Jogada do Destino

By BiaFerraz261

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*Jogador de futebol americano; *Ele é popular, ela é nerd; *Romance Universitário; *Enemies to lovers; *Slow... More

Personagens
Capítulo 20
Lançamento na Amazon
TYLER E AUDREY ESTÃO NA AMAZON
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30

Prólogo

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By BiaFerraz261


Audrey Bennet

Nova Jersey

1 ano antes

Mal podia conter minha felicidade ao olhar para a tela do meu celular. Aqueles dois anos terríveis como bolsista na Rosedale haviam valido à pena, eu acabara de receber um email informando que havia sido admitida na universidade dos meus sonhos. Minha vontade era sair rodopiando pelo corredor da escola, estava dando tudo tão certo que parecia até mentira. Minha mãe teria ficado tão orgulhosa de mim!

Pensar nela deixou meu coração apertado. Daria qualquer coisa para vê-la de novo, nem que fosse só por uma vez. Ela costumava ser a primeira pessoa para quem eu contava tudo, meu porto seguro e melhor amiga. Sentia-me muito sozinha desde que ela morreu, há dois anos.

Abri meu armário no automático e peguei os livros para a próxima aula, ainda sem conseguir tirar os olhos do celular. Já havia lido o email umas cem vezes para ter certeza de que era real. Não compartilhei com ninguém quando me inscrevi para a universidade de Willow Falls para não alimentar muita expectativa até que fosse algo concreto. Agora eu estava roendo a unha de ansiedade para contar para meus amigos e para Caleb...

Ah, Caleb...Contive um suspiro ao pensar nele. Ainda não conseguia acreditar que estávamos realmente juntos depois de tantos obstáculos. Era surpreendente o quanto o mundo dava voltas. Ano passado eu era apenas uma bolsista qualquer, completamente invisível para meu veterano e capitão do time de futebol da escola. E agora, ele estava prestes a retornar à escola onde se formara para ser meu par no meu baile de formatura.

Aquela seria uma noite muito especial, a noite em que Caleb me assumiria diante de todos os seus amigos. A noite em que eu me entregaria para ele.

Pensar sobre perder minha virgindade com o garoto por quem eu estava perdidamente apaixonada fez um calor subir até o meu rosto. Mordi o lábio inferior, tentando acalmar o frio na barriga. Meus devaneios foram interrompidos abruptamente quando colidi com Molly no corredor, derrubando meus livros e o celular no chão.

— Ai, olha por onde anda, toupeira. — Reclamou, usando o apelido maldoso que colocara em mim.

— D-desculpe, eu não vi você... — Murmurei um tanto aérea.

— Claro que não. Você é uma toupeira que não enxerga um palmo à frente do nariz. — Esbravejou, esmagando seu copo de milk-shake no meu uniforme.

O líquido pegajoso espirrou para todo o lado, para o divertimento de uns e assombro de outros que passavam pelo corredor.

— Isso é para você aprender a prestar mais atenção. — Acrescentou com um sorriso repleto de desprezo, antes de seguir seu caminho, parecendo muito satisfeita em ter me humilhado mais uma vez na frente de um monte de gente.

Meus olhos ardiam com o esforço para não chorar. Abaixei para pegar minhas coisas no chão, evitando ao máximo os olhares curiosos e corri para o banheiro. Só quando me vi em uma das cabines, sentada em cima da privada fechada, é que deixei as lágrimas correrem livremente.

Fiquei ali até me acalmar, repetindo a mim mesma que o pior já tinha passado. Logo eu estaria em Willow Falls e teria a vida que sempre quis. E Caleb estaria comigo. Juntos, na mesma universidade. Parecia até um sonho.

Pensei em ir embora, mas não deixaria que Molly Anderson e suas seguidoras arruinassem meu último dia de aula. Lavei minha blusa do uniforme como pude e fechei o casaco para disfarçar a mancha.

Todos se voltaram para mim quando entrei na sala de aula. Molly me presenteou com um olhar ferino que dizia que eu não deveria estar ali, mas respirei fundo e segui para meu lugar.

— Está atrasada, Bennet. — A professora de química, senhora Lee, disse com expressão severa.

— Desculpe. Eu... tive um imprevisto.

Minha resposta despertou algumas risadinhas maldosas do grupo de Molly.

— Posso saber qual a graça aqui? Gostariam de compartilhar com o resto da turma? — A senhora Lee interveio.

O silêncio voltou a reinar e a professora se dirigiu a mim novamente:

— Apesar do seu atraso, quero parabenizá-la por ter sido a melhor aluna da turma. Com esse desempenho, eu diria que qualquer universidade terá sorte de ter você como aluna.

Seu comentário me pegou desprevenida e demorei alguns segundos para articular as palavras.

— O-obrigada, senhora Lee. Isso significa muito para mim!

— Aqui está o seu boletim. Você é realmente brilhante, Bennet!

Corei violentamente diante do elogio.

— Eu me esforcei muito, só isso.

— Não seja modesta, garota. Saiba aceitar um elogio. — Deu um tapinha em minhas costas e eu assenti, orgulhosa por ter dado o melhor de mim.

Meu olhar cruzou com o de Molly acidentalmente e um calafrio me percorreu na mesma hora. Sua retaliação não demorou a vir, quando trombou em mim novamente com toda a força na saída, fazendo minhas coisas se espalharem pelos degraus.

Por sorte, Noah, meu melhor amigo, estava lá dessa vez e me ajudou a pegar todas as coisas espalhadas no meio da multidão que pisoteava tudo.

— A bruxa tá atacada hoje. Ela descobriu sobre você e Caleb, por acaso?

— De jeito nenhum. — A ideia de que ela descobrisse antes da hora que ele estava na cidade me enchia terror. Ela seria capaz de qualquer coisa para nos sabotar. — Ela só vai saber quando estivermos no baile.

— Confesso que vou gostar de ver a cara dela. — Noah disse com um sorriso travesso.

***

Conferi minha imagem no espelho pela última vez antes de descer as escadas. Caleb havia chegado e minha amiga, Riley, abriu a porta para ele, enquanto eu terminava de me arrumar.

Abri um sorriso largo ao vê-lo todo arrumado como um verdadeiro príncipe e desci cada degrau com o coração na boca. Ele engoliu em seco e sorriu de volta, mas foi rápido. Parecia tenso, inquieto. Passou as mãos pelos cabelos claros penteados para trás com um pouco de gel e mudou o peso de uma perna para a outra.

— Acho que deu a minha hora. Divirta-se amiga. — Riley se despediu.

Passei os olhos por minha amiga e os fixei em Caleb. Ele estava estático, com a expressão impassível. Sua tensão estava me deixando nervosa também. Será que havia alguma coisa de errado?

— Por que não vamos todos juntos até a porta? — Sugeri, passando por ele e abrindo a porta da frente apressadamente.

— Audrey, espera...eu... — A urgência em sua voz beirava o desespero, mas era tarde demais.

Algo se espatifou contra a minha cabeça. Demorou alguns segundos para que eu entendesse que alguém em cima da árvore próxima a casa havia lançado um ovo em mim. Aquele foi só o primeiro golpe. Recebi uma enxurrada de ovadas, dessa vez, vindas do grupo de pessoas que desceu do carro estacionado logo atrás do de Caleb.

Aquilo tudo era tão surreal e chocante, que tudo o que fui capaz de fazer foi levantar os braços na frente do rosto numa tentativa débil de me proteger, enquanto ouvia as gargalhadas que eu já conhecia bem.

— Que vestido lindo toupeira! — A voz de Molly escorria veneno — Pena que está um pouco sujo— Acrescentou com uma risada cruel, acompanhada dos demais.

Um braço me puxou de volta para dentro de casa, e a porta se fechou com um baque violento à minha frente. Foi Riley quem me resgatou. Para meu desespero, isso aconteceu quase ao mesmo tempo em que a figura de meu pai surgia na rua, voltando de mais uma de suas incursões ao bar, completamente bêbado.

— O que estão fazendo aqui? Saiam! Deixem minha filha em paz, seus desgraçados, vou chamar a polícia! Estão ouvindo? — Eu o ouvi gritar com sua voz embaralhada, causando mais gargalhadas.

— Ai meu deus, ele mijou nas calças? — A voz zombeteira de uma das seguidoras de Molly se fez escutar e eu quis morrer de tanto que meu peito queimava com aquela humilhação.

— Opa, olha para onde anda, tio! — Outra pessoa gritou e deduzi que meu pai havia tropeçado, já que ele vivia caindo pela rua.

— Tal pai, tal filha. Duas toupeiras que não enxergam nada. — Dessa vez era Molly quem falava.

Ainda permanecia no mesmo lugar para onde Riley me arrastara, encarando a porta fechada do hall de entrada. Abracei meu próprio corpo, que tremia por inteiro. Lágrimas grossas banhavam meu rosto e se misturavam ao conteúdo pegajoso das gemas e parte de cascas de ovo que cobriam a minha pele e meu vestido.

— Audrey... — Caleb murmurou hesitante e levantei o rosto para encará-lo, reconhecendo nele o misto de culpa e pena que eu já conhecia bem.

— Vá embora, Caleb...

Eu deveria saber que seria assim. Ele já havia me humilhado uma vez com a ajuda dos seus amigos. E eu fui idiota o bastante para achar que ele havia mudado, que havia se arrependido, depois de desenvolver sentimentos por mim. Como eu pude ser tão boba?

— Eu não planejei isso, não sabia que estava sendo seguido...Por favor, Audrey — Ele tentou me tocar, mas afastei sua mão bruscamente.

— Você ouviu, dá o fora daqui, seu babaca! — Riley interveio enfurecida.

— Eu não queria que isso acontecesse, eu juro!

— Mas deixou acontecer...Assim como fez da última vez. — Acusei, a mágoa evidente em minha voz.

Caleb engoliu em seco, desconcertado.

— Vaza, seu babaca! — Riley vociferou, empurrando-o contra a porta.

— Me perdoa, Audrey! Não era para ter sido assim... — Ele disse com uma expressão torturada, antes de abrir a porta atrás de si.

Balancei a cabeça de um lado para o outro em negação.

— Não quero te ver nunca mais, Caleb. — Disse, engolindo em seco para aliviar o nó em minha garganta.

— Fora todos vocês, bando de riquinhos desocupados! Se pisarem aqui de novo vão se arrepender! — Riley continuou esbravejando da varanda.

Era eu quem deveria estar gritando e expulsando todos eles, mas não tinha forças para reagir como deveria naquele momento. Apenas assisti ao triste espetáculo, desolada. Minha noite especial havia se transformado em um pesadelo inacreditável.

Vi quando Molly e Caleb trocaram um olhar. O dela possuía um brilho triunfante, enquanto o dele era um poço de raiva e ressentimento. Ele arrancou com seu carro a toda velocidade, fugindo como sempre fazia quando as coisas se complicavam. Molly e seu bando também seguiram seu rumo, muito satisfeitos com o resultado de seu feito.

Olhei para baixo, deparando-me com meu pai caído nos degraus da varanda, as calças molhadas de urina. Sentei-me ao seu lado, encolhida e caí em um pranto incontrolável que fez meu corpo todo se sacudir. Um soluço agonizante escapou do meu peito, seguido por outros. Naquela noite, prometi a mim mesma que ninguém nunca mais me faria sentir daquele jeito.

 

Mais uma história começa! E aí, quais foram as primeiras impressões sobre a Audrey? O que vocês esperam dessa nova história? Quero saber tudo!!!

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