INTERE$$EIRA ━ palmeiras

By ellimaac

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━━━━━ ❝Puta, vagabunda, interesseira, sem talento, forçada, sem graça.❞ 𝐈𝐒𝐀𝐁... More

𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐂𝐀𝐒𝐓
𝟎𝟎 | 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎
𝟎𝟏 | 𝐏𝐀𝐂𝐈𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀
𝟎𝟐 | 𝐂𝐇𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟑 | 𝐀𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟒 | 𝐒𝐎𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒
𝟎𝟓 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎
𝟎𝟔 | 𝐁𝐄̂𝐁𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟕 | 𝐀𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐎𝐘 𝐏𝐀𝐏𝐈
𝟎𝟖 | 𝐒𝐔𝐀 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟗 | 𝐂𝐎𝐌 𝐎 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀?
𝟏𝟎 | 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐙? 𝐀𝐍𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟏𝟏 | 𝐔𝐌 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟏𝟐 | 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀̃𝐄
𝟏𝟑 | 𝐋𝐈́𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂𝐎𝐒
𝟏𝟒 | 𝐀𝐆𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟏𝟓 | 𝐃𝐎𝐑 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀
𝟏𝟔 | 𝐓𝐈𝐍𝐈, 𝐓𝐈𝐍𝐈
𝟏𝟕 | 𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎
𝟏𝟖 | 𝐆𝐈𝐍𝐄𝐂𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐒𝐓𝐀
𝟏𝟗 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐉𝐔𝐍𝐈𝐍𝐀
𝟐𝟎 | 𝐁𝐀𝐑𝐂𝐄𝐋𝐎𝐍𝐀
𝟐𝟏 | 𝐅𝐔𝐒𝐎 𝐇𝐎𝐑𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟐𝟐 | 𝐃𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟑 | 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄́𝐍𝐒
𝟐𝟒 | 𝐃𝐄𝐂𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍𝐄𝐒
𝟐𝟓 | 𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒
𝟐𝟔 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀
𝟐𝟕 | 𝐍𝐎𝐕𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟖 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀
𝐛𝐨̂𝐧𝐮𝐬 (𝐢𝐧𝐬𝐭𝐚 𝐞 𝐭𝐭)
𝟐𝟗 | 𝐆𝐎𝐒𝐒𝐈𝐏?
𝟑𝟎 | 𝐌𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐈́𝐃𝐎
𝟑𝟏 | 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐓𝐀 𝐕𝐈𝐀𝐆𝐄𝐌
𝟑𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐑𝐎𝐍𝐀𝐍𝐃𝐎
𝟑𝟑 | 𝐑𝐄𝐂𝐎𝐌𝐏𝐄𝐍𝐒𝐀
𝟑𝟒 | 𝐄𝐑𝐑𝐎𝐒
𝟑𝟓 | 𝐅𝐀𝐂̧𝐀 𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑
𝟑𝟔 | 𝐀𝐋𝐋𝐈́ 𝐄𝐒𝐓𝐀́
𝟑𝟕 | 𝐒𝐄𝐔 𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐎
𝟑𝟖 | 𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎
𝟒𝟎 | 𝐃𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆𝐎
𝟒𝟏 | 𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐀𝐃𝐀
𝟒𝟐 | 𝐒𝐄𝐔 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟒𝟑 | 𝐄𝐒 𝐋𝐎𝐂𝐎
𝟒𝟒 | 𝐏𝐀𝐏𝐀𝐈𝐒
𝟒𝟓 | 𝐓𝐇𝐎𝐌𝐀𝐒 𝐂𝐑𝐀𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀
𝟒𝟔 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐀𝐆𝐀𝐁𝐔𝐍𝐃𝐀
𝟒𝟕 | "𝐏𝐎𝐑 𝐕𝐎𝐂𝐄̂"
𝟒𝟖 | 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎
𝟒𝟗 | 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐊𝐀𝐒
𝟓𝟎 | 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀
𝟓𝟏 | 𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 𝐈𝐃𝐄𝐀𝐋
𝟓𝟐 | 𝐄 𝐀 𝐂𝐀𝐍𝐉𝐈𝐂𝐀
𝟓𝟑 | 𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟓𝟒 | 𝐏𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑 𝐂𝐎𝐌 𝐄𝐋𝐀
𝟓𝟓 | 𝐅𝐈𝐍𝐆𝐈𝐑
𝟓𝟔 | 𝐍𝐄𝐒𝐒𝐀 𝐅𝐀𝐑𝐒𝐀
𝟓𝟕 | 𝐒𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐍𝐄𝐂𝐄𝐒𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟓𝟖 | 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐄𝐕𝐎𝐋𝐔𝐈𝐑
𝟓𝟗 | 𝐍𝐎 𝐏𝐔𝐄𝐃𝐎 𝐌𝐀́𝐒
𝟔𝟎 | 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀 𝐍𝐎 𝐋𝐔𝐆𝐀𝐑
𝟔𝟏 | 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟔𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐀 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐋𝐓𝐄𝐈𝐑𝐀
𝟔𝟑 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟏
𝟔𝟒 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟐

𝟑𝟗 | 𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎𝐒

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By ellimaac

ISABELLA
São Paulo — capital
no dia seguinte

— VAI, MÃE! É SÓ PUXAR. — Tom avisa, fechando os olhos e já prevendo o pior, afinal há um fio dental preso a um dos seus dentes no intuito de arrancá-lo. É só puxar e pronto. O problema é que eu sou uma medrosa covarde. — 'Tô, pronto, mãe. Eu aguento.

— Anda, Isabella — Tini bota pressão, me vendo hesitar. Claro que estou hesitando, minha função agora é arrancar o dente de uma criança. Desde quando isso se tornou uma tarefa fácil?

— Calma, mano! — bufo, secando minhas mãos suadas. Estou nervosa. Aflita. Com medo de acabar machucando meu filho. Por que ninguém sente o mesmo? — Eu vou arrancar, mas sem pressa.

— Ah, larga a mão de ser frouxa. Deixa que eu puxo — minha irmã começa a me empurrar pro lado, querendo roubar meu lugar, mas eu rapidamente a impeço.

— Não, não! — Faço com que ela fique onde está e não me interrompa. — Deixa comigo. Eu consigo!

O primeiro dentinho do Tom caiu e nem foi eu quem arrancou. Foi minha mãe. Eu estava no estúdio quando esse evento ocorreu. Agora eu quero poder ser a pessoa que irá arrancar esse e os próximos. É o que uma mãe deve fazer.

— Mamãe, tudo bem não conseguir. — Tom me consola como se pudesse ler a minha mente e ver o meu desespero. — A vovó arrancou rapidinho, a gente pode ir pra casa dela.

— Não! — Nego de imediato, achando um absurdo essa sugestão. — Quero arrancar, Tom. Eu consigo.

— Não consegue, não.

Olho com cara feia para Martina. Ela não está me ajudando em nada jogando essa chuva de desmotivação pro meu lado.

— Então vai, mãe. — Tom fecha os olhos de novo e fica todo tenso esperando o momento que eu irei puxar aquele fio e arrancar seu dente. — Tem que ser agora se não eu vou arregar.

— Sua mãe 'tá com mais medo que você, Tomtom.

— Cala boca, Tini — bufo, fixando os olhos naquele fio e me concentrando. — Vou dar conta. Espera. — Respiro fundo, alongo os ombros e ganho foco. — Agora eu vou. Depois do três. Um... dois... Merda. Calma. — Seco minhas mãos, sentindo que estão escorregando e começo de novo. — 'Tá, agora vai. Um...

— Ô, mãe! — Thomas abre os olhos e os arregala. — 'Cê 'tá me deixando com medo assim. Dá aqui.

Ele rouba o fio da minha mão, pula pra fora da cama e fica de frente para o espelho.

— A melhor técnica — vai falando Tini se colocando ao lado do menino e oferecendo sua grandiosa sugestão sem noção — é amarrar o fio dental na maçaneta da porta e bater com tudo. Sacou?

— Eu acho que você tem uns parafusos a menos, Martina — me coloco em pé, mas não ouso em me intrometer nas decisões de Thomas.

Tenho que admitir que tenho medo de arrancar dente de criança, eu não gostava nem quando arrancavam os meus. Peguei trauma.

— Você nunca viu essas técnicas? — Minha irmã me questiona, fazendo uma careta. — Uma vez o papa fez algo parecido comigo.

— Impossível — balanço bem a cabeça em negação. — Papa nunca faria uma maluquice como essa.

Ele sempre foi tão cuidadoso que essa idiotice de amarrar fio dental na porta é brutal demais para ser de seu feitio.

— Não, ele não faria mesmo. — Tini concorda comigo. Não tem como discordar. Nosso papa era o próprio anjo na Terra. Se um dia ele gritou com alguém foi muito. — Mas uma vez ele fez uma técnica com o fio. Deu um nó e puxou. Acho que consigo fazer.

— Aí meu Deus! — Já prevejo a merda acontecendo quando minha irmã se ajoelha e pega o fio das mãos de Thomas. — Vai acabar machucando meu filho, Tini. Para com isso.

— Calma, Isabella! — Ela bufa, ficando puta, mas sem largar aquele maldito fio. — Confia em mim.

Minha irmã se concentra e olha com compaixão para Tom, mas seu excesso de confiança acaba deixando o menino confiante também e isso me preocupa. Afinal, Tini pode até ser confiante e os caralho, mas é totalmente sem noção.

— Se doer, você fala, Tomtom.

Tom assente, fechando os olhos e ficando todo tenso.

— Não faça isso! — Ordeno, mas é tarde demais, ela já está dando o bendito do nó naquele fio dental e quando menos percebo ela puxa.

Ouço o barulho de algo se partindo e meu coração erra as batidas em desespero.

— Tini, o que você fez!??

— Arranquei — ela informa, retirando o fio da boca do Tom junto do pequeno dentinho. — Olha só, não é que deu certo.

— Caiu?? Co-conseguiu, tia? — Tom demora para cair na real, o choque e o susto ainda dominando seus sentidos. — Deixa eu ver.

Ele abre a boca e se olha no espelho, vendo o sangue se acumular na nova janelinha do dente de baixo.

— VOCÊ CONSEGUIU, TIA!! — Tom fica todo feliz e pula nos braços de Tini em agradecimento por conseguir arrancar o dente que arreguei e arreguei e não tive coragem de puxar. — Obrigado. Obrigado. Agora vou poder esfregar na cara do Enzo que também tenho duas janelinhas.

— Aquele garoto ainda 'tá te infernizando? — Tini questiona, interessada nos problemas do meu filho. — Que moleque filho da puta.

— Tini!

— Opa! — Ela tampa a própria boca, se dando conta do xingamento e da criança que repete tudo que ouve, e nesse momento está ouvindo o que diz com bastante atenção. — Quero dizer... Que garoto feioso, horroroso! Você sabe que ele fica no seu pé porque tem inveja de você, né?

— Inveja?? — Tom faz uma careta de dúvida. — Mas ele joga bola muito melhor do que eu, tia.

— Duvido! — Tini faz uma careta. — Cara, nunca fui de enaltecer seu pai, 'tá ligado? Mas ele é o Raphael Veiga, né? E você é filho dele. Ou seja... impossível qualquer pivete medíocre, filho de zé ninguém, ser melhor do que você.

— Enzo é atacante, tia. — Meu filho tenta se justificar. Ou melhor, tenta explicar o motivo de Enzo ser superior. — No último jogo fez três gols, eu não consegui fazer nenhum.

— É normal, filho. — Tento consolá-lo, pegando a toalhinha em cima da cama para que ele possa estancar o sangue. — Nem sempre vai dar pra marcar em todas as partidas.

— O Enzo 'tá sempre marcando, mãe.

Me calo, sem saber como motivar meu filho depois dessa. Quando me contou sobre o Enzo pela primeira vez, eu disse que existiriam pessoas que seriam melhores do que a gente e 'tá tudo bem. O problema é que Thomas é o próprio Veiga em miniatura e competir lhe enche os olhos.

— Então tem algo de errado aqui — Tini cruza os braços e fica séria. — Thomas, você é ou não é filho de Raphael Veiga?

— Oxi, tia! — Meu filho faz uma careta de confusão e até eu sou obrigada a expressar o mesmo enquanto cruzo os meus braços e espero a baboseira que Martina dirá. — Claro que sou.

— Pois então honre seu sangue! Me ouviu? — Tini só pode ter esquecido do Gardenal. Não é possível que tenha qualquer tipo de inteligência nessa cabeça oca. — Seu pai é jogador de seleção brasileira, Thomas. Por favor, né?

— Tini, pelo amor de Deus...

— Shiu, Isabella. Deixa comigo. — Ela ergue uma mão em sinal de pare na minha direção para que eu fique em silêncio. — Estou aconselhando seu filho agora.

— Aí, Deus da misericórdia!! — Olho pra cima, clamando por um socorro divino. — Eu mereço essa garota, só pode.

— Tom, escute a titia. Se esse tal de Enzo Feioso fizer um gol na próxima partida, que é amanhã, né?

— Sim, tia — meu filho concorda, prestando bastante atenção em Tini porque agora a garota é como se fosse a porra de uma deusa pra ele. Além de ter arrancado seu dente, agora também está o aconselhando a ser melhor do que o coleguinha. Eu 'tô feita com essa menina.

— Pois então. — Tini limpa a garganta e até pega na mão livre do meu filho, a que não segura a toalhinha sobre a boca, só para mostrar o quanto está séria. — Se ele fizer um gol, você vai lá e faz mais três.

— Tia, não é tão fácil assim.

— Não quero saber. Você é o moleque mais INCRÍVEL que existe. Me ouviu? Você é o melhor! Coloca isso na sua cabeça. Seja o cara! Vai lá e vai meter três gols na partida nem que você tenha que chutar a cara do goleiro.

— Santo Deus — toco nos ombros de Tom e o tiro de perto de sua tia maluca o mais rápido possível antes que ela o contamine com suas ideias tortas. — Já deu de conselho por hoje, né, tia Tini??

— Pelo menos arranquei o dente do menino — ela usa como desculpa.

Arrasto Thomas pra fora do quarto e o conduzo até a sala para que possa sentar no sofá e assistir alguma coisa.

— Vai querer assistir Netflix ou Disney, Tom? — pergunto, pegando o controle e já ligando a tv. Hoje é sábado a noite. Não vamos sair. Então o que nos resta é aproveitar um bom streaming. — Posso colocar no Gumball, se quiser.

— SIM!! — ele falta gritar em animação. — Por favor, mãe.

— Beleza.

Faço como quer e coloco em seu desenho favorito.

— Você vai assistir comigo, mamãe? Bem aqui — ele bate no lugar vago ao seu lado. — Grudadinha comigo. Diz que sim. Sim???

— Mas é claro, né? — Respondo como se fosse óbvio e é. Esses momentos com Tom, eu não perco por nada. — Vai querer comer o quê?

— Pode ser Méqui??

Nem sei porque pergunta, era óbvio que ele responderia seu fast-food favorito.

— O menino Thomas é cheio das boas ideias — Tini pula no sofá e Sebastian vem logo atrás, subindo no colo dela. Um filho grudado na mãe. — Eu topo Méqui. 'Tô doida querendo aquele lanche novo de frango. Elite. Você viu?

— Vi — concordo com ela e me sento ao lado do Tom que também se aconchega em mim do mesmo jeito que Sebastian fez com sua dona. — Mas não queria comer lanche hoje.

— Quando que você quer, né? — Tini revira os olhos. — Vive nesse mundo fitness. Mulher, se liberte um pouco.

— Eu não preciso me libertar, Tini. Só... só estou meio enjoada de coisa pesada. Queria algo mais leve.

— Pede uma salada e o Tomtom e eu iremos no acabar nos lanches. Né, bebê?

— SIM, TIA!! — Tom se empolga. — Você vai comprar, né, mamãe??

— Faz os gostinhos dele, mamãe — Tini imita a voz do meu filho, se passando por uma coitadinha. Tenho vontade de bater nessa garota. — Ele é um menino tão bom. Merece um pouco de agrado. Olha só, ele agora tem duas janelinhas. Poxa, faz a boa.

Thomas olha para mim e eu não o vejo ali. Eu vejo o próprio Gato de Botas do Shrek tentando seduzir alguém com seus olhinhos brilhantes e sua fofura excessiva. E o que acontece??

— 'Tá — sou obrigada a ceder. Não tem como resistir ao Gato de Botas. — Só porque hoje é sábado.

— Eba!! — Tom da um pulinho sobre o sofá, todo feliz como uma criança realizada está e logo clica no botão do controle para despausar sua série.

— Glória a Deus!! — Tini também comemora, mais contida, abraçada a seu cachorro. — Você precisa comer coisas que te dê forças, Isabella. Eu vi o tanto que você vomitou hoje e o jeito como rejeitou o almoço da mamãe.

— Hoje foi meio difícil mesmo — confesso.

Principalmente após a madrugada conturbada que eu tive. O mal estar tomou conta do meu corpo o dia inteiro e veio dar uma melhorada agora a noite. Nem mesmo a galinhada da minha mãe foi suficiente para me dar água na boca. Vomitei tudo.

— Você sabe que precisa se cuidar. Ser forte! — Ela avisa, realmente preocupada. — Esse bebê precisa de vitaminas.

No mesmo segundo, Tini se arrepende do que diz.

Olho para ela completamente indignada que abriu a boca desse jeito e rezo para que tenha passado despercebido. Que ele não tenha entendido. Que ele nem tenha prestado atenção, pois sua série o prendeu mais do que a nossa conversa.

Mas fui esperançosa demais. Thomas é um menino muito esperto para não sacar as coisas que conversamos.

— Bebê? — Ele se questiona, virando a cabeça para me encarar. — Que bebê, mamãe?

Merda. Eu ainda não tinha contado para ele. Estava esperando pelo menos realizar o exame, saber quem é o pai e então contar pois acreditava que até lá as coisas já estariam mais organizadas.

Agora não tenho pra onde fugir.

— Filho — Passo a mão pelo seu rosto e o analiso com aquele olhar materno. Toco no cabelinho loiro dele, todo bagunçado e sem definição. Depois olho para seu lindo rosto e o vejo. Vejo seu pai estampado na fuça de Thomas. Meu filho é o próprio pai, mas na minha paleta de cores. — A mamãe tem uma coisa pra te falar.

— Pode dizer, mamãe. — Thomas, sendo carinhoso como só ele consegue, também toca em meu rosto e faz um carinho em minha bochecha, tornando o momento muito mais significativo do que ele de fato já é, principalmente pelo que tenho a dizer. — Você 'tá grávida, né?

Às vezes eu me pergunto se ele tem mesmo só cinco anos. Não é possível que um ser em miniatura como ele seja tão inteligente. Tão esperto. Anda sempre observando tudo, compreendendo as coisas. Querendo saber. Isso me assusta um pouco.

— Sim. — Assinto, balançando bem a cabeça e deixando um sorriso no rosto. — Você vai ter uma irmãzinha ou irmãozinho.

— Que incrível! — Ele se anima ainda mais e faz algo inusitado, pula pra fora do sofá só para conseguir me olhar enquanto se agita. — Mas eu já sabia, mãe.

— Quê? — Fico com cara de paisagem. — Sabia como?

— Meu pai me contou. — Eu vou matar o Raphael Veiga. Vou mesmo. — Eu vou ter um irmãzinho! — Meu filho fica dando vários saltinhos.

Sebastian adora ver a alegria do Tom e também se joga no chão para ficar pulando na perna do menino. Tom rapidamente se abaixa e pega o Shih-tzu no colo para que possam comemorar juntos.

— Você vai ter um priminho, Sebastian!! Que daora. — Tom olha pra mim. — Mãe, a gente pode colocar o nome de João Pedro??

— João Pedro? — Questiono, ouvindo Tini cair na risada. — Por que João Pedro?

— Porque a gente vai poder chamar ele de JP.

De repente, minha cabeça traiçoeira faz associação das iniciais com a de outra pessoa. Com o homem que talvez possa ser o pai desse bebê e ter um filho homenageado com suas iniciais — Joaco Piquerez. Isso faz meu estômago embrulhar.

— Legal, né, mamãe?

— E se for uma menina? — Tini pergunta. Ainda bem, pois estou em transe aqui e não conseguiria voltar a realidade com tanta rapidez. — Como você quer que se chame sua irmãzinha?

— Cecília! — Ele diz na lata.

Tini e eu começamos a rir.

— Mas esse não é o nome da menina que você gosta, Tom? — meu filho fica todo vermelho com a pergunta de sua tia.

— Mas é um nome bonito. — Tom fica todo tímido, balançando o corpo ainda abraçado ao cachorrinho antes de se sentar ao meu lado de novo. — Qual nome você quer, mãe?

— Eu... — fico sem jeito. Não tinha parado pra pensar nisso ainda. Está muito recente. E as coisas estão acontecendo tão rápido. — Eu queria um nome que combinasse com o seu.

— Um nome com T?? Tipo Thamyres?

— Esse nome não, pelo amor de Deus! — Tini nega de imediato. — Todas as Thamyres são barraqueiras.

— Então Tainá?

— Nome de mulher de 25 anos — avisa Tini, cheia dos julgamentos hoje. — Com T as opções são ruins. Tudo nome de velho. Tiago, Teresa... não sei mais.

— Mas não precisa ser necessariamente com T — informo. — Só precisa ser um nome que combine com o do Thomas. Tipo Sophia. Ou... Sophie.

— Thomas e Sophie — Tini faz o teste, repetindo os nomes. — Interessante.

— Ou Thomas e Matteo. Assim teríamos o Tom e o Teo em casa. Não seria ótimo?

— Não, mãe! — Tom me olha com cara feia. — Tem que ser João Pedro. Thomas e JP, melhores amigos! Muito melhor, mãe.

— Acho melhor você fazer o gostos do mini Veiga aí — Tini informa, rindo adoidado. — O menino é decidido — totalmente diferente de mim e tão parecido com o pai — e ele quer JP. Se vira, mamãe.

Cada dia que passa e eu fico cada vez mais confusa com o desenrolar dessa história. As vezes eu quero ela com o Veiga, as vezes com o Piquerez. Não sei o que eu quero.

Tirando isso...
Qual vai ser o nome dessa criança, ein? Vocês gostam da ideia do Tomtom?

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