Psicose (Livro I)

By andiiep

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Melissa Parker é uma psiquiatra recém-formada que encontra seu primeiro emprego em um manicômio judiciário. E... More

Aviso Inicial
Prólogo
Um - St. Marcus Institute
Dois - A holandesa de Cambridge
Três - Inesperado
Quatro - Sutura
Cinco - Insônia
Seis - Happy Hour
Sete - Progresso
Oito - Passado
Nove - Proximidade
Dez - Embriaguez Acidental
Onze - Hormônios!
Doze - Corey vs Brian
Treze - Fotografia
Quatorze - Helvete
Quinze - Perigo
Dezesseis - Triângulo
Dezessete - Sobrenatural
Dezoito - Confusão
Dezenove - Corey vs Brian (parte 2)
Vinte - O plano mirabolante de Corey Sanders
Vinte e Um - Render-se
Vinte e Dois - Bipolaridade
Vinte e Três - Mensagem Sobrenatural
Vinte e Quatro - Intimidade
Vinte e Seis - Não Há Compaixão Com a Morte
Vinte e sete - Quebra-Cabeças
Vinte e Oito - O Passado Condena
Vinte e Nove - REDRUM
Trinta - Veritas Vos Liberabit
Trinta e Um - Plano de Fuga
Trinta e Dois - Luxúria
Trinta e Três - Preparação
Trinta e Quatro - Vai Dar Tudo Certo!
Trinta e Cinco - Um Sonho de Liberdade
Trinta e Seis - Scotland Yard
Trinta e Sete - Reencontro
Trinta e Oito - Vigilância Constante
Trinta e Nove - Corpo e Alma
Quarenta - Encontros e Desencontros
Quarenta e Um - Armadilha
Quarenta e Dois - Salvação?
Quarenta e Três - Tentativa e Erro
Quarenta e Quatro - O Infeliz Retorno
Quarenta e Cinco - Do Pó Vieste...
Epílogo
AUTO MERCHAN

Vinte e Cinco - O inferno converte-se em paraíso

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By andiiep

— Eu gostaria de ir agora, Sanders. — Melissa disse, guardando as mãos nos bolsos dos jalecos.

A voz soou baixa, porém muito segura.

— Dê um bom motivo, doutora, e eu abro a porta sem protestar. — Ele cruzou os braços, a expressão muito serena.

A doutora suspirou. Tinha milhões de bons motivos, a começar pelo fato de que se ficasse ali sozinha com ele por mais cinco minutos, não responderia mais por seus atos. E ela tinha que tentar, por sua dignidade, pelo que lhe restava de profissionalismo (um fiapo quase insignificante). Sua teimosia ou perserverança eram quase dignas de aplausos. Quase.

— Você não precisa mais de mim, já conversamos, pode ser transferido agora.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro bem devagar, pois Melissa deu a resposta errada. Não era um bom motivo. Porque ele não queria conversar, isso já estava muito bem estabelecido.

—A verdade é que não posso suportar a ideia de ser transferido daqui sem antes transar com você ali na minha cama. É um fetiche, desculpe.

Melissa grunhiu frustrada. E excitada. A sinceridade dele causou o efeito que pretendia, porque o poder de sedução de Sanders era inegavelmente eficaz.

— Como pode ser tão teimoso? Tenho tanta vontade de... Gritar com você!

— Só se for de prazer, doutora...

Sanders deixou um sorriso brincando maroto no canto de seus lábios. Seus olhos azuis reluziram na direção dos de Melissa com uma intensidade arrebatadora. Como se livrar da corrente de ferro bruto que a prendia, não tinha ideia. Seu estômago era tomado por um tufão produzido pelo bater de asas das mil borboletas que escolheram habitá-la. Era tão forte a ansiedade e excitação, depois daquela declaração, que sentia seu peito inflar de modo quase insuportável.

Algo grande, algo poderoso, algo irrefreável iniciava o domínio de seu corpo por inteiro. Não havia como impedir os efeitos de Corey Sanders em seu fraco e desprotegido organismo. Era difícil manter-se em pé, quando suas pernas anunciavam a conversão dos ossos e músculos em gelatina. E ainda assim, Melissa ainda encontrou forças para um último protesto, o de honra, aquele que devia ao seu orgulho já estraçalhado.

— Seria melhor me deixar em paz. Você não pode... Não vai conseguir mais nada de mim. Precisa colaborar comigo, precisa me deixar fazer meu trabalho. — disse e, decidida, deu os passos que a separavam da porta.

Foi impedida de chegar a seu destino, no entanto. Corey Sanders não a deixaria ir tão fácil, ele era bastante insistente. Principalmente porque sabia que Melissa era muito fraca quando se tratava dele.

Ela estava presa ali com ele. Literalmente. E a constatação a deixou mais propensa ao domínio da luxúria do que da razão sempre falha. Ao sentir as mãos fortes e ásperas dele tocarem sua cintura com autoridade, Melissa soltou um suspiro. Era o que faltava, o contato. Sua pele esquentou de imediato, formigando em cada mínima terminação nervosa possível. O frio na barriga voltou com força total. O coração não foi capaz de manter a regularidade das batidas, quando teve a brilhante ideia de levantar a cabeça e encontrar os olhos instigantes dele mais uma vez.

A erótica e sedenta ânsia que era peculiar a Corey Sanders estava ali, reluzindo em cada tom que deixava suas íris azuis. Ele sorriu de lado e levou os lábios ao ouvido de Melissa, para proferir com calma e excesso de malícia as palavras que havia preparado:

— Você quer apostar que vai sucumbir ao seu desejo, doutora, ou prefere se poupar da vergonha da derrota?

Melissa estremeceu, como vergonhosamente já previa, à medida em que as palavras dele iam fazendo eco em sua pele. Corey Sanders, por sua vez, sorriu contra seu pescoço, em plena satisfação.

— Foi o que eu pensei. — pronunciou mais uma vez, e forçou o corpo de Melissa a caminhar para trás, na direção de sua cama.

— Seria muito mais sensato se me largasse agora. — falou Melissa, sem qualquer convicção, porque seu corpo não protestou, deixou-se levar.

— Daqui a cinco minutos você vai pedir exatamente o contrário disso, doutora, e pode ser que eu fique tentado a não atender de imediato. — Corey Sanders sussurrou contra o rosto de Melissa, os lábios roçando em sua bochecha.

Melissa engoliu em seco mais uma vez. A proximidade era tão íntima, que poderia jurar ser capaz de enxergar cada um dos fantasmas que assombravam a sanidade de Corey Sanders.

Rapidamente, sem que ela pudesse dar-se conta, ele passou uma mão atrás de seus joelhos; a outra mão, apoiou com firmeza suas costas, e quando percebeu, ela era carregada na direção da cama de solteiro encostada junto à parede. No segundo seguinte, seu corpo era jogado sobre o colchão sem qualquer delicadeza. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração descompassada pelo susto. Corey Sanders riu maldosamente intencionado e não houve tempo para qualquer protesto por parte dela. Ele apoiou uma mão de cada lado da cabeça de Melissa, as pernas fizeram o mesmo com seus quadris, prendendo-os em um aperto de ferro. Então ele estava sobre ela.

De repente notou que estava em uma cama com Corey Sanders, ele por cima, como em seus devaneios mais eróticos já tinha desejado antes. Mais frio na barriga.

— É impossível eu ultrapassar o antiprofissionalismo mais do que isso. — gemeu, completamente frustrada com sua incapacidade de evitar que o pior – ou melhor – sempre acontecesse.

— Não, doutora, não pense nisso. Pense no prazer, pense no quanto gosta de me ter dentro de você, do quanto gosta do meu beijo... — ele sussurrou junto aos seus lábios.

Melissa soltou outro gemido de sofrimento.

— São as últimas coisas em que deveria pensar agora. — levou a mão à testa, praticamente desesperada.

Melissa já não era mais dona de seu corpo. O desejo por Corey Sanders é que era.

— Nós dois sabemos que, no final, você vai ceder e tentar fingir que não houve nada, e francamente, parei de me preocupar com isso! Eu só preciso ter você agora, aqui, e então a minha mente vai estar um pouco tranquila por hoje.

Melissa fechou os olhos e bufou irritada. Já não bastava o olhar arrebatador, ele tinha que se utilizar daquelas palavras que a deixavam sem qualquer tipo de resposta, fosse ela positiva ou negativa. Corey Sanders era algum tipo de carma, do qual Melissa não podia se livrar. Não conseguia se livrar. Não queria se livrar.

Quando abriu os olhos, tentou passar a ele toda sua irritação e frustração. Tudo que ganhou em troca com suas palavras ameaçadoras foi mais um sorriso daqueles que só ele sabia dar.

— Ainda estou considerando muito a ideia de gritar. Talvez agora para fazer Pete entrar e evitar que nós façamos mais essa besteira! Já que eu aparentemente não tenho a menor capacidade de evitar sozinha. Ou não quero, em um primeiro momento, evitar.

Corey Sanders deu de ombros, torcendo os lábios em indiferença.

— As paredes são revestidas... Nenhum barulho entra, nenhum barulho sai... Pode gritar o quanto quiser, doutora, mas eu sugiro que guarde sua voz e fôlego para gritar meu nome quando eu levá-la ao céu.

E foi assim, com essas exatas palavras, que Corey Sanders venceu a resistência de Melissa. Não via mais razão para lutar quando tão tentadora proposta era oferecida. Qual o propósito de fingir não sentir algo que praticamente rasgava seu peito de tão forte e intenso?

Os músculos de Melissa doíam pela relutância, então ela os relaxou, deitando a cabeça contra o travesseiro com cheiro de Corey Sanders. Sua expressão também suavisou-se, de modo que ele percebeu, de imediato, que tinha vencido mais aquela batalha. Sanders sorriu satisfeito.

— Que bom que finalmente conseguimos nos entender, doutora.

Ela sabia o que ele queria fazer, já conhecia os joguinhos dele. Mas não estava com paciência, não agora que tinha estabelecido que transar com ele mais uma vez seria a melhor ideia de todas, não a pior e mais abominável delas. A torcida ficava por conta da sorte de ninguém entrar ali enquanto não chegavam aonde queriam.

— Você vai ficar de papo furado ou fazer logo o que você se propôs a fazer? – Melissa adotou um tom rude e provocativo. — Não comece o que não pode terminar, Sanders. – completou.

Sanders riu em ironia e diversão. Balançando a cabeça de um lado a outro, finalmente libertou as mãos de Melissa. Em seguida, suas mãos foram caminhar com lentidão pelos braços dela, chegando ao seu colo, onde pararam.

— De onde veio essa Melissa Parker dominadora? — ele pendeu a cabeça levemente para o lado, e falou na calma provocatiav que já havia deixado Melissa impaciente. Seus dedos brincavam com a pele sensível do colo dela, desenhando círculos por onde passava. — Quer saber? — então ele continuou, ao perceber o franzir de testa dela — Eu adoro mulheres que sabem o que querem... Mas hoje... — seus dedos movimentaram-se sem pressa na direção dos botões que fechavam o jaleco branco de Melissa — O controle é meu. — disse, e quando o fez, puxou com força e sem cerimônia cada uma das partes do jaleco para um lado, de modo que seus botões arrebentaram e perderam-se pelo chão de pedra.

— Sanders! — Melissa ralhou, após assimilar o que ele havia feito. — Você acabou de estragar o meu jaleco!

— Olha a minha cara de quem se importa... — ele sorriu de lado, antes de levar os lábios para roçarem provocativos no pescoço dela.

— Pois deveria se importar! — Melissa agarrou-lhe pelos ombros e tentou afastá-lo. Não teve forças, obviamente. — Eu só tenho um! Como vou explicar o fato de que, de repente, ele partiu ao meio?

— Mas esse, doutora... — Sanders pôs-se a encará-la novamente. O brilho insano de luxúria transbordando pelos olhos azuis — Realmente... — e então suas mãos foram para a gola em 'V' da blusa branca de malha que usava — Não é problema meu. — então puxou com força a peça de roupa, do mesmo modo que havia feito com o jaleco.

Em segundos, a blusa de Melissa estava ao chão, em frangalhos.

Dessa vez, nem conseguiu exprimir em palavras sua indignação. Limitou-se a arregalar os olhos e deixar a boca escancarar.

Corey Sanders soltou uma risadinha baixa de escárnio, dando de ombros como quem diz 'ops!'. Em seguida, passou a encarar Melissa daquela maneira intensa que sempre anunciava um de seus maravilhosos e viciantes beijos.

Os dedos fortes de Corey Sanders entrelaçaram nos fios de cabelo bagunçados de Melissa sobre o travesseiro. Seu rosto aproximava-se em uma lentidão torturante do dela. Melissa podia sentir a aproximação pelo perfume amadeirado que a cada centímetro tomava suas narinas para si. O fogo ardente da pele de Corey Sanders passava para a dela, já à mínima distância. A boca de Melissa pedia seca pela dele.

Melissa atreveu-se a levantar a cabeça na direção de Corey Sanders, apenas para ser impedida pelo olhar repreensor de diversão que ele lançou.

— Eu disse que quando você quisesse, eu não ia dar assim tão facilmente. — sussurrou em seu ouvido.

O arrepio provocado por seu hálito quente foi esperado, e ainda assim arrebatador.

Melissa prendeu a respiração, enquanto sentia o roçar dos lábios de algodão de Corey Sanders na pele de seu pescoço. A textura macia que corria com delicadeza, para depois então deixar que sua saliva marcasse por onde passava o ato. Ele finalizou o gesto com uma mordida, que fez seus dentes arranharem os poros de Melissa já eriçados, totalmente perdidos em arrepios.

Melissa prendeu a respiração, tentada a não suspirar alto demais, para não demonstrar o quanto ele a agradava ao fazer aquilo. Seu orgulho dizia-lhe que não deveria demonstrar o quão deleitada em prazer ficava ao mínimo toque do perigoso homem que a dominava entre seus braços fortes e tatuados.

— Eu não aconselharia se reprimir desse jeito, doutora. — Corey Sanders dizia, enquanto distribuía os beijos pela região de sua garganta, passeando a língua sedenta por todo o espaço de pele que conseguia alcançar.

— Cala a boca, Sanders! — Melissa resmungou, levando uma das mãos aos cabelos dele e puxando seu rosto na direção do dela.

— Já disse que o comando hoje é meu. — ele pegou a mão rebelde de Melissa e voltou a prendê-la juntamente com a outra sobre sua cabeça.

Melissa acompanhou assustada e extremamente excitada o olhar insinuante dele ir dos seus acinzentados, para o chão. Não soube o que ele encontrou por ali, porém o sorriso sádico que pintou seus lábios no segundo seguinte, arrepiou-a dos pés à cabeça. Corey Sanders buscou o que Melissa reconheceu ser os restos de sua blusa de malha favorita e viu-o juntar suas mãos na cabeceira da cama, sem protestar de qualquer forma. Os pulsos, em pouco tempo, estavam firmemente amarrados à velha cabeceira de ferro negro. E tudo o que ela conseguia fazer era buscar o olhar insano dele com o seu.

— Já que você não quer se comportar...

— É mais um dos seus fetiches? — Melissa sorriu, tremendo dos pés à cabeça, mas tentando manter a voz a um nível digno.

—Até hoje, meu maior fetiche era ver você deitada na minha cama enquanto eu a possuía, mas a ideia de vê-la amarrada à minha cama enquanto eu a possuo, me parece muito mais excitante. Não sei como não pensei nisso antes?

— Isso mostra que você não é tão insano quanto dizem ser...

— Vamos ver o quão insana eu posso deixá-la, doutora? — ele piscou e Melissa mordeu os lábios em uma força além do recomendado.

A ansiedade a essa altura a consumia por dentro como o fogo consome a cera de uma vela.

Lenta e tortuosamente.

Chegava a doer o quanto desejava começar aquilo tudo de uma vez. Mas Corey Sanders não parecia ter pressa, e limitou-se a roçar os lábios com hálito de menta contra os dela calmamente. Seus superiores nos inferiores dela, os superiores dela em seus inferiores. E então sua língua foi fazer esse mesmo trabalho, abandonando a boca já entreaberta de Melissa, quando ela tentou avançar. Corey Sanders jogou um sorrisinho sonoro e maldoso no ar.

Os beijos, em seguida, foram distribuídos para o queixo de Melissa, que ele mordeu levemente. O pescoço veio logo a seguir, então para o colo, e quando sua boca molhada e quente atingiu os seios ainda cobertos pelo sutiã dela, ele lançou-lhe um olhar safado combinado com um sorriso que ultrapassava os limites da safadeza. Melissa engoliu em seco e acompanhou de olhos cerrados e atentos o movimento vagaroso da mão de Corey Sanders na direção de seu sutiã. Ele não desgrudava os olhos dela nem um segundo sequer. Transpassava com precisão o quão sedento, desejoso, excitado estava. E consequentemente, deixava Melissa da mesma forma.

— Quer fazer o favor de não rasgar pelo menos meu sutiã? — Melissa pediu, quando os dedos dele tocaram a parte descoberta de seu seio.

O formigamento na pele foi imediato.

— Será que eu vou ter que amordaça-la com ele, doutora? — Sanders ameaçou, com um tom divertido dominando o timbre rouco que sua voz adotou.

Ela estremeceu, enloquecida com a possibilidade.

— Contanto que não o rasgue...

— Vou ser bonzinho com você dessa vez, doutora. Eu quero ouvi-la chamar meu nome... — Sanders deixou que um de seus dedos se infiltrassem na renda rosa do sutiã, depois o outro, e outro. E então eles encontraram o mamilo de Melissa com delicadeza. — Você fica incrivelmente sexy de rosa, por isso não garanto nada quanto à calcinha. Ela simplesmente me pede para ser arrancada à força. Ou com os dentes, talvez... — ele soprou, quando sua boca foi beijar o seio esquerdo de Melissa, o que ele não tocava com delicadeza com a mão.

Corey Sanders tinha o olhar de puro desejo. Antes que a peça de renda fosse parar ao lado dos restos da vestimenta de Melissa, os lábios dele já tomavam-na com vigor e calma, ao mesmo tempo.

Ele a beijou com devoção, toda a carne dos seios, como se fossem a maior maravilha que tivesse encontrado em vida. A língua brincava com leveza e destreza admiráveis. As mãos passeavam pelo corpo de Melissa: a barriga, o outro seio, o pescoço, e então faziam o caminho reverso. Os olhos nunca, jamais, deixavam os dela. E esse pequeno, mas significativo gesto, deixava-a fervendo por dentro, excitada como jamais antes esteve em toda a sua vida. O fato de que suas mãos estavam inutilizadas, presas à cabeceira, era um afrodisíaco a mais para toda aquela maluca situação.

Se dissessem a Melissa, alguns meses antes, que estaria amarrada à cama de um assassino condenado a um manicômio judiciário, não acreditaria. A vida, contudo, é estranha e nos levas a estranhos lugares por mais ainda estranhos caminhos. E ali estava ela, naquela estranha vida, com um louco estranho, tendo a mais estranhamente prazerosa experiência de sua vida.

Os lábios de Corey Sanders, em sua abençoada habilidade, foram de um seio a outro, beijando-a na mesma devoção de antes. Sua língua envolvia o mamilo rosado de Melissa, deixando-o arrepiado a cada carícia, enrijecendo-o ao ser agraciado por sua saliva quente. A mão tomava o outro seio entre os dedos, apertando-os em uma força prazerosa, arranhando-o com as pequenas unhas.

Os beijos de Corey Sanders foram então acariciar a barriga de Melissa. A língua passeava lentamente por cada centímetro de pele. O olhar sempre sobre o dela. Melissa não tinha ideia de como ainda era capaz de mantê-los abertos. Porém, fechá-los significaria perder a visão de Corey Sanders levando-a ao paraíso. Isso ela não se perdoaria jamais por deixar escapar.

Corey Sanders mordiscou a pele ao redor do umbigo de Melissa, sorrindo entre o gesto, e então levou as mãos ao fecho da calça jeans que ela vestia. Os sapatos já haviam tomado o caminho do chão à essa altura. Corey Sanders abriu o botão e o zíper da calça dela, e Melissa agradeceu por essa ele não ser capaz de rasgar em duas.

Ele desceu a calça pelas pernas de Melissa lentamente, jogando-a por cima dos ombros. E fez o caminho de volta beijando sua perna, as coxas, chegando à virilha. O estômago de Melissa deu milhares de voltas de excitação quando ele sorriu maldosamente e levou os dentes brancos que se mostravam à tira de renda de sua calcinha. Ela sorriu também, balançando a cabeça em negação, não acreditando na cena que se realizava bem à sua frente. Enquanto o dente baixava um lado da calcinha, seus dedos ágeis baixavam o outro, e assim ele fez até que a peça passou por seus pés e foi descartada juntamente com o restante de suas peças de roupa.

O fato de estar completamente nua enquanto Corey Sanders ainda estava completamente vestido seria um problema se, no segundo seguinte, ele não tivesse baixado sua cabeça na direção da virilha de Melissa, deixando que sua língua brincasse sobre a pele macia dela. Um movimento involuntário contraiu a barriga da doutora, o que pareceu chamar Corey Sanders a provocá-la ainda mais, antes de finalmente fazer o que queria.

A língua dele trilhou um caminho quente e molhado por todo o interior da perna de Melissa. Foi dos tornozelos, ao interior do joelho e da coxa, parando muito próximo ao ponto em que ela estava ansiosa para que ele chegasse. Um suspiro longo e sofrido escapava dos lábios de Melissa toda vez que Corey Sanders não acabava logo com a tortura. Não, Corey Sanders parecia achar que ela ainda precisava sofrer mais um pouco. A mesma sequência de carícias quentes e molhadas foi feita em sua outra perna, enquanto ele não deixava de olhá-la um segundo sequer. O olhar torturado e sofrido, quase suplicante, que recebia de volta, era naturalmente sustentado por Melissa, que sentia o sangue correr fervendo pelas frágeis veias.

Um sorriso meio sádico escapou por entre os lábios de Corey Sanders, antes que os levasse na direção da virilha dela. Melissa fechou os olhos apertados e agarrou a cabeceira da cama com tanta força, que os nós dos dedos tornaram-se brancos e a palma da mão doeu. Corey Sanders lambeu com uma lentidão notável sua virilha, de um lado a outro. Então, enquanto suas mãos faziam um caminho tortuoso pela parte interna das coxas de Melissa, pressionando-as sem qualquer piedade, deixou que a língua finalmente chegasse ao lugar de seu destino. Deslizou-a por toda a intimidade dela já devidamente estimulada, de uma extremidade à outra, com força e leveza ao mesmo tempo.

O brilho de satisfação que faiscou das íris azuis de Corey Sanders ao ouvir o gemido longo e naturalmente rouco que escapou pela garganta de Melissa, deixou-a mais perdida do que nunca. Ele sorriu, levantando a cabeça, somente para enxergá-la com a própria cabeça recostada precariamente no ferro negro da cama. Melissa arqueou uma sobrancelha e sorriu transtornada, como se o incentivasse a continuar. Corey Sanders, para o agrado de Melissa, acatou imediatamente ao seu pedido mudo, voltando a passear a língua precisa e quente por toda aquela extensão molhada. Ele fazia uma pressão maior quando chegava ao ponto de prazer dela.

Uma das mãos de Corey Sanders deixou de explorar as coxas de Melissa e subiu lentamente por aquele pedaço de pele macio. Atingiu o baixo ventre dela, e então a barriga, chegando finalmente ao se*o eriçado e totalmente tomado por arrepios que se destacavam entre seus dedos. A língua dele, que Melissa abençoava naquele instante, ainda continuava seu trabalho lento, torturante, e a mão massageava no mesmo ritmo a rigidez de seus mam*los.

Melissa suspirava pesado constantemente, vez ou outra não conseguindo conter um gemido mais audível. Sua barriga contraía em leves espasmos enquanto ela retorcia o corpo ritmadamente, bagunçando os lençóis sob si. Seu quadril passou a mexer de um lado a outro, acompanhando a língua dele. Corey Sanders sugou com destreza seus grandes lábios e arrancou de Melissa um gemido abafado pelos lábios que a tempo mordeu. Então a língua de Corey Sanders passou a proporcionar-lhe movimentos mais rápidos e ritmados no ponto que a levaria ao céu.

Melissa contraía-se em espasmos de cada vez maior prazer. Seu coração batia em um ritmo cada vez mais acelerado sob os dedos dele que apertavam seus sei*s. Sua pele era tomada por uma coloração avermelhada e por uma camada fina de suor. Seus olhos cerrados em satisfação encaravam Corey Sanders com a mesma intensidade que ele a encarava. Seus lábios ficavam presos entre seus dentes, enquanto ela tentava conter gemidos que agora eram inevitáveis. A respiração que saía pesada através de lufadas de ar parecia ser um estimulante poderoso, tendo em vista o vigor com que Corey Sanders empenhava em sua tarefa.

Melissa não era capaz de se sentir presa pela gravidade à Terra. Ela levitava. E a língua dele continuava na precisão de movimentos rápidos, acariciando em sua constância incansável o órgão inchado e rígido dela. A umidade começava a aumentar entre suas pernas e Melissa tinha plena consciência da proximidade de seu ápice. Não pôde evitar pronunciar o nome dele em um sussurro lento e totalmente sensual no momento em que o sentiu introduzir o dedo indicador em sua intimidade.

Ele sorriu absolutamente extasiado outra vez, enquanto com a língua estimulava o clitóris de Melissa e o dedo perdia-se no calor do interior úmido e fervente dela. Pela testa franzida de Corey Sanders escorria uma linha insistente de suor, e pelo interior de Melissa, um frio prazeroso brincou sem piedade.

Então, por fim, quando o corpo dela começou a sofrer maiores espasmos involuntários, sua mão quase arrancou um dos ferros que formava a cabeceira à qual estava agarrada, tamanha a força que empregou em seus dedos. Seu coração batia acelerado pelos dedos que não deixaram de acariciar seus seios em momento algum, pelos dedos que invadiam seu interior e saíam em uma velocidade além do recomendável à manutenção de sua sanidade.

Corey Sanders sugou com firmeza sua pele de veludo, mordiscando carinhosamente o ponto de prazer. E então foi aí que Melissa finalmente explodiu, seus músculos se enrijeceram, sua garganta gemeu inconscientemente e seu lindo e delicado rosto contorceu prazerosamente enquanto seus olhos fechavam apertados, para logo depois abrirem em um brilho perdido de satisfação. E ela sorriu, enquanto Corey Sanders lambia pela última vez sua intimidade impregnada de seu gosto doce.

O coração batia forte e rápido, como se tivesse corrido uma maratona, mas o corpo não estava cansado. Muito pelo contrário, estava leve como uma pena, satisfeito, completo.

— Eu realmente espero que na próxima meu nome saia um pouco mais alto... — Sanders disse após um curto espaço de tempo em que ambos ficaram se encarando, encantados demais pelo momento para agirem.

— Se dê por satisfeito que ele tenha escapado! Não vai acontecer de novo! — Melissa resmungou em resposta.

Corey Sanders, como esperado, sorriu na maior das ironias, enquanto retirava a camiseta preta que marcava com perigosa precisão seus músculos.

— Isso é o que nós veremos, doutora. — respondeu, e acompanhou com um brilho divertido no olhar o dela caminhar diretamente na direção de seu tronco nu.

Melissa engoliu em seco e desviou o olhar para o teto quando percebeu que ele a observava. Sanders então saiu de cima da doutora e parou em pé ao lado da cama, apenas para retirar sua calça jeans e a boxer branca que mostrava o poder da ereçã* que já carregava no meio das pernas. Dessa vez, Melissa não teve como desviar o olhar e nem se deu ao trabalho de corar quando foi pega no flagra mais uma vez. Seus olhos passaram por cada músculo que saltava no abdômen dele, e por cada figura que as tatuagens formavam em sua pele. Porém foi interrompida em sua observação, porque, logo em seguida, com calma, para não depositar seu peso, ele voltou a postar-se sobre ela.

Com as duas mãos, Corey Sanders agarrou as coxas de Melissa e puxou seu corpo na direção do dele. Sorriu maliciosamente por um instante, analisando a súplica silenciosa que emanava do olhar dela. Melissa retorcia as mãos presas contra a cabeceira da cama, desejando que elas fossem livres para que pudesse acabar com aquela distância torturante de uma vez por todas.

Ele não a invadiu de imediato. Abriu suas pernas com as mãos autoritárias, aproximou seu membro da entrada pulsante de Melissa, e fez o que ela menos esperava naquele momento. Levou seu rosto na direção do dela, roçou a ponta de seus narizes como se estivessem em um momento carinhoso de intimidade. O hálito quente dele bateu em seus lábios, e Melissa não evitou o movimento dos músculos que fecharam seus olhos lentamente, deleitando-se com a proximidade. Quando seus lábios roçaram, Melissa sorriu, e mesmo de olhos fechados, soube que ele também o fez. Corey Sanders deu-lhe um selinho e, quando sua língua pediu passagem para o beijo que ela tanto esperava, invadiu-lhe completamente.

O movimentar habilidoso dos lábios de Corey Sanders nos seus a impediu de gemer profundamente quando sentiu o membro dele adentrar-lhe com força e agilidade. Seu corpo, entretanto, reagiu ensandecido. O coração disparou como se fosse rasgar seu peito, o sangue ferveu e Melissa sentiu-se quente como jamais esteve, como se fosse seu próprio sol. Não tinha tempo de respirar com o beijo que recebia, e talvez nem se lembrasse de fazê-lo ou como fazê-lo. Tudo o que tinha noção naquele segundo era o toque da língua de Corey Sanders na sua e do entrar e sair de sua intimidade na sua. Sua percepção tornou-se mais aguçada do que o normal, sua cabeça estava em estado de puro êxtase. Suas mãos remexiam ainda presas pela malha, que agora começava a afrouxar pela força que recebia.

Os dedos atrevidos de Corey Sanders percorriam todas as partes possíveis do corpo de Melissa, agarrando-lhe com força os seios vez ou outra. Quando foram ao seu cabelo, puxando-o naquela força que ela julgava estranhamente prazerosa, Melissa abriu os olhos, sem achar que seria capaz de se perdoar se perdesse a expressão de satisfação que dominava cada mínimo traço do rosto dele.

Corey Sanders sugou seu lábio longamente, acariciando-o entre os seus, e sorriu num misto de malícia e a mesma encantada satisfação que ela mesma cultivava naquele instante. As testas estavam, no segundo seguinte, grudadas, envoltas pelo suor quente que emanava da pele em chamas, exalando com precisão o aroma da luxúria, os hormônios literalmente à flor da pele. As pontas dos narizes roçavam vez ou outra, em um carinhoso beijo de esquimó não planejado. O contato visual era de uma tal intensidade que, poderia o mundo desabar do lado de fora, e a troca do brilho libidinoso e sexual não seria interrompida.

Os cotovelos de Corey Sanders apoiaram-se no colchão coberto pelos lençóis já inevitavelmente molhados. As mãos passaram a fazer um carinho relaxante pelos cabelos completamente bagunçados dela. Entre suas pernas, Melissa sentia o movimento ritmado e preciso do membro grosso e rígido dele. Era rápido, forte, beirando o desespero, e tudo o que ela queria era mais. Mais dele, mais de sua pele áspera contra a sua delicada, mais de sua masculinidade em sua feminilidade. Melissa queria todas as partes de Corey Sanders fundindo-se com as dela, porque isso era uma necessidade. Era como o ar para respirar, a água para matar a sede, a comida para matar a fome. Sem Corey Sanders não haveria vida, sem Corey Sanders não haveria razão para a vida.

Sanders então retirou uma das mãos que se embrenhavam no cabelo de Melissa, passando-a pelos seios fartos e empinados de mamilos rígidos, deslizando o tato pela delicada pele de seu tronco e barriga, para logo em seguida fazer o caminho inverso. Seus quadris jamais deixavam de se chocar, suas intimidades jamais deixavam de se tocar, seus olhos jamais deixavam de se encarar, demonstrando naquele gesto invasivo a satisfação que a luxúria e perigo do momento poderiam proporcionar.

A cada estocada, ele lançava seu fôlego quente e excitante nos lábios automaticamente abertos de Melissa, que buscavam em desespero por oxigênio. Ele entrava e soltava o ar. Ele saía, e puxava o ar com todas as forças que seu pulmão cansado permitia. A sincronia entre seus movimentos precisos e seus suspiros pesados era a exata descrição da perfeição. Haviam nascido para aquilo.

Melissa, vez ou outra, tentava conter um gemido mais audível que teimava em escapar, resultado de uma investida mais forte e profunda por parte de Corey Sanders. Seus lábios inchados, entreabertos, deixavam escapar o ar que vinha em lufadas descompassadas de seu pulmão. No entanto, era inevitável que sua voz levemente rouca deixasse de expressar a satisfação e prazer que a levava aos céus naquele momento. E toda vez que ela, sem querer, gemia, um brilho devasso perpassava os olhos azuis de Corey Sanders, levando-o à loucura de aumentar a velocidade dos movimentos, para logo depois tortuosamente diminuí-los outra vez.

Melissa quase delirava em um pedido abafado por mais, sentindo o arrepio na espinha e queimação em seu baixo ventre intensificarem gradativamente, na exata medida da provocação de Corey. Ela mordeu o ombro dele com força quando ele parou os movimentos de repente. Quis protestar, quis xingá-lo, quis esmurrá-lo, quis fazer qualquer coisa que o obrigasse a voltar com os movimentos que a conduziam ao prazer verdadeiro. Porém, o êxito buscado não foi obtido. Sanders riu maldosamente e então retirou-se de dentro dela. Melissa soube que seu olhar de desespero e desentendimento era a própria expressão de uma caricatura.

—Você ainda não gritou meu nome, doutora. — foi o que ele disse, enquanto a puxava pelos braços, depois de desamarrá-la, fazendo-a levantar-se do colchão e ajoelhar-se. Então, girou o corpo dela até que ficasse de costas.

Ela prendeu a respiração, completamente ciente do que ele pretendia. De repente viu-se nervosa, mas também ansiosa. Ele afastou as pernas dela mais uma vez e, antes de adentrá-la, agora por trás, brincou por um tempo com seu membro pulsante em sua entrada que gritava por tê-lo novamente.

— Eu não vou me dar por satisfeito até que grite com todas as letras. – Sanders sussurrou em seu ouvido, mordendo o lóbulo em seguida, e, de novo, sem aviso prévio, invadiu-a.

Dessa vez não foi com força, não foi com avidez. Foi lentamente. Melissa podia sentir cada centímetro do membro dele ser abraçado por seu interior e a sensação ia além do extasiante. Seu rosto era cada vez mais pressionado contra a parede fria, enquanto Corey Sanders investia, aumentando o ritmo. Uma de suas mãos acariciava seus sei*s, indo de um a outro, tomando-os sem qualquer pudor, como se a ele pertencessem. E a julgar pelo estado de entrega em que Melissa encontrava-se, talvez pudesse dizer que todo seu corpo pertencia a ele. Principalmente se a cada toque ele a levasse mais perto da entrada do tão sonhado paraíso.

A outra mão de Corey Sanders agarrava seu rosto sem muita delicadeza, e tal modo rude de agir deixava-a mais do que estimulada. Então o dedo indicador dele adentrou sua boca, calando os gemidos sôfregos e ininterruptos. Melissa sugou o dedo com força, estimulada pela respiração forte e descompassada que ele soltava em seu ouvido, vez ou outra deixando que um mínimo de seu timbre rouco reverberasse pelas paredes. Quando Corey Sanders tirou o dedo da boca de Melissa, levou-o diretamente a sua intimidade, e passou a estimular seu clitór*s com força e no mesmo ritmo agora alucinado em que investia sua penetração*. Seus quadris chocavam-se, as peles banhadas em suor e luxúria provocavam o ruído que era a exata expressão do ato que ali se consumava. Estavam conectados, como um só, como duas almas que se completavam, duas almas que foram feitas para se completarem.

O pecado da carne nunca pareceu tão certo a Melissa quanto parecia naquele momento. Se pudesse, não deixaria Corey Sanders ir nunca mais. E tais pensamentos, que em outros momentos julgaria insanos, multiplicavam-se em sua cabeça, enquanto o membro dele continuava o trabalho de trazer o extremo do prazer. Os dedos de Corey Sanders em seu clitór*s eram o estímulo a mais que precisava para chegar ao segundo orgasmo do dia e gritar, de uma vez por todas, o nome dele. Não demorou muito a acontecer o que Corey Sanders tanto queria.

Ele foi beijar o pescoço dela, roçando seus lábios, passeando sua língua quente, e Melissa arrepiou dos pés à cabeça. Ele apertava seus mamil*s na força precisa e sua visão ficava turva e perdida. Estava perdendo o controle sobre os músculos de seu corpo, que passavam a se movimentar em espasmos involuntários. O crescer da ansiedade junto com o característico frio na barriga anunciava a proximidade do ápice. E quando ele chegou, sua garganta gemeu mais alto do que planejava e um 'Sanders' tomado de satisfação escapou por seus lábios, sem que ela nem ao menos se desse conta.

Uma risada maldosa, maliciosa, irônica e, acima de tudo, vitoriosa, reverberou bem pertinho do ouvido de Melissa. A sensação do corpo sendo tomado por choques elétricos prolongou-se por mais alguns segundos, enquanto Corey Sanders dava as últimas estocadas e finalmente chegava ao ápice também.

E então o silêncio tomou o aposento para si. Era sepulcral. Tudo o que se ouvia eram as respirações fora de compasso dos dois corpos ainda em processo de recuperação. Ambos mantinham os olhos fechados com força.

Ao sentir o beijo calmo e demorado de Corey Sanders em suas costas suadas, Melissa sorriuNão pensou duas vezes antes de deixar seu corpo mole cair de bruços sobre o colchão. O de Corey Sanders veio se deitar ao seu lado, e Melissa não viu maneira de fugir do braço dele, que envolveu com doçura sua cintura e a puxou para mais perto. Não queria fugir. Queria que sua pele formigasse quente por mais um tempo. O pouco tempo que tinha com ele.

Sua cabeça descansava no travesseiro impregnado do cheiro de Corey Sanders e dificultava a organização de seus pensamentos. A respiração quente dele em seu pescoço não ajudava em nada. Era difícil ficar próxima de Corey Sanders e não perder o controle dos atos.

Por cinco minutos, o silêncio absoluto predominou mais uma vez no aposento. Nenhum dos dois ousava se manifestar. Apenas sentiam o toque de suas peles, os olhos fechados, como se pudessem prolongar aquele momento para todo o sempre. Não era possível, entretanto, e Melissa foi a primeira a ser atraída de volta à realidade do St. Marcus Institute. Estava trancada na cela de um prisioneiro do helvete há tempo demais para não parecer suspeito. Duvidada que Pete, provavelmente combinado desde o início com Corey Sanders, fosse dizer alguma coisa, mas era sempre melhor prevenir do que remediar.

— Pode começar a pensar na desculpa que eu vou dar se alguém me pegar com as roupas todas rasgadas antes que eu chegue ao meu quarto. — foi o que Melissa disse, enquanto levantava lentamente e começava a buscar suas roupas espalhadas.

Corey Sanders sorria de lado como sempre, e, enrolado em seu lençol branco, observava, particularmente interessado, a Melissa nua que rodeava seu quarto e se abaixava quando ia buscar uma peça de roupa.

— Nada a impede de dizer a verdade.

— Eu não vou nem começar a discutir com você sobre isso, Sanders. Perda de tempo.

— Você é quem sabe... — ele deu de ombros — Torça para não ser notada, então...

Melissa não respondeu. De repente a atitude dele a tirou do sério. Vestiu suas roupas (ou o que restavam delas) e fechou o jaleco ao cruzar os braços por cima dele.

— Eu só quero deixar bem claro que... — Melissa apontou o dedo na direção dele. E foi interrompida.

— Que o quê, doutora? Que isso nunca mais vai acontecer? Que nunca mais quer me ver? Que vai me transferir de médico? –— Corey Sanders riu e balançou a cabeça em negação — Não acredito que tenha coragem de fazer nenhuma dessas coisas, então eu fico satisfeito com apenas um 'obrigada' e até a próxima!

Melissa não soube o que responder, como na maioria das vezes. Apenas bufou indignada e, alcançando a porta de ferro negro, bateu nela repetidas vezes, quase desesperadas. O barulho da tranca destravando fez seu coração se acalmar finalmente e sem olhar para trás, deixou o Corey Sanders que sorria sarcástico e brincava com um pedaço de sua blusa de malha para trás.


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