Olhando todos rindo, Mina interagindo com minha mãe e JK fazendo questão de lembrar das inúmeras brigas com tintas. Nem parecia que eu estava quase falecendo nesse mesmo lugar onde estou rindo.

— A manhã está sendo ótima, mas infelizmente eu tenho que ir para casa, muito obrigada pelo café da manhã!
Mina agradece simpática para nossa mãe e eu levanto para levar a mesma até em casa.

— Mas já vai? Não pode ficar mais um pouco não? JK pergunta tristonho.

JK EU TE AMO SEU LINDO!

— Infelizmente não, minha mãe vai chegar daqui a pouco e eu tenho que resolver umas pequenas coisas.

Filha da puta, desgraçada, piranha, vagabunda, cachorra, peste, praga ruim, vai se fuder.

— Poxa! Mas muito obrigada pela presença! Agradeço simpática enquanto a levo até a porta.

— Obrigada por tudo que aconteceu ontem... Mina me agradece um pouco confusa se deve ou não citar isso e acaba me arrancando um breve sorriso após eu ser atingida por lembranças.

Não vai embora praga, por favor!!

— É horrível saber que você vai embora agora, avisa quando chegar em casa e se cuida! Dou um rápido selar em sua testa quando a abraço e espero ela sair do meu campo de visão para finalmente fechar a porta e morrer.

Por que você foi embora meu amor? Minha linda, amor da minha vida... Vaca desgraçada por que você foi embora??

Volto para sala enquanto quase faleço a cada passo que ando.

— Senta aqui para conversamos. Jungkook quero que suba porque quero conversar com sua irmã a sós.

Fudeu muito

Me sento no sofá tentando não transparecer medo ou qualquer coisa que cause a sentença de algo que realmente fiz.

— Vou perguntar só uma vez e chega de mentiras, Son Chaeyoung! Você é sapatão? Você gosta de meninas?
Minha mãe pergunta levemente alterada.

— Não, claro que não! A senhora sabe muito bem disso. Tento me defender e contestar em minha defesa, é mentira? Sim, mas eu realmente não sou sapatão, então não é bem uma mentira...

— CHEGA! CHEGA DE MENTIRAS!
Minha mãe grita completamente alterada e eu sinto as lágrimas vindo lentamente.

— Você é ou não? Eu sabia que esse ódio todo não era normal, por que estava dormindo com Mina daquele jeito? Quando vocês voltaram a se falar? Não adianta falar que ela é sua amiga porque até semana passada vocês se odiavam.

— Não. Foi tudo que eu disse, um mísero não e mais nada. Eu não tinha culpa, eu só não conseguia dizer mais nada.

— VOCÊ GOSTA DE MENINAS? PORRA É SÓ FALAR PARA DE FINGIMENTO!

— E O QUE VAI INTERFERIR SE GOSTO OU NÃO? Não consigo me segurar e grito em busca de tentar fazer com que algo melhore.

— O quê vai interferir? Ninguém merece ter uma filha sapatão, já pensou? Eu trabalhando pensando que minha filha está em casa e me deparo com um monte de vizinhos falando numa boca só que você estava de agarramento com garota? Que coisa ridícula!
Eu desconfiava... Eu pensei que você gostasse da Nayeon, mas quando eu vi a troca de olhares da Im com a senhorita Jeong, eu percebi o que estava rolando.

— Você sabe muito bem que isso é errado, totalmente errado.
Por que estavam dormindo assim? Son Chaeyoung, eu não vou repetir, por quê?

— Não sei... Eu sabia o motivo, eu dormir com ela assim porque eu quis e porque eu gosto dela.

— Como não sabe? Olha só, eu tentei ser paciente, eu esperei você me falar, eu aceitei que você é isso e não posso mudar nada, e infelizmente ninguém vai mudar.
Eu só quero saber a verdade, chega de mentiras! Minha mãe já tinha perdido o controle e eu tinha perdido a saúde mental nessa pequena conversa.

— Eu não sou sapatão, eu sou bi, eu gosto dos dois e eu não queria ser assim, eu não queria, mas aconteceu e eu acabei gostando da Mina.
Falo desesperada em meio de lágrimas.

— Você quer ser curada? Eu te levo na igreja, mas eu não posso tentar sozinha, não dá para ajudar quem não quer ser ajudado. Minha mãe é a melhor mãe do mundo, mas não era ótimo em algumas situações.

— Não da para ser "curada" porque não é doença. A senhora acha que eu não já tentei? Eu já tentei, eu fui em igrejas, eu orei, mas sou assim. Falo me recuperando da pequena crise de lágrimas e dessa vez sendo acolhida pelos braços da minha mãe.

Vejo a figura de JK parado em meio as escadas após ter escutado os pequenos gritos de nossa discussão.

— Eu não te julgo minha filha, você sempre vai ser minha filha independente de tudo, mas eu tenho medo de como o mundo vai reagir, de como o mundo vai te tratar e do que podem fazer, as pessoas são más, são ruins e eu tenho medo disso. Eu não quero te perder e muito menos que as pessoas te olhem com cara de nojo.
Mas você sabe que isso é errado, não é? Na bíblia isso está errado e não tem contestação e muito menos erro.
Mas olha para mim, eu te amo, mas não aceito seu erro. Deus ama o pecador, mas não ama o pecado, Deus te ama independente de tudo e sempre vai te amar, não quero que você sinta vergonha de ir na igreja nunca.
Minha mãe falava enquanto fazia carícias em meus cabelos em busca de me acalmar.

— Desculpa... Eu não sei como aconteceu, eu tinha certeza que a odiava e agora eu tenho certeza que gosto, isso é complicado e confuso! Eu falava enquanto me desesperava novamente.

— Está tudo bem gostar de alguém, ela gosta de você? A mãe dela já sabe? Como aconteceu isso? Minha mãe parecia criança fazendo mil perguntas ao mesmo tempo.

— Gosta, ela sabe que a Mina gosta de garotas e eu não sei como aconteceu isso, eu passei tantos anos odiando ela e agora eu descubro que metade do meu ódio era amor. Limpo meus olhos e encaro o rosto de minha mãe.

— Se ela gosta e você também... Acho que está tudo bem? Eu não apoio isso, mas não vou discordar do seu modo de viver, a salvação é individual e cada um garante a sua... Eu não vou te proibir de falar ou andar com a Mina, ela é uma boa garota e uma hora eu vou aprender a lidar com isso. Mas eu te peço para ter paciência com sua mãe também, continuo aprendendo a lidar com os lgtvq e com a vida.

— Tudo bem, eu entendo. Eu te amo muito! E é LGBT. Solto uma risada baixa após corrigir minha mãe.

— Eu lá quero saber como fala esse código, essa porra tá parecendo um alfabeto, tá repreendido. Filha? Só mais uma coisa.

— Senhora?
— Você é não binare? Garote? Eu pesquisei e não sei falar isso. E foi nesse momento que toda tristeza sumiu e uma onda de risada foi emitida.

— O QUÊ? NÃO! Minha barriga nunca doeu tanto de rir igual nesse momento. Era engraçado porque era uma mãe perguntando.

— Então vai para porra! A gente tenta ajudar, tenta ser legal, mas a pessoa quer tirar como otária. Minha mãe sai da sala quase sufocada pela risada que ela estava segurando.

Quando JK se depara com minha mãe subindo as escadas o garoto fica pasmo, ele ainda tem a cara de pau de fingir que não estava prestando atenção na conversa.

— Sinto muito e que bom que deu tudo certo.
Acho que herdamos a bipolaridade de nossa mãe... JK até tenta melhorar o clima, mas não era possível.

— Obrigada! Eu acho que vou deitar... Isso tudo foi um enorme furacão para minha cabeça, minha mãe nunca vai parar de tratar isso como se fosse uma doença e isso é triste...
Falo dando um abraço no mais velho e andando rumo a escada.

— Eu não sei nem como ajudar, desculpa!JK exclama tristonho e tenta sorrir em minha direção.

— Ta tudo bem, ok? Forço um pequeno sorriso e adentro ao meu quarto.

Após explicar tudo que rolou para as meninas nos mínimos detalhes, respondo à mensagem de Mina.

[Minha pinguim]
Oii, eu já cheguei tá
Só demorei pq minha mãe fez um interrogatório, agr ela tá estranha ultimamente
Não que eu não goste dessa mudança, eu estou amando, mas agr ela chega tá brigando pq eu não avisei que tinha dormido fora

[Você]
Preocupação? E vc tá feliz com isso?
Não era isso que vc sempre quis? Seus pais fazendo um real papel de pais? Eu tô muito feliz por vc cr

[Minha pinguim]
SIMMM
Eu tô muito feliz, tipo, vc não tem noção
Obrigada, queria saber como aconteceu isso tudo

[Você]
Eu conversei com eles naquele dia que vc estava passando mal

[Minha pinguim]
Vc?? Vc conversou com meus pais??? Mas vc não me odiava? Pq fez isso?

[Você]
Pq o amor faz a gente cometer loucuras e o amor acima de tudo é respeito e cuidado, se eu não podia cuidar, conversei para que eles cuidasse

[Minha pinguim]
Son Chaeyoung eu amo vc, eu amo vc🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍

[Você]
Eu também te amooooooooooo🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍🤍

[Minha pinguim]
Vem aqui em casa hoje? Vc pode?

[Você]
Vou pedir minha mãe e vou

[Minha pinguim]
Tá bom

Bloqueio o aparelho e corro para o quarto da minha mãe, mas paro em sua porta e após ser atingida pela lembrança que hoje passaríamos o dia juntas.

Assim que pego o celular para comunicar Mina da minha falta de atenção e memória horrível, minha mãe abre a porta totalmente arrumada e quase derrubo o celular pelo susto que levei.

— Filha? Ué, estava fazendo o que para levar esse susto? A mais velha me pergunta desconfiada enquanto me encara.

— Achei que tinha me chamado. Minto na cara de pau, eu tenho que parar com essa mentirada.

— Não chamei, mas eu ia te chamar. Noto uma possível tristeza em seu olhar e já começo a ficar preocupada.

— O quê aconteceu, mãe? Pergunto enquanto a encaro esperando pela resposta.

— Eu queria pedir desculpas, eu disse que ia passar o dia com vocês... Mas o velho carrancudo me chamou para trabalhar, pelo menos é um aumento e da para comprar um presente bom para vocês. Minha mãe tenta forçar um sorriso, mas eu sabia que ela estava chateada pelo ocorrido.

— Esta tudo bem... Então... Eu posso ir na casa da Mina? Já que a senhora não vai poder passar o dia com a gente...
Faço uma expressão triste e espero a recompensa vir, não que eu não esteja triste, eu estou, não quero que minha mãe vá trabalhar de novo.

— Agora tudo vai ser Mina né? Mina para cá e para lá, pode ir sim. Minha mãe força um sorriso enorme, força de verdade.

— Mãe? Esqueci de te entregar isso aqui. Estendo 250 para ela e espero que ela aceite com um sorriso no rosto.

— Filha, não precisa disso, não posso aceitar, você trabalhou e isso é resultado do seu esforço. Minha mãe tenta recusar o dinheiro que eu estava estendendo em sua direção.

— Não, mãe, aceita por favor... Eu não tenho nem ideia do com que gastar, e eu quero ajudar nas despesas de casa, eu já tô com 200 reais e entreguei até o dízimo. Tento apresentar motivos para fazer a mais velha aceitar.

Finalmente, após tanto implorar, minha mãe aceita o dinheiro e me abraça dizendo o quanto estava orgulhosa de mim e por ela ter me criado do jeito certo.

— Dízimo? Ué, você não disse que não é da igreja? Minha mãe me pergunta com olhos semicerrados.

— Não precisa ser da igreja para dar dízimo, eu pesquisei. Afirmo confiante e orgulhosa da minha pesquisa.

— Está certa! Mas quem te disse sobre isso? Minha mãe pergunta surpresa e com um sorriso de orelha a orelha.

— Dahyun, ela é da igreja e eu perguntei para ela como faz para pagar o dízimo e ela me respondeu assim: "Tecnicamente, é impossível "pagar" o dízimo. Já é de Deus, então só pode ser "devolvido". Cem por cento de nossa renda vem de Deus. Ele nos pede para devolver os primeiros 10%, não como uma conta a ser paga, mas como um reconhecimento de que tudo o que temos vem dele" eu não lembro muito bem das palavras que ela usou, mas ela disse que quem não dá o dízimo vive em desobediência. Digo tentando lembrar das palavras que a Coreana tinha me dito.

— Realmente, ela está certa! Quem é bom de explicar isso é pastor, mas quem não dá o dízimo é tipo que considerado "ladrão" até porque se você não devolve o que foi te emprestado, isso é roubo, certo? O dízimo é obrigatório, a oferta não. Você acha que mudou alguma coisa depois que você começou a dizimar? Porque Deus abençoa os dizimistas. Minha mãe fala enquanto me encara orgulhosa.

— Sim, eu tinha pedido para Deus limpar o meu coração, um trabalho e pedi outras coisas que eu já estou vendo acontecer. Falo sorridente e vejo minha mãe e sinto outro abraço da minha mãe.

— E pode ter certeza que mais recompensas virão, Deus é justo! Minha mãe beija o topo de minha cabeça e nos despedimos antes dela ir trabalhar..

                                X

— Mina? Mina? Morro de chamar quase escaralhando a porta de tanto bater.

Esse povo só pode estar com o ouvido no cu, não é possível.

— Oi, desculpa! Esperou por muito tempo? Mina me pergunta com uma feição preocupada.

— O quê? Muito tempo? Não, eu acabei de chegar, tá tudo bem! Respondo simpática e adentro a casa da mesma.

Acabei de chegar é uma ova, quase morri aqui.

Será que eu beijo ela? Eu queria dar um pequeno beijo nela, será que essas coisas se pedem?

— Quer fazer um bolo? Mina me pergunta sorridente.

Não quero não, obrigada!

— Claro que sim, tem avental aí? Pergunto simpática, é claro que tem, a garota é rica e não vai ter isso? Cada pergunta.

— Aham, vou pegar aqui. Mina se aproxima do armário e pega dois aventais da cor rosa-claro, eu amo que todas as coisas da Mina são em tons pastéis, são fofos e combinam com a personalidade real dela.

— Que foi que você está me olhando assim? A mais velha me pergunta curiosa enquanto pega a manteiga na geladeira e o trigo no armário.

— Tô pensando nas possibilidades de dar errado ou de colocarmos fogo na cozinha. Respondo entre risadas e escuto Mina resmungar dizendo que iria me provar que sabe cozinhar.

— Começa passando manteiga e depois o trigo no tabuleiro. Mina me pede enquanto quebra alguns ovos no liquidificador.

A mulher pensa que me manda, só pode.
Nem um "por favor" até parece que vou fazer.

— Mais o quê? Pergunto após sinalizar que já tinha feito o que me pediu.

— Vamos fazer assim, você faz a mousse de morango e eu vou fazendo a massa. Até porque você faz um ótimo mousse e eu não quero desperdiçar a chance. Mina diz simpática enquanto coloca as coisas em minha frente.

— Obrigada! Você também faz um ótimo bolo! Retribuo o elogio da mais velha e tento não me desconcentrar.

— Obrigada! Era engraçado ver ela querer esconder o rosto com as mãos e não poder.

Já comecei pegando uma lata de leite condensado, uma caixa de creme de leite, 1 bandeja de morangos e 1 pacote de suco de morango. Levei até o liquidificador e bati todos os ingredientes por 5 minutos, e depois os levei para a geladeira.

Esse é um dos momentos que vejo que a realidade de alguns é totalmente diferente das de outros, aqui tinha dois de tudo.

Queimei a língua legal, o bolo ficou perfeito!

— Mina? A chamei vendo a mesma se aproximar.

— O que foi? A mais velha me pergunta após eu colocar um pouco de farinha na mão e começar a remexer dizendo que talvez esteja com bicho e agora o bolo estaria com bicho.

— Mentira? Não pode ser! Mina expressa indignada e levanta minha mão na altura de seu rosto para ver os bichos.

A sensação de ver a mais velha completamente puta após eu assoprar tudo no rosto dela, foi impagável! Eu explodi em risadas.

— Eu. Não. Acredito. Que. Caiu. Nisso. Falo pausadamente enquanto coloco minha mão na barriga após a onda de risadas.

— Sua. Filha. Da. Puta. Meu riso é cessado após a mesma encher a mão de farinha e jogar em minha direção.

— Agora quem tá rindo agora? Mina me provoca enquanto começa a rir por conta de sua vingança.

Começamos a travar uma guerra de farinha pela cozinha, e o melhor era que estávamos em live nos dois celulares.

Após minutos de pura farinha e risada, cessamos o riso enquanto olhamos o estado que ambas estão.

A melhor parte era a cozinha destruída, a gente destruídas e o bolo intacto sem nenhuma farinha, só podia ser coisa de filme.

— O que está olhando em? Mina me pergunta enquanto se aproxima mais e mais.

— Sabe de uma coisa? Estou olhando o quanto você é bonita até com farinha, meu deus, como essa mulher é linda! A elogio em forma de brincadeira.

— É mesmo? Mina se aproximava mais e quando eu fui dar conta seus braços já estão rodeando meu pescoço.

Congelei, ainda não estou acostumada a ter a Myoui Mina tão próxima.

Acho que isso era amor, o que o faz tão raro é que quando você o encontra você não duvida dele. Era verdade, eu não duvidava nem por um segundo se eu realmente queria beijá-la.

E foi o que fiz, eu a puxei para mais perto e realizei a vontade que tanto queria.

Eu não quero fugir da vida e muito menos do amor.

Sem dúvidas a melhor parte foi quando começou a tocar "ain't no mountain high enough" no rádio em que Mina tinha colocado para escutarmos música.

"Listen baby, ain't no mountain high
Ain't no valley low, ain't no river wide enough, baby" Mina me puxa para dançar enquanto canta com sua linda voz.

"If you need me call me, no matter where you are" entro em sua brincadeira e começo a cantar enquanto danço com a mais velha.

"No matter how far, don't worry, baby" A mais velha continua a cantar.

"Just call my name, I'll be there in a hurry
You don't have to worry" "Completo sua parte novamente.

A melhor parte foi quando começamos a cantar juntas em uma linda harmonia, nossas vozes combinavam juntas, nossas bocas combinavam e nosso amor se completava.

"'Cause, baby, there ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you, babe"

— Eu te amo, Son Chaeyoung! Eu te amo! Mina ri enquanto me fala as frases mais lindas que eu já ouvi em toda minha vida.

— Eu também te amo, MYOUI MINA! Nem sei da onde eu tirei coragem para beijá-la.

Estávamos no nosso momento, o que estava ao vivo não importava e quer saber? Minha mãe já sabia, a única que não precisava saber, sabia, então o que me resta é aproveitar.

Nosso abraço é separado assim que a tia da faxina quase caí dura ao ver o estado da cozinha.

— Tia, desculpa, foi sem querer... Era engraçado ver Mina tentando dar alguma desculpa sobre estarmos abraçadas aos beijos enquanto nosso corpo está sujo de farinha dos pés a cabeça.

— Sem querer, sua sem vergonha? Escorregaram e a farinha voo para todo lado e aí quando vocês foram limpar se beijaram? Vaza as duas! A tia faz a gente sair da cozinha enquanto luta para não rir e perder a credibilidade.

— E agora? Pergunto para a mais velha que estava vermelha de tanto rir.

Seguro meu ódio quando a mais velha nada responde, apenas levanta para encarar a piscina.

— Que nojo! Mina fala enquanto encara a água da piscina de uma forma total incrédula.

Era impossível fingir que não sou curiosa ao ponto de levantar na mesma hora e ver o que era.

— O que tem na água? Pergunto curiosa enquanto encaro a expressão incrédula da mais velha.

— Você. A mais velha ri maldosa e me empurra dentro da piscina.

— Você vacila muito! A olho incrédula segurando a risada.

— Olha quem fala. Mina comenta superficialmente e de forma irônica.

— Quem mandou você cair no truque mais velho do mundo? A pergunto usando o tom de sua ironia.

— Vai se foder! Mina grita em minha direção enquanto mostra seu dedo do meio.

— Que modos feios! Começo a rir e depois de não muito tempo a mais velha me acompanha em risadas.

— Pelo menos me ajuda! Grito para a mais velha estender a mão para que eu saia da piscina.

Eu acho que ela faz de propósito, não é possível que ela caia nesses truques antigos, só não falo nada porque eu caí no mais fajuto possível.

Assim que Mina aproxima sua mão, eu a puxo para dentro da piscina.

— Sua desgraçada! Mina me dá socos falsos e finge estar brava.

— Como é carinhosa. Comento irônica para a mais velha enquanto sinto suas pernas abraçarem minha cintura.

— Você acha que não está muito folgada não? Pergunto após circular meus braços por sua cintura.

— Nem um pouco! A mais velha ri enquanto molha suas mãos a fim de limpar o resto de resíduo de farinha que tinha em meu rosto.

— Você não acha que era para ser ao contrário não? Quem deveria estar com as pernas na cintura de quem, era eu, você é alta, sua preguiça. Comento irônica para a mais velha.

— O quê? Usando esteriótipos de casais heteronormativos? Son Chaeyoung? Vou agora postar isso no tt. Mina entra na brincadeira e prende mais firmemente suas pernas em minha cintura.

— Vai acabar com nossa vida, já estamos canceladas e olha que nem somos famosas, imagina depois disso. Comento rindo.

Começo a andar para a parte mais rasa da piscina, ainda com a mais velha em meu colo.

— Chae? Tínhamos um péssimo costume de ficarmos chamando um a outro invés de só falar.

— Hum? Respondo apenas com um efeito sonoro.

— Você falou sério mesmo? Sobre aquilo lá... Você realmente acha que eu tenho uma segunda chance? Era doloroso ver que Mina não conseguia acreditar ou manter sua voz firme toda vez que entramos nesse assunto.

Começo a citar uma espécie de poema que eu tinha visto em algum lugar do Pedro Bial.

— Talvez você case, talvez não, talvez tenha filhos, talvez não, talvez se divorciei aos quarentas, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante. Faça o que quiser, não se autocongratule demais e nem seja severo demais com você. As suas escolhas têm sempre metade das chances de dar certo, é assim para todo mundo.

— Eu entendi o que você quis dizer com isso, mas, ao mesmo tempo, não entendi o que você quis dizer com isso.

— Porque você vive na base do talvez, você pensa que se talvez você não tivesse pedido ajuda a Sana naquele dia ou que se você não tivesse mudado aquele dia, tudo estaria diferente e agora você poderia estar "melhor", mas, amor, nem tudo é bom quando não fazemos nada, entende? Se fosse assim, não iria existir segunda chance, já pensou se todo mundo acertasse o tempo todo? Seria incrível, mas, ao mesmo tempo, não seria. Seria bem mais difícil para viver do que agora. Nossas escolhas têm possibilidades de dar certo e de não dar, você tem uma segunda chance assim como todos. Você não precisa ficar provando nada para ninguém, viva por você e para de viver pelos outros, isso só vai te magoar. "Mas se alguém perguntar" diga apenas que voltou a ser você mesma e que está feliz com isso.

— Obrigada! Obrigada por ser quem você é, por me trazer felicidade e por me trazer esperanças de uma vida melhor... Cada dia que passa eu vejo o quanto eu acertei amando a pessoa certa!

Eu ainda não estava acostumada a ter Mina tão de perto, a escutar que ela me ama e ter noção que eu a amo também.

— Eu também te amo, senhorita Son Mina. Brinco trocando seu sobrenome pelo meu e dou um rápido selar de lábios.

— A senhora Myoui Chaeyoung está atacante hoje.

Era engraçado e bom ter alguém que você pode falar qualquer coisa e tudo se torna engraçado porque é com alguém que você tem intimidade.

— Eu vi no Tik Tok que às vezes segundas chances não dão certos ou que segundas chances muita das vezes nos provam que pessoas não mudam.

— E é verdade, principalmente se for caso de traição. Traição não é erro e sim uma escolha e eu não aconselharia alguém a dar uma segunda chance para uma pessoa mau-caráter.

— Entendi. Mina apoia sua cabeça em meu ombro e ficamos ali conversando durante um tempo, apenas aproveitando a nossas presenças.

— Me apresenta um mbp que você goste muito? Mina levanta sua cabeça para olhar nos meus olhos.

— Eu gosto de vários, vários mesmo, mas hoje vamos escutar Seu Jorge.

Adoro quando alguém pede dica de música para mim, ganho meu dia.

Mina tira suas pernas da minha cintura para que eu consiga sair da piscina e começa a nadar enquanto eu pego meu celular que por sorte, trouxe junto comigo.

— Seu Jorge? As músicas dele são ótimas e agora viraram modinha no Tik Tok, inclusive fiquei feliz por ele estar sendo mais reconhecido como merece. Mina interrompeu seu nado para esse pequeno comentário.

Dou um grande sorriso quando a melodia é finalmente ouvida depois do anúncio desgraçado do YouTube, odeio ser pobre.

"Tô namorando aquela Mina
mas não sei se ela me namora
MINA maneira do condomínio
Lá do bairro onde eu moro"

Era muito engraçado ter o nome da Mina na música, eu fazia questão de intensificar toda vez que mencionava essa parte.

"Me perdi no seu sorriso
Nem preciso me encontrar
Não me mostre o paraíso
Que se eu for, não vou voltar"

— Agora eu até saio da piscina para cantar essa parte. Mina saia da piscina desesperadamente e vem em minha direção.

"Eu digo "oi", ela nem nada
Passa na minha calçada
Dou bom dia, ela nem liga
Se ela chega, eu paro tudo
Se ela passa, eu fico doido
Se vem vindo, eu faço figa"

"Eu mando um beijo, ela não pega
Pisco olho, ela se nega
Faço pose, ela não vê
Jogo charme, ela ignora
Chego junto, ela sai fora
EU ESCREVO ELA NÃO LEEEEEER"

Mina grita na última frase me encarando enquanto perfura minha alma.

— Eu já pedi desculpas! Exclamo enquanto levanto meus braços em rendição.

"Minha mina, minha amiga
Minha namorada
Minha gata, minha sina
Do meu condomínio
Minha musa, minha vida
Minha Monalisa
Minha vênus, minha deusa
Quero seu fascínio"

Foi incrível quando cantamos juntas e finalizamos o momento quando Ray aparece e começa a latir buscando atenção.

— Vem cá, garoto! O chamo enquanto bato em minhas coxas para chamá-lo.

— Não acredito que o MEU filho está me rejeitando para ficar com você! Mina exclama incrédula pela falsidade de Ray.

— Você vai ver se vou colocar ração cara para você, vai comer a de 10 reais, seu traidor! Mina continua com uma expressão incrédula fingindo falsa raiva.

— Seu filho? Nosso filho. Nem percebo em que momento eu tive a audácia de falar que ele era meu filho também, mas agora eu estava meio sem jeito devido a minha fala.

— Nosso, é? Mina pergunta provocativa enquanto se aproxima de mim e do seu suposto filho.

— Sim, nosso. Afirmo confiante para a mais velha.

A mais velha se abaixa na altura de Ray e começa a brincar com seu pelo.

— Agora você tem uma mãe convencida, descarada e muito linda e olha que nem estou falando de mim.

— Sim, até porque a sua outra mãe é pior. Comento em meio de risadas.

— Ei! Mina me dá falsos socos por conta da minha fala provocativa.

— Vamos comer o bolo. Mina pega em minha mão e me leva até a cozinha.

— Não vão entrar agora. A tia da faxina aparece impedindo nossa entrada.

— O quê? Mas tia... Mina tenta contestar contra a "autoridade" da casa.

— Eu pego e trago aqui, vocês não vão sujar tudo de novo.

— Mas é água, vamos ajudar a limpar né. Falo de forma irônica e em meio de risadas.

— Minha bebê tigre, só foi começar a namorar a Mina que ficou desse jeito, o que ela fez com você meu amor?

Eu adorava ser bajulada pela tia.

— Essa traição na minha frente? Bem na minha frente? Mina pergunta indignada e com uma expressão incrédula novamente.

— Posso fazer o que se sou a preferida? Pergunto convencida.

— Era, deixou de ser quando sujou a cozinha com minha pinguim.

— Tia, que isso? Pergunto fingindo estar ofendida.

— Toma, otária! Mina rir provocativa.

Comemoramos alegremente assim que a tia chega com o bolo e duas latinhas de coca cola para tomarmos.

— Obrigada! Mina e eu agradecemos e oferecemos bolo para a mesma.

Por mais que a diversão continuava a me alegrar, por um momento deixei o medo me alcançar sobre o que tinha acontecido na live.

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