Fotografias

By alsnd4

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Scarlett vive com o marido, Colin, e os seus dois filhos, Rose e Cosmo, mas nem sempre foi assim. Scarlett j... More

Personagens
Capítulo I - Prólogo
Capítulo II - Crianças podem ser horríveis
Capítulo III - Welcome to New York!
Capítulo IV - O jantar está pronto!
Capítulo V - Primeiro passo ?
Capítulo VI - Festa de aniversário
Capítulo VII - Pesadelos
Capítulo VIII - Alerta vermelho para Nova Iorque!
Capítulo IX - Quando tu eras bebé
Capítulo X - Duas batidas a cima do coração significa que te amo
Capítulo XII - Conversas e Desafabos
Capítulo XIII - Irmãs para sempre
Capítulo XIV - Rumores
Capítulo XV - Invasão de propriedade e Mudanças
Capítulo XVI - Jantar de despedida e Ervas Daninhas
Capítulo XVII - MAMA!
Capítulo XVIII - Por favor não partas uma perna!
Capítulo XIX - Skype
Capítulo XX - Joe's Diner
Capítulo XXI - Mamã, não me sinto muito bem...
Capítulo XXII - Dia no Zoo
Capítulo XXIII - "Esta é a minha mãe"

Capítulo XI - Central Park e surpresas

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By alsnd4

N/A: Música referenciada no capítulo a cima anexada.

POV Narrador

A música baixinha que preenche o pequeno espaço é abafada pelas vozes de todos os clientes que sistematicamente entram e saem da loja.

S/N não se lembra da última vez que viu a loja tão cheia. Ela questiona-se porquê, sendo que nenhum feriado ou ocasião especial se está a aproximar. Ela não se queixa, de modo algum, chega até a sentir imenso orgulho por ver o seu negócio finalmente começar a crescer.

À frente da sua bancada está uma fila com talvez umas seis ou sete pessoas, e na bancada de Amanda, não está muito diferente. A hora do almoço está a aproximar-se, e vendo a quantidade de clientes que continuam a entrar pela porta de entrada, S/N tem a certeza que só almoçará para lá das três da tarde. Ainda bem que ela se lembrou de guardar algumas barras de cereais no bolso do avental, ou então certamente já teria morrido de fome.

Depois de um ramo de rosas vermelhas, um ramo de lírios amarelos, um ramo de girassóis, e uma dezena de outros mais, a fila à sua frente parece por fim estar a ficar mais pequena. Depois de terminar um belo arranjo de peônias, S/N vira-se para o grande armário atrás da sua bancada para pegar noutro rolo de fio castanho de fibras naturais, que hoje já acabou pela segunda vez.

- Bom dia. - sorri ainda com os olhos virados para baixo - Bem vindo à nossa loja. Em que o posso ajudar ?

- Oi, S/N. - ouve uma voz rouca familiar, fazendo-a disparar os olhos para cima

- Oh! - exclama em surpresa e sente o seu sorriso crescer e tornar-se um pouco mais genuíno - Florence, oi. - pousa as mãos na bancada e inclina-se um pouco para a frente - Em que te posso ajudar ? - levanta uma sobrancelha

À sua frente está Florence com o seu usual e adorável sorriso. O seu longo cabelo loiro está levemente despenteado, certamente devido ao vento que está lá fora, mas isso só a deixa ainda mais adorável.

- Eu vou visitar uma amiga de trabalho que já não vejo há algum tempo e queria levar-lhe um ramo de flores. - explica

S/N sorri e concorda com a cabeça, pegando em vários tipos de flores e pousando-as na bancada.

- Alguma preferência ?

- Hmmm... Eu acho que ela vai gostar de rosas amarelas. - aponta

- Perfeito. - guarda as restantes flores e começa logo a fazer o arranjo - Como tem corrido a tua estadia aqui em Nova Iorque ? - pergunta enquanto prepara cada uma das flores cuidadosamente, curiosa acerca da sua estadia na cidade

- Bem, já é a terceira semana que cá estou, e na verdade ainda não tive oportunidade de fazer muita coisa. - revela e S/N arqueia uma sobrancelha em questão - O objetivo inicial de eu vir para cá era para relaxar depois do meu último projeto, mas até agora só tenho estado a trabalhar. - grunhe levemente, claramente em desgosto

- Isso não soa nada relaxante ou divertido. - concorda - Então ainda não tiveste oportunidade de visitar Nova Iorque ?

- Nem por isso. - bufa - Um amigo meu ia levar-me a ver todos os pontos turísticos na semana passada, mas com a tempestade e todas as reuniões que tive, infelizmente isso não foi possível. Agora vou andar sozinha e perdida por esta enorme cidade enquanto tento encontrar os sítios que quero ver. - gargalha em leve constrangimento e encolhe os ombros

- Bem, podes sempre contratar um guia turístico. - sugere e corta um pedaço de fio para amarrar as rosas

- Até que isso não é uma má ideia. - murmura

Um tranquilo silêncio cai sobre as duas, e Florence não consegue deixar de se sentir fascinada com o cuidado e elegância de S/N enquanto ela faz o seu ramo. Os seus movimentos são tão leves e delicados que a loira chega até a questionar-se de como é possível alguém se movimentar assim, nesta espécie de dança hipnotizante.

- Tu és de cá de Nova Iorque ? - Florence pergunta, subitamente tendo uma ousada ideia

- Eu vivo aqui desde que tenho seis anos, por isso considero-me uma nativa da cidade, já que toda a minha vida se concentra aqui. - sorri de forma simpática ao olhar de relance para a loira

- Ah, não fazia a menor ideia. Originalmente tu és de onde ? - inclina a cabeça para o lado

- Bem, eu nasci na Inglaterra na verdade. - gargalha baixinho ao ouvir o suspiro de surpresa e entusiasmo que a outra liberta

- Não acredito! - exclama com um gigante sorriso nos lábios - De que parte da Inglaterra ?

- Na verdade, Oxford.

- Oh meu Deus, que coincidência! - diz demasiado alto, fazendo os outros clientes olharem para ela de forma estranha, não que ela se importe muito - Quem sabe se não fomos vizinhas a um certo ponto.

- Acho que isso é bastante improvável, já que quando eu vim para os Estados Unidos, tu ainda nem eras nascida. - diz e um pequeno beicinho surge nos lábios da loira, fazendo-a gargalhar - No entanto, a minha irmã mais nova vive lá.

- Em Oxford ?

- Hm Uhm. - concorda com a cabeça

- Em que zona é que ela vive ? Talvez viva perto dos meus pais.

- Cummor Hill, se não me engano. - diz com um pouco de incerteza - Eu nunca a fui visitar lá, já que ela insiste em sempre vir cá a Nova Iorque. - diz, não querendo revelar que a verdadeira razão é por, obviamente, não ter dinheiro para comprar dois bilhetes de avião para si e para a filha

- Ah, os meus pais vivem do outro lado de Oxford. Mas eu perguntei isto porque tu deves conhecer bem a cidade, não ?

- Conheço sim. - gargalha - A minha juventude foi passada a passear por todas as ruas de Nova Iorque, até mesmo aquelas em que uma adolescente de quinze anos não deveria andar. - diz ao mesmo tempo que envolve o ramo já finalizado com uma grande folha de papel bege e uma fita branca

- E-então, seria... - engole em seco e sente as  bochechas começarem a queimar, confundindo S/N com a sua súbita mudança de comportamento - Seria possível tornares-te na minha guia turística só por um dia ? - agarra com força na alça da sua bolsa em nervosismo

Esta pergunta deixa S/N em surpresa e isso parece refletir-se no seu rosto, pois imediatamente uma expressão de pânico surge na cara de Florence.

- Queres saber ? Deixa para lá, foi só uma sugestão idiota. - diz rapidamente com um certo desespero e pânico na voz, sinceramente não sabendo o que surgiu na sua cabeça para achar que isto seria uma boa ideia

- Não, não, Florence. - apressa-se a dizer - A tua pergunta surpreendeu-me, só isso. - sorri docemente e pousa a mão em cima de uma das mãos da atriz, tentando acalma-la - Isso não significa que ache que seja uma má ideia.

- Oh... Desculpa. - sente, de novo, as suas bochechas ferverem e sorri em embaraço

- Na verdade, eu adoraria mostrar-te Nova Iorque. - Florence sente um enorme sorriso nascer nos seus lábios e o seu corpo ser tomado por uma nova onda de entusiasmo

É esta sequência de acontecimentos que leva S/N a estar a preparar uma mochila com comida e várias garrafas de água nesta manhã de sexta feira.

Quando Amanda descobriu a verdadeira razão pela qual a amiga não iria trabalhar no último dia da semana, deixou logo de ficar frustrada por ter de trabalhar sozinha, chegando até a incentiva-la a passar mais tempo com esta nova possível amizade, já que na sua opinião, S/N está urgentemente a precisar de novos amigos e companhias. S/N defendeu-se, dizendo que tem bastantes amigos, mas o sorriso malicioso no rosto da melhor amiga mostrava que não era bem isso que ela queria dizer. S/N decidiu apenas ignorar a morena, visto que sabe que a amiga por vezes tem ideais completamente malucas.

Ao ver que mal consegue fechar a mochila, S/N decide que tem comida e bebidas que cheguem para o dia, e então rapidamente se vira para o fogão para começar a fazer o pequeno almoço. Enquanto está a cortar uma banana para a sua salada de fruta, sente um par de braços abraçar a sua cintura por trás. Um grunhido de desgosto acompanha este movimento, e S/N tem de conter uma gargalhada perante o claro desagrado da filha de se ter de levantar tão cedo.

- Bom dia, bebé. - murmura e beija a cabeça da pequena, recebendo apenas uma amálgama de sons imperceptíveis - Parece que alguém ainda está com sono. - gargalha

- Devia ser crime, a escola começar tão cedo. - resmunga e enterra ainda mais o rosto nas costas da mais velha

- Pensa pelo lado positivo, Tasha, quanto mais cedo começar, mais cedo acaba. - ri silenciosamente e começa empratar a comida nos dois pratos coloridos

- Mesmo assim... - grunhe

As duas sentam-se na mesa e Natasha ocupa-se a fazer mil e uma perguntas acerca do plano que a mãe tem para o dia. S/N não lhe contou com quem vai passar o dia hoje, ou então, com certeza é que a filha não iria querer ir para a escola.

- Vá, vai-te vestir e lavar os dentes, senão vamos chegar atrasadas à escola. - diz ao levantar-se com a louça suja nas mãos

- Oh, isso seria uma pena. - a pequena diz com falsa tristeza e com um beicinho exagerado

- Tasha... - gargalha - Vai lá.

- Nãããooo! Eu quero ficar contigo. - reclama levemente e pousa a cabeça na mesa, claro, de forma extremamente dramática. De quem é que Natasha herdou este seu lado dramático ? De S/N não foi com certeza...

- Bem, - a mais velha diz ao secar as mãos num pano - parece que não me estás a dar outra alternativa.

Isto faz a ruivinha virar a cabeça para a mãe com um sorriso vitorioso, pensando que a mais velha a iria deixar passar o dia com ela. Contudo, assim que vê a expressão matreira no rosto da mãe, sente o seu sorriso desaparecer no mesmo momento. Num abrir e fechar de olhos, está a ser lançada para ombro da mãe, fazendo um gritinho de surpresa escapar a sua garganta.

- Mamã, põe-me no chão! - gargalha e bate levemente nas costas da mais alta

- Não! - exclama firmemente com um sorriso e começa a caminhar para o quarto da pequena

- Mamã! - gargalha ainda mais quando a mãe a cabeça a abanar, ao mesmo tempo sentido o sangue subir-lhe à cabeça por estar com a cabeça virada para baixo

Ao chegarem ao quarto da ruivinha, S/N atira a filha para cima da cama, fazendo-a pular um pouco em cima do colchão.

- Vá, bebé, sabes o que tens a fazer. - diz com um tom sério, fazendo Natasha perceber que o momento de brincadeira já acabou

Depois de deixar um beijo na testa da filha, S/N vai até ao seu quarto para se preparar para o dia. Ainda está frio, apesar de a chuva já ter parado, mas mesmo assim, ela decide não vestir roupa muito grossa, pois com certeza que com todas as caminhadas que vai fazer, acabará por ficar com calor.

Em pouco tempo as duas estão no carro a caminho da escola, e mesmo que ainda há pouco tempo Natasha não estivesse muito entusiasmada para ir para a escola, agora mal pode esperar para ver Maria e contar-lhe tudo o que está a planear fazer com a mãe no fim de semana. S/N disse-lhe que tinha uma surpresa para ela amanhã, e agora ela está a contar todos os segundos até que sábado chegue.

Hoje Natasha é uma das primeiras pessoas a chegar à escola, já que S/N tinha combinado de se encontrar com Florence igualmente cedo para poderem aproveitar o dia. Ao estacionar o carro, S/N abre a porta e sai, abrindo logo a seguir a porta da filha. A ruivinha pula para o chão, gargalhando silenciosamente quando cai em cima de uma pequena poça de água e alguns salpicos molham as calças da mãe.

As duas caminham de mãos dadas até à entrada da escola, parando à frente do portão. S/N ajoelha-se à altura da filha e pousa as mãos nos seus ombros, preparando-se para o seu ritual matinal.

- Quem é que vai ter um ótimo dia na escola ? - sorri e ajeita o casaco da ruivinha

- Eu vou! - exclama com um gigante sorriso

- E quem é que se vai divertir com os amigos ? - acaricia as costas da pequena

- Eu! - levanta o dedo no ar e pula levemente

S/N não aguenta tanta fofura e começa a encher as bochechas da criança com beijos, deixando as gargalhadas alegres a filha ecoarem nos seus ouvidos. Na sua opinião, um dos melhores sons que alguma vez já ouviu.

- Tens o teu livro para leres enquanto esperas pela Maria ? - penteia os cabelos vermelhos levemente despenteados pelo vento

- Sim, está na minha mochila. - aponta para a mochila e faz uma cara de desgosto quando a mãe lhe põe um gorro na cabeça - Mamã! - reclama

- Nada disso, está frio e eu não quero que fiques doente. - aperta o casaco da filha até cima, achando engraçado o facto de apenas o rosto rosado de Natasha ser visível no meio de todas aquelas camadas de roupa

- Ok... - suspira, sabendo que não há como ganhar à mãe nesta situação - Tu vens-me buscar quando a escola acabar ?

- Sim, bebé, não te preocupes. Agora, eu tenho de ir indo senão vou chegar atrasada. Vemo-nos logo à tarde, ok ?

- Ok, mamã. Tchau.

- Tchau, meu bebé. - abraça a filha com força e beija a sua bochecha um par de vezes antes de se levantar

Natasha beija a mãe de volta e começa a caminhar para dentro da escola enquanto acena em despedida à mãe.

- Tchau, bebé. Eu amo-te muito. - diz alto enquanto acena de volta de forma entusiasta e quando a filha está prestes a entrar nas portas da escola

Ao ouvir a voz da mãe, Natasha sente as suas bochechas corarem, já que todas as outras crianças agora olham entre elas. Ás vezes a sua mamã consegue ser bem embaraçosa...

- Amo-te muito, Natasha! - diz ainda mais alto quando a ruivinha não responde

- Também de amo. - diz alto o suficiente para a mãe a ouvir, mas para não chamar a atenção das outras crianças no jardim. Ela sabe que S/N não vai embora até ouvir o mesmo de volta, por isso não perde tempo em responder

Com um sorriso satisfeito, S/N volta ao carro assim que vê a filha entrar dentro das portas da escola. Ela não sabe bem o que este dia vai trazer, mas tem um pressentimento que será algo bom. Talvez uma amizade, quem sabe ? Em poucos minutos vê o parque se começar a aproximar, e num dos bancos junto a uma bela cerejeira que começa já a florir, vê uma loira sentada. É... talvez este dia vá dar início a uma bela relação.

Natasha, por sua vez, está sentada num banco do corredor da escola. De vez em quando a tranquilidade daquele espaço é interrompida pela entrada de um aluno, ou de um pai a trazer uma das crianças mais pequenas à escola. Como ela é pequenina e está encolhida enquanto lê, quase ninguém repara na sua presença ali, algo que a agrada pois assim consegue ler em paz. De vez em quando, crianças da turma dela passam por ela e param para a cumprimentar e conversar por poucos minutos, logo de seguida continuando em frente.

Depois de bastante tempo ali, Natasha olha para o relógio na parede à sua frente e repara que se está a aproximar da hora normal que Maria chega à escola. Então, a ruivinha pula para o chão e atravessa o corredor da escola, sentido um arrepio correr a sua pele quando o ar frio do exterior choca com o seu corpo.

Aqui fora está tudo muito mais caótico do que dentro do edifício. Inúmeras crianças adentram os portões da escola depois de se despedirem dos pais; alguns alunos mais pequenos brincam sem nenhuma preocupação pelo jardim relvado, preenchendo o ar com as suas animadas gargalhadas; e o que parecem ser carros sem fim param à frente da escola, preenchendo o ar com um leve aroma de combustível queimado.

No meio de toda esta confusão, a pequena vê um banco vazio, e com receio que alguém se sente ali, corre até ele, praticamente atirando-se para cima do banco assim que chega perto o suficiente.

Novamente, ela retira o livro que estava a ler da mochila, e ao abrir na página correta, deixa-se levar pelo fantástico mundo medieval retratado naquele texto. Ocasionalmente, Nat levanta a cabeça e analisa o estacionamento e o portão da escola, vendo se consegue encontrar a melhor amiga.

Cerca de quinze minutos depois, uma familiar mas distante voz chama a sua atenção. A sua cabeça dispara para cima, e os seus olhos percorrem rapidamente todo o espaço à procura da dona daquela voz. Um pequeno suspiro de surpresa escapa os seus lábios assim que vê Scarlett abrir a porta traseira do seu carro e ajudar Rose a pular para o chão. As duas têm grandes sorrisos nos rostos, e é quase possível ver a felicidade irradiar dos seus corpos.

Ao ver aquela dupla, Natasha sente o seu corpo ficar imóvel em choque. Nunca antes ela tinha visto a loira mais nova na sua escola, por isso deduz que este seja o seu primeiro dia aqui.

As duas atravessam a rua de mãos dadas e param à frente do portão. Scarlett ajoelha-se à altura da filha e diz-lhe algo que a faz gargalhar altamente. Este som faz o coração da ruivinha pesar, e ela não consegue evitar de de repente sentir um misto de tristeza e ciúmes perante o que vê. Scarlett está extremamente feliz com Rose ao seu lado, e por um breve momento, Nat questiona-se se a mais velha fica assim tão alegre quando está consigo. Será que Scarlett a ama da mesma forma que ama os seus dois outros filhos ? Será que a ama tanto quanto Rose e Cosmo ? Nunca antes Scarlett a veio trazer à escola, ou a qualquer outro sítio na verdade, as únicas vezes que passou tempo com ela foi dentro de casa. Então, será que Scarlett tem vergonha de ser vista com ela na rua ?

A pequena sente os seus olhos encherem-se de lágrimas, mas rapidamente as tenta fazer desaparecer. Ela tem a sua mamã, e Rose e Cosmo são mais novos que ela, por isso precisam de Scarlett muito mais do que ela. Por isso, porque é que ela se haverá de sentir assim ?

Ainda no seu leve estado de choque, Natasha volta à realidade ao ouvir Scarlett despedir-se de Rose. O seu coração aperta dolorosamente quando vê a mãe encher o rosto da loirinha de beijinhos, e ao mesmo tempo leva os seus dedos à sua própria bochecha, já sentindo saudades da sensação dos doces beijos da mãe ali.

A última vez que viu Scarlett foi quando foi a sua casa naquela noite depois da sua entrevista. Contudo, elas têm falado regularmente por telemóvel, mas mesmo assim, não consegue deixar de se sentir um pouco triste e abandonada por não estar com a mais velha há quase uma semana e meia. Natasha sabe que a mãe está bastante ocupada com o seu trabalho e a sua nova linha de skincare, mas será que não conseguia reservar duas ou três horas para a vir visitar ? A pequena tenta ser compreensiva e paciente, mas por muito que se esforce, o seu coraçãozinho de onze anos por vezes não consegue compreender.

Depois de se despedir da filha por uma última vez, Scarlett levanta-se, mas assim que vai virar costas para voltar para o carro, vê um borrão de cabelo vermelho não muito longe dali. Instantaneamente um largo sorriso nasce nos seus lábios, pois não há ninguém naquela cidade que tenha um cabelo tão vibrante quanto o da sua filha mais velha.

Uma onda de entusiasmo e felicidade toma conta de si ao saber que finalmente vai poder estar com a filha, mesmo que seja só por uns meros minutinhos. O seu coração pesa ao saber que já passam quase duas semanas desde a última vez que esteve com Natasha, mas da forma caótica que o seu trabalho tem estado, ela quase que nem tem tempo para os filhos que vivem consigo a tempo inteiro. Talvez amanhã ou depois ela consiga tirar umas horinhas para visitar Natasha e S/N, pois o seu coração já quase está no ponto de explodir de tantas saudades que tem delas.

Ao ver que a ruivinha está a olhar para ela, Scarlett acena-lhe alegremente. Todavia, o seu sorriso cai um pouco ao ver que a filha não lhe acena de volta, apenas laçando-lhe um pequenino sorriso. A loira franze as sobrancelhas e o seu corpo enche-se de confusão e preocupação, será que aconteceu alguma coisa ? Ela volta ao portão e rapidamente gesticula à pequena para se aproximar também. Com alguma hesitação, Natasha assim o faz, e quando se chega próximo o suficiente, a mais velha abaixa-se à sua altura e abraça-a com força.

A pequena não demora dois segundos a retribuir o abraço, deixando-se derreter nos braços da mãe.

- Oi, meu amor. - murmura contra a sua cabeça, beijando várias vezes a sua testa - Como estás ? Estou com tantas saudades tuas.

- Também estou com tantas saudades tuas, Scarly. - murmura de volta antes de se afastar um pouco - Porque não me vieste visitar ? - questiona e um pequeno beicinho surge nos seus lábios

- Oh, meu amor, eu estava com muito muito trabalho para fazer e não tive possibilidade de sair do meu escritório durante a semana toda. - explica ao pousar as mãos nas bochechas frias e rosadas da pequena

- Oh, ok. - sussurra e abaixa a cabeça, sentindo-se um pouco magoada por achar que a mãe acha o seu trabalho mais importante do que ela - Não faz mal...

Scarlett rapidamente percebe a origem da tristeza da filha, que mais uma vez, é culpa sua. Parece que por muito que se esforce está sempre a magoar a pequena! Mas será que ela não consegue fazer nada certo ?

Não aguentando ver o desânimo nos olhos da ruivinha, a mais velha abraça-a de volta e levanta o seu queixo, fazendo os dois pares de olhos verdes cruzaram-se.

- Hey, meu amor, não precisas de ficar assim. - murmura suavemente e sorri docemente - Eu prometo que esta semana te vou visitar a tua casa, ok ?

- A sério ? - um pequeno sorriso começa a crescer nos lábios da criança, o seu tom de voz agora muito mais alegre

- Claro que sim, Tasha. - concorda, cogitando já várias ideais de como pode surpreender a filha - O que achas de fazermos uma maratona dos filmes da Marvel ? - pergunta, sabendo que não há como errar com os seus filmes favoritos

- Eu, tu e a mamã ? - os seus olhos arregalam-se em alegria e começa a pular um pouco na ponta dos pés

- Sim, nós as três. E se prometeres não contar a ninguém, eu posso-te contar alguns segredos sobre o próximo filme dos Vingadores. O que achas ? - acaricia as bochechas da pequena, e sente o seu coração praticamente explodir de amor pela filha ao ouvir as suas alegres gargalhadas

- Sim! - exclama e lança os braços no ar - Mal posso esperar, Scarly. - festeja ao fazer a sua dancinha de celebração discretamente

Scarlett gargalha da reação da filha, juntando-se à sua dança ao abanar um pouco os seus ombros. Todavia, quase caí ao chão quando Natasha se atira a ela, abraçando-a com ainda mais força. Ela fecha os olhos e aconchega a pequena junto ao seu peito, aproveitando aquele contacto de que tanto sentia saudades.

- Nat! - uma voz fininha interrompe o seu momento e faz as duas Johanssons virarem o rosto na direção da voz

Uma menina morena da idade da ruivinha está parada junto ao portão enquanto lhe acena, um enorme sorriso no seu rosto.

- Oh! - exclama e afasta-se da mãe, acenando rapidamente à melhor amiga antes de voltar a virar a sua atenção para a loira - Eu agora tenho de ir Scarly, a Maria já chegou. - explica e aponta para a amiga

- Tudo bem, meu amor. - sorri - Tchau, eu amo-te muito. - sussurra e beija a ponta do nariz da criança, fazendo-o encolher-se de forma super fofa

- Também te amo muito, Scarly. Tchau. - sorri e acena para a mãe em despedimento, logo de seguida correndo até à melhor amiga e entrando de novo na escola

Scarlett fica no mesmo sítio até Natasha entrar dentro do edifício da escola, tendo já várias ideias de como pode surpreender a filha e compensa-la por todo o tempo que passaram afastadas. Agora só falta falar com S/N.

Ao sair do carro, S/N sente o seu corpo ser tomado por arrepios. Mais de vinte anos que já passou nesta enorme cidade, mas parece que o seu corpo ainda não se habitou ao tempo gelado. Contudo, não faltará muito e o verão vai estar a chegar a Nova Iorque, e aí ela vai com certeza derreter com o calor que vai estar. Será que é pedir muito por apenas alguns meses de temperaturas amenas ?

Como ainda é bastante cedo, o Central Park ainda está quase vazio. Certamente que daqui a uma ou duas horas os turistas vão começar a preencher todas as ruas, parques, e monumentos. Mas S/N planeia visitar todos os pontos de interesse pouco depois da sua hora de abertura, para evitar toda a confusão caótica que os turistas normalmente trazem.

Com a mochila bem recheada nas costas, S/N começa a adentrar o parque, quase instantaneamente avistando Florence junto à cerejeira. As suas bochechas estão rosadas por causa do frio, mas as grossas camadas de roupa que usa indicam que a Pugh vem preparada para a temperatura gelada de hoje. Uma pequena mochila está pousada no seu colo, e ela parece estar ocupada com o seu telemóvel.
Enfiando as mãos dentro dos bolsos do casaco, S/N caminha na sua direção, um pequeno sorriso nos seus lábios. 

Ao pisar num monte de folhas secas, Florence dispara a cabeça para cima, sorrindo largamente assim que a vê.

- S/N! - exclama e caminha apressadamente até ela, não perdendo tempo em a abraçar - Oh, uh desculpa. - diz assim que se apercebe do que fez, afastando-se rapidamente de S/N e sorrindo-lhe envergonhada, ao mesmo tempo tentando esconder as suas bochechas coradas. Elas conhecem-se há poucas semanas, será que já têm intimidade suficiente para se abraçarem ?

- Oi, Florence. - gargalha levemente - Não te preocupes. - passa uma mão reconfortante nas suas costas - Pronta para hoje ? - muda de assunto, não querendo deixar a loira se sentir constrangida por muito mais tempo

- Oh, sim! - volta depressa ao seu estado entusiasmado - Mal posso esperar por conhecer a cidade.

S/N gargalha da sua alegria, não conseguindo evitar de a achar um pouco como um pequeno cachorrinho que se anima com tudo à sua volta.

- Bem, eu acho que não vai ser possível conhecer a cidade toda hoje. Mas quem sabe, se gostares de mim como tua guia turística, talvez eu te mostre mais de Nova Iorque noutro dia. - sorri e tenta conter o grande sorriso que ameaça surgir ao ver as bochechas da Pugh rosarem ainda mais

- Eu tenho a certeza de que vais ser uma ótima guia turística. - murmura e coloca a mochila nos ombros - Por onde é que vamos começar ?

- Bem, eu estava a pensar começar por dar um pequeno passeio aqui pelo Central Park. Este parque é gigante e tem imensas coisas para ver: o Strawberry Fields, a Bow Bridge, o lago, as fontes... - enumera - Enfim, há imenso que podemos ver aqui.

- Ok! Vamos lá então, companheira! - exclama e começa a caminhar com determinação

S/N, no entanto, permanece parada no lugar, demasiado ocupada a tentar silenciar as suas gargalhadas para lhe dizer que está a caminhar na direção errada.

- Hey, Florence ? - chama e a loira vira-se para trás - Eu acho que é por aqui. - aponta com o polegar na direção certa

- Oh! - exclama e tenta esconder o seu embaraço - Claro que sim! Estava só a testar-te. - caminha rapidamente, agora, na direção correta, chegando até a parecer um pinguim com prisão de ventre

Gargalhando, S/N junta-se a ela, entrelaçando o braço com o da loira quando começa a ver o parque a encher-se com cada vez mais pessoas.

- Para não te perder. - explica quando Florence olha entre ela e os seus braços entrelaçados - Tens a certeza que ainda queres fazer isto ? - pergunta subitamente, surpreendendo a loira, que de repente fica receosa que S/N esteja a fazer isto por obrigação e não porque quer - É que na verdade tu não me conheces e estás a confiar em mim muito facilmente. - diz rapidamente ao ver os mil pensamentos negativos sobrevoar a atriz - Eu na verdade posso ser uma assassina em série, e tu estás a colocar toda a tua confiança em mim... - ri levemente

- Tu és uma assassina em série ? - questiona seriamente

- Não. - gargalha e nega com a cabeça

- Então em confio em ti. - encolhe os ombros

S/N gargalha ainda mais altamente, sentindo no seu coração que Florence se vai tornar numa pessoa importante na sua vida.

Elas conhecem-se há muito pouco tempo, mas do pouco que S/N viu das entrevistas e filmes de Florence, acha que a loira é capaz de ser uma das mais humildes e doces celebridades que alguma vez conheceu, e ela já conheceu imensas (claro, na época em que era casada com Scarlett).

- Oh meu Deus! - é trazida de volta à realidade pelo grito entusiasmado da mais baixa - Não acredito! - larga o braço de S/N e corre até à estátua de Alice no País das Maravilhas - S/N! S/N! Tira uma fotografia. - diz em extrema alegria e faz uma pose engraçada ao lado do coelho

S/N ri e obedece, tirando pelo menos duas dezenas de fotografias da cena fofa à sua frente. É como se Florence se tivesse repentinamente tornado numa criança.

- Eu adorava ver a Alice no País das Maravilhas quando era pequena. - revela quando S/N se aproxima - Uma vez, quando tinha talvez cinco ou seis anos, roubei a cartola do meu avô e, com os meus marcadores, pintei o chapéu todo. Ficou super colorido, e então eu andava por toda a casa como se fosse o chapeleiro louco. - riem - Quando o meu avô descobriu quase teve um ataque cardíaco, mas depois eu disse-lhe que ele podia ser a lebre e que podíamos fazer uma festa de chá como no filme. - conta e senta-se num dos pequenos cogumelos da estátua -Assim o fizemos, e todos os anos a partir daí, fizemos uma festa de chá vestidos como as personagens do filme. - termina com um olhar um pouco nostálgico

- Isso é adorável, Florence. - murmura

- É... Sinto imensas saudades dele... - admite e o seu sorriso cai por meros segundos - Mas depois eu lembro-me logo de todas as boas memórias que tenho com ele e essa tristeza desaparece.

S/N pousa uma mão reconfortante na mão da mais baixa, dando-lhe alguns momentos de silêncio para processar estas novas memórias que vieram à superfície.

Do lugar onde estão, ela consegue já ver o grande lago e a famosa ponte rústica de pedra que permite passar de uma margem para a outra. As árvores e arbustos que rodeiam a água começam agora a florir e a ganhar novas folhas verdes, e S/N tem a certeza que este é um cenário lindo para mais uma fotografia.

Uns minutos depois, ela levanta-se gentilmente e pega na mão de Florence, incentivando-a a fazer o mesmo. Ainda em silêncio, as duas começam a caminhar na direção do pequeno lago, mas assim que a loira vê um par de patinhos flutuar na água, sente toda a tristeza anterior evaporar e uma nova alegria tomar conta de si.

- S/N, patos! - exclama e começa a correr - Patinhos! Venham aqui, patinhos! - chama os animais ao ajoelhar-se junto à margem do lago

Infelizmente, os seus movimentos repentinos e a sua voz alta assustam os patos, fazendo-os esvoaçar para o outro lado do lago. Instantaneamente, um beicinho aparece nos seus lábios, mas antes que se possa levantar, um pequeno saco de plástico aparece à sua frente, surpreendendo-a.

- O que é isto ? - pega com alguma dúvida no saco e olha para S/N

- Bem, - gargalha - eu vi que a tua aproximação aos patos não resultou muito bem, por isso decidi ajudar-te um pouco. Isso aí é um saco de pão que podes atirar para o lago. - aponta para o saco transparente

- A sério ? - sorri alegremente e vira-se rapidamente de volta para o lago, quase até chegando a desequilibrar-se com a rapidez com que o faz - Patinhos. - chama mais suavemente desta vez e aproxima-se ainda mais ao lago enquanto abre o saco

Começando a atirar pedaços pequeninos de pão para a água, logo os patos se começam a chegar mais a ela. O seu sorriso é cada vez maior, e S/N não consegue deixar de achar esta cena super fofa. É como se Florence tivesse um coração de criança e não tivesse medo de o mostrar.

- Ah! - suspira em surpresa de repente, chamando a atenção de S/N para o que está a acontecer - Olha, S/N, uma pata mãe e os seus bebés. - sussurra bem baixinho e aponta na direção dos patos que se aproximam

A pequena família para à sua frente e fica a olhar para a loira, quase como se silenciosamente lhe pedisse por mais pão. Florence não perde tempo em despejar o pão restante na água enquanto olha em maravilha para os animais, S/N apenas a observando em silêncio a poucos metros dali.

- Wow, eu adorei, S/N, obrigada. - agradece num murmúrio, ainda maravilhada por aqueles animais

- Ainda bem que gostaste. - sorri e lentamente começa a caminhar para a ponte - O parque está cheio de animais que não vemos em mais nenhum lugar da cidade. Os meus favoritos são sem dúvida os esquilos, são os favoritos da minha filha também. - sorri ainda mais ao lembrar-se da pequena dona do seu coração

- Eu adoro animais! - exclama - Os meus preferidos são os caracóis. - S/N olha para ela com as sobrancelhas franzidas, achando isto um pouco estranho - Hey, não fiques assim. Os caracóis são animais fofinhos! - defende-se - Eles são tão pequeninos, e os seus olhinhos minúsculos são tão engraçados. - imita os olhos dos caracóis ao levantar os dedos indicadores de cada um dos lados da cabeça

- Se tu o dizes Florence. Gostos são gostos. - levanta as mãos em rendição com uma gargalhada

Florence empurra-a levemente para o lado com o ombro em retaliação, realmente não estando chateada com ela, pois sabe que a sua obsessão com o animal viscoso é bem estranha.

- E agora ? - pergunta enquanto olha para a vista que tem da ponte rústica

- Agora... - pega num pequeno papel dobrado que tem guardado no bolso das calças para ler qual a próxima paragem - A estufa e o jardim botânico.

- Vamos, então! - exclama - Tem flores, lá ?

- Claro que sim. Esse é um dos grandes motivos pelo qual a estufa é um dos meus locais do parque favoritos de se visitar. - sorri docemente, lembrando-se de todas as vezes que precisou de um momento de paz e tranquilidade e visitou a estufa por isso mesmo - Não sabia que estás interessada em flores.

- Oh, eu adoro flores! - pula levemente ao exclamar - Eu acho que dar flores a alguém é uma forma tão doce de se dizer qualquer coisa. E vamos ser sinceras, é uma prenda apropriada para todas as ocasiões

- Sabias que todas as flores têm um significado ? - questiona ao olhar de relance para a Pugh

- A sério ? - levanta as sobrancelhas

- Hm Uhm. As rosas vermelhas simbolizam o amor ardente entre amantes; as frésias, inocência; e os girassóis, lealdade e vitalidade. - enumera algumas das flores e os seus significados - Mas quando as flores são agrupadas em ramos podem tomar significados totalmente diferentes dos seus iniciais. Eu adoro fazer ramos especiais para cada uma das ocasiões dos meus clientes, mesmo que eles não façam a menor ideia do que cada uma das flores significa. Essa é a minha forma de tornar aquele momento um pouco mais especial de forma quase silenciosa. - divaga um pouco e sente as suas bochechas queimarem ao aperceber-se de que provavelmente falou demais

- Wow, isso é super interessante. - Flo murmura genuinamente - Mas não há flores que tenham significados negativos ? - pergunta subitamente e franze as sobrancelhas, fazendo S/N rir

- Claro que sim! A scabiosa simboliza o amor infeliz, os narcisos simbolizam egoísmo, e as aquilegias mostram ao receptor do ramo que a pessoa a considera fraca.

- Eu acho que vou ficar atenta se me deres flores algum dia. - brinca

- Talvez o faça. - encolhe os ombros

- Aí sim ? É que flor me darias ? - arqueia uma sobrancelha

- Talvez um ramo de rosas lavanda, ou rosas amarelas. Ainda não tenho a certeza. - responde, sabendo que as duas flores têm significados bastante diferentes. Talvez o tempo a ajudará a chegar a uma melhor conclusão. Qual das duas rosas será que melhor vai representar este novo relacionamento ? S/N não tem a certeza, mas está disposta a descobrir

Continuando a caminhar lado a lado, Florence analisa com cuidado e curiosidade tudo o que a rodeia, desde as folhas verdes das árvores que esvoaçam levemente com a brisa, aos turistas que aos poucos começam a inundar o parque. O caminho para o jardim botânico ainda é longo, por isso as duas aproveitam o tempo para se conhecerem. O facto de S/N ser originalmente da Inglaterra faz Florence falar alegremente de Oxford e de como foi crescer naquela cidade. S/N ouve-a atentamente e partilha aspetos da sua infância e adolescência, claro, evitando de tocar em assuntos que envolvam os seus pais. Ela ainda agora conheceu Florence, não há qualquer necessidade de a assustar com as histórias traumáticas da sua infância.

- Estamos a chegar. - interrompe gentilmente a história que a loira está a contar sobre a sua irmã mais nova - Já consigo ver a estufa daqui. - aponta para a estrutura de ferro

- Anda, vamos! - pega no pulso de S/N e puxa-a consigo enquanto praticamente corre para a entrada - São pássaros que estou a ouvir ? - questiona ao ouvir um piar e cantar familiar

- É... Eu posso ter-me esquecido de mencionar que a estufa abriga alguns pássaros nesta altura do ano. - sorri de forma matreira, sabendo que fez isto de forma intencional para ver a genuína reação da loira ao descobrir

- Oh meu Deus! Vamos ver passarinhos bebés ? - quase que grita de tanto entusiasmo

- Infelizmente, não, Florence. Ainda é muito cedo e os bebés ainda não nasceram. - olha tristemente para a loira, vendo-a encolher-se visivelmente em desânimo - Mas podemos ir ver as flores e os pássaros adultos. - tenta animá-la

-  Ok... - suspira - Isso também parece que vai ser divertido. - murmura de forma pouco convivente, mas mesmo assim continua a puxar S/N

É certo dizer que Florence adorou ver todos os pássaros voar de um lado para o outro na estufa. Os seus olhos estavam permanentemente arregalados em alegria e maravilha, e a cabeça virada para cima, e por várias vezes, S/N teve de guiar o seu corpo, se não a loira iria contra plantas ou outras pessoas. A cada flor que via, Florence perguntava o seu significado a S/N, ouvindo com interesse todas as vezes que ela o explicava. Ela admira S/N e o amor que ela tem pelo seu trabalho, e por breves segundos não consegue imaginar o que levou a sua grande amiga, Scarlett, a divorciar-se dela. Ela conheceu Colin várias vezes enquanto estavam a filmar o filme da Viúva Negra, e ele não se compara nem um pouco à doçura que é S/N. Para além de não ser nada atraente comparado a S/N. O que é que Colin poderá ter que S/N não tem ? Ela não consegue achar uma resposta para essa questão.

As duas passam o resto da manhã no jardim e na estufa, demasiado ocupadas com toda a beleza que a Natureza oferece para prestar atenção às horas. Assim que saem do jardim botânico, o estômago de Florence ronca, fazendo S/N gargalhar e as suas bochechas tomarem uma cor vermelha. Contudo, sem nada dizer, a mais alta começa a guiá-la numa direção por si desconhecida. A loira apenas deixa-se ser conduzida, confiando totalmente em S/N.

- Onde vamos ? - pergunta depois de algum tempo a ser puxada pelos caminhos do parque

- Já estamos a chegar. - responde com mistério

- Como é que isso responde à minha pergunta ? - murmura baixinho para si

- A paciência é uma virtude, Florence. - gargalha levemente

- Ainda bem que não sou virtuosa, então. - responde com um sorriso matreiro

- Vá, anda. Já consigo ver o nosso destino daqui. - gargalha

Quando finalmente para, Florence vê uma maravilhosa e majestosa ponte à sua frente. Ela é adornada com imensos vasos de flores, e a pedra clara de que ela é construída só acrescenta à sua beleza. É perceptível que a ponte já foi construída há alguns séculos, mas nem por isso perde um pouco do seu encanto.

- Bow Bridge ? - adivinha, já tendo lido e visto fotografias suficientes para saber o que está a ver

- Hm Uhm. - concorda com a cabeça - Eu trouxe-te aqui porque eu acho que vais gostar da vista. - aponta para a frente e começam a caminhar até pararem no centro da ponte

- Wow... - suspira, já perdendo conta de todas as vezes que já teve esta reação hoje - É lindo...

Dali ela consegue ver o lago coberto por algumas pétalas e flores, e folhas verdes. Mas o que a deixa sem palavras é o grande edifício no horizonte. The San Remo é apenas um grande edifício de apartamentos, mas a sua grandiosidade e arquitetura é realmente única. Viver naquele prédio deve ser caríssimo, mas sonhar nada custa.

- Podemos ir almoçar ? - pergunta de repente, sentindo que o seu estômago está prestes a roncar novamente

- Claro, é já ali à frente. - gesticula com a cabeça e continuam a caminhar

S/N leva-a até ao café de Bill, surpreendendo-o com a sua companhia. Nunca antes ela tinha trazido alguém para além de Natasha ali, e ao ver os doces olhares que Florence lança à sua amiga, deteta imediatamente algo diferente ali. Ele respira fundo e cumprimenta-as normalmente, trazendo a sua comida para a mesa pouco tempo depois. Todavia, não se consegue conter e, assim que Florence está concentrada no seu prato de comida, lança um enorme sorriso de aprovação a S/N, acompanhando-o com o entusiasta levantar dos dois polegares.

Ela ignora-o por completo, apenas sorrindo e revirando os olhos discretamente. Tudo bem, ela admite que Florence é uma mulher atraente, e não só fisicamente. Mas, quem garante que ela está à procura de algo romântico com S/N ? Já para não falar que ela tem uma filha. Será que Florence está preparada para isso na sua vida ? Natasha é a primeira prioridade na vida da mãe, e ela nunca a deixará de lado por um interesse romântico. Nunca!

Ainda é muito cedo para dizer e para determinar alguma coisa, por isso, S/N vai apenas aproveitar o momento e deixar tudo fluir naturalmente. Na verdade, nem ela própria sabe se está interessada num relacionamento. Mesmo que tenha sido já há dez anos, o estrago que Scarlett fez no seu coração ainda é bastante fresco, e ela não sabe se está disposta a por o seu coração em risco novamente.

- Próxima paragem ? - pergunta assim que saem do café de Bill

- Bem, a nossa próxima e última paragem do dia é o Bethesda Terrace.

- Nunca ouvi falar.

- Eu tenho a certeza que vais adorar.

Novamente, enquanto caminham, conversam um pouco acerca de tudo e de nada. A conversa entre as duas flui naturalmente, e nem os silêncios que partilham são constrangedores. É estranho, é como se já se conhecessem há anos, quando na realidade se conhecem há poucas semanas. Florence ouve sempre com atenção quando S/N fala da filha, e por vezes não consegue deixar de comentar sobre o quão fofa a pequena realmente é. Por o que ela conta, a loira julga que a ruivinha seja muito semelhante à sua mãe de olhos verdes, mas dos poucos minutos que interagiu com ela, sabe  que S/N também tem uma grande influência em Natasha. Quer dizer, Nat é uma das crianças mais bem educadas que já conheceu, e claro que isso é graças a S/N.

A Pugh passa bastante do seu tempo igualmente a falar da sua família. Estar longe deles e viver num continente completamente diferente é sem dúvida difícil, mas quando fala com S/N acerca dos seus pais, dos irmãos, e da avó Pat, surpreendente não sente o coração doer como normalmente dói quando pensa neles. Parece que S/N tem uma espécie de poder sobre si, e Florence não se queixa nem um pouco.

- E cá estamos. - anuncia ao parar junto ao terraço

Este terraço tem uma bela arquitetura e a vista do lago é perfeita. Pelo menos, Flo julga que sim. Contudo, subitamente uma animada melodia chega aos seus ouvidos, fazendo-a automaticamente procurar pela originem daquele som.

Debaixo de um dos grandes arcos do terraço, uma pequena banda toca uma música que ela não conhece, deixando-a curiosa e intrigada. Ao se aproximar mais, percebe que a acústica daquele espaço é maravilhosa, e ela não espera nem mais um segundo para atirar uma moeda para o chapéu pousado à frente do cantor.

- Que cheiro é este ? - pergunta ao cheirar o aroma que preenche o ar

- Ah, ainda bem que perguntas. Olha só. - aponta para um pouco mais à frente, onde vários cafés e padarias podem ser vistas

Cada um dos arcos que compõem o terraço é um estabelecimento diferente, e Florence jura ter morrido e agora estar no céu. Ela adora provar comida nova, e à sua frente vê tanta variedade que sabe que vai ter extrema dificuldade em escolher.

- Eu quero provar de tudo. - murmura e S/N gargalha

- Eu não sei quanto a tudo, mas acho que podemos comprar várias coisas.

- Vamos lá, então. Do que estás à espera ? - puxa imediatamente S/N atrás de si, nem lhe dando tempo para reagir ao súbito movimento

Como era de prever, as duas compraram mais do que alguma vez conseguirão comer, mas o que é que se há de fazer quando nenhuma das duas tem controle ?

- Obrigada por aceitares trazer-me aqui hoje. - Flo agradece algum tempo depois de se sentarem numa mesa de esplanada

- Claro, Florence. Eu adorei passar este tempo contigo. - sorri docemente

- Também eu. - admite - Eu acho que fiz a escolha certa em te ter como minha guia turística, porque nenhuma outra pessoa que fosse arranjar, seria tão agradável de se olhar como tu. - murmura num tom levemente sedutor, fazendo as bochechas de S/N corarem imediatamente

- Oh, uhhhh... - exclama em surpresa, não estando à espera disto - O-obrigada, Florence, és muito simpática. - gagueja

- Claro, não é como se estivesse a dizer alguma mentira. - encolhe os ombros e tenta esconder o sorriso matreiro ao dar um gole da sua bebida - Achas que podemos repetir isto ? - questiona num tom de voz esperançoso

- Eu acho que sim. - confirma e a outra tem de levar a mão à boca para se impedir de libertar um pequeno grito de entusiasmo - Não seria justo abandonar-te agora que te comecei a mostrar Nova Iorque. Ainda há muito que tens de ver e conhecer.

- Hm... - concorda com a cabeça - E que tal um jantar um dia destes para me mostrares o teu restaurante favorito ? - pergunta casualmente, não querendo revelar a sua verdadeira intenção

- Ótima ideia, Florence. - sorri em animação - Eu tenho a certeza que vais adorar o Gino's e a Martina.

- Aposto que sim.

- Hm... Florence ? - interroga subitamente nervosa, fazendo a loira olhar para ela em confusão - A Natasha adora esse restaurante e  não me iria perdoar se soubesse que eu lá tinha ido sem ela. Há problema se ela fo-

- Claro que ela pode vir connosco! - interrompe S/N, querendo que ela saiba que Natasha nunca é um problema ou uma inconveniência

Já S/N, mesmo sabendo que este é apenas um jantar causal entre amigas, não quer assumir que Florence está à vontade com a sua filha. Há quem não goste de crianças, e S/N nunca iria impor uma criança a alguém, pelo bem das duas partes. Por isso é que decidiu perguntar.

- Ótimo. - sorri - Então fica combinado ?

- Combinado.

A viagem até a escola da filha é feita a cantar várias músicas animadas. Este foi sem dúvida um dia especial, e ela, para além de ter a certeza de que assim vai continuar, não consegue deixar de sentir a alegria permanecer a fluir no seu corpo depois de passar tanto tempo com alguém tão radiante quanto o sol.

Assim que chega à escola repara que ainda faltam alguns minutos para as crianças começarem a sair. Já alguns pais estão junto ao portão da escola e S/N junta-de a eles, cumprimentando algumas pessoas conhecidas pelo caminho. De repente, o seu telemóvel vibra no bolso traseiro das calças, chamando a sua atenção. A mensagem vem de um contacto desconhecido, mas antes que possa achar isto estranho, lê-a.

Florence: Adorei o dia de hoje e mal posso esperar por podermos fazer isto de novo. Fico à espera que me digas quando é que estás disponível para o tal jantar, já que a minha agenda está bastante livre. 3>

Um doce sorriso nasce nos seus lábios ao ler a mensagem da loira. Antes de se despedirem, S/N tinha dado o seu número a Florence e parece que ela não esperou muito para lhe mandar uma mensagem. Contudo, a visão familiar de uma loira de olhos verdes chama a sua atenção, impedindo-a de responder à Pugh agora.

Parece que Scarlett também é uma das muitas mães à espera dos seus filhos. S/N recorda-se vagamente de ela lhe ter contado que Rose iria começar a frequentar a mesma escola de Natasha, e ao que parece, este deve ser um dos primeiros seus dias.

A Johansson repara nela quase ao mesmo tempo, e sorrindo-lhe largamente, caminha até ela.

- Oi, S/N. - cumprimenta e abre os braços num convite para a abraçar, ficando receosa por poucos segundos ao ver S/N hesitar em aceitar o abraço

- Olá, Scarlett. - lança-lhe um pequenino sorriso de volta e abraça-a com alguma hesitação, sabendo que esta ação muito provavelmente irá criar rumores entre os outros pais, algo que ela simplesmente odeia - Não sabia que ias estar aqui. - afasta-se da loira, mas deixa um barulho de surpresa escapara os lábios quando Scarlett a puxa mais contra si num abraço mais forte

- A Rose começou a escola hoje. - explica e finalmente liberta S/N do seu caloroso abraço - Eu estive com a Natasha hoje de manhã. - revela com entusiasmo, fazendo S/N gargalhar um pouco da sua alegria - Quando deixei a Rose junto ao portão vi-a e falei um bocadinho com ela. Ela parecia um pouco triste.

- Triste ? - questiona em preocupação, a sua mamã ursa pronta para atacar quem quer que tenha ousado de deixar a sua bebé triste

- É... E eu acho que sei porquê. - diz num baixo tom de voz, não gostando do facto de alguns pais estarem propositadamente a querer ouvir a sua conversa - Anda. - diz e não espera pela resposta da mais alta antes de a puxar para um local mais privado - Ela disse que estava com saudades minhas, e eu sei que não tenho sido uma mãe muito boa nestes últimos dias. Mas o meu trabalho está super caótico, e não tenho tido possibilidade de fazer pausas. Eu quero que sabias que tu e a Natasha vão ser sempre uma prioridade na vida vida, por isso peço desculpa por o que se tem passado nesta última semana, eu espero que possa fazer algo para recompensar a minha ausência tanto à Natasha, como a ti. - dispara super rápido, quase deixando S/N atordoada com toda a informação que despeja em poucos segundos

- Hey, hey, Scarlett, respira. - pede calmamente, e pousa as mãos nos ombros da loira, trazendo a sua atenção para si - Está tudo bem, eu percebo. - sorri docemente - E não é como se tu nos tivesses ignorado ou abandonado, tu tens falado com a Tasha todos os dias. - se alguém a questionasse, ela iria negar firmemente, mas no fundo, S/N sabe que até ela própria sentiu um pouquinho de saudades da Johansson

- Eu sei. Mas falar por chamada não se compara a uma visita. - franze as sobrancelhas, desapontada consigo mesma por não se ter esforçado mais (mesmo que arranjar uma pausa fosse quase impossível)

- Olha, e se eu te dissesse que sei de uma forma de como podes compensar a Tasha, e fazer-lhe uma surpresa ?

- A sério ? - pula levemente com um sorriso esperançoso - O quê ?

Em poucos minutos elas fazem um plano para surpresa de Natasha. As duas tem um fraquinho gigantesco por ver a filha sorrir e gargalhar, e a verdade é que ambas iriam até ao fim do mundo descalças se isso significasse que Natasha ficava feliz. Não há ninguém que resista ao seu adorável sorriso.

O estridente sino da escola interrompe-as, e antes que Natasha as possa apanhar na conversa, S/N despede-se de Scarlett, não querendo que a pequena veja a sua outra mãe conforme aquilo que tinham planeado.

- Mamã! Mamã! - a voz mais angelical no planeta chama S/N - Mamã! - exclama assim que se vê livre da grande multidão que tenta sair ao mesmo tempo do portão (esta é uma das vantagens de ser pequenina: conseguir espremer-se pelos espaços mais estreitos)

- Aqui está a minha bebé! - grunhe baixinho quando o corpo da filha choca contra o seu e enche as suas bochechas rosadas com beijos

- Mamã, eu tive a melhor nota da turma em Ciências. - revela com orgulho e ergue a folha do teste à sua frente

- Oh, a minha bebé é um génio. - abraça a filha com mais força e deixa mais beijos molhados nas suas bochechas, fazendo-a gargalhar - Hey, Tasha ? O que achas de irmos para casa e prepararmos um jantar especial para celebrarmos a tua boa nota ?

- Sim! - festeja e pula em celebração - Vamos cozinhar a tua lasanha especial. - decide

- Ok, então. Vamos ? - oferece a mão à ruivinha e ela entrelaça os dedos com os da mãe, balançando alegremente as mãos entre elas no caminho para o carro

Do canto do olho, S/N consegue ver Scarlett a caminhar para o seu próprio carro com Rose ao seu lado, e partilhando um breve e matreiro sorriso, volta a sua atenção de novo para Nat.

Ao chegarem a casa, S/N manda Natasha tomar um banho rápido e vestir uma roupa confortável, já que hoje não vão sair mais de casa. Depois disso, as duas sentam-se na mesa de jantar a trabalhar: a pequena a fazer os seus trabalhos de casa, e S/N a preparar encomendas e entregas para a semana seguinte. Segundo Amanda, o dia na loja correu bem, no entanto, todas as perguntas que fez acerca do tempo que passou com Florence, e todos os emojis sugestivos, fez S/N revirar os olhos com força e ignorar a amiga. 

Quando as seis horas da tarde se estavam a aproximar, S/N arrumou o portátil e todos os documentos, e começou a cozinhar. Natasha juntou-se logo a ela, e é com tanta regularidade que S/N cozinha este prato, que já praticamente consegue fazê-lo de olhos fechados.

- Mamã, posso por uma música ? - aponta para o telemóvel da mais velha pousado em cima da mesa

- Claro.

A ruivinha sorri em vitória e pula do seu banquinho para o chão, sorrindo de forma matreira ao pegar no telemóvel. Quando a melodia começa a soar, S/N sorri à filha, sabendo perfeitamente o que se vai seguir.

A pequena sempre adorou a Mary Poppins, já que como sendo um dos filmes preferidos de S/N, foi um dos primeiros filmes que viu com a filha.

- Mamã, canta! - incentiva e puxa a mãe para o meio da cozinha pelo seu pulso

In every job that must be done
There is an element of fun
You find the fun and snap!
The job's a game

Natasha sorri largamente ao ver a mãe acompanhar a voz da Mary Poppins e a colocar uma taça de plástico limpa na cabeça, imitando o icónico chapéu da personagem. Ela adora sempre participar nestes momentos de brincadeira com a sua mamã.

And every task you undertake
Becomes a piece of cake
A lark! A spree! It's very clear to see that
A Spoonful of sugar helps the medicine go down
The medicine go down-wown
The medicine go down
Just a spoonful of sugar helps the medicine go down
In a most delightful way

Gargalha quando a mãe também lhe coloca uma taça na cabeça e envolve o pano de cozinha à volta do seu pescoço, imitando um cachecol. Tenta também assobiar como na música, mas falha profundamente, acabando por apenas cuspir um monte de babá.

A robin feathering his nest
Has very little time to rest
While gathering his bits of twine and twig
Though quite intent in his pursuit
He has a merry tune to toot
He knows a song will move the job along - for

Ri ao ver a mãe dançar livremente pela cozinha, e grita baixinho em surpresa quando sente a mãe puxá-la para dançar consigo.

A spoonful of sugar helps the medicine go down
The medicine go down-wown
The medicine go down
Just a spoonful of sugar helps the medicine go down
In a most delightful way

S/N passa o dedo no nariz da pequena, fazendo várias gargalhadas escaparem a sua garganta. Subitamente, pega nela ao colo e rodopia várias vezes antes de a voltar a pousar no chão. Estando levemente tonta, a ruivinha encosta a cabeça ao peito da mãe, sentindo as vibrações da sua voz contra o rosto.

The honey bee that fetch the nectar
From the flowers to the comb
Never tire of ever buzzing to and fro
Because they take a little nip
From every flower that they sip
And hence (And hence),
They find (They find)
Their task is not a grind.
Ah-h-h-h-h-h-h-h-h-h-h ah!

Desta vez, S/N passa a colher de pau que usava para fazer de microfone à filha, deixando-a cantar a última parte da música sozinha.

A Spoonful of sugar helps the medicine go down
The medicine go down-wown
The medicine go down
Just a spoonful of sugar helps the medicine go down
In a most delightful way

A mãe observa com nada mais que amor nos olhos enquanto a filha canta, deixando a voz fina e adorável da pequena ecoar nos seus ouvidos.

Assim que a música finalmente termina, as duas caem no chão enquanto respiram profundamente em cansaço e gargalham sem parar. S/N traz a criança para um breve abraço, nunca se cansando de partilhar estes momentos especiais com a pequena.

- Bebé ? - interrompe o longo silêncio

- Hm ? - murmura junto ao pescoço da mãe, neste momento não estando interessada em nada mais, só aproveitando aquele contacto bem carinhoso

- O jantar já deve estar quase pronto. Podes por a mesa ? - acaricia as costas da mais nova com delicadeza

- Hm Uhm. - concorda mas não move um músculo sequer para se levantar

- Vá, Tasha. - ri e depois de alguns segundos, Natasha grunhe em desgosto antes de se levantar - Põe três pratos, por favor. - pede sem mais revelar ao virar-se para o forno

A ruivinha franze as sobrancelhas, achando isto super estranho. Quem poderia se vir juntar a elas para o jantar ? Melanie ? Mas se fosse a sua avó, com certeza que Fenan também viria. Hunter ? Também não, ele está em Cuba por causa do seu trabalho. Vanessa ou Christian ? Ela dúvida, já que se eles viessem, com certeza que os seus parceiros também viriam. Então, mas quem ?

- Mamã, quem vem jantar connosco ? - decide perguntar enquanto está a dobrar os guardanapos

Assim que abre a boca para responder, o som da campainha ecoa por todo o apartamento, fazendo-as disparar a cabeça na direção do corredor. Enquanto que S/N sorri maliciosamente, Nat fica ainda mais confusa.

- Vá, bebé. Podes ir abrir a porta ao nosso convidado. - a mãe incentiva e a ruivinha, tão curiosa para descobrir quem será, nem repara  que a mãe a está deixar abrir a porta sozinha a um estranho, algo que normalmente nunca deixa fazer

Nat não hesita nem um pouco e abre logo a porta. O seu corpo congela em surpresa, e parece que o seu cérebro leva algum tempo a processar que de facto, Scarlett está ali à sua frente.

- Scarly ? - murmura ainda parada na entrada da porta e com a mão na maçaneta

- Oi, meu amor. Eu ouvi dizer que estiveste a preparar um jantar especial, e eu pensei que me podia juntar a ti.

- Scarly! - exclama, ignorando completamente o que a mãe acabou de dizer e corre até ela, abraçando as suas pernas com força - Tu estás aqui. - sussurra incrédula tão baixinho que a loira quase não a consegue ouvir

- Claro que estou. - abraça a filha de volta com alguma dificuldade devido à pequena caixa que tem numa das mãos - Eu estou aqui para passar tempo com a minha princesa. - beija a sua testa

- Anda! Anda, a mamã está na cozinha. - puxa-a para dentro do apartamento e mal lhe dá tempo para despir o casaco - O que é isso ? - aponta para a caixa branca que vê nas mãos da mãe

- Bem, eu pensei que podia trazer uma sobremesa para nós, já que o jantar é especial. E o que é um jantar especial sem uma sobremesa ? - brinca e ajoelha-se à altura da pequena - Queres saber o que é ?

- Hm Uhm! - concorda com a cabeça  exageradamente, olhando com olhos arregalados para a pequena caixa

- Um passarinho disse-me que a tua sobremesa favorita, e a da tua mamã, é o pudim da avó Melanie. - abre a caixa e mostra o pudim à filha, fazendo-a pular um pouco em celebração

- Foste tu que fizeste ?

- Claro que sim! Vai estar muito bom, eu sou uma ótima cozinheira. - incha o peito em orgulho

A gargalhada de S/N faz Scarlett disparar a cabeça para cima, encontrando-a encostada à entrada da cozinha enquanto olha para elas com ternura.

- Bem, eu não sei se concordo totalmente com isso. - ri - Mas acho melhor colocares essa bomba atómica aqui no frigorífico para estar bom quando o formos comer. - aponta para a cozinha com uma espátula

- Ha, Ha! És tão engraça. - diz sarcasticamente e revira os olhos

- Mamã, não sejas má para a Scarly. - a ruivinha defende a loira

S/N abre a boca em choque e os seus braços caem junto ao seu torso, enquanto que por sua vez, Scarlett lhe deita a língua de fora e cruza os braços como uma criança de cinco anos.

- Natasha Johansson! Eu não acredito que acabaste de dizer isso! - S/N exclama e corre até à filha - Agora tu vais ver sua traidora. - murmura e começa a fazer cócegas na barriga da pequena

Instantaneamente, as gargalhadas de Nat ecoam pelas paredes, fazendo os corações das duas mães aquecerem. Ela contorce-se numa tentativa de escapar, mas a força com que S/N a segura, impossibilita-a de fazer qualquer movimento.

- Deixa a minha bebé em paz! - a loira exclama - Eu vou-te salvar, Tasha. - aproxima-se delas e começa a fazer cócegas em S/N, tentando que ela solte a criança - Solta-a!

- Nunca! - diz por entre gargalhadas - Ela é uma traidora!

O ataque continua até nenhuma das três conseguir mais respirar em condições. Elas caem umas sobre as outras, mas S/N grunhe assim que percebe que o peso das outras duas está inteiramente sobre si, já que ela está completamente deitada no chão.

Uns segundos depois, o bip do forno diz-lhes que a lasanha está pronta, e como a típica mãe que é, S/N manda Scarlett e Natasha irem lavar as mãos. Sente o seu coração aquecer um bocadinho enquanto coloca o pudim dentro do frigorífico, pois Scarlett realmente se deu ao trabalho de pedir a receita do pudim a Melanie e cozinha-lo para si e para a filha. Parece que o coração de ouro de Scarlett não tem mudado muito com os anos...

Ao sentarem-se na mesa, Natasha não desperdiça nem mais um segundo sequer e começa logo a contar tudo o que tinha acontecido esta semana. E mesmo que ambas as mães já tenham conhecimento de tudo isto, mantém-se em silêncio e apenas a ouvem, sentindo-se completamente contentes neste momento. Segundo ela, os melhores momentos da sua semana foram as brincadeiras e jogos que fez com os seus melhores amigos, Maria e Steve; a nota que teve no teste de Ciencias; e a saída ao parque que fez com a sua mamã na quarta feira.

Ao terminar de falar, vira-se para a loira e pede-lhe para partilhar sobre a sua semana e o seu dia. Scarlett é honesta e conta-lhe muito superficialmente acerca de todas as reuniões que teve sobre futuros filmes, e o The Outset. Rapidamente Natasha relembra-a que ela lhe tinha prometido no início do dia que lhe contaria um segredo do próximo filme dos Vingadores, e quando a loira lhe sussurra algo ao ouvido, S/N faz um beicinho, querendo saber também. Contudo, Nat faz de conta que está a trancar os lábios com uma chave, e a loira apenas lhe encolhe os ombros.

- Então e tu, S/N ? Como foi o teu dia ? - a Johansson pergunta após terminar de falar

- A mamã foi mostrar Nova Iorque a uma amiga. - a ruivinha responde pela mãe, logo de seguida enfiando uma garfada de lasanha à boca

- Aí sim ? Alguém que eu conheça ? - inclina a cabeça ligeiramente para o lado em curiosidade

- Na verdade, sim. - sorri - A Florence Pugh. - revela

- A Florence ? - franze as sobrancelhas - Eu sabia que ela está em Nova Iorque, mas não sabia que vocês se conheciam. - pousa os talheres no prato, prestando a sua atenção total na outra

- Nós conhecemo-nos quando eu e a Tasha fomos ao restaurante do zoo do Central Park. Ela depois apareceu na minha loja, e quando me disse que não tinha ninguém que estivesse disponível para lhe mostrar a cidade, eu ofereci-me. - encolhe os ombros - Ela é uma mulher super interessante e doce. Acho que ainda não a vi triste ou zangada, ela realmente está sempre a sorrir. - gargalha e as sobrancelhas da loira franzem-se ainda mais

Scarlett não sabe bem porquê, mas para além de ter sido tomada de surpresa com esta nova amizade da sua ex esposa, não gosta muito da forma como S/N fala da Pugh. Ela sabe que deveria estar feliz, pois Florence é uma ótima pessoa e será igualmente uma ótima amiga para S/N, já que é só isso que elas irão ser, certo ? Não que ela tenha algum problema se forem algo mais, é só que ela sabe que a Pugh é heterossexual, e nunca terá interesse em S/N.

S/N e Florence, não soa assim tão mal. Apesar de o seu ouvido se recusar a achar isto. S/N e Florence. É... Pensando bem, não lhe soa nada bem.

Mesmo assim, ela enterra estes pensamentos e sentimentos bem profundamente. Scarlett não tem qualquer direito de se envolver na vida amorosa de S/N, mesmo que por vezes, esse seja o seu desejo.

Durante todo o tempo que S/N fala alegremente sobre o que fez hoje, Scarlett tenta conter o misto de emoções que sente. Nem ela própria sabe muito bem o que está a sentir, mas sabe, no entanto, que é algo que vai esconder bem escondido de todos.

- Mamã, Scarly, podemos ver um filme ? - olha ente as mães assim que acaba de mastigar o último pedaço do pudim

- Claro, meu amor. Porque não vais escolher o filme enquanto eu e a tua mamã arrumamos a cozinha ? - sugere e levanta-se a seguir a S/N, começando a levar os pratos sujos para a pia onde a mais alta já está a lavar alguma louça

Todavia, antes que possa fazer muito mais, Natasha pega no seu pulso e começa a puxá-la para a sala, querendo que a mãe venha consigo.

- Scarly, anda escolher comigo. - pede e puxa-a com mais força quando vê que a mãe não a está a seguir

- Espera um pouco, meu amor. Eu quero ajudar a tua mamã a limpar tudo. - diz suavemente e passa uma mão pelos cabelos vermelhos de Nat

- Mas, Scarly! - protesta - Eu preciso de ajuda a preparar o sofá com almofadas e cobertores.

- Natasha... - a atriz murmura, não conseguindo resistir por muito mais tempo, mesmo que realmente queira ajudar S/N na cozinha, para poder, também, passar mais algum tempo com ela (ela não gosta de o admitir, mas sentiu tantas saudades de Natasha quanto de S/N)

S/N abre a boca para repreender Natasha por não ouvir Scarlett, quando a pequena simplesmente larga o pulso da mãe. Os seus olhos ficam vidrados no peito da loira por alguns segundos, e alguma preocupação cresce dentro de si ao ver o pequeno monte de lágrimas no canto dos olhos da pequena.

- Está bem. - murmura cabisbaixa e sai logo para a sala, deixando as mais velhas confusas

O que raio é que aconteceu ? De um momento para o outro o seu humor virou completamente, e por muito que tentem descobrir porquê, simplesmente não conseguem achar nenhuma resposta.

Preocupadas, as duas trocam um olhar de relance e seguem a filha pouco depois. Encontram-na sentada no sofá com lágrimas silenciosas a escorrerem pelas suas bochechas. As mães correm logo até ela e sentam-se em cada um dos lados da ruivinha, e assim que S/N se senta, a pequena atira-se para o seu colo, soluçando agora mais alto.

Depois de partilhar um olhar confuso, S/N e Scarlett focam a sua atenção total na filha. A mais alta abraça-a com força e pousa a mão na sua cabeça, aconchegando-a ao seu peito. Já Scarlett, aproxima-se mais delas e começa a passar uma mão reconfortante nas costas da criança, ao mesmo tempo sussurrando várias frases de carinho ao seu ouvido.

Natasha chora por mais alguns minutos até se acalmar, e quando a sua respiração começa a desacelerar, os seus olhos voltam para o peito de Scarlett, as lágrimas silenciosas voltando novamente.

- Bebé, o que se passa ? - a sua mamã questiona docemente num murmúrio, balançando lentamente os seus corpos para trás e para a frente para a ajudar a acalmar-se totalmente

Scarlett olha fixamente para Nat e segue o seu olhar, percebendo quase imediatamente o que é que prende o seus olhos, e a razão por esta súbita mudança de humor.

Os colares que usa todos os dias com os nomes dos filhos. Um pequeno colar com a letra 'R', de Rose, e um medalhão com o nome de Cosmo.

Este talvez seja o momento ideal para revelar a sua surpresa, apesar de originalmente, planear mostrar-lhe o que fez recentemente só mais tarde, quando estivesse curada na totalidade.

- Hey, Tasha ? - chama-a suavemente e tenta, simultaneamente, tentar conter as lágrimas de tristeza, visto que percebe que a filha ainda tem dúvidas se ela a ama da mesma forma que ama os dois outros filhos - Eu tenho uma surpresa para ti. - lança-lhe um sorriso pequenino e afasta-se um pouco para trás no sofá - Eu fiz isto em segredo e espero que gostes.

Com algum nervosismo, Scarlett despe a camisola grossa que usa, ficando apenas vestida com uma justa blusa branca. S/N e Natasha olham para ela em curiosidade, não percebendo muito bem o que está a acontecer.

- Aqui, olha. - aponta para a clavícula esquerda, aproximando-se novamente para que possam ver melhor

Um suspiro de pura surpresa sai de ambas as outras ao verem a nova tatuagem de Scarlett. Natasha está escrito em letras bonitas e rodeado de várias flores de todos os tamanhos e formas. Não é uma tatuagem muito grande, mas é certamente muito bonita e elegante. O facto de estar a cima e bem próxima do coração da loira não escapa a S/N, que percebe que a sua posição no corpo da ex esposa, torna aquela tatuagem ainda mais especial.

- Wow... - suspira e levanta a mão, passando um dedo muito delicadamente pela área recentemente tatuada

- Eu amo-te tanto Natasha, espero que nunca te esqueças disso. - pousa uma mão em cima da mão que a ruivinha tem na sua clavícula - Quando não estamos juntas eu quero ter-te o mais próximo do meu coração possível, e esta é uma das formas como eu vou fazer isso. - encosta a testa à da filha e fecha os olhos para aproveitar este doce e pacífico momento - Gostas ?

- Eu adoro. - admite e o nervosismo de Scarlett evapora por completo - É a tatuagem mais bonita que tens. - sorri e continua a acariciar a zona da tatuagem

- Eu também te quero dizer outra coisa. - afasta-se um pouco da pequena e aponta para os colares que usa à volta do pescoço - Eu há algumas semanas fui a uma joalharia mandar fazer um colar com o teu nome. Cada um dos meus filhos tem direito a um colar personalizado, e tu, Natasha, em pouco tempo vais passar a não só estar tatuada no meu corpo, como também é volta do meu pescoço. - sente uma lágrima de tristeza e alegria escorrer a sua bochecha - Tu és especial para mim, meu amor. Nunca duvides disso. - sussurra-lhe e beija a sua testa

- Eu amo-te, Scarly. - esfrega gentilmente o seu nariz com o da mãe

- Também te amo, Tasha. Tanto. - devolve com os olhos fechados

- Scarly ? Porque é que tem tantas flores à volta do meu nome ? - pergunta inocentemente

Scarlett afasta-se da filha e tenta esconder as bochechas coradas, esperando que S/N não considera a verdadeira razão estranha.

- Ahm... - gagueja e brinca com os dedos em nervosismo - A verdade é que as flores são para a tua mamã. - foca os olhos na filha, demasiado receosa para ver a reação de S/N - A tua mamã também é muito importante para mim. E como ela adora flores, eu achei que esta é a maneira perfeita de a representar. - sente as bochechas queimarem ainda mais com esta sua admissão

S/N arregala os olhos em choque e sente as suas próprias bochechas começarem a aquecer. Nunca antes pensou que Scarlett fosse fazer algo do género por ela, já para não falar que uma tatuagem é algo eterno. Uma pequena lágrima escapa o seu olho, mas ela rapidamente a limpa.

Quando Scarlett finalmente olha para ela, a mais alta lança-lhe um sorriso emocionado, e a loira retribui da mesma forma. É como se aquele sorriso valesse mil palavras.

- Gostas ? - sussurra baixinho e S/N apenas concorda com a cabeça enquanto sorri

- Abraço de família! - a pequena anuncia num alto tom de voz e abraça com força as duas mães

- Nós amamos-te tanto, Tasha. - S/N murmura e beija a cabeça da filha

- Do fundo dos nossos corações. - Scarlett acrescenta

- Também vos amo muito, mães. - sussurra e a loira tem de conter soluço, pois esta é a primeira vez que a ruivinha chega próximo de lhe chamar mãe - Podemos ver a Viúva Negra ? - interrompe o momento e faz as mães gargalhar

- Tudo o que tu quiseres, meu bebé.

————
N/A: Hello, pessoas lindas deste planeta! Estou atrasada, mas estou de volta.

A semana passada não pude publicar um novo capítulo porque fui acampar por três dias, e como este capítulo é super longo, não tive tempo de o terminar.

Massss, o que acham do regresso da Florence e da relação que se está a formar entre ela e a S/N ? E o que acharam da Scarlett neste capítulo ?

Deixem aqui as vossas opiniões, e vemo-nos no próximo capítulo. 😉

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