A Nonsense Christmas

By imaantihero

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Você sabe o que dizem sobre passar o natal sozinha? Algo sobre ser uma fracassada solitária, uma vez perdedor... More

Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11: epílogo

Prólogo

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By imaantihero

"Estou falando sobre decorar todas as salas, estou falando sobre gemada com especiarias, estou falando sobre o oposto de pequeno, estou falando sobre grandes bolas de neve. Você tem um novo brinquedo para mim, estou aqui aparando a árvore, fiquei envolvida com aquela alegria das festas de fim de ano, meu amor verdadeiro me deu..." - Sabrina Carpenter, A Nonsense Christmas.

*

Merda. Merda. Merda. Não é que eu esteja atrasada, mas eu estou atrasada. Um pouco.

Hoje teríamos a chegada do novo diretor da empresa e é óbvio que eu a secretária do vice diretor deveria estar lá antes do novo diretor, mas eu simplesmente bebi margaritas demais e perdi a hora. Meu celular tocava loucamente na minha mão enquanto eu equilibrava um copo de café e um saco de biscoito de gengibre na outra, então seja quem for, teria que esperar.

Eu escorrego no gelo e dou um gritinho tentando me equilibrar, ah a neve... A inimiga dos desordenados ou que seja que Bella Swan tenha dito. Assim que consigo me firmar de novo com a certeza de que não cairia, eu suspiro e alguns fios dos meus cabelos que estavam no meu rosto se movem. Para ser justa com a neve, não estava tipo, nevando de maneira cruel, era só um pouquinho. Eu me forço a correr um pouco assim que Renné Rapp aumenta o ritmo de Talk Too Much, eu acho que depois da Taylor Swift, Renné Rapp sabe como é ser surtada da cabeça e elas conversam comigo melhor que minha terapeuta... E talvez essa seja a razão de eu estar solteira. Não pela Renné e pela Taylor, mas porque sou paranóica, surtada e levemente insegura. Loucura, eu sei. Porquê eu sou maravilhosa para caralho, mas porra tudo parece meio fora de sentido pra mim. Foi o que a minha irmã me disse, e essa foi a razão pela qual eu bebi demais na noite passada e eu estou atrasada hoje.

Parece que todo mundo esperava mais de mim. Para começar, eu também esperava mais de mim, caralho não esperava ser essa versão de mim aos 24 anos, é meio decepcionante para mim também. E olhando para o fato de que minha irmã mais velha se casaria em fevereiro e eu nem me lembro a última vez que eu tive um relacionamento sério, Bradley? Faz tantos anos! Joshua foi bom e divertido, mas meio que arruinou a minha vida e já faz dois anos. E depois disso? Ninguém! Tive alguns casos que não duraram muito, mas eu tentei. E minha vida romântica é só a cereja do bolo. Tenho certeza que a minha mãe acha que eu deveria ser a dona da empresa de mídia que eu trabalho e não a secretária, mas eu gosto do meu trabalho... Okay, gosto na maioria dos dias, nem todo dia eu tô no clima pra ter gente me enchendo o saco e preferia ter a vida do Grinch, meu gato.

Eu tô pensando demais. Merda. Essa maldita época do ano.

Eu suspiro fundo e estreito meus olhos, Nova Iorque é linda no verão, mas nada se compara ao outono e inverno nessa cidade, quando a neve caísse profundamente e intensamente e tudo parece branco, brilhoso e úmido é minha coisa favorita, apesar de eu não estar muito afim do feriado de fim de ano. Só esse ano eu gostaria de me enfiar em um saco de dormir no dia 24 de dezembro e só acordar dia 01 de janeiro.

Eu odeio me sentir insegura. Quem gosta? 

Eu seguro a porta da "Newbeauty", e a abri coloco meu celular entre os lábios para pegar meu crachá de identificação, Brennan ri de mim, e eu tento sorrir para ele, não consigo parar de ser gentil, consigo passar pela prova de entrar no prédio e corro pelo saguão para o elevador. Um cara está do lado de dentro mexendo no celular e eu penso em gritar para ele, mas ainda estou com o maldito celular na boca, minha respiração está errada e ouço os meus saltos baterem no piso.

- merda! - eu murmuro quando a porta se fecha, mas antes que eu pudesse ficar chateada com isso a porta reabre e o cara do lado dentro tem a mão segurando a porta e eu sorrio para ele correndo para dentro -, obrigada - eu digo a ele.

Ele não responde nada além de um breve sorriso que parece forçado, mas eu não me importo, é Nova Iorque, todo mundo é mal humorado, ainda mais às oito da manhã.

Estava me preparando para dizer que nunca tinha visto ele por aqui, quando duas coisas acontecem ao mesmo tempo. Primeiro: ele é lindo, pele morena clara, olhos castanhos, cabelos pretos e encaracolados, de terno e gravata, não que o terno e a gravata deveria me chamar tanto a atenção quando eu vejo homens e mulheres de terno e gravata todos os dias, mas porra, ver esse homem de terno e gravata meio que fez coisas comigo. Segunda coisa: alguém colocou a mão nas portas do elevador impedindo de fechar de novo; eu e o cara bonito trocamos um olhar exasperado. Bem, pelo menos ele tinha um olhar exasperado.

Eu ainda estou levemente enfeitiçada pelos olhos castanhos emoldurados por óculos do cara bonito para realmente me virar e ver quem era. Meu primeiro erro do dia.

Mãos tocam meus ouvidos e puxam meu fone, Taylor para de cantar abruptamente e eu me viro para ver quem fez isso e meu coração erra as batidas e minhas pernas tremem.

- O que você está fazendo aqui? -eu pergunto ao mesmo tempo que ela reclama.

- Eu já disse que você vai acabar surda com essa coisa no ouvido, Sabrina. Eu tô tentando falar com você a horas! Por que você não atendeu o telefone?

- Estava tentando chegar viva ao trabalho! - Eu respondo confusa e envergonhada porque o cara bonito estava me vendo levando uma bronca da minha mãe -, o que você está fazendo aqui, mãe?

- Se você atendesse o telefone saberia...

- Mãe, por favor!

- Está bem, sua irmã vai se casar!

- Notícia velha, mãe.

- Ela mudou a data, Shannon e Kai vão se casar no Natal!

Meus olhos se arregalaram, minha mão voa para meus lábios e com isso meu café cai no chão molhando a mim e respingando no cara bonito ao meu lado.

- Puta merda! - eu exclamo, e nem sei direito sobre qual das situações, minha irmã estar se casando em um mês ou por eu ter acabado com todas as minhas possíveis chances com o cara bonito... E por ter acabado com os sapatos obviamente caros dele.

- Merda - ele reclama.

- Sabrina! - minha mãe se agita.

Eu deixo meu celular e o meu saquinho de biscoito no chão e me ajoelho na frente dele tentando secar suas pernas e consertar a bagunça que eu fiz, pedindo um milhão de desculpas por segundo enquanto ele tenta se abaixar os olhos arregalados repetindo em sua voz elegante que estava tudo bem.

- Sabrina pelo amor de deus, levante-se - minha mãe implora.

- É Sabrina, levante-se por favor - o cara bonito diz, seu tom de voz entre o sarcástico e o cômico, como se ele não pudesse acreditar que tinha uma mulher de joelhos na frente dele dentro de um elevador com a mãe ao lado.

E puta merda, quando eu percebi nem eu mesma conseguia acreditar. Eu me levantei muito rápido, acabei batendo minha cabeça na dele, que estava abaixado tentando me levantar.

- Merda - ele murmura de novo, e em algum lugar minha mente faz uma piada sobre ele só conhecer um palavrão.

- Desculpa, me desculpe, sério, eu juro que não fiz de propósito.

- Ela é desajeitada assim mesmo, desde pequena.

- Mãe! - eu queria me jogar da janela enorme da sala do presidente, eu sentia meu rosto corar. Eu já estou acostumada com o desastre que eu posso ser, mas ter minha mãe me fazendo passar vergonha em uma situação que já é embaraçosa é mil vezes pior.

- É verdade, Sabrina! Ela é um completo desastre, sempre foi. Ela vive em um mundo distante da realidade, ela é de outro mundo.

"Ela é um completo desastre" é a frase preferida da minha família para me definir, mas nesse momento depois da ligação da Shannon e de toda a margarita que eu bebi pareceu demais, pesado demais e o mundo colidiu em milhares de pedaços, meus olhos se encheram de lágrimas e eu não consegui disfarçar quando o olhar do cara bonito estava em mim.

Quando a porta do elevador se abriu eu saí quase correndo, consegui ouvir minha mãe dizer algo como "viu o que eu disse?", segurando a alça da minha bolsa eu percebi que tinha esquecido o meu celular meus biscoitos no chão do elevador, mas eu não voltaria para buscar, não agora. Precisava respirar fundo. Segui pelo corredor bonito, mas frio até minha sala, joguei minha bolsa sobre o pequeno sofá na frente da minha mesa e corri para abrir as janelas, eu precisava respirar, me sentia pegando fogo. De vergonha, de cansaço e do álcool da noite passada.

Abano o meu rosto e respiro fundo, testando o sorriso que eu usaria em meu rosto quando minha mãe entrasse atrás de mim e ela viria porque eu tenho certeza que ela tem mais coisas para me dizer.

E não demorou para ela chegar, eu me virei e a vi ao lado do cara bonito.

- Ele trouxe seu celular - minha mãe avisa e eu olho para a mão do cara bonito que segurava meu celular e meu saquinho de biscoitos de gengibre -, você deveria achar um cara legal assim para ir no casamento da sua irmã.

Eu faço careta e olho para o cara me desculpando. Porquê ela quer tanto que eu comece a namorar, meu deus eu não estava incomodada em estar solteira, porque ela estava? O que tem de errado em ser uma mulher independente que não quer ter um relacionamento sério? Eu só tenho 24 anos, já me sinto bem atrasada em muitas coisas na minha vida, não queria me sentir atrasada sobre relacionamento também. Mas porra, acho que mamãe e Shannon conseguiram.

- Mãe, por favor...

Elizabeth Carpenter riu e jogou seus cabelos castanhos para o lado, ajeitou seu cachecol e eu sabia o que ela diria a seguir.

- O que? Só estou dizendo... Afinal, seria tão feio se você aparecesse sozinha no casamento da sua irmã que é no Natal, e você sabia que Shannon e Kai iriam se casar a um ano atrás, você teve tanto tempo para não aparecer sozinha no casamento... E no Natal. Isso seria tão... Triste, e querida, você sabe que todos nós só queremos o melhor para você e a Sarah já está casada a alguns anos você ficaria tão...

Sozinha.

- Eu não vou sozinha, eu estou namorando! - Eu soltei sem pensar, se eu ouvisse mais um sozinha eu com certeza ia pular da janela e nem seria a do presidente, seria dessa mesmo, eu nem ia me importar se não tivesse o impacto dramático.

- Você está namorando? - minha mãe me olha chocada e desconfiada e olha para o cara bonito como se ela tivesse vendo coisas e precisasse de confirmação que não estava louca. - Com quem?

O cara bonito suspirou fundo e revirou os olhos, ele checou as horas no relógio e me lançou um olhar de impaciência e uma pitada de pena. Era óbvio até para ele que eu estava mentindo. E eu estava mesmo. Mas seu olhar com pena enquanto  minha mãe me questionava com quem eu estava namorando e quando isso aconteceu, foi o suficiente para eu enlouquecer de vez e cometer o meu terceiro erro do dia. E não eram nem 09:00 da manhã ainda!

Conte comigo para fazer besteira a qualquer hora!

Eu fechei meus olhos e mordi o lábio inferior e respirei fundo. Apontando com a cabeça eu respondi:

- Com ele - eu abri meus olhos sorrindo e apontei para o cara bonito dando ênfase no que estava dizendo -, estou namorando com ele.

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