Enquanto buscamos relacionamentos é essencial lembrar de buscar o autoconhecimento. Como podemos nos entregar a alguém se ainda não compreendemos a nós mesmos? Aprender a nos conhecer e nos amar primeiro é o alicerce para dar e receber amor de forma plena. ( Edu R)
Em sua casa, Tae dedicou todo o dia à criação do próximo capítulo de seu romance gay, mas seu coração e mente continuavam cativos de pensamentos sobre Eric.
A presença de Eric em sua vida havia acendido uma chama de sentimentos que ele pensou ter perdido há muito tempo. Tae ansiava por cada encontro com Eric e cada momento compartilhado o fazia sentir-se especial, algo que há tempos ele não experimentava. Apesar da alegria de ser pai e do amor incondicional que tinha por seu filho, um vazio persistia em seu peito. Ele ansiava por mais do que apenas a alegria de paternidade; ele ansiava por amor, por um relacionamento. No entanto, à medida que a noite caía, Tae foi consumido por pensamentos de baixa autoestima. Ele duvidava de sua própria valia, convencendo-se de que Eric não poderia estar interessado em um relacionamento sério com alguém como ele. Era uma tormenta de negatividade que inundava sua mente. Finalmente, com uma pitada de tristeza,
Tae pegou seu celular e digitou a mensagem para Eric.
MENSAGEM: Eric, eu não estou me sentindo bem e não vou poder fazer o almoço. Na verdade, acho que é melhor você desistir de mim. Tenho muitos problemas e não sou uma pessoa interessante.
Eric responde: Tae, entenda que mesmo com seus problemas, você é alguém especial para mim. Gosto de você e estou disposto a enfrentar isso juntos. Vamos tentar, por favor.
MENSAGEM : Desculpe, Eric. Eu não posso acreditar que alguém gostaria de mim. Adeus.
Tae então bloqueia o contato de Eric....
Pensamentos angustiantes o dominavam.
Essa, com certeza, foi a escolha correta a se fazer", pensou Tae.
Mais cedo ou mais tarde, Eric iria perceber que não sou essa pessoa interessante, não sou essa pessoa atraente.
Tae continuava a soluçar, pensando em como as histórias de romance que ele criava eram um reflexo de seus desejos inatingíveis.
As histórias de romance que eu faço são algo que eu sei que nunca vou viver, totalmente diferente de mim". Uma sensação de desesperança e solidão o envolvia enquanto ele murmurava: "Eu não quero sofrer mais. Desde criança que eu sofro muito. As pessoas que deviam me amar, nunca me amaram. As únicas pessoas que me amaram sumiram da minha vida, perdi contato, ou morreram. "Ele continuou, com sua voz trêmula, compartilhando sua dor: "O pai ao qual eu achava que era meu pai biológico, ele nunca me amou. E a minha mãe biológica nunca me amou. Eu não quero mais isso. A única pessoa que eu vou amar é só meu filho, melhor assim. "A solidão e a mágoa se fundiam em seu coração, enquanto ele enfrentava uma noite sombria, enxugando as lágrimas em meio à incerteza de seu futuro.
A voz calorosa de Yuki, o filho de Tae, rompeu o silêncio, trazendo consigo uma lufada de conforto e amor. Ele entrou no quarto e se aproximou de seu pai, envolvendo-o em um abraço afetuoso. Com os olhos cheios de compaixão, Yuki perguntou.
-Yuki: Pai, por que o senhor está chorando? Não chora. Sabe que eu estou aqui e que eu amo muito o senhor.
Tae forçou um sorriso para seu filho, tentando conter as lágrimas.
-Tae disse: Não é nada, filho. São apenas uns pensamentos, sabe? Mas seu pai vai ficar bem, não se preocupe.
Yuki, com um olhar gentil e preocupado, respondeu a seu pai...
-Yuki: Tá bom, pai. Eu espero que você não esteja mentindo pra mim, que você irá ficar bem mesmo. Depois eu venho ver o senhor de novo aqui. Eu espero que o senhor não venha estar com esses olhos cheios de lágrimas, ok?
-Tae: Tá bom, filho. Não se preocupe. Eu vou ficar bem. Vai lá jogar.
Yuki assentiu e com um último olhar preocupado para seu pai, saiu do quarto, deixando Tae sozinho com seus pensamentos. Tae fechou os olhos por um momento, determinado a superar seus sentimentos.
Após algumas horas, Tae decidiu comprar sorvete para ele e seu filho, uma maneira reconfortante de alegrar o dia. Era seu costume buscar doçuras sempre que a tristeza ou a ansiedade o dominavam. Os dois compartilharam sorvetes e passaram o dia juntos, assistindo a filmes que traziam risos e afeto à casa.
Após alguns dias do ocorrido entre Tae e Eric, no qual Tae mandou uma mensagem desmarcando o encontro entre os dois e dizendo que não acreditava que Eric o amava, Tae começou a aceitar finalmente que tudo realmente foi uma ilusão e que não havia amor.
Até que algo inesperado acontece. A campainha de sua casa toca. Tae interrompe seu trabalho no computador e se dirige à porta para atender. Ao abrir, depara-se com um buquê de flores no chão, acompanhado por um cartão. Ele examina o ambiente, buscando identificar a pessoa que deixou esse gesto surpreendente. Sem compreender totalmente, Tae recolhe o buquê e começa a ler atentamente o conteúdo do cartão.
O cartão dizia: "Querido Tae, esses dias sem ouvir sua voz e sem ver seu rosto foram uma verdadeira tortura para mim. Tive mais certeza do que já sabia sobre o meu amor por você, e estou disposto a lutar por esse sentimento. Não quero te perder; desejo construir um relacionamento contigo e te fazer muito feliz. Espero que aceite este buquê como um sinal do meu amor e da minha vontade de cuidar de você, amar você de uma maneira que nunca experimentou antes na vida. Espero que ainda tenha esses sentimentos de amor por mim, assim como eu tenho por você. Abraços."
Ao ler essa mensagem no cartão, Tae se emocionou e chorou, pois nunca tinha recebido um amor tão genuíno como o de Eric. Essa expressão de sentimento o tocou profundamente, fazendo-o perceber que Eric realmente o amava. Cheio de emoção, Tae decidiu procurar pela pessoa que deixou o cartão. Ele saiu em direção à rua, olhando atentamente para ver se identificava quem era, até que avistou Eric sorrindo de longe. Tae correu animadamente em direção a ele, abraçando-o calorosamente e Eric correspondeu com alegria, selando o momento com carinho e felicidade.
Então, Tae olhou nos olhos de Eric e disse com sinceridade:
Por favor, me desculpe por ter falado daquela maneira. Agora, tenho certeza de que você me ama. Eu sou alguém que nunca experimentou o verdadeiro amor e nunca acreditei que seria possível receber esse tipo de carinho que estou começando a receber de você. Me perdoe, Eric.
Eric respondeu com compreensão:
"Está tudo bem, Tae. Eu entendi o seu lado e saiba que farei de tudo para que todos os seus dias sejam os melhores da sua vida. Vou te dar tanto amor como você nunca recebeu antes."
Instantaneamente, os olhos de Tae se cruzaram com os de Eric, levando os dois a se beijarem pela primeira vez. Foi um beijo como Tae nunca havia experimentado antes, suave e repleto de amor. Nesse momento, Tae sentiu suas pernas tremerem pela intensidade do carinho que recebia de Eric.
Ao se desvencilhar dos beijos de Eric, Tae lembrou que precisava buscar o filho Yuki. Com um sorriso nos lábios, ele se afastou delicadamente e olhou nos olhos de Eric.
-Tae: Preciso ir buscar meu filho, Yuki. Foi ótimo estar com você, mas a responsabilidade me chama", disse Tae, expressando gratidão pelo momento compartilhado.
Eric assentiu compreensivamente, sorrindo....
-Eric: Claro, eu entendo. Espero te ver em breve", respondeu Eric, deixando um suave toque nas mãos de Tae antes da despedida. Tae acenou com um sorriso, afastando-se, mas com o calor do encontro ainda palpável em seu coração.
Tae foi buscar o filho de carro. Ao chegar, o pegou para levá-lo para casa.
Já dentro do carro, a caminho de casa, Yuki percebeu o sorriso radiante de seu pai, algo além do comum. Curioso, decide questionar o motivo da alegria incomum.
-Yuki: Pai, percebi que você está sorrindo mais do que o normal hoje. O que está acontecendo?
Tae: Ah, filho, tem dias que o pai fica assim, sabe, bem alegre.
-Yuki: Pai, por favor, seja verdadeiro. Eu sei que algo está acontecendo. Conheço o senhor.
-Tae: Filho, o pai está namorando. O pai arrumou um namorado. E eu quero apresentar para você esta noite, preparando um jantar para ele. Espero que você não fique chateado, filho, que o pai arrumou um namorado.
-Yuki: Que conversa é essa, pai? Claro que não vou ficar com raiva. Eu quero o melhor para o senhor. Se o senhor está feliz com quem o senhor está apaixonado, então é isso que eu quero para o senhor. Saiba que eu estarei sempre torcendo para o senhor ser feliz com ele. Mas antes disso, pai, eu preciso ver se ele é a pessoa ideal para você. Ele precisa ter a minha aprovação antes disso.
-Tae: Oh, filho, muito obrigado. Você, como sempre, tão maduro em suas palavras. Parece que tem mais idade do que eu. Espero profundamente que você venha aprovar o nosso amor, porque eu gostei muito dele, filho.
-Yuki: Pai, eu sou o homem da casa, né? Eu preciso cuidar do senhor e ser maduro. - Disse ele, se achando..
-Tae: Tá certo senhor haha...
Após essa conversa, Tae e Yuki continuaram falando sobre o colégio e outros assuntos, até que a noite chegou, trazendo consigo o momento em que Eric iria se encontrar com eles.
Já arrumado, Yuki vai para a sala e vê que seu pai está à espera de Eric, todo ansioso e nervoso. Então, Yuki tenta tranquilizar o pai.
-Yuki: Pai, não fica ansioso não, vai dar tudo certo. Logo ele chega....
-Tae: verdade filho vai dar certo.
De repente, a campainha da casa de Tae toca, fazendo-o sair correndo em direção à porta e abri-la apressadamente. Ao fazê-lo, depara-se com Eric, elegantemente vestido e radiante de charme. Um sorriso ilumina o rosto de Tae, transparecendo a felicidade ao receber seu até então ficante, que em breve se tornará seu namorado.
Eric, ao notar Tae também impecavelmente arrumado, retribui com um sorriso, culminando com um gesto afetuoso ao dar um selinho na bochecha de Tae. A atmosfera ganha um toque suave e romântico, revelando a promessa de uma noite especial entre os dois.
Até que Yuki surge por trás de Tae, observando Eric, que logo o nota e o cumprimenta: "Oi, carinha, tudo bem?
Yuki pensa consigo mesmo: "Eu não sei, mas tem algo estranho nesse cara."
Ele fecha a expressão facial, cumprimentando Eric com um simples "oi".
Tae percebe a reação de Yuki e comenta:
Filho, cumprimente-o direito e não faça essa cara, por favor.
-Yuki: "Está bem, pai", disse ele meio nervoso.
Yuki, então, cumprimenta Eric novamente, tentando agradar o pai.
"Oi, boa noite, eu sou o Yuki", acrescentou, forçando um sorriso agradável."
Eric responde cortesmente:
Prazer, Yuki. eu me chamo Eric.
-Yuki: Hum", disse, não dando muita importância ao que Eric falou.
-Yuki chama seu pai para um canto e expressa suas dúvidas:
-Yuki: Pai, tem certeza que é esse cara que o senhor está gostando? Sei não, hein pai, mas esse cara é estranho. Não fui com a cara dele.
Tae responde tranquilamente:
-Tae: É esse mesmo, filho. Eu acho que você acabou tendo uma má impressão, só isso. Mas conhecendo melhor ele, você vai ver que ele é um cara legal.
Yuki, firme em sua posição, diz:
"Eu sei muito bem do que estou falando, pai. Ele não é uma boa pessoa. E eu não quero que o senhor fique com ele. Eu não quero."
A tensão cresce enquanto Yuki fica nervoso. Na porta, Eric percebe a movimentação, observando a conversa entre Yuki e Tae. Internamente, ele pensa:
"Se esse rapaz está pensando em me impedir de conquistar meus planos, está enganado. Vou ter que tirá-lo do caminho se ele se tornar um obstáculo."
"É pessoal, este foi mais um capítulo da nossa história. Espero que tenham gostado. A trama promete muitas reviravoltas pela frente. Será que Eric realmente planeja algo contra Yuki? E será que Yuki impedirá que esse relacionamento prossiga?" ( Edu R).