Passado e Feitiçaria

By MariaG0mes

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Endro é consumido pelo desejo de vingança quando seu povo é exterminado numa série de ataques cruéis que vêm... More

IMPORTANTE
Aesthetics +
Dedicatória
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
CAPÍTULO QUARENTA E UM
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
EPÍLOGO
DESPERTAR
Processo de escrita do livro

CAPÍTULO TRINTA E SETE

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By MariaG0mes


Não precisou nem pensar sobre o que a mãe ordenou. Mudou as mãos com uma velocidade impressionante para a Marca na testa de Márvi e rapidamente sentiu a sua magia fluir para ele, provocando um formigamento na pele de seus dedos.

Dessa vez, não foi arremessado para todos os lados. Foi tranquilo, tranquilo demais. Assim que sentiu o formigamento desaparecer, ergueu as mãos, uma sobre a outra, vagarosamente. Márvi permanecia do mesmo jeito, os olhos fechados e o corpo sem sinal de vida.

— Por que ele não está acordando? Era para ele levantar agora!

O peito era empurrado com tanta força quase deixando Endro sem ar. Uma tristeza profunda o engoliu.

— Você está bem? Não sente nada diferente?

Estava totalmente bem e se sentia do mesmo jeito que antes, entretanto não respondeu à mãe. A atenção estava fixa em Márvi. Vendo que não diria nada, Ralis respondeu a sua pergunta.

— Não sei, Endro. Era para ter dado certo.

— Vai, abra os olhos. Volte para mim!

Debruçou-se sobre a manjedoura, pondo o peito contra o dele. Manteve a cabeça virada para Márvi, sussurrando repetidamente as mesmas palavras; "vai, acorda, por favor. Eu preciso de você!" Lágrimas quentes desciam molhando o tecido frio da camiseta do seu escolhido.

Endireitou o corpo rapidamente e voltou de novo à testa de Márvi. Pressionando as mãos ali. Mas, nada acontecia. Ele não pegava a sua magia como agora a pouco.

— Para, Endro! Não vai adiantar. — Ralis tentou segurar suas mãos e foi impedida por um safanão.

Ele não podia partir, sua irmã e povo precisavam ser libertos, todos tinham que viver! Mãos firmes agarrou as suas e o puxou para longe da manjedoura, para longe de Márvi que desfalecia bem ali na sua frente. A sensação para se manter calmo, que não aparecia há um bom tempo, ficou intensa no peito.

Entretanto, Endro não conseguia controlar suas ações e emoções. Não olhava para o ser que o segurava, mas pela aura sabia ser o amigo. Ficou imóvel ao ver o senhor robusto, de pé, encarando o filho. A respiração acelerada e as lágrimas acumulando na beirada dos olhos. Quando Marguel avançou, Zana e Riano impediram ele de chegar à manjedoura.

— Era por isso que eu não queria me meter na luta de vocês. A minha esposa tentou fazer a mesma coisa, protegê-los, defendê-los e pagou com a vida. E agora o meu único filho e herdeiro teve o mesmo fim.

O braço decepado não sangrava mais, estava enfeitiçado e enfaixado. Endro sabia que a dor que Marguel sentia no momento não chegava nem aos pés do corte e nem da dele. Os joelhos cederam e ele caiu nas folhas secas, a cabeça abaixada e o choro chegando aos tímpanos de todos.

O peito de Endro afundou. Escorado em Dacas, o sentia tremer. Teve a atenção atraída para Belória que chegou às pressas quase junto a um barulho estrondoso que pareceu percorrer todo o mundo. Ela não se importou e disse:

— Há uma forma de trazer Márvi de volta. É preciso encontrar a Flor da Vida.

O coração de Endro se sobressaltou. Esperança tomou o lugar.

— Onde? — Não sabia da existência dela até segundos atrás e não se importava, apenas queria salvar todas essas vidas.

— A flor branca... — disse, Ralis. — O meu esposo tinha o livro que falava sobre ela. Estava em nossa biblioteca que foi queimada com a casa.

A animação de todos se foi.

— Não queimou. Eu achei duas das folhas. — Torcia para serem úteis e se arrependia amargamente de não ter as lido. — Mas, está... na Nação Mistral, na casa onde estávamos morando.

O Líder Marguel estava de rosto erguido, ainda ajoelhado no chão da pequena floresta. Parecia determinado.

— Niria está ocupada tendo trabalho demais para reabrir a fenda. Me diz qual o lugar da casa onde elas estão que as trago.

— Não precisa. Você tem que se curar logo, uma guerra se aproxima. Eu acompanho Endro — Riano se ofereceu.

Endro abriu o portal que vinha usando sempre. Quando os dois passaram, Zana lançou-se atrás. Ainda ouviu sua mãe e alguns outros chamar por ela. Os pés alcançaram o piso de madeira enquanto o dono olhava em volta brevemente entretido.

As coisas ainda estavam do mesmo jeito que havia deixado. Dirigiu-se às pressas para as escadas, pulando de dois em dois os degraus até estar no andar de cima. Vasculhou o cômodo todo a procura das páginas soltas não as achando.

— Estão aí? — Zana vigiava pela janela a movimentação lá fora.

— Nada ainda — respondeu de joelhos, o peito no chão e os olhos procurando abaixo das camas.

— Tenta se lembrar onde você colocou — sugeriu Riano sentando-se no colchão fofo de Alíri.

Endro se sentou no chão. Forçou a se lembrar. Memórias surgiram. Endro pôs-se de pé num pulo. Agachou ao lado da cabeceira da cama onde Riano estava e levantou o grosso colchão. Um frio tomou a sua barriga. Não estava lá. Tinha posto ali.

— Alguém pegou!

— Tem certeza?

Endro não precisou responder. Zana os chamou exasperada logo após um clarão vir debaixo. As luzes da casa foram acesas e soube que estavam em perigo. O fedor forte e pungente que costumava sentir impregnou o ar. O estranho é que não parecia vir dela. Correram para a beirada do cômodo se segurando no parapeito de madeira que indicava o fim do quarto.

Teve breves segundos de paralisia quando olhos roxos cintilantes brilharam ainda mais ao avistá-lo. Era Níria em carne e osso parada no meio do tapete da sala os encarando. Talvez um pouco diferente do que Endro esperava, afinal de contas ela tinha mais de 300 anos. Parecia que os seres não mudaram tanto como Endro imaginou.

O rosto fino de queixo pontudo, possuía alguns grandes espinhos, semelhantes aos de rosas, na altura das sobrancelhas e das bochechas. O que combinava estranhamente com os quatro chifres craqueados que cobria a sua cabeça e escondia parcialmente os cabelos preto escorridos.

— Procurando por isso, sobrinho? — Exibiu as folhas que indicavam a localização da Flor da Vida, presas a dedos finos com garras.

A saliva desceu pela garganta seca de Endro. Se recusava ser parente dela, mas alguma coisa dentro de si dava sinais de que ela não estava mentindo. Endro estremecia de medo. Lançou uma olhada rápida a Zana que segurava o chicote pronta para a defesa.

— Ah! Assim você me magoa. Ainda negando saber quem você é? — Os lábios se esticaram num sorriso sinistro revelando uma quantia assustadora de dentes pontudos.

— E quem eu seria?

As criaturas transformadas por ela estavam cercando a casa do lado de fora. Zana os avisou com um sinal discreto e começou a se movimentar cautelosa, grudada à parede.

— Um Herdeiro de Magia Sombria, assim como eu e o seu pai que, para o meu desprazer, fez questão de me avisar que está vivo. — Apontou para a Marca à mostra no meio dos seios em um profundo decote na blusa de mangas longas e frouxas. — A diferença é que nós não nascemos com ela e você sim.

O amigo e Zana não pareceram surpresos. O estômago se revirou desagradavelmente. Endro não queria ouvir isso, ao menos não da boca dela. Queria que sua mãe o contasse. Mas, precisava distrair Níria para que Zana pudesse chegar perto dela.

— Você tem o poder para fazer o que quiser!

— Ter todos aos meus pés? Não, obrigado! Não acho isso nem um pouco interessante. — Descartou a ideia dela.

Niria sorriu, um som moderado e estranho. Zana avançou mais.

— Uma pena ter sido Ralis a te criar. Se ela não tivesse fugido, meu irmão até poderia ter te deixado vivo. Quanto a ela, duvido muito. Ele matou todas as amantes que engravidou. Tinha o medo bobo de um dos filhos o superar e o destruir. — Caminhou até o sofá, a capa preta presa aos ombros arrastando pelo tapete, se sentou num dos braços. A calça de couro reclamando com sons irritantes.

— Não preciso nem saber de toda a história para ter certeza que foi uma das melhores escolhas da vida dela. — Sorriu. Odiaria ser como Niria, fria, impiedosa e solitária.

Foi fuzilado por olhos enraivecidos. Zana só precisava chegar um pouco mais. Niria ter sentado no sofá encurtou o caminho. O ruim era que ela havia colocado as folhas no colo. Zana não as via de onde estava, atrás poucos passos da mulher sombria.

— Ela te deixou fraco.

Precisou esconder a raiva. Zana preparou o chicote e Endro teve de dividir a atenção entre ela e Níria o que fez a irritação desaparecer

— Se você chama isso aí de ser forte, — apontou para ela — estou bem melhor assim. — Era a coisa que Endro tinha mais certeza.

Niria pôs-se de pé, claramente enfurecida. Ela tinha um ego altíssimo. Bastava considerar suas ideias péssimas para ela perder a paciência. Todo babaca que se acha invencível pensava assim. Endro acompanhou o movimento das mãos dela no papel, o coração disparou.

— É uma perda de tempo tentar te mostrar o seu potencial. — Ela não parecia decepcionada como dizia. — Vou amenizar a dor do seu amigo, amigo não, escolhido. — Sorriu, os dedos rasgando lentamente os papéis ao meio.

— Não! — Endro se lançou sobre o parapeito sendo segurado por Riano.

O chicote de Zana fez uma curva pela lateral do corpo de Níria, a ponta traçou os papéis, porém quando puxados de volta, eles ficaram. As folhas caíram vagarosas no chão. Uma chama roxa se acendeu nos pedaços que foram rapidamente devorados pelo fogo, transformados em cinza preta. Níria se virou para Zana, raivosa pelo ataque surpresa.

Fumaça escura envolveu suas mãos. Endro viu a morte abraçar a enfermeira e mal se deu conta do que fez. Antes que a luz preta traçasse Zana, um portal se abriu abaixo dela. Ao mesmo tempo, onde outro também se abriu onde Endro e Riano estavam. Ambos afundaram e saíram ao lado da manjedoura.

— Conseguiram? — Ralis tentava atrair a atenção do filho para focar em seus olhos.

— Não — respondeu Zana baixinho

— Níria destruiu as páginas — explicou Riano.

Endro encarou os olhos da mãe.

— A senhora chegou a ler?

— As folhas? Sim, mas não me lembro de quase nada. Tem muitos anos.

— Por favor, me diga tudo o que consegue recordar.

Ralis pensou por alguns instantes.

— Eu não sei ao certo, mas ela costuma sair em lugares impróprios.

Endro sorriu. Abriu um portal e prestes a entrar nele, se deu conta de que estava indo na direção errada. A flor não estava na nação Humânica, a que viu na estrada rachada pelo fogo. O fechou e correu para o campo de treinamento. Márvi ficava mais distante a cada segundo. Ele estava lutando para não partir e Endro não deixaria.

Chegou à beirada do campo de treinamento e se lançou. A água gelada o envolveu e conforme mergulhava para o fundo o corpo se acostumava com a temperatura fria. Com o olhar, buscou por ela a encontrando no mesmo lugar. Passou pela pedra onde se segurou antes e com todo cuidado, agarrou o caule delicado da brilhante flor branca e a arrancou.

Devido à carreira, o ar se tornou escasso nos pulmões mais cedo do que previu. Quando alcançou a superfície, a água se agitou. Olhou ligeiramente em volta. As coisas também tremulavam. A atenção voltou-se para baixo. A flor perdia a cor branca para um roxo intenso. Endro apressou até a beirada e entrou no único portal que levava para as demais rochas flutuantes acima.

A população bruxa estava agitada e andava apressada de um lugar a outro. Alguns carregavam lâmpadas. Endro não tinha tempo para descobrir o porquê. Quando chegou, virou-se para a mãe que não acreditava no que ele segurava, perguntando:

— E agora?

❧❧❦❧❦❧❦❧❦❦❧

Gostou? Seu voto e comentários são super aceitos. 🧡🥰

Até breve! 👋

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