Polus | Jikook

By damnvmin

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Onde Park Jimin vai á uma festa com seu amigo e acaba beijando o chefe da máfia, sem saber. Ou, onde o mafios... More

Avisos q ngm vai ler
01 - Cabeças irão rolar
02 - O drama de um mafioso
03 - Essa alma quer reza
04 - Acaso ou ironia do destino
05 - Hyung manipulador
06 - Não há mais chances
07 - Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come
08 - Inferno de garoto
09 - Você é o perigo
10 - Mostrar meu valor
Extra Taejin - Estou bem aqui
11 - Traíras não são bem vindos
12 - Brad Pitt da comunidade
13 - Cachorrinho na coleira
14 - A ignorância é uma benção
15 - Entre a cruz e a espada
16 - Manda quem pode, obedece quem tem juízo
10+7 - Vamos todos cantar de coração
18 - Propício ao erro
19 - Para sempre é muito tempo

20 - Dar a César o que é de César

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By damnvmin

Bem-vindos à 2° fase de Polus!

Escutem a musiquinha antes, durante, ou depois do capítulo, para entenderem um pouco do sentimento do JK.

•   •   •

JUNGKOOK

Se tem uma coisa que eu aprendi com a vida é que nem sempre o crime é uma escolha, que não existe meritocracia, que a realidade dói, que, às vezes, ir à escola é um luxo, que a pobreza é cruel. Mas, excepcionalmente, que a vida não é fácil.

Até a morte da minha mãe, eu vivi a vida com uma espécie de venda tapando os meus olhos, me impedindo que eu percebesse os males do mundo. Essa venda era tecida e cultivada com todo amor pelos meus pais. Mas, quando ela se foi, a venda se rasgou e eu tive de provar do mais doloroso que a vida podia me dar.

Eu vi meu pai se tornar um monstro bem à par dos meus olhos, eu tive que largar a escola, deixar de jogar jogos de RPG no videogame e passar a aprender a manusear armas na vida real.

Eu nunca quis estar aqui e nem tive o privilégio de escolher. Mas é isso que se há para fazer quando a correnteza te puxa, você se deixa levar, não dá para nadar em direção oposta.

Quando Jimin apareceu foi como entrar em um devaneio, como sonhar acordado. Com ele, eu me sentia, mesmo que por algumas horas, pertencente ao mundo dos bonzinhos, das pessoas normais e com vidas normais. Se eu fechasse os olhos, eu poderia imaginar que estaria na faculdade de design gráfico, que eu teria um cachorro grande e que seria um nerdola apaixonado por jogos e por um loirinho gatinho.

Jimin trazia minha essência de volta, com ele eu poderia ser quem eu quisesse, e só Deus sabe o quanto eu sempre quis ser só o Jungkook, um sul-coreano qualquer.

Mas, para Jimin, eu nunca deixei de ser o que eu sempre fui, um bandidinho de merda. Isso construiu novamente um muro entre o meu mundo e o dele. Era o que eu era, afinal. Eu não faço parte das pessoas boas, que acordam cedo para estudar ou trabalhar, que têm sonhos e aflições, eu faço parte daqueles que não pertencem a lugar nenhum.

É difícil amar e continuar sendo o vilão ao mesmo tempo.

Escutei três batidas irritantemente exageradas na porta. Yoongi, por suposto.

- Eu tô com uma dor de cabeça do caralho e você ainda quase derruba essa porta! - Ralhei, puxando e prendendo a fumaça da baseado, para em seguida soltar pelo ar.

- O loiro te deixou na merda mesmo, hein? Você só fuma um beck quando tá pirado. - Disse o de cabelos verdes, se sentando ao meu lado.

- Não fala desse loiro não, hermanito, se não vai cortar minha brisa.

- Foi mal, chefe. - O Min pegou o cigarro dos meus dedos e tragou também, baforando depois.

- Ele não era garoto para mim.

Senti a maconha fazer efeito e minha mente ficar nublada, relaxada, sem muitos pensamentos, sem muitos Jimins.

- Vou mandar a real logo, antes que você fique chapado demais.

- Qual que é a fita?

- Os canas, Jeon. Aquele informante lá falou que os caras estão prontos pra invadir a comunidade, hoje mesmo. Eles têm mandato de busca e apreensão e tudo.

Como uma cólera instantânea, eu amassei o cigarro na mão. E lá se foi a minha brisa.

- Tem certeza do que tá dizendo, Min?!

- Tenho, porra, claro que tenho!

- E como eles conseguem um mandato de busca e apreensão se todos esses anos isso nunca aconteceu, hein? A gente sempre escondeu tudo muito bem, alguém tem que ter dedurado.

- Tu acha que teu pai teria coragem de dedurar o esquema?

- Ele não iria tão longe só para me ver falhar. - Suspiro profundamenpte. - Mas é claro que ele deve ter soltado pistas.

Como um efeito borboleta, uma porra que acontece gera um encaralhado de outras merdas mais.

- Ah... Aquele policial, chefe de operação, o Kim, ele disse que só recuaria quando pegasse a sua cabeça, custe o que custasse.

Algo em mim acendeu, uma chama há muito tempo adormecida. Eu dei uma gargalhada gostosa, talvez pela onda, ou pela piada de puríssima qualidade.

- Mas eu nunca estive brincando de esconde-esconde. Se ele me quer... - Saquei o celular e postei minha localização atual, em uma rede social qualquer. Caminhei até a porta, em passos lentos e certeiros. - É só vir pegar. Reúna o pessoal, do alto ao baixo escalão.

- A gente vai encarar mesmo? Jeon, tem civis nas ruas, talvez nós não tenhamos condições. Uma troca de tiros com a polícia agora vai ser como assinar nossa sentença de morte. Isso vai ser carnificina.

- Min. - Fechei minha mão no queixo de Yoongi, com mais força do que deveria, fiz-o olhar em meus olhos o máximo que podesse. - Nós somos ratos? Responda. - Dei um solavanco na mão, apertando a carne de sua mandíbula até que o sangue fugisse.

- Não, senhor. - Disse, com dificuldade.

- Então por que fugirmos como tal? - Soltei seu rosto e o vi fazer uma breve massagem no local. - Peça para o Hoseok dar um toque de recolher, marcado para às oito da noite, na comunidade. Não quero uma alma viva sequer nessas ruas depois das oito, estamos entendidos?

- Sim, senhor.

- Vamos dar a César o que é de César, então. Eu só quero o que é meu.

•   •   •

Às oito, pouco se ouvia no bairro, a não ser o som das munições sendo recarregadas, dos malucos tomando seus postos, dos meus passos. As luzes das casas estavam todas apagadas, um completo breu, visto de cima. Já estive nesse mesmo lugar da população, conheço a sensação de insegurança mesmo estando dentro da própria casa, o barulho da bala comendo solta, acelerando todos os corações, mamãe e eu agachados no chão do quarto, com medo de uma bala perdida ou algo assim. Não é fácil morar em comunidade, nunca foi. Eu nunca quis estar do outro lado da porta, eu nunca quis ser a fonte dos tiros. Mas, a vida nos leva por caminhos misteriosos, e não há como saber o destino.

Até o destino chegar.

Do radinho, ouço um chamado. - Eles tão entrando, estão com as sirenes e o farol desligados.

- Tô ligado.

Para evitar dor de cabeça, nós nos encapuzamos. A intenção é só contra-atacar, é uma luta desnecessária, para início de conversa. Ninguém tá afim de matar polícia hoje, mesmo que eles estejam na maldade.

Eles sabem que nada de bom pode sair de uma invasão, tão impulsiva assim, sem muitas justificativas. O Kim tá fazendo isso por interesses pessoais. Todo mundo tá ligado que não existe essa tal luta contra as drogas, e se existir, o governo é nosso maior aliado. Nada acontece longe do controle do Estado, é bom cair na realidade.

- Vocês. - Apontei para alguns dos nossos. - Fiquem na guarda do casarão, ninguém sai e se alguém entrar, a cabeça de vocês já tá pronta. Yoongi, você foi derrubado recentemente, vai com eles.

- Sim, senhor. - E saiu, com o rebanho de corno no encalço.

- Nós. - Continuei. - Vamos para a linha de frente. Olho no olho. Metade vai para a entrada da direita, metade para a entrada da esquerda, eu estarei na área do farol. Já sabem, né? Nós estamos na razão, então não ataquem, tenham sangue frio. Mas não se rendam, em hipótese alguma.

- Sim, chefe.

- Eles chegaram.

Engatilhei a arma e puxei o capuz para baixo. Correndo, eu alcancei a área do farol. Fiquei de tocaia, por trás da base, esperando o primeiro tiro ser disparado. Não demorou muito. Ao Norte, o barulho do revólver ressonou, depois outro, e mais outro, e outro. Eles não entravam na favela para prender alguém ou achar alguma coisa, eles entravam para matar, e por isso a comunidade, desse momento em diante, virou uma chuva de balas.

Quando um dos nossos morre, fica por isso mesmo, tem que ficar. Mas, ah, se um deles morrer... A guerra está travada, e é esse o meu medo; expôr todas aquelas pessoas ao inferno na Terra.

Até que tudo silenciou, como em um filme, todo ruído cessou. Eu só conseguia ouvir alguém tentando comunicação comigo pelo radinho preso no cós da minha calça, e o barulho da minha respiração pesada.

Silêncio nunca é um bom sinal.

Foi isso que me fez ficar temeroso, meus músculos tensionaram ao ponto de doer e minha garganta fechou. O que eles estavam fazendo? A probabilidade deles recuarem era quase nula. Eles já haviam aniquilado uns 5 dos nossos, por que parariam agora? Ah não ser que houvesse algo que eu ainda não havia percebido.

Então, a primeira gota respingou em mim, bem na ponta do nariz. Centímetro por centímetro, eu ergui minha cabeça para o céu e não existia uma estrela sequer, apenas grandes nuvens carregadas.

Carregadas de chuva. Merda.

O desespero me tomou quase que imediatamente, aquela maldita sensação se apossou de mim, e por Deus, eu não tinha o que fazer. Eu não conseguia me mover e se eles me achassem, eu morreria ali.

A tempestade apareceu e quando tomei consciência novamente, eu já estava encharcado. Senti meu corpo febril, mesmo a água machucando de tão gelada. Me deitei no chão cheio de terra e chorei, era só isso que me restava. A chuva chegava até a me afogar.

Eu tentei, juro que tentei, tomar o controle da minha mente e corpo novamente, mas eu simplesmente não conseguia. Eu era o Jungkook de 15 anos atrás novamente, naquela mesma noite chuvosa. Eu não conseguia me livrar do trauma.

Como se não bastasse, os disparos voltaram. Mas, dessa vez, ao meu redor. Tiros pelo chão em que eu estava deitado, nas árvores e na base do farol.

Eles não recuaram, eles me acharam.

Chorei mais, como um covarde filho da puta. Eu não queria morrer assim.

Foi com esse pensamento que eu reuni todas as minhas forcas restantes e passei a me arrastar, humilhantemente, rasgando o rosto com pedras e inflamando os recém-ferimentos com areia. Rastejei até a entrada do farol e engatinhei pelos degraus até o topo. O holofote estava desligado, então não havia perigo. O espaço era minúsculo, mas pelo menos eu estava longe da chuva e dos caras. Hiperventilei, puxando o ar com todo afinco, mas de nada isso me servia.

Eu senti a sensação de morte, como nunca na vida. E porra. Eu só conseguia pensar em Jimin e na minha mãe. Ali, agonizando pela salvação que não me alcançaria, eu pensava em como tudo poderia ter sido diferente. Eu poderia estar com mamãe agora, ela estaria mais velha, e eu a apresentaria ao Jimin. Ela estaria na minha formatura da faculdade e no meu casamento com o loiro. Ah, Jimin, eu seria o rapaz perfeito para ele e ele me amaria de volta.

Porque eu juro por tudo nessa vida fodida, eu amo ele, como eu amei minha mãe.

Escuto sussuros vindo lá de baixo e movimentações aparente, apesar da chuva tomar conta dos meus sentidos. Depois, alguém dá o primeiro passo no primeiro degrau. Eu prendi a respiração. Então, era assim que acabaria.

Quando o policial, com botinas grandes e negras, e um fuzil na mão, chegou até o último degrau, eu fechei os olhos com força e esperei. Eu só esperei pelo fim.

Mas o disparo nunca aconteceu.

Quando abri os olhos, era Namjoon. Com a arma bem na minha cara, encarando no fundo dos meus olhos.

Ele tinha a faca e o queijo na mão. Afinal, o maior inimigo dele estava ali, vulnerável, chorando, sujo, deplorável, bem à sua frente. Até eu faria o que sei que ele tem que fazer.

Ele tem que fazer o que deve ser feito.

- Não é assim que eu vou vencer você. - Disse ele, com o seu corriqueiro ar de superioridade, não tinha um pingo de pena em seu rosto. - O Jimin nunca me perdoaria.

Mas havia compadecimento.

- Kim, achou algo aí? - Disse uma terceira voz, provavelmente vinda dos primeiros degraus. Aquele foral devia estar cercado de polícia em cada metro quadrado.

- Não. Não há nada aqui.

•   •   •

Nem sei o que dizer. Mas é isso. Desculpa os 8 meses fora, estive um pouco perdida, um pouco mal, um pouco (muito) ocupada. Mas eu não abandonaria vocês. Vamos nos ajudar até o fim de polus e até o fim de futuras histórias, se assim vocês quiserem. Obrigada por todas as mensagens, amo vocês.

Muita gente anda me perguntando de Paraitisi tbm, vcs realmente querem ela kkk?

Enfim, cuidem bem desse capítulo, porque eu sofri e chorei muito pra conseguir escrever ele.

Leu até aqui? CURTA e COMENTE para a autora insegura saber que você gostou!!💜💜

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