Após o acontecimento no pátio de treinamento, Sor Harwin foi afastado de seu cargo, e mandado de volta a Harrenhal, seu pai foi com ele, deixando assim o posto de mão do rei a Otto Hightower novamente.
Isso abalou a princesa Rhaenyra, Visenya também se entristeceu, mas não tanto quanto seus irmãos e mãe. Os meninos eram próximos ao Sor, até mesmo mais do que eram com Leanor.
Visenya e Jaecerys guardaram suas dúvidas para si mesmos, até que Jace tomou coragem e perguntou a mãe no dia em que o Sor partiu.
"Sou um bastardo? Sor Harwin Strong é meu pai?"
Rhaenyra estava com Joffrey no colo, Jace estava ao seu lado em pé no corredor. Luke havia ficado brincando dentro do quarto, mas Visenya estava na batente da porta, observando a mãe e ouvido Jaecerys.
A princesa colocou a mão no ombro do filho e pensou um pouco ao responder.
"Você é um Targaryen, isso é tudo que importa."
Jace olhou para Visenya, e ambos se lembraram da conversa que tiveram, o que importava é que eles eram dragões.
Os dias se passaram calmos e um pouco melancólicos, Visenya queria fazer algo para animar a mãe, mas não sabia como ajudar, afinal não tinha poderes para trazer Sor Harwin de volta.
Mas os acontecimentos não pararam por aí, uma onda de tragédias assolaria sua família, dias após a ida dos Strong, uma carta de Harrenhal chegou, um incêndio havia causado um enorme estrago no castelo e levado a vida de Sor Harwin e de seu pai, Lorde Lyonel Strong.
A notícia abalou ainda mais a princesa Rhaenyra e seus filhos, Jaecerys foi o que mais chorou, junto a Rhaenyra em seu quarto, Luke chorava por tristeza mas ainda mais pela dor da mãe. E Visenya chorava pela saudade que sentiria, pela dor de sua família, por possivelmente ter perdido um pai e por não poder fazer nada para remediar a dor de todos.
Nesses dias nada conseguia animar as crianças, Aemond notava a tristeza de Visenya no meio das aulas, tentava animar a garota, lia para ela, brincavam com Naeraxes, mas até mesmo a dragão parecia estar de luto como sua montadora, não saía de perto de Visenya em momento algum, até mesmo dormia no travesseiro ao lado da menina.
Mas como nada que esteja ruim, não tenha o poder de piorar, mais uma carta chegara a Fortaleza Vermelha, dessa vez dos Velaryon, notificando que Lady Laena da casa Velaryon havia morrido. Faleceu dando a luz a seu terceiro filho, esse que morreu em seu ventre.
O funeral aconteceria em Derivamarca, Na sede da casa Velaryon. Todos da família real estariam presentes, dado a proximidade de seus casas. A notícia chocou Rhaenyra, ela chorou, Laena era uma amiga querida e perdera a vida junta a seu bebê. Visenya chorou e como chorou, considerava Laena como uma madrinha, era alguém que admirava e amava, chorou por seu tio ter perdido sua esposa e chorou ainda mais pelas primas. Essas agora que ficaram órfãs de mãe.
No momento estavam todos se arrumando para a ida a Derivamarca, Visenya optou por preto, era a cor de sua casa afinal, e também representava o luto em várias culturas.
Era um vestido pouco cheio, com véus cainda sobre o tecido de fundo, com detalhes dourados e pérolas.
Também usou uma tiara preta e com pérolas como o vestido, a tiara carregava um véu negro, que servia para cobrir os cabelos platinados de Visenya, esses que ela haviam deixado soltos.
Como Naeraxes não possuía tamanho para ser montada ainda, e os dragões dos seus irmãos também não, foram de barco com sua mãe e Laenor. Que apesar de querer ir na frente com Seasmoke, foi convencido por Rhaenyra a ir com eles de navio.
Rhaenyra não foi com Syrax, pois não deixaria seus filhos irem sozinhos, muitos menos com Joffrey sendo tão pequeno. Mesmo assim ambos os dragões seguiram seus montadores até a Derivamarca.
Ao chegarem desembarcaram na praia, o clima estava mórbido, todos pareciam tristes, até aqueles que não eram familiares de Laena, a mulher era alguém muito querida entre todos.
Laenor carregava Joffrey e tentava se manter firme, mas estava claro que o mesmo iria desmoronar em breve.
Visenya viu Aemond vindo com sua família, haviam vindo em navios diferentes. O mesmo vestia trajes pretos e verdes, assim como os irmãos. Ele a viu e acenou para a mesma que retribuiu sem muito ânimo.
Naeraxes que estava em seu ombro voou até Aemond, o mesmo fez carinho na dragão que retornou logo em seguida para Visenya.
As pessoas ainda estranhavam a afeição de Naeraxes com Aemond, afinal ela era ligada a Visenya e não ao príncipe. Apesar de que a própria Visenya também tivesse curiosidade sobre, não desgostava disso, achava que se Naeraxes gostava de Aemond era um bom sinal, talvez significasse que Aemond fosse alguém com que ela podia contar.
Ao chegarem no local onde estava o corpo de Laena, não havia mortalha e sim um caixão de pedra esculpida e decorada. Digno de uma Velaryon.
Visenya procurou pelo tio, e o avistou apoiado no muro que beirava o mar, ele parecia bem, não feliz, mas bem. Então Visenya focou em achar as primas. As encontrou sentadas em um banco afastado da multidão, princesa Rhaenys estava com elas.
"Mãe, posso ir até Baela e Rhaena? Quero dar meu apoio a elas", Visenya pediu a mãe, que segurava sua mão direita.
"Claro querida, você está certa deve ir, meninos vão com sua irmã."
Jace quis contrariar, parecia sem jeito em falar com as primas em tal momento.
"Elas são suas primas Jaecerys, e perderam a mãe, precisam de todo o apoio que possamos dar, agora vão."
Ao chegarem perto das meninas, elas perceberam imediatamente a aproximação da prima, ambas se levantaram e correram de encontro a Visenya.
Visenya era apenas um ano e meio mais velha que as duas, mas agia com mais maturidade entre as três, por isso era um costume Baela e Rhaena buscarem conforto na mesma.
Visenya as abraçava forte enquanto elas choravam em seus braços. "Eu sinto tanto por vocês minhas primas, queria muito poder consertar tudo isso, mas estou aqui com vocês... para qualquer coisa." Disse Visenya com os olhos cheios de lágrimas.
"Você estar aqui já é muito Enya, por favor diga que vai ficar um tempo conosco."
Rhaena pediu a prima com os olhos vermelhos e inchados.
"Vou ficar o máximo que me permitirem Rhaena, vou fazer o possível prometo."
Ao se desvencilhar do abraço das primas, se dirigiu a princesa Rhaenys, a mesma estava ao lado do banco em que as netas estavam sentadas.
"Princesa Rhaenys, eu lamento muito pela sua perda, Laena era uma pessoa incrível, jamais esquecerei dela."
Rhaenys pareceu estremecer com as palavras da menina, mas se manteve forte.
"Todos nós perdemos princesa Visenya."
Disse como um encerramento.
"Mas ninguém nunca perde como uma mãe."
Falou Visenya com a voz serena, como se passasse compreensão a Rhaenys, mesmo que fosse impossível.
"Não... de fato não."
Rhaenys fez um pequeno carinho na bochecha da Visenya, e saiu para se juntar ao marido.
Quando se voltou para as primas, Visenya viu Luke e Jace ao lado delas, eles não pareciam falar muito, mas seguravam as mãos das meninas, como sinal de apoio.
Com isso Visenya foi a procura de tio, que estava sozinho.
"Visenya...", Daemon falou com a voz mais calma que o normal ao ver a menina de aproximando.
"Tio Daemon", Visenya se aproximou devagar, ambos se encararam por um tempo, até Visenya abrir os braços pedindo um abraço ao mesmo.
Daemon se abaixou e abraçou a sobrinha, o que atraiu os olhares das pessoas em volta, dando início as sussuros e cochichos.
"Eu sinto por sua perda tio Daemon, sinto de verdade", disse com os olhos chorosos.
Daemon se levantou, e enxugou uma lágrima que teimou a escorrer pela bochecha da menina.
"Eu sei que sente meu dragão, mas não chore... Laena gostava muito de você, não iria querer que chorasse."
Visenya concordou com a cabeça.
Passou mais um tempo ao lado do tio, ambos não disseram nada, apenas seguravam a mão um do outro e olhavam para o mar.
Visenya voltou para a mãe um tempo depois, e viu Aemond com seus irmãos em um canto, decidiu ir até o garoto.
"Case com ela você então", escutou Aegon dizer enquanto se aproximava.
"Eu casaria se mamãe nos noivasse, manteria nosso sangue limpo e eu cumpriria meu dever como príncipe." Aemond respondeu o comentário do irmão.
"Do que estão falando?", perguntou Visenya ao estar próxima o suficiente.
"Apenas que Aemond devia casar com Haelena já que é tão correto em tudo." Aegon deu um leve empurrão no irmão. "Se bem que você poderia arruinar o noivado, já que Aemond a segue como um filhotinho por aí."
"Cala boca Aegon." Aemond fala dando um tapa no braço do irmão.
"Aíí, mas que inferno Aemond", Aegon esfregava o lugar onde levou o tapa.
"Não sei com quem Aemond se casará, mas uma coisa eu concordo com ele, você deveria ser melhor para Haelena, sabe, você não é um herdeiro, não é um guerreiro, não é nem inteligente o suficiente para ser mandado a Cidadela, então me diga Aegon, você não consegue nem ao menos ser um bom noivo?"
Aegon abriu a boca para responder mas as palavras não saim, ele se desconcertou e disse algo inútil sobre quais tipos de mulheres gostava, e seguiu uma das servas para com certeza atazanar a jovem.
Aemond riu baixo e Haelena olhou para Visenya sorrindo, "Ele se embaralhou todo, é muito bom vê-lo assim." Aemond comentava, mas Visenya prestou atenção a tia, que a olhou e acenou com a cabeça, como um agradecimento, ela se levantou e foi até Visenya.
"Olhos verdes Visenya, um par que se encontra não pode se separar." Disse Haelena como se aquilo significasse algo bom.
Visenya olhou para Aemond que também não pareceu entender, Visenya sabia que Haelena as vezes via as coisas que passavam despercebidas ao olhos comuns.
"Certo tia, manterei isso em mente." Sorriu para Haelena, que sorriu de volta e continuou a olhar o inseto que tinha nas mãos.
"Visenya posso falar com você um minuto?". Aemond pegou sua mão e a levou para um canto mais afastado dos demais.
"Diga logo Aemond, está me deixando curiosa." Visenya achava que seria uma surpresa boa, algo que ambos poderiam rir para aliviar toda aquele clima triste, mas o que o garoto disse a assustou.
"Certo... vou reevindicar Vhagar."
Oiê
Como estão vcs? Mais um capítulozinho, espero que gostem.
Obrigada pela leitura ♥️.
Roupinhas da mini Enya↓
Cabelo
Tiara