Querido Vizinho

De jgukthv

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Depois de tomar um pé na bunda, a última coisa que eu precisava era me tornar vizinho de alguém que me lembra... Mai multe

Prólogo
AUDIÇÃO SUPERSÔNICA
LATIDOS E ORGASMO
BURACO NA PAREDE
VOCÊ ME DEIXA DOIDO DE BACON
BOTANDO FOGO NA CASA
O JOGO DA PAQUERA
MUDE A HISTÓRIA
LUZES DE SEXTA À NOITE
CAIXA DE PANDORA
EX E OHS
TRETA DE BÊBADO
AI, MANO
BEM FERRADO
SEGUIR EM FRENTE
STALKER
CORAÇÃO PARTIDO
NO CHÃO
BANHEIROS E CASAS NA ÁRVORE
EMBAIXO DO PARAÍSO
LE NOMBRIL
JURAS NÃO INTENCIONAIS
O LUTADOR
PLANO DE DEUS
PINGO NO I
EPÍLOGO

COBERTURA

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De jgukthv

Jungkook e eu vivemos em uma negação repleta de sexo por um bom tempo. Isso terminou em uma noite quando um jantar agitado na casa dos meus pais em Sausalito nos levou de volta à realidade.

Meus pais não ficaram surpresos quando disse a eles que Jungkook e eu estávamos juntos. Aparentemente, depois do final confuso do dia da mudança, eles suspeitaram de que não era o fim da nossa história. Contei a eles tudo que havia acontecido desde então, e os dois receberam Jungkook de braços abertos.

Minha irmã Jiyoon e seu marido, Micah, também estavam no jantar naquela noite. Em um momento durante a sobremesa, Micah bateu o garfo no copo e pediu a atenção de todos à mesa.

Jiyoon pigarreou e olhou diretamente para mim.

— Então, temos um anúncio especial.

Meu queixo caiu porque tive a sensação de que sabia o que estava por vir.

— Vamos ter um bebê! — Micah gritou alegre enquanto afagava as costas da minha irmã.

Incapaz de conter as lágrimas, me levantei imediatamente para abraçá-los. Aquilo era imenso. Ela era a primeira de nós a ter um filho e eu seria tio. Visões de pernas gordas, barulhinhos fofos e grandes sorrisos banguelas passaram pela minha cabeça. Eu estava muito emocionado por eles, por todos nós. Mesmo assim, fiquei surpreso por chorar com tanta facilidade por causa da notícia. Era mais comovente do que eu imaginava.

— Estou muito feliz por você, Jiyoon. Eu te amo muito. Sei que vai ser a melhor mãe do mundo.

Meus pais e eu nos revezamos abraçando Jiyoon e Micah. Todos começaram a sugerir nomes de bebês. Minha irmã ligou para Hyuna para que pudéssemos todos conversar pelo FaceTime. Hyuna também começou a chorar ao ouvir a notícia.

Eu estava tão envolvido com toda aquela animação que nem tinha notado a cadeira vazia.

Jungkook havia desaparecido. No começo não pensei muito nisso, mas, a cada minuto que passava, sua ausência se tornava cada vez mais desconcertante.

Depois de confirmar que ele não estava no banheiro, fui até o fundo da casa e o encontrei sozinho no quintal. O tempo era frio e chuvoso, não era uma boa noite para ficar lá fora. Aquilo era estranho.

— Jungkook? Tudo bem?

Ele se virou sério.

— Sim.

Em poucos minutos, meu humor foi da felicidade ao pânico.

— O que está fazendo aqui fora? — Ele não respondeu, e eu disse: — Você está me assustando.

A lembrança do surpreendente rompimento com Elec nunca esteve muito longe. Por mais que eu soubesse que Jungkook realmente gostava de mim, minhas experiências me condicionaram a esperar que algo desse errado sempre que tudo parecia perfeito.

— Precisamos sair daqui e conversar em particular.

Engoli o nó na garganta e assenti.

— Ok. Vamos, então.

Nervoso, entrei para pegar a bolsa e o casaco e me despedi dos meus familiares enquanto Jungkook esperava do lado de fora, na caminhonete. Inventei uma história sobre ele estar com um mal-estar estomacal, quando, na verdade, era o meu estômago que estava embrulhado.

Jungkook dirigiu pela ponte Golden Gate, e eu, sentado no banco do passageiro, olhava para as gotas de chuva na janela. Nauseado, virei e estudei sua expressão. Ele parecia perturbado e mantinha os olhos na estrada. Eu não tinha certeza para onde ele estava indo, até que finalmente reconheci o caminho para o nosso bairro.

O apartamento estava silencioso, já que os Dois Ds estavam com Jenna.

Jungkook apoiou as duas mãos na bancada da cozinha.

— Desculpa se te assustei, mas acho que essa conversa não podia ser adiada por mais tempo.

O peito dele arfava. Eu me preocupava sempre que Jungkook ficava estressado, agora que sabia sobre seu coração. Só queria que ele se acalmasse.

— O que aconteceu?

Ele soltou um longo suspiro.

— Quando vi como você reagiu à notícia da sua irmã, eu me dei conta de quanta coisa você pode perder por estar comigo.

— Como assim?

Depois de uma pausa aparentemente interminável, ele disse:

— Eu não posso ter filhos, Taehyung.

O quê?

— O que você quer dizer?

— Quero dizer que tenho capacidade física para tê-los, mas não posso, em sã consciência, ter um filho sabendo que há uma chance de cinquenta por cento de transmitir meu defeito cardíaco. — Ele repetiu: — Cinquenta por cento. Seria egoísta e, se eu ignorasse essa chance e alguma coisa acontecesse com meu filho, eu nunca poderia me perdoar.

Embora eu tenha lido sobre as probabilidades, nunca considerei que ele poderia não querer correr o risco. Ouvi-lo admitir o que sentia era decepcionante e desolador.

Quando fiquei em silêncio, ele continuou:

— Nós nunca discutimos isso antes e realmente deveríamos. Foi uma razão importante pela qual tentei evitar me envolver com você. Quando eu dizia que nunca quis ter filhos, era sério. Você só não sabia por quê.

O casulo de segurança da negação que eu havia construído mentalmente nas últimas semanas começava a se desfazer. Isso era desolador, mas eu não conseguia imaginar a vida sem ele. Agora não. Não mais.

Eu não sabia como expressar meus sentimentos, não encontrava as palavras.

— Desculpa — ele sussurrou.

— Tudo bem.

— Mas... o que sei que devo fazer e o que quero fazer são coisas totalmente contraditórias. Eu digo que não quero ter filhos, mas não tem nada que eu queira mais do que ver a sua barriga crescer com um bebê dentro dela algum dia. Quero muito segurar nosso bebê nos braços. Mas não posso. E você merece viver essa experiência. Tomei a decisão egoísta de ceder aos meus sentimentos por você antes de termos essa conversa. Não posso dizer que me arrependo, mas, ao mesmo tempo, não acho que você realmente entenda em que está se metendo. Eu devia ter falado tudo isso há muito tempo.

Ele acharia que eu sou maluco se dissesse que preferia ficar com ele?

— Não vou mentir. Quero muito ter filhos, mas não os quero com mais ninguém. Tem muitas crianças que precisam de adoção. Podíamos pensar nisso. É de você que eu preciso. E entendo seu raciocínio por não querer arriscar. Então, se eu tiver que escolher entre filhos biológicos e você... escolho você. E nem preciso pensar duas vezes.

— Como pode dizer isso?

— Não é o cenário perfeito. É doloroso. Mas a escolha não é difícil para mim. Eu posso viver sem filhos. Não posso viver sem você.

Esperava que isso não me fizesse parecer desesperado; era a verdade.

Ele me puxou para um longo abraço. Estava respirando com esforço, como se não esperasse a minha resposta, como se estivesse ao mesmo tempo aliviado e em conflito.

Quando me soltou, ele disse:

— Vou dizer o que me preocupa. Escuta.

— Ok.

— Digamos que a gente nunca tenha filhos e aconteça alguma coisa comigo... mas vai ser tarde demais para você ter filhos depois de ter me perdido. E aí?

— Não pense nisso.

— É uma possibilidade muito real.

Eu me recusava a pensar nela.

— Não.

— Quer saber o que é mais maluco? Eu adoraria sentar aqui e dizer que, se acontecer alguma coisa, quero que você conheça outra pessoa, siga em frente, se apaixone novamente, mas eu sou esse tipo de idiota egoísta. Uma das razões pelas quais não quero morrer é que não quero que ninguém mais tenha você. Por mais que eu atormente minha mãe pela enorme dedicação dela ao meu pai, eu seria capaz de matar para você sentir isso por mim. Quero que tenha olhos só para mim. É muito confuso? Tenho medo de que acabe me esquecendo.

— Isso não vai acontecer nunca.

— Eu tinha medo da perspectiva de morrer, mas de alguma forma acabei aceitando essa possibilidade, passava os dias pintando cenas de todos os lugares que acreditava que nunca conseguiria ver. Mas agora as coisas são diferentes. Não consigo mais aceitar isso. Agora só quero viver. Minha vontade de viver é mais forte que meu medo da morte... por sua causa. Você é a razão para eu querer tanto viver.

Meu coração foi tomado por muitas emoções quando ouvi essa declaração. Na minha cabeça não havia dúvida de que eu amava esse homem mais do que qualquer coisa no mundo. Ele me deixou sem palavras e, apesar de todas as coisas que eu deveria dizer, tentei fazer uma piada.

— Disse o cara que tentava me empurrar para cima de tudo que era homem.

— Eu nunca quis isso. Inconscientemente, fazia tudo que podia para inviabilizar o esforço, o que acabava dando o resultado contrário, acho. Agora que tenho você, não consigo entender como afastava você de mim daquele jeito.

— Você não pode me afastar porque faz parte de mim. Não é possível.

— Você é maluco, Taehyung, por querer viver comigo neste momento. Graças a Deus por você. Agradeço a Deus por você todos os dias. — Ele me beijou com força e disse: — Quero que vá comigo na próxima consulta médica. Quero a sua opinião, de verdade. Acho que por hora vou adiar a cirurgia, mas não descarto a possibilidade.

— Quero saber tudo o que há para saber. Não quero que esconda nada de mim, especialmente quando não estiver se sentindo bem, e é claro que quero ir às consultas. Pode contar comigo.

— Ok.

— Não há mais segredos, Jungkook.

— Não há mais segredos.

                                        * * *

Meu apartamento do outro lado da cidade era só um depósito chique, agora que eu passava o tempo todo com Jungkook.

O antigo apartamento ao lado do dele ainda estava vazio. Jungkook não podia mostrá-lo a possíveis inquilinos com o gigantesco unicórnio na parede. Então, precisávamos decidir se eu rompia o contrato e voltava para a minha antiga casa, ou se ia morar com Jungkook permanentemente. Mesmo que estivéssemos basicamente morando juntos, ele não tinha exatamente me convidado para mudar para lá. Eu não tomaria a iniciativa de tocar no assunto.

Hyuna e eu conversávamos sobre isso pelo telefone uma tarde, enquanto Jungkook passeava com os cachorros.

— Você já tem uma escova de dentes lá? — ela perguntou.

— Sim.

— Então está morando com ele.

— Acho que sim... não oficialmente.

— Estava pensando em ficar na sua casa depois do Ano-Novo, mas talvez eu fique com a mamãe e o papai.

— Por quê?

— Não quero ser inconveniente, se estiver no apartamento dele. Eu queria muito ir para o Natal, mas o espetáculo tem público maior durante as festas, quando todo mundo está visitando a cidade. Eles não querem que os substitutos façam horários de pico. Portanto, nenhum dos atores principais pode tirar folga. Não tem como escapar disso.

— Jungkook não vai se importar se você ficar aqui, mas eu ainda tenho o outro apartamento. Podemos ficar juntos e fazer uma semana de irmãos.

— Talvez eu devesse ficar com o irmão gostoso — ela brincou.

Hyuna nem sabia como era o Soobin. Ela baseava sua opinião no que eu dissera sobre a semelhança dele com Jungkook. E também sabia que ele era ator.

— Não tenho dúvidas de que Soobin adoraria. Mas parece que ele está namorando. Acho que vou conhecer a garota no Natal.

— Aborta o plano, então.

— É, talvez ela não goste de uma loira linda de um metro e oitenta e corpo de modelo hospedada na casa do irmão do namorado dela.

— Não seria a minha primeira participação em um triângulo. A diferença é que, na outra vez, eu era a namorada passada para trás.

— Que babaca.

— Não quero falar sobre ele. Vamos mudar de assunto.

— Ok... bem, voltando à minha vida com Jungkook, não quero presumir que é oficial, então vamos combinar que você fica comigo na minha casa quando vier para cá.

— Ok. Combinado.

Três semanas depois, Jungkook finalmente colocaria os pingos nos is com relação à minha presença na casa dele.

Eu gostava de ficar lá sem expectativas de quanto tempo duraria. Não era incomum eu acordar de manhã com o rosto de Jungkook entre as minhas pernas. Adorava sair da cama nos fins de semana e tomar café da manhã com ele e os cachorros. Adorava tudo no tempo que passava com ele e não me importava se ele punha um rótulo nisso.

Uma coisa que aprendi sobre Jungkook ao longo do tempo é que, quando ele fazia alguma coisa importante ou tomava uma grande decisão, normalmente era de maneira espontânea. Por exemplo, a primeira vez que fizemos amor quando o encontrei pintando a parede.

Então, quando ele finalmente decidiu reconhecer nossa situação, também não foi de um jeito que eu poderia ter previsto.

Uma tarde, voltei ao apartamento dele depois do trabalho e encontrei uma enorme pilha de escombros onde antes ficava o escritório. Jungkook estava com outros dois homens e usava uma máscara. Tinha poeira por toda parte, e a parede que separava o apartamento dele e o meu antigo tinha desaparecido completamente. Tudo era apenas um enorme espaço aberto.

— Jungkook? O que você fez?

— Vamos pegar suas coisas na semana que vem, quando a poeira baixar. Falei com o dono do seu apartamento, mencionei mais algumas violações na propriedade, que por acaso eu notei. Ele disse que você pode encerrar o contrato sem multa. — Ele puxou a máscara, deu um sorriso e mostrou o enorme espaço à nossa volta. — E nós vamos ter uma suíte na cobertura.

E foi assim que Jungkook me convidou para ir morar com ele. 

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