Tinha tomado um banho depois da piscina e já estávamos na loja onde compraríamos as bebidas pra festa.
- Vocês por algum acaso pensaram em como vão comprar as bebidas? - pergunto
- Deixa que eu resolvo isso. - Conrad diz, tirando uma identidade falsa do bolsa
- Guam? Fala sério Connie. - digo analisando bem a procedência daquilo
É uma identidade falsa ótima, mas não pra usar num lugar que você conhece todos desde pequeno.
- Vejam e aprendam. - ele sai do carro e entra na loja
- Aposto cinco dólares que ele volta sem nada em menos de dez segundos. - digo
- 20 segundos. - Jere diz e no segundo seguinte o garoto entra no carro de novo
- Sua identidade não funcionou Sr.Hamilton? - Jere implica com ele
- Vai se foder, pelo menos eu tenho uma. - ele dá o dedo do meio para nós enquanto rimos
- Passa pra cá. - o loiro abre a carteira, me entregando o dinheiro da aposta
- Jumper é meu amigo, vai liberar. - Jere diz, saindo do carro
- Por que eu tenho certeza de que não vai funcionar? - Belly diz e sorrio concordando
Não demora muito pra o garoto voltar ao carro, com uma expressão de derrota.
- Não falem nada. - o loiro entra no carro de novo e seguro uma risada
- Eu te disse que não ia funcionar. - digo
- Talvez em uma loja de outra cidade você consiga usar sua identidade de Guam. - Belly diz rindo
- Eu adoraria escutar o plano de vocês. - Connie diz
- É mesmo, o que você pretende fazer Katherine? - Jeremiah pergunta
- Deixem isso com as damas. - saio do carro com Belly
- As vezes é melhor só ser sincero. - ela diz enquanto entramos na loja
Junto toda minha simpatia ao pôr os pés dentro da loja, vejo no reflexo do vidro um garoto apoiado na bancada e abro um sorriso
- Jumper. - digo chegando ao balcão
- Nem tentem. - ele se antecipa
- Tentem o quê? - finjo não entender
- Usar uma história sobre como vocês precisam dessas bebidas e blá blá blá... - ele diz gesticulando com as mãos
Olho para Belly de canto de olho, ainda sorrio disfarçando, um novo plano sendo criado.
- Não vamos inventar nenhuma história. - ela diz. - Vamos falar a verdade, se você quiser ajudar a gente, você ajuda, se não, a gente volta pro carro. - ele abre uma deixa para que continuemos
- Soube de como andam esses meses pra eles né? - gesticulo em direção ao carro. - Perderam a mãe e agora perderam a casa de verão. Tá tudo uma merda pra eles e vamos dar uma festa de despedida pro lugar. - explico
Vejo a expressão em seu rosto se suavizar, virando algo mais simpático.
- Eu ouvi sobre a Susannah, meus pêsames pra eles. - Jumper diz
- Só queremos tentar melhorar um pouquinho o verão deles. O que você acha? Topa?
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- Só podem tá brincando. - sorrimos vitoriosas quando Jumper nos dá as bebidas de graça
- Um a zero pras melhores. - damos um soquinho
- Ajudem aqui. - digo e eles saem do carro. - Pode ficar tranquilo, qualquer coisa a gente te ameaçou com uma arma e quebrou seu mindinho direito. - agradeço a ajuda e ele volta ao trabalho antes que o vejam
- Vou considerar uma traição enorme se nenhum desses for pra mim. - Jere diz
O entrego uma das bebidas que comprei, que é realmente para ele, não que tenha me preocupado com isso mas, ela é do sabor favorito dele.
- Pus veneno. - digo quando e toma um gole
- Seu toque especial. - ele diz agarrando uma das caixas de bebida com a mão livre
- Vamos acabar com aquela casa logo. - digo fechando a mala
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Antes de voltarmos pra casa paramos em uma loja de festa para comprarmos toda decoração exagerada que precisamos pra melhorar nossos humores.
- Alguém pensou em como vamos pagar por isso? - pergunto assim que entramos na loja enorme
- Com o dinheiro do papai? - Connie tira um cartão Black da carteira
- O cartão para emergências? - Jere sorri com a sugestão ousada
- O primeiro a encher o carrinho ganha! - digo agarrando um carinho laranja e correndo para o primeiro corredor
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Meu carrinho está completamente cheio de baboseiras cheias de glitter e colares floridos, adoro compras inúteis.
Já não sei mais para o que estou olhando quando passo pelo sexto corredor de purpurina. No meio do caminho acabo esbarrando com Jeremiah, que também parece cansado de ver tanto brilho.
- Eu preciso de uma vodka, urgentemente. - digo empurrando meu carrinho pra perto dele
- Tava pensando em você.
Não sei porque meu coração dispara quando escuto o loiro dizer
- Sonhando acordado a essa hora? - brinco pondo mais alguns enfeites no carrinho
- Adoro imaginar princesas. - me viro quando sinto ele pôr uma tiara em mim
Dou um sorriso desajeitado, não sei porque estou nervosa perto dele.
- É totalmente seu look, Jery Pooh. - digo ao colocar um óculos enorme de pato em seu rosto
- Fiquei um charme não acha? - ele diz fazendo uma pose
- Completamente. - rio de sua palhaçada
- Não melhor do que Kattie Princess. - ele ajeita um colar de jóias falsas em meu pescoço e rio
- Susannah costumava me chamar assim quando eu ainda era uma bebê. - digo sorrindo com a memória, mesmo tendo memórias de outra pessoa me chamando assim mais frequentemente
Antes que note, estamos nos olhando novamente. O nosso sorriso se desvai junto do momento alegre, que se torna doloroso.
- Foi mal... Não queria acabar com o clima, sei que hoje é pra gente ficar bêbado e esquecer de tudo. - digo me culpando por destruir a vibe
- Mas a gente pode falar sobre isso. - ele põe a mão em meu queixo e não sei o que está acontecendo, agora estamos num clima horrível
- Eu sei que já te pedi desculpas mas ainda me sinto mal por tudo. - admito e ele acaricia minha bochecha
- Minha mãe tinha me dito que isso ia acontecer, não quis acreditar. - ele diz
Sinto uma culpa florescendo e uma ansiedade na espinha.
- Eu tinha que ter conversado melhor com você...
- Não ia mudar nada, você sabe disso. - ele afirma
- Eu sei... Mas você ficou com tanta raiva de mim que me senti... péssima. - me lembro da sensação que se alastra por todo meu corpo antes que note, ela se esvai quando Jere põe uma mecha do meu cabelo para trás
- Com esse sorriso? Não faço ideia de como consegui ficar bravo com você. - ele beija minha testa e sinto meu rosto ficar vermelho
Estamos próximos o suficiente para que não consiga, mais uma vez, me concentrar no que digo porque estou encarando seus lábios avermelhados pensando em como eles ficariam colados nos meus.
- Ops... - a vozinha de Belly arrependida faz com que eu abra os olhos que nem sequer notei que se fecharam. - A gente... tá indo. - ela gagueja nervosa e, ao olhar para frente, noto que ela realmente interrompeu algo desta vez
O aroma cítrico de Jeremiah está forte mas não tinha notado que é porque estou tocando meu nariz no dele.
- Vamos. - estou tremendo de nervoso e agarro meu carrinho, seguindo Belly antes que ela suma da minha visão e tenha que lidar com meu quinto quase beijo
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- Então eu tenho que pôr a língua logo de cara? - estamos entrando na casa com as bebidas quando escuto Skye perguntar
- Se o clima pedir. - Taylor responde
- E se eu não sentir o clima? - Skye pergunta de volta e quase derrubo uma das caixas pesadas
- Ajuda! - peço e Taylor pega uma das três caixas que carrego
- Deixa eu te ajudar loirinha. - ela me ajuda a colocar as caixas na bancada e Belly chega logo atrás de nós
- Vamos ficar com uma ressaca enorme amanhã. - Belly diz, colocando mais duas caixas no balcão
- Então eu abro a boca primeiro e depois ponho a língua pra fora? - a dúvida de Skye me faz arregalar os olhos, já que não estou dentro do assunto
- Que rolê é esse? - pergunto
- Skye é BV. - Tay explica
- O que é totalmente normal. - Belly afirma
- Eu sei, as expectativas impostas pela sociedade do que é normal não me afetam. - Skye ressalta. - E eu quero fazer agora. Por isso eu gostaria de saber o que fazer com a minha boca quando ela tocar outra.
- Querem assumir daqui? Essas duas são profissionais. - Taylor aponta para eu e Belly, arregalamos os olhos. - Essa aqui é profissional! - ela faz cócegas em mim
Estou guardando as bebidas e seguro um sorriso, sabendo que é realmente verdade.
- Então me digam como foi beijar cada um. Foi diferente? Sejam o mais técnicas que conseguirem. - Skye pede
- Bem... O Cam foi doce mas com o Conrad eu sai do meu corpo, sabe como é, primeiro amor e tals... - Belly passa a batata quente pra mim
- Bom... Eu já beijei muita gente. - admito
- Sem muita enrolação loirinha, a gente sabe bem de quem você quer falar. - Taylor ri. - Fala sobre o Jeremy logo. - ela murmura
Tento não pensar muito em detalhes mas é difícil não surgir imagens na minha cabeça.
- Preciso admitir que você tá certa Tay Tay, os beijos mais marcantes com toda certeza foram os dele. Acho que foram os mais inusitados também. - murmuro, com medo de ser escutada
- Inusitados? Por quê? - Skye está quase anotando em um caderno tudo que dizemos
- Achei que seria algo esquisito porque sempre fomos amigos mas na verdade eles foram bem... - estou prestes a dar detalhes sórdidos demais. - Quentes. - substituo a palavra. - Bem bem quentes. - não consigo segurar o sorriso em meu rosto envergonhado
Sinto um calor no corpo lembrando dos momentos que descrevo para todas.
- E você beijaria ele de novo? - a pergunta de Skye faz meu coração parar de pulsar
- Sem comentários. - agarro uma garrafa de vodka e a guardo, fugindo do assunto
- Nem precisa. - Taylor diz sorrindo
- Mas tem chances de não ter língua só dente? - Skye pergunta
- Só deixa fluir. - Taylor diz
- Se permite viver o momento. - Belly diz
- Quando for acontecer, vai acontecer. Deixa acontecer naturalmente e você nem vai notar. - adiciono tirando da caixa uma garrafa de gim. Quem toma gim?
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- Aprontando o que Huggies? - pergunto me aproximando
- Vendo umas coisas, não vai acreditar no que eu achei. - ele diz tirando algo de uma caixa de papelão
Ele me entrega um álbum com diversas fotos de todos nós. Abro numa sessão de fotos que Susannah tirou só de Jeremiah e eu.
- Duvido que você ainda consiga me segurar com tanta facilidade.
Vejo uma foto nossa de dez anos trás, na qual estava nos braços de Jeremiah, lembro do dia que tiramos isso, estava rindo sem parar porque ele ficou mostrando seus músculos pra mim e Susannah aproveitou o momento para tirar a foto quando ele me segurou para se exibir.
- Eu tenho certeza que consigo. - ele diz se gabando novamente
- Tenho certeza que não. - provoco seu ego e me arrependo ao ver seu olhar desafiador. - Jeremiah, não... Não!
Ele agarra minhas pernas numa rapidez inesperada e quando paro de me contorcer sentindo cócegas em seu toque inocente nas minhas coxas, já estou sendo carregada em seus braços.
- Quer flexão também? - ele se exibe, fazendo agachamentos enquanto me carrega
- Exibido. - digo
- Temos que recriar essa foto, e a sequência dela também. - estou com o álbum em mãos então vejo a foto seguinte, na qual Jeremiah me joga pro alto
- Jeremiah Fisher, não ou... - mesmo com meus gritos ele me joga pro alto, é rápido mas minha espinha fica gélida por alguns segundos até que esteja sendo segurada por ele de novo
- Temos que treinar mais. Tay Tay tira a foto pra gente. - sei que ele quer rir da minha expressão apavorada mas se segura
Parece ridículo mas eu realmente tenho medo de qualquer tipo de altura, seja longe ou perto do chão.
- Tenho que me arrumar, se quiser eu te levo mas acho indiscreta essa forma de me ver sem roupa.
Não entendo porque ele ri mas me dou conta que estou com as minhas mãos agarradas em seu pescoço a mais de dois minutos, desde que ele me segurou.
- Engraçadinho. - pulo do seu colo rapidamente, fingindo não estar envergonhada de ter paralisado pelo medo. - Nem ouse me jogar pro alto na festa hoje senão eu te mato Huggies. - digo voltando pra casa, fingindo não notar seu sorriso quando me viro