Tae caminhava pelas ruas iluminadas da cidade com Eric, ainda sorrindo e radiante após o pedido de casamento surpresa que Eric lhe fez no romântico restaurante. As luzes da rua refletiam em seus olhos cheios de felicidade, enquanto ele mergulhava nos pensamentos sobre o momento especial que acabara de viver.
-Tae: (abraçando Eric) Eu não consigo acreditar que isso realmente aconteceu. Foi tão incrível, tão surpreendente!
-Eric: (sorrindo) Eu queria que fosse perfeito para você, Tae. Você merece todo o amor e a felicidade do mundo.
-Tae: (olhando nos olhos de Eric) Eu nunca pensei que teria algo assim na minha vida. Ter alguém que me ama desse jeito... eu me sinto abençoado.
-Eric: (segurando as mãos de Tae) Eu também me sinto abençoado por ter você na minha vida. Eu te amo mais do que palavras podem expressar.
Eric pensando: Que porra da onde tirei essa frase.
-Tae: (sorrindo) Eu digo o mesmo, meu amor. Te amo muito, nem sei como explicar.
-Eric: (carinhosamente) Hum, que tal um beijo? - disse ele, aproximando seu rosto do de Tae.
-Tae: Para com isso, estamos na rua, haha! Todo mundo vai ver. - disse timidamente.
-Eric: Tá bem, meu amor. Vamos para casa, lá a gente se beija gostoso.
Tae, com o rosto todo corado, apenas acena com a cabeça. Em seguida, os dois vão para o carro e dirigem-se para casa. Ao entrarem na sala, Tae se depara com seu filho Yuki de braços cruzados e visivelmente nervoso.
-Tae: O que foi agora filho ? porque está com essa cara nervosa ?
Yuki: O que foi? Eu já sei que esse aí te pediu em casamento e ainda por cima, o senhor aceitou, pai! Eu te disse que tem algo de errado com esse cara. - Enquanto Yuki falava, Eric o encarava com um rosto sarcástico.
-Tae: Filho, como soube?
-Yuki: O senhor é um dos escritores mais conhecidos aqui da cidade, você esqueceu? Apareceu nas redes sociais, ainda mais nesse restaurante de rico que não faço ideia como esse aí pagou.
-Tae: Bem, filho, a única coisa que te peço é por favor fique feliz por mim. É tão difícil isso? Você sabe que eu nunca fui amado assim antes.
-Yuki: Eu sou o que mais quer te ver feliz, pai, é claro, mas não com esse aí. E por isso que estou te falando isso... E agora vou te provar o que estou te dizendo.
Yuki logo pega seu celular e procura as fotos que tirou de Eric beijando outra mulher, mas ele não as encontra.
-Yuki: Não pode ser!! Eu tirei, pai, umas três fotos desse aí beijando uma mulher na rua esses dias, mas não estou achando as fotos.
-Tae: O que você está dizendo, filho? Agora você está inventando coisas para me separar dele, é isso? Nossa, estou decepcionado com você, filho. Tae ficou muito triste e nervoso, pois ele estava cego por Eric e não estava mais ouvindo o que o filho falava.
-Yuki: Eu juro, pai, eu tirei fotos dele com outra. Eu tenho certeza que ele deve ter apagado as fotos e isso que aconteceu. Eric sorriu sem Tae perceber.
-Tae: Filho, por favor, me deixe em paz. Eu vou me preparar para dormir, não quero mais falar nesse assunto.
Tae logo sai para seu quarto e Eric fica na sala sorrindo sarcasticamente para Yuki, que se aproxima dele e fala baixo no ouvido de Yuki.
-Eric: Você achou mesmo que eu não iria saber que você me seguiu? Já tem dias que percebi que você estava de olho em mim.
-Yuki: Você é um monstro, mas uma hora ou outra eu vou te desmascarar.
-Eric: Isso, se esse dia chegar e se você estiver aqui para fazer isso.
-Yuki: Você está me ameaçando?
-Eric: Se você ficar no meu caminho, sim.
Yuki se assustou e logo saiu para seu quarto
Após aquele dia, a vida de Yuki sofreu uma reviravolta completa. Seu pai, Tae, tornou-se mais distante, enquanto Eric se mostrava insuportável, impondo a Yuki diversas tarefas domésticas como se ele fosse um empregado. Yuki, constantemente, tentava encontrar algo que provasse ao pai que Eric não era uma boa pessoa, mas até o momento, suas buscas eram infrutíferas.
Passaram-se dois meses e chegou o dia em que Tae iria se casar com Eric no cartório. Tae queria algo mais tradicional, mas por algum motivo que não conseguia compreender, Eric optou pelo casamento no cartório.
Tae não fazia ideia, mas Eric detinha conhecimentos sobre a vida dele que ultrapassavam qualquer imaginação.
O dia do casamento chegou, e mesmo não ocorrendo exatamente como Tae desejava, ele ainda ansiava por estar impecavelmente arrumado para essa ocasião importante. Na sala iluminada, Tae e Eric estavam lado a lado, vestindo ternos azuis slim com colete, blazer e sapatos sociais de couro.
-Tae: (ajustando a gravata) Acho que essa gravata está um pouco torta, o que você acha, Eric?
-Eric: (sorrindo) Você está incrível, Tae. Mal posso acreditar que estamos prestes a fazer isso.
-Tae: (olhando-se no espelho) Eu só queria que fosse um pouco mais tradicional, sabe?
- Eric: (abraçando Tae) Já conversamos sobre esse assunto, ou você já se esqueceu? Eu não quero assim.
- Tae: Desculpa, eu só comentei... (Tae fica um pouco triste e abaixa a cabeça).
Eric, percebendo o impacto de suas palavras, decide acalmar Tae.
- Eric: Amor, desculpa falar assim com você, é que estou nervoso, mesmo sendo no cartório.
- Tae: Não tem problema, amor. Eu entendo, também estou nervoso.
Enquanto eles finalizavam os últimos detalhes de seus trajes, a tensão no ar começava a se dissipar, substituída pela antecipação do que estava por vir. O azul elegante de seus ternos ressaltava a emoção nos olhos de Tae e Eric, refletindo a jornada que estavam prestes a empreender.
- Tae: (sorrindo) Bem, acho que estamos prontos. Vamos lá e tornemos este o dia mais especial de nossas vidas.
- Eric: Vamos sim, amor. (Disse dando um selinho em Tae)
- Tae: Espera um pouco, vou verificar se meu filho está pronto.
Tae então foi até o quarto do filho e lá viu ele sentado, já vestido e todo arrumado, com uma camisa branca social e calça de alfaiataria sarja. Mas Yuki não estava nada bem; ele estava muito triste, de cabeça baixa. Seu pai Tae se aproximou, dando um abraço em seu filho.
- Tae: Filho, por favor, não fique assim. Hoje é o dia mais importante da minha vida, depois do dia que você entrou nela. Eu sempre quis alguém como o Eric para me amar, encontrei, e estou feliz. Até estou mais inspirado para criar meus romances.
- Yuki: Pai, não vou dizer mais nada contra, está bem? Só te desejo sorte, porque eu te amo muito.
- Tae: Obrigado, filho. Fique feliz por mim, está bem?
- Yuki: Sim, vou, pai. (Disse, dando um sorriso forçado)
Yuki havia desistido de tentar provar que Eric não era uma boa pessoa, pois sempre encontrava o obstáculo de Eric à sua frente. Ele simplesmente seguiu o ritmo, ciente de que se o pai descobrisse a verdade, não ficaria nada bem. Então, os três seguiram para o cartório.
Em direção ao cartório, Yuki recebe uma mensagem de um número desconhecido.
-Mensagem: "ESSE CARA É UM PILANTRA......"
-Mensagem: "Eu vou mostrar quem ele é ao seu pai, menino, e para isso, preciso de sua ajuda."
Imediatamente, Yuki começa a responder.
- Yuki: "Claro, ajudo sim. Eu sempre soube que ele não presta e está aprontando algo. Mas, por favor, quem é você??"
Mensagem: "Digamos que um aliado e em breve você vai saber quem sou. Agora vou explicar tudo que você precisa saber.
Ao chegarem ao cartório, Eric percebeu que o semblante de Yuki havia mudado completamente. Antes, uma expressão triste e preocupada agora dava lugar a um rosto animado e intrigante. Essa transformação deixou Eric desconfortável, gerando uma sensação de inquietação.
A mudança de Yuki não passou despercebida por Eric, que, instintivamente, decidiu apressar o oficial responsável por conduzir a cerimônia de casamento.
- Eric: Por favor, cara, começa logo isso aí. Quero me casar logo...
- Tae: Amor, calma. Ele já vai começar, e falta as testemunhas que você arrumou. (Disse ele sem entender o motivo de tanta pressa).
Sentado em uma cadeira Yuki mandou uma mensagem para o tal "Aliado".
- Yuki: Chegamos. Só falta esperar pelas duas testemunhas.
- Mensagem: Está bem. Assim que chegarem, me avise.
- Yuki: Certo, falarei sim...
Não demora e as duas testemunhas chegam, deixando Yuki boquiaberto com o que viu e percebendo que Eric era mais atrevido do que ele imaginava. Uma das testemunhas era nada menos que uma das ficantes de Eric, aquela que Yuki já tinha visto beijando-o.
O outro rapaz ele não conhecia, mas parecia ser gente boa. Todos se cumprimentam, e então o oficial começa a ler alguns artigos.
Yuki então manda mensagem para o " Aliado"
- Yuki: Todos já estão aqui e já vão começar...
- Mensagem: OK!!! O show vai começar..
Imediatamente, um senhor de aproximadamente 46 anos entra, visivelmente agitado. Ele começa a falar de maneira acalorada:
"Parem agora esse casamento! Esse cara é um pilantra. Ele engana as pessoas e me enganou também, falando que me amava e tudo mais. Era mentira, só pra me roubar. Ele destruiu a minha vida, perdi tudo que tinha.
Todos no momento ficam em choque, principalmente Tae, que fica sem reação, apenas observando a cena se desenrolar. O clima tenso e a revelação inesperada adicionam uma camada de drama à atmosfera já carregada do cartório, enquanto cada pessoa presente tenta processar a revelação surpreendente.
-Eric: Amor, você não vai acreditar nesse velho bêbado, vai? Tá na cara que ele não está em sua consciência.
Tae não disse nada, apenas olhava para Eric com desconfiança e tristeza.
-Senhor: Eu posso ter bebido sim um pouquinho, mas é de raiva porque eu amava esse cafajeste. Ele me enganou e acabou com minha vida. Eu tinha uma empresa, era um homem bem conhecido e hoje vivo de ajuda de pessoas.
Neste momento, o senhor pega o celular e mostra para Tae várias fotos de momentos íntimos entre Eric e ele, beijando-se. Tae começa a chorar muito.
-Tae: Todo esse tempo, isso tudo foi mentira para você então? Foi.
-Eric: Quer saber? Cansei é isso mesmo. Eu nunca te amei. Eu só queria casar com você para pegar sua herança, que me pertence porque o seu pai, o Sr. Afonso, destruiu minha família. Meu pai trabalhava na empresa de roupas dele.
-Tae: O que, como assim? (Perguntou perplexo com a descoberta)
-Eric: O seu pai era o melhor amigo do meu pai e foram os dois que construíram aquela fábrica. Seu pai mentiu, dizendo que daria metade dos lucros para meu pai, só que não. Ele mentia, nunca deu, só dava migalhas. Quando meu pai sofreu um acidente e precisava de um tratamento muito caro, seu pai negou dinheiro. Ele morreu, e só ficou eu e minha mãe, que logo faleceu de desgosto.
- Tae: Eu não acredito nisso. Ele era uma pessoa incrível e gentil, jamais faria algo assim.
- Eric: Ele poderia ser gentil sim com você, mas com outras pessoas ele não prestava. Não vai me dizer que não ouviu falar que as pessoas daquela chácara onde você estava alguns anos atrás o odiavam? Claro que ouviu, pois sim, esse é ele.
-Tae: Como você sabe que eu morava numa chácara?
- Eric: Eu fiquei sabendo que ele, o velho, morreu. Então, olhei de longe, sem ninguém perceber, o enterro dele e te vi. Foi nesse dia que comecei a seguir seus passos...
- Tae: Mas isso não te dá o direito de enganar as pessoas e mexer com os sentimentos delas. Você me machucou. Eu te amei muito, até acabei brigando algumas vezes com meu filho por você. (Disse ele, caindo no chão, chorando muito, e Yuki logo vem e o segura.)
- Eric: Eu não te amei em nenhum momento. Eu sentia era nojo e raiva desse menino aí. Mas nada acabou por aqui. Eu vou te destruir, Tae, por tudo que seu pai fez à minha família.
- Tae: Você é um monstro sem coração. Agora posso entender o motivo da morte do meu irmão, o Dilam. Sentia que a morte dele tinha algo estranho...
- Eric: É claro que fui eu. E por sinal, foi um plano que me deixou orgulhoso demais, pois tive sucesso. Ele também era igual ao pai, dizia ter se tornado uma pessoa melhor, mas eu nunca acreditei...
Nesse momento, a mulher que estava como testemunha, que era a ficante de Eric, entra na conversa.
- Mulher: Bora, meu amor, não perca tempo com esse aí. Deixe para colocar seu outro plano em dia outro dia...
Então, ela se aproxima de Eric e o beija. Foi um beijo ardente e cínico, deixando Tae ainda mais triste e experimentando um aperto no peito. Isso foi a "cereja do bolo", que destruiu Tae ainda mais.
- Tae: Ai, minha cabeça, socorro. Te odeio, te odeio. Eu vou te matar. (Tae começa a sentir uma dor nunca sentida antes em sua cabeça, e a maneira como ele falava e agia estava diferente).
- Yuki: O que foi, pai? - Gritou preocupado.
- Tae: Socorro, filho, ai, ai. Saiba que eu te amo muito. (Tae então desmaia).
- Yuki: Gente, chamem uma ambulância, por favor! - (Grita ele).
- Senhor: Vou ligar, rapaz. Não se preocupe, vai dar tudo certo.
Logo, todos escutam o som do carro de polícia chegando...
- Eric: Droga, vocês chamaram a polícia. - (Disse ele apontando o dedo para as pessoas que trabalhavam no local).
- Eric: Vamos, amor! - (Disse puxando a mulher e saindo do local).
-Senhor: Bem, agora que fiz minha parte ajudando vocês, peço que tenham cuidado. Esse cara é muito perigoso, e acho que ele vai fazer algo pior. Espero que seu pai melhore logo; a ambulância já chegou e eu já vou indo.
- Yuki: Senhor, muito obrigado mesmo. Mas qual é o seu nome?
- Amadeu: De nada, rapaz. Eu precisava fazer isso. Vi que seu pai é uma boa pessoa naquele dia em que o cafajeste pediu seu pai em casamento. Respondendo sua pergunta, me chamo Amadeu, prazer.
- Yuki: Prazer, senhor. Eu sou Yuki.
- Amadeu: Eu sei, você é filho de um escritor bem famoso. Haha, já li muitas histórias dele, até uma inspirada em você.
- Yuki: Nossa, legal!
- Amadeu: Mas é isso. Já vou indo, e cuide de seu pai.
- Yuki: Com certeza vou. Obrigado.
Alguns minutos depois, a ambulância chega e ainda desacordado, eles levam Tae para o hospital. Ao chegar lá, deixam Tae sedado, pois ele sofreu um surto nervoso.
-Yuki: Meu Deus, ajude que meu pai venha ficar bem. Ele não merece passar por tudo isso. Ele é uma pessoa muito boa. - Falou ele sussurrando e chorando, sentando à espera do pai melhor.
-Duen: Oi, garoto, por que você está assim? - (Perguntou um cara alto, bonito, com um sorriso sereno e gentil, que se sentou ao lado de Yuki).
-Yuki: Meu pai teve um surto e já tem muitas horas que está desacordado. Estou muito preocupado.
-Duen: Não fique assim. Ele vai ficar bem, acredite. - (Disse ele amigável).
-Yuki: Muito obrigado. Eu espero que sim. Ele é um pai muito bom. Ele não merece o que... - Yuki não terminou a frase, ficou com medo do cara ser preconceituoso.
-Duen: Vai sim e eu sei que os médicos daqui são muito bons. Certamente vão cuidar bem dele, e ele irá ficar bem.
Yuki: Muito obrigado! Desculpa a pergunta, mas qual é seu nome? É médico também? - Yuki se sentiu bem ao falar com esse cara.
-Duen: Nossa, me perdoe a minha má educação. Eu me chamo Duen, e você? Não sou médico, sou psicólogo.
-Yuki: Caramba, que legal, psicólogo. Com certeza é o melhor aqui da cidade. Eu me chamo Yuki.
-Duen: Bem, Yuki, não sou o melhor, mas tentamos. Olha, vou ter que ir, minha esposa está me esperando, ok? Foi muito bom te conhecer e acredite, seu pai vai melhorar. - Disse ele, levantando-se da cadeira.
-Yuki: Obrigado, mais uma vez, e foi legal te conhecer também. Seus filhos devem ter sorte de ter um pai igual a você. - Disse Yuki, dando um sorriso.
-Duen: Não sou pai ainda, mas um dia quem sabe, e vou amar e cuidar muito dos meus filhos. Bem vou indo. -
Surpreendentemente, a porta do quarto em que Tae estava se abre e Tae sai correndo desesperado, os olhos ainda confusos e cheios de angústia. Seu coração pulsava forte, como se buscasse uma saída para a tormenta que o atormentava.
Em sua corrida frenética, Tae não percebe a presença de Duen no corredor. O destino, entretanto, parece conspirar para uni-los de maneira inusitada. Em meio à correria, Tae esbarra acidentalmente em Duen, o psicólogo que minutos antes trocara algumas palavras reconfortantes com Yuki.
O impacto é forte, e Tae, desequilibrado, acaba caindo sobre Duen. O tempo parece desacelerar enquanto os dois ficam ali, entrelaçados no chão do hospital. O aroma do ambiente médico mistura-se com a fragrância da pele de Tae, que respira ofegante após o susto.
Duen, surpreso com o acontecimento, segura suavemente Tae para ajudá-lo a se reerguer. Seus olhares se encontram, e em meio ao caos emocional que envolve Tae, algo naquele momento parece diferente. Há uma conexão intensa entre eles, como se o universo tivesse decidido entrelaçar seus destinos de maneira inesperada.
-Duen: Pera, eu te conheço. - Logo, Duen se lembra do dia que o viu, e seu coração dispara enquanto ele olha fundo nos olhos confusos de Tae. Nesse momento, parece que tudo parou, e só tinha os dois.
É pessoal, o verdadeiro romance está prestes a começar.(Edu R)..