Visenya se encontrava com seus dezesseis dias do nome, ela crescera bem, estava madura e inteligente, seus treinamentos com Daemon deram resultados, fazendo dela uma guerreira formidável. O que Visenya não tinha de força bruta, ela compensava com uma agilidade perspicaz.
E assim como a princesa, Naeraxes também havia crescido rapidamente, estava quase do tamanho de Arrax, segundo Daemon a vida fora de um fosso ajudou a dragão a se desenvolver de forma rápida, já que a mesma havia nascido menor que a maioria dos filhotes.
Visenya já havia mandado fazerem uma sela para a dragão, logo Naeraxes teria tamanho o suficiente para que ambas pudessem subir aos céus juntas.
A princesa se encontrava cavalgando pela ilha, se não podia montar em um dragão no momento, se contentava em cavalgar pelas planícies de Pedra do Dragão.
Naeraxes a seguia pelos céus e chiava chamando a atenção de sua futura montadora. Pingos rasos de chuva começarvam a cair sobre elas, o clima em pedra do dragão era sempre chuvoso.
Com a chuva aumentando Visenya achou coerente voltar para o castelo, Rhaenyra se preocuparia se ela não voltasse logo.
Ao chegar nos estábulos, entregou seu cavalo aos serviçais, com 13 anos havia ganhado um potro de Daemon, cinzento e com a crina e cauda preta, ela o nomeou Tormenta, pois seu pelo acinzentado apresentava manchas claras e escuras, como o começo de uma tempestade.
Naeraxes agora ficava junto aos outros dragões da ilha, com preferência a caverna em que Syrax se instalara, a dragão amarelada tinha um carinho maternal com Naeraxes, como Rhaenyra e Visenya.
A princesa adentra a fortaleza pelos fundos, suas vestes estavam encharcadas, ela usava botas e calças de couro negro, e acima usava um vestido da mesma cor, que ia até abaixo de seus joelhos, com costuras ornamentadas em seus ombro.
Os cabelos estavam parcialmente soltos, tendo a frente presa com tranças.
Ao adentrar o salão principal que abria passagem até os quartos, encontrou sua mãe sentada a mesa, ela lia cartas com Viserys em seu colo, Aegon estava ao seu lado em uma manta no chão brincando com uma das aias.
"Pelos deuses Visenya, eu já estava ficando preocupada." Disse Rhaenyra ao notar a presença da filha no local. "Está pingando Visenya, nesse tempo frio... vou pedir para que lhe preparem um banho quente."
Ela ameaçou se levantar mas Visenya foi mais rápida e a impediu. "Está tudo bem mãe, votei assim que vi a chuva chegando, mas não se preocupe, posso preparar meu banho."
Disse fazendo um carinho nas mãos da mãe.
"Então se apresse, se não pode adoecer querida." O tom de Rhaenyra era preocupado, mas ainda carregado de carinho.
"Pode deixar mamãe... mas antes vem aqui baixinhos." Visenya segurou o rosto de Viserys no colo da mãe e beijou lhe as bochechas. O garotinho riu com os pingos de água que caíram do cabelo da irmã.
Depois a mesma foi até Aegon no chão, esse que já estendeu as mãos para que Visenya o pegasse no colo.
"Desculpe Aegon, mas sua irmã vai deixá-lo encharcado também se te der colo agora."
"Mas Enya...", o pequeno já se encontrava com três anos agora.
"Prometo que faço isso depois, mas por enquanto posso dar beijinhos."
Disse enchendo o rosto do menor com beijos estralados por todo seu rosto, também tirando risadas do mesmo.
"Agora se me dêem licença vou tomar um banho."
Rhaenyra apenas acenou com a cabeça sorrindo para a filha.
Já em seu quarto após suas aias pessoais enxerem a banheira com água quente, Visenya pediu para que se retirassem, e adentrou na banheira.
A água quente a relaxava, deixava seu corpo confortável, ela poderia passar horas ali, mas infelizmente a água esfriaria. Após se lavar e colocar os óleos de essências florais na água, Visenya se enxugou e vestiu um roupão, sentou-se em frente a sua penteadeira e começou a pentear os cabelos.
Apesar do tempo ter passado há costumes que são difíceis de perder, como as típicas tranças que fazia nos cabelos. Fez uma trança de cada lado, frouxas para que seu cabelo pudesse secar, colocou uma tiara de veludo como adorno. Brincos com pedras vermelhas e pérolas. E mais uma vez manteve o colar dado pelo avô juntou ao anel que Aemond lhe dera. Por mais que quisesse, ela não conseguia deixar de usá-lo, mesmo que o escondesse dentro do vestido, nunca os tirava para nada, tudo que fazia mantinha o colar com ela, por lembrança de seu querido avô e a de uma amizade que um dia existira.
Vestira um vestido preto e dourado, com mangas longas para o inverno. Agora estava apresentável como uma verdadeira princesa.
Seguiu para a sala de jantar, a família acabou adquirindo o costume de fazer todas as refeições juntos, era hora do almoço e a comida estava sendo servida na mesa. Todos já estavam sentados e observaram Visenya entrar.
"Mamãe, papai." Disse dando um beijo na bochecha de cada um deles, também um hábito costumeiro da princesa, hábito esse que deixava Daemon emburrado se a filha esquecesse.
"Agora sim, seca e arrumada." Sua mãe comentou.
"Sim, tentei ser rápida, mas pelo visto me atrasei mesmo assim." Visenya disse enquanto se sentava a mesa.
"Sem problemas, sempre podemos comer sua comida por você." Luke falou erguendo sua taça em direção a irmã.
"Não tenho dúvidas disso irmãozinho, você e Jace tem apetites maiores do que os de seus dragões."
"Ei," Jace disse fingindo estar ofendido. "Um futuro rei deve priorizar sua saúde, e passar fome certamente não é recomendado."
"Ah sim, você certamente sofre com isso senhor herdeiro." Foi a vez de Baela comentar, arrancando risadas da família.
"Bom, é ótimo que estejam todos aqui... recebi cartas de Porto Real, o rei e a rainha nos convidam para o casamento de seus filhos... o príncipe Aegon e a princesa Haelena."
Rhaenyra disse remexendo seus anéis.
A mesa ficou em silêncio por um instante.
"E nós vamos?". Jace quebrou esse silêncio.
"Sua mãe e eu achamos melhor não ir, não é algo que realmente peça nossa presença, mas mandaremos presentes e felicitações... o que for preciso para que a vaca verde nos deixe em paz." Daemon disse bebendo seu vinho em seguida.
"Daemon...," Rhaenyra repreendeu o marido.
"Sinto pena de Haelena... ela é uma pessoa doce, não merecia Aegon como marido."
Visenya disse olhando fixamente para seu prato, sentia pena da tia, Aegon era o pior partido para ela.
"Infelizmente não temos poder para interferir sobre isso, fiz a oferta de casamento entre Jace e Haelena uma vez, mas Alicent a rejeitou." Rhaenyra parecia ressentida com a rainha por rejeitar seu filho.
"Isso é bom, Jaecerys não precisa ficar preso aquela família pelo resto da vida." Daemon deu de ombros.
Os mais jovens apenas concordaram silenciosamente, após concluírem que não iriam, continuaram o almoço como sempre faziam.
Após isso cada um seguiu com suas tarefas, Jace e Visenya estavam estudando Valiriano juntos na biblioteca.
"Aah... eu não consigo, como você faz parecer tão fácil?", Jaecerys tinha certa dificuldade com o idioma, já Visenya parecia ter nascido falando em Valiriano.
"Olha, não adianta você simplesmente ler as palavras da mesma forma que as lê no idioma comum, os sons são diferentes e as entonações também, você deve... bem é como se estivesse interpretando? Sim mais ou menos isso." Visenya tentava aconselhar o melhor possível.
"Sabe que isso faz sentido só para você não é?." O irmão a encarava emburrado.
"Jace... você consegue falar, apenas tem medo de errar e é esse medo que o faz se atrapalhar."
O garoto pareceu ponderar sobre, olhou para a irmã e suspirou acenando.
"Certo...vou confiar em você." Visenya sorriu para o mesmo. "Mas e então... você ficou desapontada?".
Visenya franziu a testa, "Desapontada? Com o que?".
"Por não irmos ao casamento."
"E porque eu ficaria desapontada?"
"Ora e pelo o que mais? Você não vai poder ver o caolho." O tom de Jace saiu provocativo, queria irritar a irmã e sabia como fazer isso.
"Não muda nada em minha vida se eu vê-lo ou não, não sei porque diz isso...". Visenya fez biquinho sem perceber.
"Aham... eu acredito na senhorita, é por isso que em todo dia do nome dele você fica o dia todo tristonha pelo castelo?"
Jace desviou de um livro jogado por Visenya, "Eu não fico triste coisa nenhuma... não sei de onde você tira essas idéias." A menina já estava irritada e Jaecerys parecia rir da cara do perigo.
"Claro, e é por isso que me jogou um livro?", disse enquanto pegava um exemplar para se defender caso a irmã tacasse outros.
"Joguei o livro para que você pare de pensar besteiras e volte a estudar, não adianta ter um dragão se só sabe falar três frases com ele."
Agora foi a vez de Jace ficar emburrado, ele pegou o livro e o abriu novamente, colocou ambas as pernas apoiadas na mesa a sua frente e começou a ler.
"É isso?". Visenya o encarava esperando mais provocações.
"Se me der licença, estou aprendendo a como ofende-la em Valiriano". Jace disse sem olhar para a irmã.
"Ótimo", Visenya falou sem paciência. "Vou fazer alguma coisa útil com o meu tempo então, já que você provavelmente vai demorar muito nisso."
"Horrorosa." Jace disse a olhando dessa vez.
"Ridículo, e nem está em Valiriano". Respondeu o insulto e saiu da biblioteca.
Foi até os aposentos da mãe, onde passou o tempo com a mesma, seus irmãos menores e Rhaena. Baela e Luke estavam voando e Daemon havia saindo para cuidar de assuntos da ilha.
Antes de anoitecer ela foi até as cavernas perto da praia, queria ver Naeraxes antes de encerrar o dia.
Quando chegou no lugar encontrou apenas Syrax adormecida, a mesma sentiu a presença da garota e acordou, a observou por um instante e voltou a dormir.
Visenya chamou por Naeraxes mas não teve resposta, saiu da caverna e começou a procurá-la na praia, gritava por seu nome mas nem um sinal da dragão.
Até que se ouviu um chiado pouco distante dali, um chiado de medo, como se a dragão estivesse em perigo.
Visenya não pensou, seus pés agiram sem sua permissão, ela corria em direção ao sons chamando por Naeraxes, começara a sentir o desespero de sua dragão atravéz da ligação. Sabia que ela estava assustada, o que fazia Visenya correr ainda mais rápido.
Os barulhos vinham de dentro da floresta acima das cavernas, a princesa adentra cada vez mais para o fundo, e escurecia cada vez mais rápido. Quando chegou a um lugar aberto, com poucas árvores ao redor.
Toda a vegetação parecia pisoteada, como se uma grande criatura tivesse passado por ali. Visenya seguiu a trilha de árvores caídas e galhos quebrados até se deparar com uma das cenas mais apavorantes de sua vida.
Em frente a uma parede de rochas que ficavam ao pé de um grande morro, Naeraxes estava encolhida entre uma das fendas entre as rochas.
E um dragão enorme e totalmente negro tentava pegá-la de qualquer forma, parecia irritado e lançava rajadas de chamas esverdeadas para cima.
Era Cannibal... o Cannibal, tinha que ser ele, e se fosse realmente ele, Visenya e Naeraxes estavam perdidas. Era o que se passava pela mente da princesa antes do dragão notar sua presença.
Oie, tudo bem família?
Seguinte, peço desculpas por não ter visto que o capítulo 5 e 6 estavam invertidos, e mesmo agora eu não consigo arrumar. Já tentei várias vezes só que realmente não quer mudar. Então peço desculpas novamente 😞, queria fazer tudo perfeitinho mas está complicado, se souberem como ajudar pfvr me falem.
Espero que gostem do capítulo, vou deixar as vestimentas que Visenya usou a seguir↓
E também as espadas de Visenya, comentadas no capítulo anterior.
Roupa usada para cavalgar e cabelo:
Vestido e jóias usados depois:
Espadas