Sem Tempo Para Morrer

By f-freakyyyy

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Ele é um imã de problemas. Ela é quem foge deles. Após se conhecerem, os dois só querem distância um do outr... More

𝖽𝖾𝖽𝗂𝖼𝖺𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖺
𝗺𝗮𝗶𝗻 𝗰𝗮𝘀𝘁
𝗉𝗋𝗈́𝗅𝗈𝗀𝗈
𝘂𝗆
𝖽𝗼𝗂𝘀
𝘁𝗋𝗲̂𝗌
𝗰𝗂𝗇𝗰𝗼
𝗌𝗲𝗂𝗌
𝘀𝖾𝘁𝖾
𝗈𝗂𝘁𝗈
𝗻𝗈𝘃𝖾
𝖽𝗲𝗓
𝗼𝗇𝘇𝗲
𝖽𝗼𝗓𝗲
𝘁𝗿𝖾𝘇𝖾
𝖼𝗮𝘁𝗈𝗿𝗓𝗲
𝗾𝗎𝗶𝗇𝘇𝖾
𝖽𝗲𝘇𝖾𝘀𝗌𝗲𝗂𝘀
𝖽𝖾𝘇𝖾𝘀𝗌𝗲𝗍𝗲

𝗊𝘂𝖺𝘁𝗋𝗼

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By f-freakyyyy

Debbie

Quero acabar com isso logo, não preciso de mais um motivo para dormir mal a noite.

Passamos pelo portão só com um olhar dele direcionado ao porteiro. Acho que isso já diz muita coisa.

Entramos no elevador tão rápido que eu nem consegui ver o hall de entrada direito. Subimos até o 14° andar e o estressadinho abriu a porta do apartamento 147.

- Bem-vinda. - diz, deixando as chaves em cima do balcão e tira a jaqueta. - Pode tomar banho se quiser, teve sorte de eu ter conseguido pegar isso aqui antes de...

Avanço para tomar a camiseta de sua mão antes que possa terminar.

Seguro a peça na minha frente, cobrindo o que posso. Acho que estamos no mundo real, afinal e estou bem viva.

- Onde é o banheiro?

- Venha comigo. - manda, passando a minha frente.

Ele contorna a peça de mármore da cozinha conjugada e segue pela sala de estar, um cômodo de paredes claras e móveis ordinários, registro os detalhes caso precise descrever o apartamento.

Um vaso de cerâmica lindo chama minha atenção em cima da mesa, ostentando uma órquidea roxa maravilhosa com três flores.

Entramos num corredor largo, há duas portas do lado direito e uma do esquerdo, mas a que ele abre é a última, no fim do caminho, que eu nem tinha notado.

- Pode entrar e fique à vontade. - fala como um perfeito cavalheiro, dando-me espaço para passar pela porta, mantendo-a aberta sem colocar um pé no banheiro.

- Obrigada. - me forcei a agradecer.

Ao passar por ele senti seu olhar me acompanhando e minhas bochechas queimaram de raiva.

Devo estar horrorosa, para quê ele olharia?
Quer rir da minha desgraça depois?

- Se precisar de qualquer coisa, estarei na segunda porta à direita, é só gritar.

Assinto lentamente, processando as informações.

Sofri um acidente, fui sequestrada, briguei com meu sequestrador e agora estou prestes a tomar banho na casa dele.

Tudo porque andar como uma sobrevivente de apocalipse zumbi só passa despercebido no Halloween e nenhum de nós quer conversar com a polícia.

O de cabelos pretos fecha a porta, deixando-me sozinha pela primeira vez em horas, com meus pensamentos a mil.

Desejo que tivesse ficado...quem sabe o que poderia descobrir se o fizesse falar?

Apesar de precisas, as palavras dele foram jogadas ao vento, acredito que toda insistência tenha uma razão e quero ver no que isso vai dar.

O banheiro é tão simples como o resto do apartamento, mas bem ajeitado e com certeza melhor do que qualquer cativeiro de um sequestrador psicopata.

Pelo visto ele é do tipo ¹gaslighting, quer me manipular.

Deixo a camiseta em cima da pia, pego uma toalha de banho no armário e ligo o chuveiro. Espero a água esquentar enquanto tiro minhas roupas.

Estão todas sujas de sangue seco. Não é muito, mas não sei se vai sair.

Há sangue no meu cabelo também, e me olhando agora no espelho percebo que estou quase horrível.

Mais pra mais do que pra menos. Tenho que ir ver um médico depois de sair daqui, nem deveria ter entrado pra início de conversa, mas parte do que ele disse parece ser verdade.

Se não tivesse me levado pro hospital, eu estaria aqui? Senti o ferimento na cabeça, não sei mais de nada...

Entro debaixo do chuveiro e tomo um banho rápido, mas bem aproveitado. Seco meu corpo com a toalha e visto a camiseta.

Abro a porta do banheiro, ainda secando meu cabelo e o encontro quase pronto para sair, ele abotoa a manga direita de uma camisa social preta e veste uma calça da mesma cor.

- Usei seu shampoo. - aviso, ainda distraída em secar meu cabelo.

Seus olhos param em mim por alguns segundos, percorrendo-me de cima a baixo.

Não me incomodo em olhá-lo de volta.

- Precisa de ajuda com alguma coisa?

Ele sacode rapidamente a cabeça negando e desvia seu foco para o chão, indo para a porta enquanto termina de abotoar a roupa.

- Ande logo, porque eu tenho que ir.

Reviro os olhos e deixo a toalha na pia, minha vez de ser rude com ele.

- Agora você vai me explicar porquê eu estou aqui. - determino.

Ele suspira e se vira pra mim com aquele rosto ridículo de tão simétrico.

Você não podia ser feio como é irritante?

- Estou atrasado. - reclama como se fosse um argumento.

Marcho até estramos frente a frente e ponho a mão na porta, deixando meu braço esticado entre nós para impedi-lo de avançar.

- Você não vai me passar a perna. Senta essa bunda e me conta o que você sabe. - falo como os nativos daqui.

Me sinto ofendida porque noto que ele fica ao menos um pouco impressionado.

- Tá com fome por acaso? Posso preparar algo pra você. - seu semblante muda drasticamente, o rabugento homem de um instante atrás foi substituído por um sorridente malandro.

- Não tava com pressa? - encosto-me na porta, cruzando os braços de frente para ele, mal-humorada.

Vira a cabeça para me olhar, abrindo um armário na cozinha.

- Sim, mas agora que não vou trabalhar podemos aproveitar um pouco.

- Eu preciso que me diga tudo, seu merdinha.

- Se nem me conhece não pode me chamar assim. - pega duas taças de vinho.

- Não vou beber. - escolho ignorar o que disse antes.

Ele faz o mesmo comigo, se agacha a frente de outro armário e pega uma garrafa de vinho branco, o tipo que não combina com outono/inverno.

Quando ia abrir a boca para protestar, ele fala.

- Eu te tirei do hospital. - pousa a garrafa e as taças em cima da mesa.

- Qual a novidade?

Se digna a olhar para mim, ligeiramente surpreso. Os traços de expressão logo desaparecem e são trocados por uma máscara de concreto.

Odeio esse cara, nem parece gente!

- Pensei que não soubesse.

- Você pensa demais e com pouca clareza. - meu sotaque transparece ao pronunciar as palavras de uma vez.

Ele está me subestimando.

- Está bem. - desvia o foco para tirar a rolha da garrafa. - O resto da história é verdade, te vi no meio da multidão, aos poucos as pessoas se afastaram para focar no carro que bateu em você, um Jeep branco, placa 7MTX546.

Serve três dedos de vinho em cada taça.

Que pão duro.

- Eles não estavam prestando atenção e mesmo que estivessem, eu explicaria que achava que não havia tempo para esperar e te levaria para o hospital de qualquer jeito.

Pega uma das bebidas e me oferece a outra, mas eu recuso.

- Por que posso ter problemas? Ou eles já estão vindo atrás de mim?

- Os problemas? - dá um gole na taça que devia ser minha. Assinto em resposta a pergunta.

Observo-o beber vigorosamente o vinho. Minha boca está seca, mas não irei aceitar.

- Eu disse que você foi marcada, mas não tenho certeza. Não é por que te ajudei que sempre fui bonzinho. - pousa a taça vazia na bancada da pia, acompanho cada movimento seu.

- Seu discurso não me abala, quero saber com o que devo me preocupar.

Ele balança levemente a taça na mão esquerda, como se discutissémos qual vai ser o programa de hoje à noite.

- Quando sair de casa, preste atenção em quem está atrás, quando estiver sozinha, reze para não ter alguém com você. Quando baixar a guarda, redobre-a e tranque tudo, porque muitos espreitam às sombras.

- E foi por isso que me chamou aqui? Está com medo de fantasmas do seu passado virem me pegar? - não há nada mais ridículo.

No entanto, não é disso que tenho medo também?

Ele fecha a cara, leva a taça aos lábios delicadamente e toma um gole mínimo.

- Só não diga que não te avisei. - deixa o objeto ao lado de seu par na bancada. - Quer ir embora?

- Pode, por favor, me explicar como eu vou com você pra onde quer que seja com essa roupa? - aponto pra única peça que visto, erguendo a sobrancelha

Ele esboça um sorriso de lado com uma risada fraca.

- Você não vai comigo. - diz, me deixando confusa. - Vou te deixar na sua casa.

- Como? Se você não sabe onde eu moro.

O estranho me ignora, outra vez e pega o capacete da moto, as chaves da casa e se prepara para abrir a porta mas antes me olha e diz:

- É só você me dizer o caminho.

Mas nem por cima do meu cadáver!

¹Gaslighting: Citado em referência ao filme "Gaslight" de 1944, o conceito de gaslighting se refere a uma manipulação na qual a pessoa persuadida é posta em uma posição de aparente inferioridade.

A palavra foi utilizada como uma expressão figurativa devido a falta de respostas e a persuasão.

Demorou mas veio!!!! MUITO OBRIGADA PELOS 3K!!!🥺

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