INTERE$$EIRA ━ palmeiras

By ellimaac

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━━━━━ ❝Puta, vagabunda, interesseira, sem talento, forçada, sem graça.❞ 𝐈𝐒𝐀𝐁... More

𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐂𝐀𝐒𝐓
𝟎𝟎 | 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎
𝟎𝟏 | 𝐏𝐀𝐂𝐈𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀
𝟎𝟐 | 𝐂𝐇𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟑 | 𝐀𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟒 | 𝐒𝐎𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒
𝟎𝟓 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎
𝟎𝟔 | 𝐁𝐄̂𝐁𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟕 | 𝐀𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐎𝐘 𝐏𝐀𝐏𝐈
𝟎𝟖 | 𝐒𝐔𝐀 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟗 | 𝐂𝐎𝐌 𝐎 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀?
𝟏𝟎 | 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐙? 𝐀𝐍𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟏𝟏 | 𝐔𝐌 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟏𝟐 | 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀̃𝐄
𝟏𝟑 | 𝐋𝐈́𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂𝐎𝐒
𝟏𝟒 | 𝐀𝐆𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟏𝟔 | 𝐓𝐈𝐍𝐈, 𝐓𝐈𝐍𝐈
𝟏𝟕 | 𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎
𝟏𝟖 | 𝐆𝐈𝐍𝐄𝐂𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐒𝐓𝐀
𝟏𝟗 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐉𝐔𝐍𝐈𝐍𝐀
𝟐𝟎 | 𝐁𝐀𝐑𝐂𝐄𝐋𝐎𝐍𝐀
𝟐𝟏 | 𝐅𝐔𝐒𝐎 𝐇𝐎𝐑𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟐𝟐 | 𝐃𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟑 | 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄́𝐍𝐒
𝟐𝟒 | 𝐃𝐄𝐂𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍𝐄𝐒
𝟐𝟓 | 𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒
𝟐𝟔 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀
𝟐𝟕 | 𝐍𝐎𝐕𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟖 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀
𝐛𝐨̂𝐧𝐮𝐬 (𝐢𝐧𝐬𝐭𝐚 𝐞 𝐭𝐭)
𝟐𝟗 | 𝐆𝐎𝐒𝐒𝐈𝐏?
𝟑𝟎 | 𝐌𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐈́𝐃𝐎
𝟑𝟏 | 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐓𝐀 𝐕𝐈𝐀𝐆𝐄𝐌
𝟑𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐑𝐎𝐍𝐀𝐍𝐃𝐎
𝟑𝟑 | 𝐑𝐄𝐂𝐎𝐌𝐏𝐄𝐍𝐒𝐀
𝟑𝟒 | 𝐄𝐑𝐑𝐎𝐒
𝟑𝟓 | 𝐅𝐀𝐂̧𝐀 𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑
𝟑𝟔 | 𝐀𝐋𝐋𝐈́ 𝐄𝐒𝐓𝐀́
𝟑𝟕 | 𝐒𝐄𝐔 𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐎
𝟑𝟖 | 𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎
𝟑𝟗 | 𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎𝐒
𝟒𝟎 | 𝐃𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆𝐎
𝟒𝟏 | 𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐀𝐃𝐀
𝟒𝟐 | 𝐒𝐄𝐔 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟒𝟑 | 𝐄𝐒 𝐋𝐎𝐂𝐎
𝟒𝟒 | 𝐏𝐀𝐏𝐀𝐈𝐒
𝟒𝟓 | 𝐓𝐇𝐎𝐌𝐀𝐒 𝐂𝐑𝐀𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀
𝟒𝟔 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐀𝐆𝐀𝐁𝐔𝐍𝐃𝐀
𝟒𝟕 | "𝐏𝐎𝐑 𝐕𝐎𝐂𝐄̂"
𝟒𝟖 | 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎
𝟒𝟗 | 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐊𝐀𝐒
𝟓𝟎 | 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀
𝟓𝟏 | 𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 𝐈𝐃𝐄𝐀𝐋
𝟓𝟐 | 𝐄 𝐀 𝐂𝐀𝐍𝐉𝐈𝐂𝐀
𝟓𝟑 | 𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟓𝟒 | 𝐏𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑 𝐂𝐎𝐌 𝐄𝐋𝐀
𝟓𝟓 | 𝐅𝐈𝐍𝐆𝐈𝐑
𝟓𝟔 | 𝐍𝐄𝐒𝐒𝐀 𝐅𝐀𝐑𝐒𝐀
𝟓𝟕 | 𝐒𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐍𝐄𝐂𝐄𝐒𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟓𝟖 | 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐄𝐕𝐎𝐋𝐔𝐈𝐑
𝟓𝟗 | 𝐍𝐎 𝐏𝐔𝐄𝐃𝐎 𝐌𝐀́𝐒
𝟔𝟎 | 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀 𝐍𝐎 𝐋𝐔𝐆𝐀𝐑
𝟔𝟏 | 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟔𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐀 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐋𝐓𝐄𝐈𝐑𝐀
𝟔𝟑 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟏
𝟔𝟒 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟐

𝟏𝟓 | 𝐃𝐎𝐑 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀

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By ellimaac

RAPHAEL
São Paulo - Capital
no mesmo dia

CAMINHO PELOS CORREDORES do CT enquanto o adolescente ao meu lado não para de falar um só segundo:

— Duas coisas que você ainda não percebeu da vida, príncipe. — Sim, isso mesmo. Endrick está tentando me dar um conselho. — Não dá pra ter amizade com ex. Isso é praticamente um crime de tão errado. Então pare de ser tapado.

Reviro os olhos com força e preciso respirar fundo antes de virar a cabeça na direção dele, sem parar de andar, e dizer a coisa mais óbvia:

— Ela é a mãe do meu filho, Endrick. Você quer o quê? Que sejamos inimigos?

— Não — o garoto para um tempo pra pensar, o que é raridade, me obrigando a parar e esperá-lo. — Mas devem ter menos intimidade. Entendeu? Distância. Nada de carona ou sorrisinhos. DISTÂNCIA.

— Okay. — Confirmo sem dar muita bola pro que diz e volto a andar.— E qual é a segunda coisa que eu ainda não percebi sobre a vida?

Porque, claramente, um adolescente de dezessete deve ter percebido e eu não. Com certeza. Vocês ainda tem dúvidas de que ele é muito mais vivido e esperto do que eu? Eu não tenho dúvida alguma.

— Duas? — Ele fica em dúvida com minha pergunta, franzindo toda a cara em confusão. — Que duas, príncipe?

— Ué, você me disse que tinha duas coisas da vida que eu não havia percebido ainda. Já me disse uma, qual é a outra?

— Ah, não, meu amigo. Não se faça de desentendido. A única coisa que você não percebeu ainda sobre a vida é que não pode ficar de gracinha com sua ex. E pronto! Nada a mais e nada a menos.

— Veiga 'tá de gracinha com a Bruna de novo!? — Zé Rafael pergunta assim que nos juntamos a eles num canto da academia. Ele está pedalando enquanto o outro jogador ao seu lado, o Uruguaio, digitava alguma coisa no celular, sem nem prestar atenção na nossa chegada. — Cara, 'cê não supera mesmo, ein?

— Não — nego com a cabeça, me preparando pra conversa que terei agora sobre ex. — Não tem a ver com ela.

— É, Trem! Não estamos falando da Bruna.

— Oxi. — Zé cruza os braços, confuso e me lança um olhar de dúvida. — De quem então?

— Da Isabella, né!? — Endrick não deixa de abrir o bocão. Nesse momento, percebo Piquerez erguendo a cabeça para prestar atenção e deixando o celular de lado. — Quem mais?

— Não sabia que a Isabella tinha voltado a ser um problema.

— Ela não é — digo com convicção. — Nunca foi.

— Mas pode ser — Endrick está com uma língua hoje, que só por Deus. — Ele agora 'tá dando carona pra ela. Tipo???

— Eu levei meu filho pra escola — me explico, antes que Zé entenda tudo errado. — Isabella é a mãe dele. E, só pra lembrar, meu filho ainda está de recuperação. Precisa dos pais presentes. Os pais. Entendeu, Endrick? Ou 'tá difícil?

— A única coisa difícil, príncipe — o menino aponta um dedo pra mim —, vai ser quando a bomba explodir. — Vejo quando ele desvia o olhar pra não sei quem, que não estou prestando atenção. — E eu não quero estar aqui quando isso acontecer.

— Meu cria!!! — Murilo, lá do outro lado, acompanhando de Rios, chama por Endrick que não perde tempo em caminhar em direção ao zagueiro do time.

Suspiro de alívio assim que estou sem o pivete. O moleque está determinado a colocar juízo na minha cabeça, mesmo que eu não precise.

— O que foi isso? — Zé questiona, desviando o olhar de Endrick o qual acaba de se juntar com Murilo, e olhando pra mim de novo. — Os papéis se inverteram? Agora o poste que mija no cachorro?

— Endrick acha que eu vou voltar com a Isabella — digo, coçando a cabeça e subindo numa das bicicletas. — E pelo visto ele não quer que isso aconteça.

— E você vai? — Piquerez abre a boca pela primeira vez, me olhando com certa dúvida e... não sei dizer que tipo de olhar é aquele, mas não parece ser de aprovação.

— Voltar com a Isabella? — Ele assente. — Claro que não, Piquerez. Estamos... é... tentando manter a relação o mais amigável possível por causa do Tom.

— Hum. — Ele resmunga, franzindo as sobrancelhas, mas decide dar de ombros ao olhar para seu celular de novo.

— E você?

— O que me tienes? — Ele volta a pergunta, com o olhar bobão de dúvida e o sotaque proeminente.

— Com quem 'cê 'tá flertando agora? Não sai desse celular. O dedo vai ficar com câimbra.

— No estoy flertando com ninguém.

— Ah, é a morena — Zé informa com uma risadinha, fazendo Piquerez bufar de nervoso. — Uma modelo que tem um caso com o Vini Jr.

— E você quer, por quê? — Questiono em dúvida. — Se ela 'tá comprometida, você mete o pé.

— O Bobão tem fama de talarico.

Piquerez ergue o dedo do meio pro Zé antes de olhar pra mim.

— No estoy saliendo con ninguna morena. Estoy de buena.

— Mentiroso! — Zé bufa, me obrigando a duvidar de tudo que Piquerez diz. — Ela 'tava aí enchendo o saco do nosso uruguaio. Fidelidade parece não ser o forte dela.

— E nem o dele — entro na pilha, rindo.

Desde que Piquerez chegou no time e nos tornamos próximos, ele não consegue ficar firme com nenhuma mulher. É sempre um ciclo doentio. Ele se interessa, eles ficam, depois ele se cansa e começa a dar um gelo até a mina meter o pé. Piquerez não nasceu pra namorar ou ele está determinado em não arrumar uma mulher até ter trinta. Vai saber. Tem cara que é preservado.

— Já disse. Estoy de buena.

— E 'tá de "buena", por quê? — Zé questiona. — Alguém já conquistou seu coração? Ah, espera. Isso nunca aconteceu, né?

— Quem conquistou, Bobão? — Pergunto, curioso. — Conta pra gente.

— ¿Por que no cuidan de sus vidas?

Damos risadas e o assunto morre quando Marco, o preparador técnico, brota na academia, batendo as mãos umas nas outras.

— Bora treinar!

Seguimos o treino calmamente e, graças ao bondoso Deus, acabamos no horário, às cinco.

Consigo ter tempo até de sair pelo portão principal e tirar foto com alguns fãs que sempre estão ali na frente pra conseguir qualquer mísero contato com a gente. Eu acho isso foda. É a melhor parte de ser jogador, ter esses momentos com os torcedores.

No caminho até meu apartamento, meu carro começa a tocar de repente com a musiquinha do meu celular ao receber uma ligação. Tinha me esquecido que havia deixado o bluetooth conectado. Já olho pra tela do rádio na esperança de ser meu empresário querendo me dar um conselho ou uma bronca clássica. Mas me surpreendo e até me assusto com o nome que aparece.

É a Isabella.

Atendo a ligação, totalmente em choque, e a voz dela ecoa pelos alto-falantes do carro, arrepiando todos os meus pelos.

— Oi, Veiga. Tudo bem?

— Oi — respondo meio perdido. — 'Tô bem e você?

— Bem. Eu 'tô saindo do estúdio mais cedo hoje. Tem como eu esperar o Tom na sua casa? Não quero ter que fazer duas viagens, indo pra minha casa e depois voltando pra sua, pra só depois a gente ir no médico. Me canso só de pensar.

Nós vamos no médico para checarmos a testa do Tom. Vamos juntos pois nosso filho quer o pai e a mãe presente. E ainda exigiu jantar no McDonald's como recompensa por cuidar tão bem da ferida.

— Tudo bem — respondo sem nem questionar. — Eu já 'tô chegando. Quando você chegar é só dar o nome na portaria. Vou liberar sua entrada.

— De boa.

A chamada se encerra.

Ela chega exatamente cinco minutos depois de mim e entra na minha casa suspirando bem alto. Não sei se de cansaço, ou estresse, ou tudo e mais um pouco.

— Posso beber um pouco de água? — Ela olha pra mim com os olhinhos do gato de botas e eu não consigo negar, né? Mesmo se eu quisesse.

Isabella caminha até minha cozinha e pega um copo e a jarra de água gelada na geladeira, logo enchendo até o talo e bebendo com uma mão na cintura.

Isabella usa um vestido preto justo de mangas compridas e um tênis branco. O cabelo loiro está solto e cai como um cobertor sobre seus ombros. Seu olhar é meio cansado. Mas todo o ar sério que expira é incrivelmente quente.

Puta que pariu. Isabella é quente pra caralho.

E eu não devia estar pensando nisso agora, a vendo beber água.

— Meu dia foi horrível — ela desabafa, talvez notando que a encaro e querendo me dar uma explicação. Ela coloca o copo vazio na pia. Não satisfeita ainda o lava. — Tive alguns problemas com a sua queridinha.

— Minha queridinha? — Rio do que diz. — Por que acha que a Suellen é a minha queridinha?

— Viu? — Ela se vira em minha direção. — Você soube perfeitamente a quem eu me referia.

Me pegou no pulo. Mas Suellen está longe de ser uma querida.

— Ela seduziu você que nem faz com todos e isso me irrita! — Isabela bufa. — Porra, o que essa mina tem de tão interessante? E se você me falar que é por que ela é esbelta, o clássico de brasileira que excita qualquer homem, eu juro que quebro esse copo na sua cabeça.

— Não sei o que ela tem de interessante — digo com inocência, realmente sem entender. — Ela não me seduziu como você pensa, Isabella. Já te disse isso.

— Não minta para mim. — Isabella olha para o chão e fica ainda mais puta. — Ela tem esse poder. Com todo mundo. Por que seria diferente pra você, né?

Solto uma risada.

— Digamos que ela não faz meu tipo — desabafo com a maior naturalidade do mundo.

Isabella estreita o olhar e me encara com mais atenção.

— Não? — Sua dúvida tem um leve toque de provocação. — E quem faz seu tipo?

— Quer mesmo que eu te responda?

É a vez dela de rir. Uma risada genuinamente quente. Um arrepio desce pela minha espinha.

— Eu faço seu tipo, Veiga? — Ela debocha, sem se sentir envergonhada. Eu gosto dessa ousadia dela. De não ter medo de falar o que sente ou o que pensa. Se me odeia, ela deixa bem claro. — Ou será que a Bruna Santana se encaixa melhor?

Solto uma risada sem acreditar que teve coragem de me provocar assim.

— Acho que você prefere as Brunas, né? Bem clássico de jogador. As loiras, modelos, famosas.

— Se a loira for você, quem sabe.

— O que eu sou não importa, afinal você me trocou, não foi?

— Troquei? — Me aproximo dela, pensando que irá se afastar de mim, mas Isabella permanece no mesmo lugar. Parada. Me esperando. — E o que aconteceu no começo de Maio. Vou ter que te lembrar?

— Me lembrar do que? — Ela provoca, abaixando o olhar para encarar minha boca. — De você me fodendo? Ou... de eu implorando por mais?

Minha mente me sabota ao me levar direto naquele dia e me lembrar das coisas que fizemos. Da forma como aconteceu. Do que ela fez comigo. Meus olhos vão direto pro corpo dela, seu quadril marcado naquele vestido apertado. Sua cintura e seus seios que só de imaginar já fico arrepiado pra caralho.

Porra, eu não devia ficar excitado agora.

— Você não deveria me lembrar disso, Isabella.

— Por quê? — Ela provoca de novo, olhando para meu corpo da mesma forma como fiz com o dela. — Você não consegue se controlar? Nunca transou com alguém e teve que fingir que nada aconteceu?

— A diferença é que você não é qualquer pessoa, Isabella — dou um passo pra frente, que é o suficiente para o meu corpo quase encostar no dela. — E eu não consigo tirar da mente a cena de você embaixo de mim, gemendo enquanto eu te fodia. — Abaixo um pouco a cabeça, sentindo a respiração dela bater em meu rosto. — Era isso que você queria ouvir!?

Os olhos verdes dela brilham de um jeito diferente, cheios de luxúria.

— A gente estava bêbado — ela me lembra.

— Nem me lembre.

— E foi um erro...

— Pode apostar.

— Que eu não consigo tirar da cabeça — nossas respirações falham ao mesmo tempo. — Eu tenho vontade de me esgoelar toda vez que eu te quero, Veiga. E agora, 'tá foda pra caralho com você tão perto.

— É só pedir — olho no fundo de seus olhos, esperando que ceda. — E eu me afasto.

Ela fica em silêncio, sem me responder. Consequentemente meu corpo se aproxima mais.

— É só falar, Isabella — repito, sussurrando. — Diga e eu me afasto. É o que você quer?

Eu deveria me afastar, porque é a coisa certa. Mas eu não tenho forças para completamente nada que não seja acabar com o pequeno espaço entre nós.

— Veiga, eu...

Isabella não demora nem meio segundo para grudar nossos lábios, procurando espaço entre eles para invadir a minha boca com a sua língua. Ignoro todos os alertas que berram dentro da minha cabeça, mandando que eu a afaste e faço exatamente o oposto, puxo-a pela cintura e a mantenho colada em mim.

Por impulso, porque acabo de ser dominado pelo poder daquela mulher, a seguro pelas coxas descobertas e a coloco em cima da bancada.

Me encaixo entre as suas pernas e sinto suas mãos curiosas entrando pela minha camisa para arranhar as minhas costas. Seguro em sua nuca com força, entrelaçando meus dedos em seu cabelo e puxando-os um pouco. Nosso beijo, de repente, se torna faminto.

Um beijo que provavelmente não se repetirá, pois sabemos, no fundo sabemos que é um maldito erro e por isso queremos aproveitar cada segundo.

Eu estou duro feito uma pedra, a ponto de doer. Aperto sua cintura e a puxo mais para a beira da bancada, querendo que sinta como o meu pau está implorando por ela. Isabella solta um gemidinho baixo entre o beijo, que faz com que eu me desconcentre e afaste os nossos lábios. Abro meus olhos e a encontro me encarando cheia de tesão, assim como eu.

— O que nós estamos fazendo? — ela pergunta, quase sem voz.

— Algo que iremos nos arrepender depois — respondo. — Suas provocações acabam comigo, Isabella. — Pego a mão dela e coloco em cima do meu pau. — Porra. Olha como estou. Olha o que faz comigo...

Ela aperta o meu pau por cima da roupa e geme novamente. Eu a beijo de volta, com vontade, sem esperar que ela fale mais alguma coisa. Já que vou me arrepender disso, que me arrependa depois de ter feito tudo.

Isabella puxa o tecido da minha camisa para o alto e eu paro de beijá-la por alguns segundos para tirar a peça de roupa.

Estou sem camisa em questão de segundos e já entre suas pernas, erguendo o vestido dela e querendo vê-la nua o mais rápido possível, quando, de repente, o interfone começa a tocar, nos obrigando a nos separar às pressas.

— Porra — xingo, olhando para Isabella se ajeitar e me sentindo mil vezes perdido.

O interfone toca ainda mais alto.

— Não vai atender, Veiga? — Sua voz ríspida me traz a realidade.

Pego a camisa do chão e me visto enquanto atendo o telefone.

— Tom está subindo — informo a Isabella que já parece outra pessoa, não está mais em cima da bancada e já está normal como se não estivesse me devorando a pouco. — Então...

— Vamos fingir que nada aconteceu. — Ela arruma o vestido e a postura.

Não ouso questionar, apenas assinto e a sigo. Juntos caminhamos até a sala pra esperar pelo nosso filho.

Isabella é uma atriz, é claro que ela sabe agir em situações como essa. Estávamos prestes a transar agora pouco, mas ela finge que nada aconteceu como se realmente não tivesse nada acontecido. Isso para que ninguém, principalmente nosso filho, perceba que tenha algo de errado entre nós.

Tom passa pela porta da minha casa minutos depois e corre direto pros meus braços.

— Oi, filhão — dou um beijo na bochecha do meu filho enquanto o moleque me agarra num abração.

— Nossa, pai, todo mundo falou que eu fiquei bonito com a touca na escola — ele me conta, orgulhoso de não ter passado vergonha.

— Não tem como você ficar feio, filho — Isabella diz. Coloco Tom no chão só para que ele possa abraçar a mãe também. — Você é lindo. Com touca. Sem touca. Até com o cabelo curto, mesmo que a falta de cachinhos parta meu coração.

— Eu nunca vou cortar o cabelo, mãe!

— Tomara — ela sorri para ele, toda feliz e eu tento não me abalar muito com aquele sorriso bonito. — Agora me fala como foi seu dia na escola.

Ela coloca Tom no chão para que ele possa dizer exatamente tudo que fez na escola. Todas as atividades e lições e todas as interações que teve no dia com diversas pessoas e crianças diferentes.

— Aahh — ele se lembre de mais alguma coisa. — Hoje teve também ensaio pra festa junina. Papai, você vai me assistir na festa junina da escola, né?

— Claro que eu vou, que dia vai ser? — Pergunto olhando diretamente pra Isabella pois ela saberá como me responder.

— A festa junina vai ser na segunda semana de junho. Acho que no dia 10.

— Aí que bom — suspiro, aliviado. — Vai dar pra eu ir. Não vai ser no dia que eu vou pra Barcelona.

— Barcelona? — Isabella franze o cenho. — Vai viajar, por quê?

— Amistoso da Seleção.

— Ah, sim — ela assente e esfrega um dos olhos. — Verdade, tinha me esquecido que agora você é jogador da seleção brasileira.

— Brasil, pai!? — Tom falta gritar de animação. — Os meninos da escola não paravam de falar o quanto era legal eu ser filho do Raphael Veiga, jogador de seleção. Eu vou também. Pra te ver jogar. Você vai me levar, né?

— Claro, meu filho. Você vai conseguir ir?

Olho para Isabella que pressiona os lábios e faz uma careta, querendo não negar.

— Quando que você viaja?

— Dia 11, no domingo à noite. Mas minha família vai na terça.

— Eu vou conversar com a Márcia — ela avisa e meu coração se aperta quando cita minha mãe com tanta naturalidade. Só não sei explicar o motivo do aperto. — E vou ver, Veiga. Eu tenho um teste importante numa dessas semanas de Junho. Não posso perder.

— Se não der, você vai deixar o Tom ficar com meus pais? Quero muito que ele esteja presente.

— É, mamãe — Tom começa a implorar. — Por favor. Deixa, deixa, deixa.

— Tudo bem. Mas... — Ela coça a nuca meio sem jeito. — Não vou deixar o Tom na responsabilidade dos seus pais todos esses dias, eles vão querer aproveitar a viagem. Vou dar um jeito de ir. Vou... — Isabella olha para mim enquanto pensa numa solução — vou dar um jeito.

PRIMEIRO: Piquerez e Veiga desconversando quando comentam sobre as mulheres que não são a Isabella kkk. E o Pique ficou puto tá.

SEGUNDO: que tensao foi essa, senhores? Vai culpar o álcool agora? KKKKKKKK

AMOO O CAOS QUE EU CRIO

referência: a interação entre Veiga e Isabella nesse capítulo foi inspirada numa cena do livro que estou lendo. Créditos totais a K.A PEIXOTO (livro Sombras do Passado disponível no kindle unlimited)

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