𝓥𝓲𝓸𝓵𝓮𝓽𝓽 𝓖𝓲𝓵𝓫𝓮𝓻𝓽
Uma briga fatal que resultou em mim nas mãos das bruxas. Não consigo se quer andar de tamanha dor, elas me deitam sobre o chão da igreja.
- Devíamos levá-la para o cemitério.
- Não dá tempo. Os bebês vem agora. - Disse Genievive.
- Não. Ainda é cedo de mais... Há!. - Uma dor excruciante rompe meu corpo.
Eu pouco me interesso com a conversa delas. A dor e medo pelos meus filhos fazem meu coração queimar. Meu corpo queima.
- Me solta sua vadia de merda!. - Grito olhando pra bruxa.
- Você tem que se acalmar Violett. - Disse Genievive.
- Por que tá fazendo isso?!.
- Pra renascer temos que sacrificar... - Olho pra Monique. A visão que eu tive aquele dia surge na minha mente. Como pude me esquecer disso?!.
- Se tocar nos meus filhos, eu juro por Deus que faço aquele cemitério virar o inferno. HAAA!. Eu mato cada uma de vocês e todos que vocês amam!.
Eu começo a gritar a todo pulmão. Eu tiro força da minha dor e tento me soltar, mas elas são muitas e minha dor é tamanha. Eu grito e grito cada vez mais alto.
Ouço um grito em resposta e eu as encaro.
- Eu quero que me soltem!. - Digo olhando pra Monique e ela se afasta confusa. Ela tenta se aproximar mas não consegue.
- Eu não consigo!. Por que não consigo?!.
- Me soltem!. - Grito e choro de dor. Elas se afastam e eu me arrasto pra cima do altar da igreja.
- Violett, precisa de ajuda com o parto.
- Vocês não vão tocar nos meus filhos. HAAAAAAAA. Aí meu Deus... Por favor... Ainda é cedo... - Grito em meio ao choro enquanto retiro meu short de cotton que estava por baixo do vestido. Rasgo a calcinha de renda e abro minhas pernas.
- Se não nos deixar ajudar, vai perder seus filhos de qualquer jeito.
Deixo elas se aproximarem e eu grito de dor outra vez. O medo me faz tremer e chorar. Minha intimidade se estica e a dor fica cada vez mais intensa com menos intervalos.
Klaus abre as portas, lavado de sangue e ódio como nunca vi antes. Um brilho de esperança surge ao vê-lo arrancar a cabeça de uma das bruxas em um tapa. Mas ele é pego.
- Não!. Por favor... Não.
- Empurre!. Empurre!.
Começo a colocar força arqueando meu corpo e uso o máximo de força da dor. Respiro ofegante. Olho para o Klaus completamente apavorada e ele tenta se soltar a todo custo, mas está magnetizado na parede.
Eu tento parar de gritar mas a dor é tanta que eu choro e me contorço em busca de alívio.
- Só mais um pouco, o primeiro está saindo!. - Genievive grita e eu empurro mais sentindo um alívio enorme quando ouço seu choro. Mas meu alívio se vai quando a dor começa muito pior.
- Aí meu Deus... Por favor, para!. - Grito alto e volto a empurrar, dessa vez é mais rápido e logo outro choro toma conta da igreja. - Por favor, me deixa vê-los. Me deixa segurá-los...
Genievive me ajuda a sentar e coloca um bebê em cada braço. Eles me olham parando de chorar e eu sorrio abertamente.
- Meus filhos... Vocês são tão lindos. - Algumas lágrimas pingam no rostinho sujo deles e eu olho para o Klaus que tem a sombra de um sorriso no rosto.
Arregalo os olhos quando vejo a estaca do papa Tunde entrar no centro do meu peito. O choro dos meus filhos é a última coisa que eu ouço... Uma agonia profunda toma conta de mim e sou entregue a escuridão de dor angustiante. O tempo parece ter parado. Eu tento gritar mas não sai som. Tento correr mas pra onde eu vou tem escuridão.
(...)
Abro meus olhos e vejo Hayley com a mão dentro do meu corpo peito. Ela puxa a adaga e eu me sento rapidamente.
- Aqui. Beba... Eles estão no cemitério. - Diz ofegante afastando seus cabelos. Cravo minhas presas no seu pescoço e bebo seu sangue até a ferida em mim se fechar. Ela se afasta tonta e eu me levanto como se um demônio tivesse me dominado, minha barriga antes redonda agora está lisa, mas eu estou lavada de sangue.
Acelero e entro no cemitério Lafaiete. Sinto a magia sendo desfeita assim que entro, a cada passo meu meus cabelos se movem com o vento que não existe ao redor.
- Precisamos acelerar... - Ouço a voz do Klaus e respiro fundo indo até ele e Elijah.
- Precisamos ser mais espertos. - Digo e eles se viram para mim e eu os encaro inexpressiva.
- Violett.
- Eu sinto eles... Eu posso vê-los... - Digo fitando o nada, mesmo com Elijah segurando meu rosto. - Vamos agora.
Saímos os três e eu novamente caminho desfazendo a magia por onde passo. Os dois caem no chão, menos eu. Caminho desfazendo o poder delas. Pego uma lança e acerto uma das garotas deixando ela empalada na parede, boa parte do poder delas somem.
Monique ergue o punhal e eu grito alto apontando a mão na sua direção. Ela fica parada de olhos arregalados até que algo se crava em seu peito, abrindo vários cortes.
Sinto alguém perfurar meu corpo por trás e eu caio no chão quase próstata, engasgando com meu sangue enquanto ouço o choro dos meus filhos...
Marcel pega os dois com cuidado e os leva pra longe. Klaus vai atrás dele e eu sinto seja lá oque fosse preso em mim, sai me enchendo de alívio. Olho nos olhos do Elijah.
- Ela é minha. - Digo e ele confirma.
(...)
Genievive presa diante dos meus olhos.
- Uma chance para se explicar. - Digo friamente.
- Os ancestrais não me deram escolha.
- Você me torturou com a dor do parto. Estava disposta a matar dois bebês inocentes em busca de poder...
- Não era só poder. Foi um decreto!.
Entro na sua mente e em um borrão paro na sua frente olhando nos seus olhos azuis apavorados.
- Minha adorável sogra... - Digo baixo e Elijah me encara. - Ester mandou vocês fazerem isso, não foi?.
- Foi. Mas se quer culpar alguém, culpe Elijah. Afinal foi ele quem convenceu os irmãos a consagra-la no cemitério de Nova Orleans.
- Então nem a morte pode impedir minha mãe de buscar a aniquilação do seu próprio sangue. - Elijah se afasta em conflito.
- E isso não é o fim. Enquanto as crianças viverem, as bruxas não vão parar de segui-los.
Agarro seu rosto com raiva e não pago sorriso. Quero que ela tenha medo. Angústia e dor. Então ela começa a chorar sangue.
- Eu posso senti-los, eu falhei...
- Antes que morra, quero que dê um recado para as vadias mortas do outro lado. - Digo e ela me olha sangrando cada vez mais. - O decreto de Ester foi caçar meus filhos enquanto viverem, mas nesse momento, eu estou lançando um decreto. Eu irei caçar vocês, desse lado e do outro lado. Eu vou ser o pior pesadelo das bruxas na terra...
- Por favor, não...
- Obrigada por me ajudarem a dar mais um passo pra minha ascenção. - Enfio a adaga que elas iam usar para os meus filhos, bem no seu coração. - Agora farei chover sangue... O sangue das bruxas.
Me afasto dela e me viro para o Elijah que não parece me reconhecer. Ergo meu queixo.
- Tem a minha palavra. - Digo em um fio de voz e passo por ele e toco minha barriga lisa, como se nunca tivesse hospedado dois bebês ninjas. Paro de andar e me seguro pra não chorar.
- Vamos. - Elijah toca o centro das minhas costas e me ajuda a continuar caminhando.
(...)
Banho tomado, roupa trocada. Dei de mamar aos dois bebês e dei banho neles... Hope e Henrik. Os dois dormem um em cada braço enquanto me balanço na cadeira os ninando.
-... Nem eu espero que os lobos Guerrera voltem atrás!. Violett e Hayley tem o elo da criação, ela comanda a realeza dos lobos. E como tal, são uma ameaça a Francesca na busca pela liderança... - Klaus diz sussurrando como se eu não fosse ouvir. - Nunca estarão seguros aqui.
Olho para os meus filhos com meus olhos cheios. Eles dormem tranquilos.
- Eu trouxe ao mundo armas que podem usar contra mim...
Olho pra fora e suspiro fundo engolindo seco.
- Então vamos nos armar!. Lutamos contra todos os adversários nessa cidade e venceremos... - Elijah diz e eu franzo as sobrancelhas. - Vamos fazer dessa casa uma fortaleza!.
- Eu não quero que eles vivam como uma prisioneira..
- Saímos daqui!. Todos nós. Fugimos. - Elijah diz e eu franzo as sobrancelhas.
Não quero eles vivendo assim.
- Eles herdaram todos nossos inimigos e nenhuma das nossas defesas... - Klaus responde e eu engulo seco.
- Podemos ficar ou fugir!. Eles estão condenados. - Elijah diz e eu me levanto segurando os dois com cuidado.
- Tem uma terceira opção... - Digo e eles se viram pra mim e os bebês em meus braços. - Meus pais acharam que podiam me proteger. Mas no final eles morreram. - Engulo seco olhando para meus pequenos outra vez.
Meus olhos se enchem e eu olho para Nik e Elijah.
- Eu fiz uma promessa a mim e a eles, de que eles não iam crescer como eu... - A essa altura, as lágrimas já estão caindo livres. - Que iriam crescer seguros e amados pela família deles acima de tudo, para todo o sempre!. E aqui estão eles, no primeiro dia de vida, com uma avó que faz de tudo pra sacrifica-los... E... E, uma mãe que está disposta a abrir mão deles para que fiquem seguros. - Sussurro tentando parar de chorar, eles estão desconfortáveis ao me verem assim. - E eu sou quem mais a ama...
Tento parar de chorar ao vê-los tão inocentes. Meus filhos, meus filhinhos...
- Eu acho que... O jeito é mandar eles pra longe enquanto a gente fica aqui e limpa a bagunça que a gente fez!. - Digo olhando pra eles quando consigo me recompor, eu estou me tremendo de nervoso.
- Não!. Isso é loucura... Você ouviu Genevieve. Enquanto eles viverem serão caçados. - Elijah diz se levantando e eu ergo os olhos.
Klaus se coloca a minha frente e pega o Henrik nos braços. Eu seguro a Hope.
- Não se ninguém souber que eles estão vivos!. - Klaus diz e eu respiro fundo engolindo em seco.
- Oque pretende fazer meu irmão?!. - Elijah pergunta confuso.
- Oque for preciso!. Pra salvar a nossa família... - Diz com firmeza e eu me coloco de pé. - Mandar eles embora. Dizer que eles nasceram mortos.
(...)
Estou encostada no canto da sacada olhando a cidade após ter dado de mamar aos bebês!. Klaus está pensativo e eu respiro fundo ao sentir uma presença familiar.
- Klaus?.
Ouço a voz da Camille, eu franzo as sobrancelhas tocando minha barriga e ele fica tenso. Ela olha pra mim e eu me viro de frente pra ela completamente seria.
- Os bebês...
- Morreram!. - Quando ele diz isso, meus olhos se enchem e eu não deixo nenhuma lágrima cair. Ela começa a chorar e eu engulo seco desviando o olhar para o chão. - Algumas horas depois do ataque dos lobos...
- Isso é tudo culpa minha... - Klaus entrelaça seus dedos nos meus e eu continuo olhando a cidade la em baixo. - Se eu não tivesse exitado, teria descoberto o plano da Francesca antes de acontecer...
- E como você teria impedido um clã de bruxas aliadas a ela?!. - Ele solta nossas mãos e se vira, eu faço o mesmo e vejo os olhos da loira fixos na minha barriga lisa como se nunca tivesse estado grávida. - Se alguém aqui tem culpa... Sou eu.
- Eu sinto... Ah, eu sinto muito!. - Diz olhando pra nós dois e eu engulo seco prestes a sair mas o Klaus me segura firme.
- Camille. - Klaus diz se virando pra ela sem me soltar. - Eu agradeço que esteja aqui, mas não podemos ser amigos!. Não posso ter distrações...
- Oque?!. - Pergunta confusa.
- Você me entendeu!. Eu sou um homem, danificado por seus demônios e esses demônios não estão quietos. Eles querem me destruir!. - Diz e eu engulo seco. - E destruir tudo oque eu acho bonito... - Diz erguendo minha mão. - Se ela não fosse imortal, eu a afastaria. Porque além de minha mulher, ela é minha amiga.
- Klaus... - Camille se aproxima dele e eu fecho a cara ao ler sua mente. Ela é apaixonada por ele.
- Vá embora, Camille!. - Digo séria e rude, ela se afasta dele indo embora aos prantos.
Caminhamos pra fora do quarto até chegarmos ao lado do Elijah. Camille passa chorando no hall e eu engulo seco...
- Marcel fez a parte dele?!. - Elijah pergunta e eu fico no meio deles.
- Ele conseguiu achar dois recém nascidos no hospital no norte da Luisiana!. - Klaus responde.
- Então ele concordou com os termos?. - Elijah pergunta e eu engulo seco.
- Ele concordou em me faze-lo esquecer tudo oque sabe sobre as crianças estarem vivas!. - Responde. - Em troca ele quer frascos do meu sangue...
- Mas as bruxas vão ter que acreditar!. - Elijah diz e eu confirmo. - Logo a quarta garota da colheita vai ressuscitar, o clã vai se refazer e se elas sentirem a criança viva, irão caça-los.
- Não poderão ir atrás deles se eu for atrás delas antes...
- Doque está falando?!. - Klaus pergunta confuso olhando pra mim e eu engulo seco sentindo como se um monte de gelo derretesse no meu coração.
- Eu não esperava que fossem estourar fogos de artifícios!. Eu dei minha palavra que faria desse mundo o inferno para as bruxas de Nova Orleans e eu farei. - Engulo seco desviando o olhar deles pra não chorar. - Elas tentaram matar meus filhos, me torturaram com a dor do parto e estão me obrigando a abrir mão deles... Vou fazer com que me conheçam.
- Está certa. As bruxas temem você por uma razão... - Elijah diz olhando de mim pro Elijah. - Se descobrirmos qual a razão, teremos um trunfo.
- Vou deixar vocês conversarem. - Digo e saio andando.
Entro no quarto e vejo Hayley arrumando a bolsa dos meus filhos.
Me encosto na beirada do berço olhando os dois dormindo tranquilos.
- Você não me disse o nome deles. - Disse Hayley se aproximando com um sorriso triste.
- Hope e Henrik Mikaelson.
(...)
Eu não sorrio. Com os olhos molhados praticamente sem vida eu lembro que Klaus está levando nossos filhos pra longe. Todos estão me esperando, vestidos de preto.
Os moradores se juntaram na rua e nós saímos do complexo seguindo a passeata. Agarro o braço do Elijah chorando em silêncio, não é teatro...
Subo até o memorial e toco o desenho de dois querubins.
"Em memória dos gêmeos Mikaelson."
Elijah toca minhas costas e olho em volta encostando no peito dele!. Andamos entre a multidão e uma mulher para na minha frente...
A maldita loba Guerrera.
- Meus pêsames.
- Pegue seus pêsames e enfia no olho do seu rabo, sua cadela maldita. - Digo sem me importar. Vou passar e ela me impede mais uma vez. - Escuta, da pra sair da minha frente?!. - Dou um passo a frente quase tocando meu nariz no seu. - Ou eu vou ter que passar por cima de você?!. - Meu sorriso não chega aos olhos e ela retribuí o meu olhar.
- Senhoritas. Por favor, não façam cena... - Elijah diz com a voz mansa de sempre e ela sai da minha frente.
Ele se coloca entre mim e a Hayley, para que ambas andemos de volta para o complexo e eu fuzilo a mulher com os olhos enquanto caminho. Abraço o Elijah de lado caminhando do jeito que fazíamos em Mistic Falls.
- Francisca suponho!. - Digo e ele confirma com um aceno de cabeça.
- Francesca. - Corrige e eu reviro os olhos.
- Prefiro chamá-la de cadáver ambulante!. Essa mulher vai morrer... - Canto a última parte com deboche.
- Isso é um fato. - Elijah continua e me olha nos olhos e eu fico olhando pra ele também. Até que eu vejo um brilho diferente e olho ainda mais.
Estou hipnotizada!.
- Eu vou pro meu quarto. - Hayley diz de modo automático e eu desvio o olhar finalmente, mas Elijah continua me olhando.
- Acho melhor eu ir... - Digo e ele engole seco concordando.
- É... Melhor mesmo. - Diz indo até a mesa de bebidas. Subo as escadas e entro no quarto querendo desmaiar na cama. Mas assim que eu me deito, agarro as cobertas deixando o choro romper da minha alma pra fora, abafando gritos no travesseiro.