Capítulo XXIX - Rápido Corre o Sangue

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Assim que Aemond chegou aos estábulos ele esperou um tempo para adentrar a fortaleza. Mas assim que o fez ele seguiu direto para seu quarto, tomou um banho rápido, estava agitado, não parava de pensar na conversa que tivera com Visenya.

Ele queria vê-la, queria resolver tudo o mais rápido possível para finalmente poder dizer para todos que ela era dele, e somente dele.

Em um impulso movido por esses pensamentos, o príncipe saiu de seus aposentados após se trocar e prender o cabelo rapidamente. Seguiu pelo corredores do castelo até chegar ao quarto do rei... de seu pai.

Sabia que a essa hora da noite Alicent já devia ter se retirado, e muito provavelmente não iria visitar o marido.

Aemond parou em frente a grande porta, respirou fundo antes de dizer aos guardas que mantinham seu posto em frente a mesma.

"Saiam, desejo falar com meu pai." A ordem saiu firme, o príncipe não estava paciente para qualquer burocracia no momento.

Os guardas olharam um para o outro meio perdidos, até que um dele tomou coragem e se dirigiu ao príncipe.

"Meu príncipe, peço desculpas mas sua mãe a rainha pediu para que ninguém incomodasse o rei pelo resto da noite vossa graça." O homem não conseguia olhar Aemond no rosto, como se tivesse medo que ao fazê-lo, o príncipe pudesse acabar com sua vida apenas com o olhar.

Aemond se aproximou mais do homem e o olhou de forma sádica.

"Acha mesmo que se eu quiser falar com meu pai, eu não falarei?." O guarda deu um passo para trás assustado. "Digam a minha mãe o que quiserem, eu não me importo, mas saiam do meu caminho ou saberão que minha irá é pior que a dela."

Os guardas não falaram mais nada, se afastaram da porta o suficiente para abri-la e anunciarem ao rei que o príncipe Aemond desejava vê-lo.

Após alguns instantes a voz de Viserys foi ouvida baixa e lenta de dentro do quarto, permitindo a entrada de Aemond. Os guardas abriram o restante da porta, dando passagem para o príncipe.

"Meu príncipe...". Foi a única coisa que disseram antes de fechar a porta atrás de Aemond.

O rapaz olhou ao redor do quarto de seu pai, não sabia o que esperava, mas certamente não era aquilo. O quarto estava escuro e não haviam velas no lugar, apenas uma lareira estava acesa, fazendo com que a iluminação do cômodo fosse pouca. Mas era o suficiente para Aemond ver seu pai deitado sob lençóis brancos na grande cama de madeira esculpida.

O lugar cheirava a incenso de ervas, das quais os Meistres usavam para amenizar a dor. Ele caminhou lentamente até parar aos pés da cama e observou seu pai tentar arrumar sua postura.

"Aemond... meu filho." Ele falava devagar, como se não tivesse forças para fazer a voz sair. "O que lhe trás aqui a essa hora...?". Conseguiu perguntar com dificuldade.

Aemond o encarou por um instante, ele não sabia o que sentir, dizer que ver o pai dessa maneira não o afetava era mentira, mas ao mesmo tempo ele sentia que o afetava menos do que deveria. Afinal era seu próprio pai definhando pouco a pouco a sua frente, mas ao mesmo tempo, é o mesmo pai que ele nunca conheceu de verdade, ele sabia que era filho do homem, mas somente isso.

"Meu pai...". Fez uma leve reverência com a cabeça. "Não quero tomar muito de seu tempo, ainda mais durante a noite, mas preciso lhe pedir algo e não posso esperar mais."

Viserys forçou o olhar em direção ao filho por alguns instantes, ele parecia surpreso, em todos esses anos Aemond nunca foi até ele para lhe pedir algo, nunca.

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now